São José Pignatelli
José Pignatelli nasceu em 1737 em Saragoça, do ramo espanhol de uma nobilíssima família do reino de Nápoles. Perdendo a mãe aos cinco anos, veio para esta cidade onde recebeu, de uma irmã, ótima educação católica. Voltando para Espanha, aos quinze anos entrou na Companhia de Jesus. Feito o Noviciado e emitidos depois os primeiros votos em Tarragona, aplicou-se aos estudos, primeiro em Manresa e depois nos colégios de Bilbao e de Saragoça.
Ordenado sacerdote, dedicou-se ao ensino das letras e, com grande
fruto, aos ministérios apostólicos. Levantou-se, porém, uma grande
perseguição contra a Companhia de Jesus e ele figurou entre os jesuítas
que foram expulsos da Espanha para a Córsega. Entre adversidades, mostrou o Padre Pignatelli grande fortaleza e
constância; foi por isso nomeado Provincial de todos esses exilados. E
recomendaram-lhe especial cuidado pelos mais jovens, o que ele praticou
com grande zelo. Da Córsega foi obrigado a transferir-se, com os outros,
para várias regiões, vindo finalmente a fixar-se em Ferrara (Itália),
onde fez a profissão solene de quatro votos.
Pouco depois, sendo a Companhia de Jesus dissolvida por Clemente XIV,
em 1773, Padre Pignatelli deu exemplo extraordinário de perfeita
obediência à Sé Apostólica como também de intenso amor para com a
Companhia de Jesus. Indo para Bolonha e, estando proibido de exercer o
ministério apostólico com as almas, durante quase vinte e cinco anos
entregou-se totalmente ao estudo, reunindo uma biblioteca de valor,
dando-se principalmente a obras de caridade para com os antigos membros
da suprimida Companhia.
Logo, porém, que lhe foi possível, pediu para ser recebido na Família
Inaciana existente na Rússia, onde reinava Catarina, que sendo
cismática não aceitara a supressão vinda de Roma. Os jesuítas da Rússia
ligaram-se a bom número de ex-jesuítas italianos, e Padre Pignatelli
uniu-se a todos eles, tendo-lhe sido permitido renovar a profissão
solene. Com licença do Papa Pio VI, foi construída uma casa para noviços
no ducado de Parma, onde o Padre Pignatelli foi reitor. Em 1804, Pio
VII restaurou a Companhia de Jesus no reino de Nápoles, e o Padre
Pignatelli vem a ser Provincial. Mas o exército francês aparece e
dispersa este grupo de jesuítas.
Em 1806, transfere-se para Roma onde é muito bem recebido pelo Sumo
Pontífice. Os franceses, que estão a ocupar Roma, toleram-no. No
silêncio, Padre Pignatelli vai preparando o renascimento da sua
Companhia. Este fato ocorre em 1814, com o citado Papa beneditino Pio
VII. Mas o Padre Pignatelli já tinha morrido em 1811, com setenta e
quatro anos. O funeral decorreu quase secretamente.
Foi beatificado por Pio XI em 1933, que chamou o santo de “o principal anel da cadeia entre a Companhia que existira e a Companhia que ia existir,… o restaurador dos Jesuítas”.
Profundo devoto do Sagrado Coração de Jesus e da Virgem Santíssima,
homem adorador (passava noites inteiras diante do Santíssimo
Sacramento), São José Pignatelli foi canonizado em 1954 pelo Papa Pio
XII.
São José Pignatelli, rogai por nós!
Religioso mercedário e mártir (1179-1240)
A vida deste santo encerra um capítulo da história européia, pois que
sua aventura humana e espiritual reflete os fatos de sua época, nos
quais esteve presente, se bem que só como “coadjuvante”, talvez a
contragosto.
Filho de um capitão inglês a serviço do rei Henrique II, em 1190
participou com o pai da terceira cruzada, sob o comando do célebre
Ricardo Coração de Leão. No regresso, foi feito prisioneiro das tropas
do duque da Áustria, próximo da laguna vêneta, e mantido como refém.
O duque gostou dele e o tomou a seu serviço na expedição de ajuda ao rei
da Espanha contra os mouros. Quando chegaram, a batalha havia
terminado. Serapião conseguiu então ficar a serviço do rei Afonso de
Castela, para voltar novamente à Áustria, quando o duque tomou parte na
quinta cruzada. Neste ponto se encerra sua aventura militar.
Passa, na realidade, a militar sob uma outra bandeira: conhece Pedro
Nolasco, o fundador dos mercedários, e decide juntar-se a ele para
dedicar-se ao resgate dos escravos.
Para sua primeira missão pacífica dirige-se com são Raimundo Nonato a
Argel. Conseguem libertar 150 escravos. E como tinha aprendido a arte da
guerra, teve o encargo de seguir as tropas espanholas na conquista das
Baleares. Em todo caso, sua missão era fundar nessas ilhas o primeiro
convento de sua ordem, que depois confiou à direção de um confrade. Em
seguida, dirigiu-se à Inglaterra a fim de erigir um posto avançado da
ordem.
Dessa vez, porém, a expedição teve um epílogo trágico: o navio foi
assaltado por corsários, Serapião barbaramente espancado e lançado em
uma praia deserta porque considerado morto. Recolhido por alguns
pescadores, refez-se e pouco depois prosseguiu a viagem para Londres,
onde não teve vida fácil.
Foi expulso de modo grosseiro, por haver desaprovado a injusta
apropriação dos bens eclesiásticos pelo governo. Voltou à Espanha e
prosseguiu na obra caritativa de resgate dos prisioneiros, até que os
mouros voltaram sua raiva contra ele: crucificaram-no numa cruz de santo
André e, depois de atrozes torturas, decapitaram-no. Seu culto foi
confirmado em 1728.
São Serapião, rogai por nós!
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