Bispo (1538-1584)
A obra de são Borromeu, um dos santos mais importantes e mais queridos
da Igreja, poderia ser resumida em duas palavras: dedicação e trabalho.
Mas para fazer justiça, como ele sempre pregou, temos de acrescentar
mais uma, sem dúvida a mais importante: humildade. Oriundo da nobreza,
Carlos Borromeu utilizou a inteligência notável, a cultura e o acesso às
altas elites de Roma para posicionar-se na frente, ao lado e até abaixo
dos pobres, doentes e, principalmente, das crianças.
Nasceu no castelo da família em Arona, próximo de Milão, em 2 de outubro
de 1538. O pai era o conde Gilberto Borromeu e a mãe era Margarida de
Médicis, da mesma casa da nobreza de grande influência na sociedade e na
Igreja. Carlos era o segundo filho do casal, e aos doze anos a família o
entregou para servir a Deus, como era hábito na época. Com vocação
religiosa acentuada, penitente, piedoso e caridoso como os pobres.
Levou a sério os estudos diplomando-se em direito canônico, aos vinte e
um anos de idade. Um ano depois, fundou uma Academia para estudos
religiosos, com total aprovação de Roma. Sobrinho de Pio IV, aos vinte e
quatro anos já era sacerdote e bispo de Milão. Na sua breve trajetória,
deixou-se guiar apenas pela fé, atuando tanto na burocracia interna da
Igreja quanto na evangelização, sem fazer distinção para uma ou para a
outra. Talvez tenha sido o primeiro secretário de Estado no sentido
moderno da expressão. Formado pela Universidade de Pávia, liderou uma
reforma radical na organização administrativa da Igreja, que naquele
período era alicerçada no nepotismo, abusos de influências e sintomas
graves de corrupção e decadência moral.
Para isso conquistou a colaboração de instituições, das escolas, dos
jesuítas, dos capuchinhos e de muitos outros. Foi um dos maiores
fundadores que a Igreja já teve. Criou seminários e vários institutos de
utilidade pública para dar atendimento e abrigo aos pobres e doentes, o
que lhe proporcionou o título de "pai dos pobres". Orientou muitas
Ordens e algumas que surgiram depois de sua morte o escolheram para
padroeiro, dando continuidade à grandiosa obra de amparo aos mais pobres
que nos deixou. Contudo tudo foi muito difícil, porque encontrou muita
resistência de Ordens conservadoras. Aliás, foi até vítima de um covarde
atentado enquanto rezava na capela. Mas saiu ileso e humildemente
perdoou seu agressor.
Chegou 1576 e com ele a peste. Milão foi duramente assolada e mais de
cem padres pagaram com a própria vida as lágrimas que enxugaram de casa
em casa. Um dos mais ativos era Carlos Borromeu. Visitava os
contaminados, levando-lhes o sacramento e consolo sem limites nem
precauções, num trabalho incansável que lhe consumiu as energias. Chegou
a flagelar-se em procissões públicas, pedindo perdão a Deus em nome de
seu povo.
Até que um dia foi apanhado, finalmente, pela febre, que minou seu
organismo lentamente. Morreu anos depois, dizendo-se feliz por ter
seguido os ensinamentos de Cristo e poder encontrar-se com ele de
coração puro. Tinha apenas quarenta e seis anos de idade, quando isso
aconteceu no dia 4 de novembro de 1584, na sua sede episcopal, na
Itália. O papa Paulo V canonizou-o em 1610 e designou a festa em
homenagem à memória de são Carlos Borromeu para o dia de sua morte.
São Carlos Borromeu, rogai por nós!
Fonte: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=santo&id=892#ixzz3qWRzWYmY
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quarta-feira, 4 de novembro de 2015
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