São Fernando III
Assumiu com dezoito anos o trono de Castela, quando já pertencia à Ordem Terceira Franciscana. Casou-se com Beatriz da Suábia, filha do rei da Alemanha, uma das princesas mais virtuosas de sua época, em 1219. Viúvo, em 1235, contraiu segundo matrimônio com Maria de Ponthieu, bisneta do rei Luis VIII, da França. Ao todo teve treze filhos, o filho mais velho foi seu sucessor e passou para a história como rei Afonso X, o Sábio, e sua filha Eleonor, do segundo casamento, foi esposa do rei Eduardo I da Inglaterra.
Essas uniões serviram para estabilizar a casa real de Leão e Castela com a realeza germânica, francesa e inglesa. Condizente com sua fé, evitou os embates, inclusive os diplomáticos, e aplacou revoltas só com sua presença e palavra, preferindo ceder em alguns pontos a recorrer à guerra. Sob seu reinado foram mudados os códigos civis, ficando mais brandos sob a tutela do Supremo Conselho de Castela, instituiu o castelhano como língua oficial e única, fundou a famosa Universidade de Salamanca e libertou sua nação do domínio dos árabes muçulmanos. Abrindo mão do tempo desperdiçado com novas conquistas, utilizava-o para fundar novas dioceses, erguer novas catedrais, igrejas, conventos e hospitais, sem recorrer a novos impostos, como dizem os registros e a história.
Em 1225, teve que pegar em armas contra os invasores árabes, mas levou em sua companhia o arcebispo de Toledo, para que o ajudasse a perseverar os soldados na fé. Queria, com a campanha militar, apenas reconquistar seus domínios e propagar o catolicismo. Vencida a batalha, com a expulsão dos muçulmanos, os despojos de guerra foram utilizados para a construção da belíssima catedral de Toledo. Durante seu reinado, cidades inteiras foram doadas às ordens religiosas, para que o povo não fosse oprimido pela ganância dos senhores feudais.
Com a morte do pai em 1230, foi coroado também rei de Leão. Em seguida, chefiou um pequeno exército, aos seus moldes, e reconquistou dos árabes ainda Córdoba e Sevilha, onde edificou a catedral de Burgos. Pretendia lutar na África da mesma forma, mas foi acometido de uma grave doença. Morreu aos cinqüenta e três anos, depois de despedir-se da família, dos amigos e companheiros, no dia 30 de maio de 1252, em Sevilha.
Imediatamente, o seu culto surgiu e se propagou rapidamente por toda a Europa, com muitas graças atribuídas à sua intercessão. Foi canonizado pelo papa Clemente X, em 1671, após a comprovação de que seu corpo permaneceu incorrupto. São Fernando III é venerado, no dia de sua morte, como padroeiro da Espanha.
São Fernando III, rogai por nós!
Filha
de Jaques d'Arc e Isabel, camponeses muito pobres, Joana nasceu em
Domrémy, na região francesa de Lorena, em 6 de janeiro de 1412. Cresceu
no meio rural, piedosa, devota e analfabeta, assinava seu nome
utilizando uma simples, mas significativa, cruz. Significativa porque já
aos treze anos começou a viver experiências místicas.
Ouvia as
"vozes" do arcanjo Miguel, das santas Catarina de Alexandria e
Margarida de Antioquia, avisando que ela teria uma importante missão
pela frente e deveria preparar-se para ela. Os pais, no início, não
deram importância , depois acharam que estava louca e por fim
acreditaram, mas temeram por Joana.
A França vivia a Guerra dos
Cem Anos com a Inglaterra, governada por Henrique VI. Os franceses
estavam enfraquecidos com o rei deposto e os ingleses tentando firmar
seus exércitos para tomar de vez o trono. As mensagens que Joana recebia
exigiam que ela expulsasse os invasores, reconquistasse a cidade de
Orleans e reconduzisse ao trono o rei Carlos VII, para ser coroado na
catedral de Reims, novamente como legítimo rei da França. A ordem para
ela não parecia impossível, bastava cumpri-la, pois tinha certeza de que
Deus estava a seu lado. O problema maior era conseguir falar
pessoalmente com o rei deposto.
Conseguiu aos dezoito anos de
idade. Carlos VII só concordou em seguir seus conselhos quando percebeu
que ela realmente tinha por trás de si o sinal de Deus. Isso porque
Joana falou com o rei sobre assuntos que na verdade eram segredos
militares e de Estado, que ninguém conhecia, a não ser ele. Deu-lhe,
então, a chefia de seus exércitos. Joana vestiu armadura de aço,
empunhou como única arma uma bandeira com a cruz e os nomes de Jesus e
Maria nela bordados, chamando os comandantes à luta pela pátria e por
Deus.
E o que aconteceu na batalha que teve aquela figura
feminina, jovem e mística, que nada entendia de táticas ou estratégias
militares, à frente dos soldados, foi inenarrável. Os franceses sitiados
reagiram e venceram os invasores ingleses, livrando o país da
submissão.
