Todos os Santos
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”, promete Jesus no sermão da montanha. Quem são os pobres, segundo Jesus? São as “testemunhas de Deus”, para usar uma expressão de Isaías. Com os pobres, apoderaram-se do Reino dos Céus os mansos, os puros de coração, os misericordiosos, os pacíficos, aqueles que sofrem e que têm fome e sede de justiça, em um mundo no qual vige sempre a lei do mais forte. Os perseguidos por causa da justiça e todos quantos são vítimas inocentes da calúnia, da maledicência, da pública ofensa ou do vilipêndio dos manipuladores da opinião pública.
Esses sinais estão em todos os santos que tiveram fé na promessa do Reino dos Céus: a vergonha das violências, dos ultrajes, das torturas e humilhações de que foram alvo, e sobretudo da prova extrema do martírio, da dor física e moral, da aparente derrota do bem e do triunfo dos maus. Os fiéis são convidados a alegrar-se e a exultar com todos esses santos que “passaram à melhor vida”.
A fé nos assegura, diz são Paulo, de que somos realmente filhos de Deus e herdeiros do reino, mas esta realidade não é plenamente completa em nosso corpo de carne. Vivemos na esperança, e esta se torna certeza em razão do que cremos.
A origem dessa festa remonta ao século IV. Em Antioquia, celebrava-se no primeiro domingo depois de Pentecostes. No século VII, a data foi fixada em 13 de maio, Dia da Consagração do Panteão a santa Maria dos Mártires. Naquele dia, fazia-se descer da claraboia da grande cúpula uma chuva de rosas vermelhas. Gregório IV removeu a celebração para o dia 1º de novembro, depois da colheita de outono, quando era mais fácil encontrar alimento para os numerosos peregrinos que, depois dos trabalhos do verão, dirigiam-se em peregrinação à Cidade dos Mártires.
Todos estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação
“Todos
os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à
plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Todos são chamados à
santidade: ‘Deveis ser perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito’ “(Mt 5,48) (CIC 2013).
Sendo assim, nós passamos a compreender o início do sermão do Abade São Bernardo: “Para
que louvar os santos, para que glorificá-los? Para que, enfim, esta
solenidade? Que lhes importam as honras terrenas? A eles que, segundo a
promessa do Filho, o Pai celeste glorifica? Os santos não precisam de
nossas homenagens. Não há dúvida alguma, se veneramos os santos, o
interesse é nosso, não deles”.
Sabemos
que desde os primeiros séculos os cristãos praticam o culto dos santos,
a começar pelos mártires, por isto hoje vivemos esta Tradição, na qual
nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos “heróis” da fé,
esperança e caridade. Na verdade é um convite a olharmos para o Alto,
pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do
triunfo e esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por
Cristo e com Cristo, formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).
Todos
estes combatentes de Deus, merecem nossa imitação, pois foram
adolescentes, jovens, homens casados, mães de família, operários,
empregados, patrões, sacerdotes, pobres mendigos, profissionais,
militares ou religiosos que se tornaram um sinal do que o Espírito Santo
pode fazer num ser humano que se decide a viver o Evangelho que atua na
Igreja e na sociedade. Portanto, a vida destes acabaram virando
proposta para nós, uma vez que passaram fome, apelos carnais,
perseguições, alegrias, situações de pecado, profundos arrependimentos,
sede, doenças, sofrimentos por calúnia, ódio, falta de amor e
injustiças; tudo isto, e mais o que constituem o cotidiano dos
seguidores de Cristo que enfrentam os embates da vida sem perderem o
entusiasmo pela Pátria definitiva, pois “não sois mais estrangeiros, nem migrantes; sois concidadãos dos santos, sois da Família de Deus” (Ef 2,19).
Neste
dia a Mãe Igreja faz este apelo a todos nós, seus filhos: “O apelo à
plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade se dirige a todos os
fiéis cristãos.” “A perfeição cristã só tem um limite: ser ilimitada”
(CIC 2028).
Oração:
Minha oração
“Na solenidade de todos os santos, recordamos que é possível ser santo, recordamos que é possível contar com suas orações e intercessão, por isso pedimos as graças de que precisamos no tempo presente e a conversão dos pecadores da nossa família e amigos. Amém. ”
Todos os santos de Deus, rogai por nós!
Nenhum comentário:
Postar um comentário