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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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Santo Ambrósio usou as qualidades de organizador e
administrador para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo
pastoral, político, doutrinal e litúrgico
Hoje fazemos memória em toda a Igreja de Santo Ambrósio, Bispo e
Doutor da Igreja. De nobre e distinta família romana, nasceu
provavelmente em 339, em Tréviros, onde seu pai exercia o cargo de
prefeito das Gálias. A mãe ficou viúva muito cedo e voltou a Roma com
três filhos: Marcelina, que se consagrou a Deus e tomou o véu das
virgens; Sátiro, que morreu em 378, depois de exercer altos cargos do
Estado; e Ambrósio, o último, que seguiu a carreira diplomática,
tradicional na família. Ambrósio desde cedo aprendeu a alimentar as
virtudes cívicas e morais, ao ponto de ter sido governador da Emília, do
Lácio e de Milão, antes de ser Bispo. Estudou Direito antes de estudar
Teologia.
A mãe de Ambrósio devia ser cristã praticante e generosa. O Papa
Libério (352-366) impôs pessoalmente o véu à filha dela, Marcelina, e
parece que visitava a casa da nobre senhora romana. Todos da família
beijavam a mão de Libério. Ambrósio, ainda criança, depois de se
despedir do Pontífice, tratou de imitá-lo e estendeu a mão aos criados e
à irmã, para que a beijassem. Marcelina recusou-a com bons modos mas
ele respondia: “Não sabes que eu também hei-de ser Bispo?” Dizia
então Ambrósio, por brincadeira, mais do que sabia.
No entanto, era para
isso que a Divina Providência o destinava. Ambrósio era governador de
Milão. Com a morte do Bispo de Milão, chamado Ariano, Ambrósio foi para a
eleição do novo Bispo, a fim de evitar grandes conflitos. Em meio a
confusão, de repente uma criança grita: “Ambrósio, Bispo!”. O Clero e o povo aderiu e todos aclamaram: “Queremos Ambrósio Bispo!”.
O povo teve que teimar durante uma semana, até que vendo nisto a voz de
Deus, Ambrósio que ocupava alto cargo no Império Romano e somente era
catecúmeno, cedeu a vontade do Senhor. O 1° Concílio de Niceia (325)
tinha proibido que subisse ao Episcopado qualquer neófito. Mas o Papa e o
Imperador aprovaram a eleição. Depois de batizado, foi ordenado
sacerdote e logo em seguida Bispo de Milão. Tudo isso no ano de 374.
Providencialmente usou as qualidades de organizador e administrador
para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político,
doutrinal, litúrgico, ao ponto de merecer o título de grande Doutor e
Padre do Cristianismo no Ocidente. Sua figura política ficou marcante,
principalmente quando aplicou ao Imperador uma dura penitência pública
comum, pois teria Teodósio consentido uma invasão à cidade de
Tessalônica, que resultou na morte de muitos. À Imperatriz Justina, que
desejou restaurar a estátua da deusa Vitória, opôs-se valentemente
enquanto viveu. Santo Ambrósio, como homem de Deus, partilhou sua
riqueza material e espiritual com o povo; jejuava sempre; pai carinhoso e
tão grande orador que teve papel importante na conversão de Santo
Agostinho. Deixou muitos escritos e morreu com 60 anos no ano de 397,
após 23 anos de serviço ao seu amado Cristo, com estas palavras: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”.
Rémy
ou Remígio, como dizemos em português, era um cidadão romano, nascido
no ano 440, em Lyon, França. Pertencia a uma tradicional família da
nobreza romana, que teve a oportunidade de participar da expansão do
Império Romano do Ocidente pela Gália, como era chamado o território
francês. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente
assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada
pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos
evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes
combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no
passado.
Ao morrer o seu líder, o rei Childerico, em 482,
assumiu o trono seu filho Clóvis, com 15 anos de idade. Remígio, como
bispo católico que era da diocese de Reims, escreveu-lhe muitas cartas
respeitosas e, ao mesmo tempo, dotadas de autoridade: "Vigiai, pois os
poderosos não tiram os olhos de ti. Aconselha-te com seus bispos.
Divirta-se com os jovens, mas só com os velhos delibere". Apesar de
adverti-lo, também demonstrava o reconhecimento de sua soberania e,
assim, ganhou a confiança do jovem rei. Tornou-se seu precioso ajudante e
conselheiro. Além disso, Remígio também era importante, politicamente,
ao reinado de Clóvis, pois trazia consigo o apoio de todos os demais
bispos e dos outros grupos de camponeses gálio-romanos já convertidos.
Munido
desse apoio, Clóvis venceu a batalha contra os bárbaros visigodos pelo
controle de toda a região, dando início à dinastia dos merovíngios. O
rei Clóvis, apoiado por sua mulher, Clotilde, que já era uma fervorosa
católica, depois canonizada pela Igreja, converteu-se à fé cristã por
orientação espiritual de Remígio, sendo por este batizado. Na
oportunidade, toda a Corte se converteu e recebeu o mesmo sacramento ao
lado do seu soberano, que, instruído na doutrina cristã pelo bispo
Remígio, institui-a de vez nos seus domínios.
Foram muitos os
atos deste rei convertido que revelaram sua religiosidade autêntica,
dotada da caridade cristã. Porém o mérito deve ser dado ao bispo
Remígio, pois foi o resultado do seu árduo e ininterrupto trabalho de
evangelização que fortaleceu os alicerces do catolicismo no território
francês. O bispo Remígio de Reims ensinou não apenas aos reis e
príncipes, mas também aos camponeses e a todos os súditos do novo
reinado.
Depois de sua morte, em 13 de janeiro de 533, na sua
sede episcopal de Reims, Remígio foi aclamado pela população como santo.
