Tarásio tinha muito prestígio na corte, tanto pelo seu saber como pelas virtudes cristãs. Apesar do luxo e da vida desregrada da nobreza, conseguia se manter ligado aos padrões cristãos de uma existência voltada para a caridade e fé. Assim, por intervenção da imperatriz Irene, que era muito devota, foi nomeado patriarca de Constantinopla. Mas, para aceitar, Tarásio impôs suas condições. Ele queria combater firmemente a heresia iconoclasta, que já motivara vários sínodos da Igreja e fora repudiada em todos. A discussão girava em torno das imagens sagradas das igrejas. Os rebeldes consideravam sua existência como idolatria e queriam seu fim nos templos. Porém, Tarásio, assim como o Papa Adriano I e todos os doutores e bispos da Igreja, defendia o culto e a veneração nas igrejas.
Para os católicos, não há adoração à estátua e sim uma reverência à memória dos santos, suas obras e sua santidade manifestadas na vida terrena, exemplo a ser seguido pelos fiéis. Por isso, não se trata de idolatria.Tarásio foi um dos que exigiu um concílio, o de Nicéia de 787, para esclarecer o impasse, de modo que as imagens pudessem permanecer. Com esse seu trabalho de conscientização, a heresia foi banida em definitivo das discussões da Igreja.
O trabalho de Tarásio não se resumiu só a esta grande obra. Fundou um mosteiro e abriu um hospital e vários abrigos para os pobres, que ele recebia à sua mesa como convidados, servindo ele próprio um por um. Fazia questão de dar exemplo e suas atitudes diárias eram todas condizentes com o que pregava, com relação à integridade da fé e a pureza dos costumes. Por exemplo, quando o imperador pretendia tornar oficial uma relação fora do casamento que tinha com uma cortesã, Tarásio se opôs firmemente, sendo ameaçado de morte por Constantino VI, que pretendia conseguir da Igreja o divórcio. Entretanto, este patriarca tinha o Papa e todos os bispos do Oriente e do Ocidente à seu lado. O imperador acabou morrendo antes de transformar a ameaça em condenação real. Assim, pôde dirigir seu rebanho em paz, por muitos anos, da forma como gostava, com mão suave, firme e segura.
Tarásio morreu aos setenta e seis anos, no ano 806 e foi sepultado no "Santuário de todos os mártires" do convento por ele fundado em Bosforo, estreito que separa a Europa da Ásia.
São Tarásio, rogai por nós!
Valburga nasceu em Devonshire, na Inglaterra meridional em 710. Era
uma princesa dos Kents, cristãos que desde o século III se sucediam no
trono. Ela viveu cercada de nobreza e santidade. Seus parentes eram
reverenciados nos tronos reais, mas muitos preferiram trilhar o caminho
da santidade e foram elevados ao altar pela Igreja, como seu pai, são
Ricardo e os irmãos Vilibaldo e Vunibaldo.
Valburga tinha completado dez anos quando seu pai entregou o trono ao
sobrinho, que tinha atingido a maioridade e levou a família para viver
num mosteiro. Poucos meses depois, o rei e os dois filhos partiram em
peregrinação para Jerusalém, enquanto ela foi confiada à abadessa de
Wimburn. Dois anos depois seu pai morreu em Luca, Itália. Assim ela
ficou no mosteiro onde se fez monja e se formou. Depois escreveu a vida
de Vunibaldo e a narrativa das viagens de Vilibaldo pela Palestina, pois
ambos já eram sacerdotes.
Em 748, foi enviada por sua abadessa à Alemanha, junto com outras
religiosas, para fundar e implantar mosteiros e escolas entre populações
recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas
preces de Valburga, por ela Deus já operava milagres. Naquele país,
foi recebida e apoiada pelo bispo Bonifácio, seu tio, que consolidava um
grande trabalho de evangelização, auxiliado pelos sobrinhos
missionários.
Designou a sobrinha para a diocese de Eichestat onde Vunibaldo que
havia construído um mosteiro em Heidenheim e tinha projeto para um
feminino na mesma localidade. Ambos concluíram o novo mosteiro e
Valburga eleita a abadessa. Após a morte do irmão, ela passou a dirigir
os dois mosteiros, função que exerceu durante dezessete anos. Nessa
época transpareceu a sua santidade nos exemplos de sua mortificação, bem
como no seu amor ao silêncio e na sua devoção ao Senhor. As obras
assistenciais executadas pelos seus religiosos fizeram destes mosteiros
os mais famosos e procurados de toda a região.
Valburga se entregou a Deus de tal forma que os prodígios aconteciam com
freqüência. Os mais citados são: o de uma luz sobrenatural que envolveu
sua cela enquanto rezava, presenciada por todas as outras religiosas e o
da cura da filha de um barão, depois de uma noite de orações ao seu
lado.
Morreu no dia 25 de fevereiro de 779 e seu corpo foi enterrado no
mosteiro de Heidenheim, onde permaneceu por oitenta anos. Mas, ao ser
trasladado para a igreja de Eichestat, quando de sua canonização, em
893, o seu corpo foi encontrado ainda intacto. Além disso, das pedras
do sepulcro brotava um fluído de aroma suave, como um óleo fino, fato
que se repetiu sob o altar da igreja onde o corpo foi colocado.
Nesta mesma cerimônia, algumas relíquias da Santa foram enviadas para a
França do Norte, onde o rei Carlos III, o Simples, havia construído no
seu palácio de Atinhy, uma igreja dedicada a Santa Valburga. O seu
culto, em 25 de fevereiro, se espalhou rápido, porque o óleo continuou
brotando. Atualmente é recolhido em concha de prata e guardado em
garrafinhas distribuídas para o mundo inteiro. Os devotos afirmam que
opera milagres.
Santa Valburga, rogai por nós!
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