Carlos VII foi, então, coroado na catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa.
A
luta pela reconquista demorara cerca de um ano e ela desejava voltar
para sua vida simples no campo. Mas o rei exigiu que ela continuasse
comandando os exércitos na reconquista de Paris. Ela obedeceu, mas foi
ferida e também traída, sendo vendida para os ingleses, que decidiram
julgá-la por heresia. Num processo religioso grotesco, completamente
ilegal, foi condenada à fogueira como "feiticeira, blasfema e herética".
Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e Maria, em
30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado
Vermelho, em Rouen.
Não fossem os fatos devidamente conhecidos e
comprovados, seria difícil crer na existência dessa jovem mártir, que
sacrificou sua vida pela libertação de sua pátria e de seu povo. Vinte
anos depois, o processo foi revisto pelo papa Calisto III, que constatou
a injustiça e a reabilitou. Joana d'Arc foi canonizada em 1920 pelo
papa Bento XV, sendo proclamada padroeira da França. O dia de hoje é
comemorado na França como data nacional, em memória de santa Joana
d'Arc, mártir da pátria e da fé.
A minha oração
“Senhor Deus, peço a Ti que afine os meus ouvidos para também ouvir as inspirações interiores que o Senhor mesmo suscita em mim; e Te peço também a força para cumprir com cada um dos Teus desígnios, a exemplo e pela intercessão de Santa Joana D’arc. E que, em cada luta, eu possa ter gravados em meu coração os nomes de Jesus e Maria. Assim seja
Santa Joana d'Arc, rogai por nós!
José
Marello nasceu em 26 de dezembro de 1844, em Turim, Itália. Seus pais,
Vincenzo e Ana Maria, eram da cidade de São Martino Alfieri. Quando sua
mãe morreu, ele tinha quatro anos de idade e um irmão chamado Vitório.
Seu pai, então, deixou seu comércio em Turim e retornou para sua cidade
natal, onde os filhos receberiam melhor educação e carinho, com a ajuda
dos avós.
Aos onze anos, com o estudo básico concluído, quis
estudar no seminário de Asti. O pai não aprovou, mas consentiu. José o
freqüentou até o final da adolescência , quando sofreu uma séria crise
de identidade e decidiu abandonar tudo para estudar matemática em Turim.
Mas, em 1863, foi contaminado pelo tifo, ficando entre a vida e a
morte. Quase desenganado, certo dia acordou pensando ter sonhado com
Nossa Senhora da Consolação, que lhe dizia para retornar ao seminário.
Depois disso, sarou e voltou aos estudos no seminário de Asti, do qual
saiu em 1868, ordenado sacerdote e nomeado secretário do bispo daquela
diocese.
José e o bispo participaram do Concílio Vaticano I,
entre 1869 e 1870. Posteriormente, acompanhou o bispo por toda a
arquidiocese astiniana. Com uma rotina incansável, ele atendia todos os
problemas da paróquia, da comunidade e das famílias. Muitas vezes,
pensou em tornar-se um monge contemplativo, entretanto sua forte vocação
para as necessidades sociais o fez seguir o exemplo do carisma dos
fundadores, mais tarde chamados de "santos sociais", do Piemonte.
Corajosamente,
assumiu a responsabilidade dos problemas reais da época, sem se
preocupar com o Estado, que fechava conventos, seminários e confiscava
os bens da Igreja, sempre convicto de que os mandamentos não lhe
poderiam ser confiscados por ninguém. Muito precisava ser feito, pois
cresciam a miséria, o abandono, as doenças, a ignorância religiosa e a
cultural. Mas, José também tinha de pensar nas outras pequenas paróquias
da diocese, em condições precárias, e ainda, não podia deixar de
estimular os padres, de cuidar da formação religiosa das crianças e
jovens e de socorrer e amparar os velhos. Por isso decidiu criar uma
"associação religiosa apostólica", em 1878, em Asti.
O início foi
muito difícil, contando apenas com quatro jovens leigos. Mas a partir
deles fundou, depois, a Congregação dos Oblatos de São José, integrada
por sacerdotes e irmãos leigos, chamados a servir em todos os
continentes. Os padres Josefinos pregam, confessam, educam, fundam
escolas, orfanatos, asilos, constroem igrejas e seminários.
Dedicando-se
igualmente aos jovens, velhos, doentes, por isso seu fundador os chamou
de "oblatos", ou seja, "oferecidos" a servir em todas as
circunstâncias.
Em 1888, o papa Leão XIII consagrou José Marello
bispo de Acqui. Porém, já com o físico muito enfraquecido pelo ritmo do
serviço que nunca conheceu descanso ou horário, quando foi para a cidade
de Savona, acompanhar a festa de São Filipe Néri, passou mal e morreu,
aos cinqüenta e um anos de idade, no dia 30 de maio de 1895.
O
papa João Paulo II o canonizou em 2001. A festa de são José Marello é
celebrada no dia de sua morte e seu corpo repousa no santuário que
recebeu o seu nome, em Asti.
São José Marello, rogai por nós!
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