Evangelho Cotidiano
10º Domingo do Tempo Comum
Anúncio do Evangelho (Mt 9,9-13)
— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre, a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar! (Lc 4,18)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo: 9Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: “Segue-me!” Ele se levantou e seguiu a Jesus.
10Enquanto Jesus estava à mesa, em casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos.
11Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: “Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?”
12Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. 13Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício.’ De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
«Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores»
Hoje, Jesus fala-nos da alegria
que produz a conversão de alguém que havia afastado-se de Deus. Existem
alguns textos do Evangelho que se pode entender com erros, como por
exemplo: «Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores» (Mt 9,13), ou a
outra frase de Jesus: «haverá no céu alegria por um só pecador que se
converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de
conversão» (Lc 15,7). Parece que Deus prefere que fossemos pecadores, e
não é assim. A alegria acrescenta-se porque se trata de uma alegria
distinta, nova.
Se um jovem emigrante voltasse para casa, sua mãe o receberia com uma
grande alegria, que não lhe dão seus outros filhos que permaneceram com
ela. A mãe preferia que seu filho não tivesse que emigrar a procurar um
trabalho, mas ao voltar lhe dá uma alegria nova que não lhe dão os
outros filhos. Se um filho estiver gravemente doente e recupera a saúde,
dará aos seus pais uma alegria nova que não lhe darão seus filhos
sadios. Mas o pai preferia que seu filho não adoecesse. É o caso da
alegria que recebe o pai do filho prodigo quando ele voltar para casa.
É evidente que o Senhor quer que lhe sejamos fiel e não afastemo-nos de
Ele. Mas quando separarmos, Ele sai a buscarmos, como o Bom Pastor que
deixa as outras ovelhas no redil e sai em busca da ovelha perdida até
encontrá-la. «Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas
as doentes» (Mt 9,12); Jesus Cristo, médico divino, não espera aos
doentes acudirem a Ele, mas Ele mesmo sai ao seu encontro. Como diz
Santo Agostinho, Jesus «convoca aos pecadores à paz, e aos doentes à
cura».P.
Jorge
LORING SJ
(Cádiz, Espanha)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Mateus, que estava destinado a ser apóstolo e mestre dos gentios, no seu primeiro contato com o Senhor arrastou atrás de si pelo caminho da salvação um grupo considerável de pecadores» (São Beda o Venerável)
«Que Maria, que é Mãe de misericórdia, coloque em nossos corações a certeza de que somos amados por Deus; que fique perto de nós nos momentos de dificuldade e que nos dei os sentimentos do seu Filho, para que o nosso itinerário seja uma experiência de perdão, acolhida e caridade» (Francisco)
«Jesus escandalizou, sobretudo, por ter identificado a sua conduta misericordiosa para com os pecadores com a atitude do próprio Deus a respeito dos mesmos (399). Chegou, até, a dar a entender que, sentando-Se à mesa dos pecadores (400), os admitia no banquete messiânico (401). Mas foi muito particularmente ao perdoar os pecados que Jesus colocou as autoridades religiosas de Israel perante um dilema» (Catecismo da Igreja Católica, nº 589)
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