São Lucas
Evangelista (século I)
Uma figura simpática do Cristianismo primitivo, homem de posição
e qualidades, de formação literária e de profundo sentido artístico
divino
Um escrito do século II, que estudos recentes consideram historicamente
verídico, sintetiza do seguinte modo o perfil desse santo evangelista:
“Lucas, um sírio de Antioquia, médico de profissão, discípulo dos
apóstolos, mais tarde seguiu são Paulo até a confissão (martírio) deste.
Serviu irrepreensivelmente ao Senhor, jamais tomou mulher, nem teve
filhos. Morreu aos 84 anos, na Boécia, cheio do Espírito Santo”.
Das notas de viagem, isto é, dos Atos dos Apóstolos, no qual Lucas fala
na primeira pessoa, apreendemos todas as notícias que a ele dizem
respeito, além de breves acenos nas cartas de são Paulo — apóstolo ao
qual, mais do que a qualquer outro, estava ligado por fraterna amizade.
“Saúda-vos Lucas, médico amado”, lê-se na Carta aos Colossenses. A
profissão de médico pressupõe uma boa cultura. Realmente, em seus
escritos, revela-se um homem culto, com inclinações artísticas e bons
dotes literários. Com são Paulo, realizou a segunda viagem missionária
de Trôade a Filipos, por volta do ano 50. Em Filipos, deteve-se um par
de anos para consolidar o trabalho do Apóstolo, após o qual voltou a
Jerusalém.
Foi de novo companheiro de viagem de são Paulo e, com ele, compartilhou a
prisão em Roma. Os cristãos orientais atribuem ao “médico pintor”,
Lucas, numerosos quadros representando a Virgem. Em seu evangelho,
escrito em um grego fluente e límpido, Lucas traça a biografia da Virgem
e fala da infância de Jesus. Revela-nos os íntimos segredos da
Anunciação, da Visitação e do Natal, fazendo-nos entender que conheceu
pessoalmente a Virgem, a ponto de alguns exegetas considerarem que tenha
sido Maria quem lhe transcreveu o "Magnificat". É Lucas mesmo quem
afirma ter feito pesquisas e pedido informações sobre fatos relativos à
vida de Jesus junto àqueles que deles foram testemunhas. Só Maria podia
ser testemunha da Anunciação e dos fatos que se seguiram.
Lucas conhecia os evangelhos de Mateus e Marcos quando começou a
escrever o seu, antes do ano 70. Julgava que, ao primeiro, faltava uma
certa ordem no desenvolvimento dos fatos, e considerava o segundo por
demais conciso.
Como diligente estudioso, Lucas, depois de ter documentado
escrupulosamente as notícias da vida de Jesus “desde o início”, quis
narrá-la novamente de forma ordenada, de modo que os fatos e
ensinamentos progredissem "pari passu" como a realidade.
Deu prova da mesma agradável fluência narrativa também na redação dos Atos dos Apóstolos.
Três cidades se ufanam de conservar suas relíquias: Constantinopla, Pádua e Veneza.
São Lucas, rogai por nós!
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sexta-feira, 18 de outubro de 2019
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