Venerado ao longo dos séculos, o seu vigoroso culto foi autorizado pela
Igreja, que manteve o dia 1° de outubro como a data oficial para a sua
festa litúrgica.
São Remígio, rogai por nós!
Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)
Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela salvação das almas e na intenção da Igreja
“Não quero ser santa pela metade, escolho tudo”.
A
“santa do sorriso”, que “se havia oferecido ao Menino Jesus para ser
seu brinquedo, uma bolinha de nenhum valor, que pudesse ser jogada ao
chão, empurrada com o pé, deixada a um canto”, foi tomada ao pé da
letra. E não teríamos jamais sabido quantos sofrimentos se esconderam
por trás daquela calma e composta tristeza se ela mesma, por obediência,
não tivesse confiado a seus cadernos aquela incomparável "História de
uma alma", que desvelou essa extraordinária força interior.
Marie
Françoise Thérèse Martin, jovem de transparente beleza, órfã de mãe aos
4 anos, criada em Lisieux, ao lado de um pai afetuoso e bom, aos 15
anos pôde ingressar, graças a um indulto especial, no Carmelo de
Lisieux, onde já duas irmãs a haviam precedido e a terceira haveria de
segui-las.
Percorreu a grandes passos o caminho rumo à santidade,
“lançando a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”, que não eram
pequenos, como não foi fácil a ascese sob o signo da “infância
espiritual” — ditada não pela tendência toda feminina de fazer uso de
diminutivos e de palavras carinhosas, mas por uma autêntica e robusta
espiritualidade, em sintonia com a advertência evangélica de “tornar-se
pequenos como as crianças”.
Nos nove anos de vida claustral,
Teresa deixou uma marca profunda, oferecendo ao mundo cristão a
surpreendente imagem de uma jovem freira que, embora relegada à estrita
clausura do Carmelo, viveu imersa na vida eclesial. Isso a ponto de, em
1927, dois anos depois da canonização, ser proclamada padroeira das
Missões, junto com são Francisco Xavier, e, em 1944, copadroeira da
França ao lado da guerreira santa Joana d’Arc.
A
santa de hoje nasceu em Alençon (França) em 1873 e morreu no ano de
1897. Santa Teresinha não só descobriu que no coração da Igreja sua
vocação era o amor, como também sabia que o seu coração – e o de todos
nós – foi feito para amar. Nascida de família modesta e temente a Deus,
seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula Teresa:
quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da
santa (Maria, Paulina, Leônia e Celina). Teresinha entrou com 15 anos no
Mosteiro das Carmelitas em Lisieux, com a autorização do Papa Leão
XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em
Deus.
Todos
os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela
salvação das almas e na intenção da Igreja. Santa Teresinha do Menino
Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre, igual a
um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e, tomada pelo Espírito de
amor, que a ensinou um lindo e possível caminho de santidade: infância
espiritual.
O
mais profundo desejo do coração de Teresinha era ter sido missionária
“desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Sua vida nos
deixou como proposta, selada na autobiografia “História de uma alma” e,
como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não
conheciam a Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos
da terra.
Teresa de Lisieux queria ser tudo: guerreira, missionária, apóstolo. Depois teve a intuição: o amor! “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor.” Morreu de tuberculose, com apenas 24 anos, no dia 30 de setembro de 1897 dizendo suas últimas palavras: “Oh!…amo-o. Deus meu,…amo-Vos!”
Após
sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos. A chuva de rosas,
de milagres e de graças de todo o gênero. A beatificação em 1923, a
canonização em 1925 e declarada “Patrona Universal das Missões
Católicas” em 1927, atos do Papa Pio XI. E a 19 de outubro de 1997, o
Papa João Paulo II proclamou Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada
Face doutora da Igreja.
Pio X não hesitou em defini-la “a maior santa dos tempos modernos”. Em
19 de outubro de 1997, João Paulo II declarou-a Doutora da Igreja, a
terceira mulher a receber esta homenagem, depois de Catarina de Sena e
Teresa de Ávila.
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, rogai por nós!
Oração:
“Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje, nas
intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar
as batidas do meu coração, meus pensamentos e obras mais simples,
unindo-os aos seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas,
lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso. Oh, meu Deus!
Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros a graça de cumprir
perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias
e as penas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no
Céu, por toda a eternidade. Assim seja.”
(Obras completas de Santa
Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Oração 10).
Minha oração
“ Ó querida santinha da
simplicidade e da infância, ensinai-nos a amar Jesus em nosso cotidiano,
naquilo que é mais simples e ordinário. Ajudai-nos, também, a viver a
vida com toda a gratuidade que é própria do amor. Pela tua intercessão,
seremos o amor na Igreja. Amém!”
Referências: Vatican News “História de uma alma” – Santa Teresinha “De mãos vazias” – Conrado de Meester
Conheça 10 fatos sobre Santa Teresinha do Menino Jesus. Assista ao vídeo!
O
nome, o culto, e a glória de santo Apolinário são legados que recebemos
da história, e também da arte de Ravena, a capital do Império Bizantino
no Ocidente, no período entre meados do século I e o século II.
Existem,
ali, duas grandiosas igrejas dedicadas a santo Apolinário, ambas
célebres na história da arte e do cristianismo. Na igreja nova de santo
Apolinário, no centro da cidade, encontramos o célebre mosaico
representativo, mais extenso do que um quarteirão, com todos os mártires
e as virgens. No destaque, encontra-se santo Apolinário. Na outra
igreja, fora da cidade, está o outro esplêndido mosaico, no qual, pela
primeira vez, a figura de um santo, e não a de Cristo, ocupa o centro de
uma composição, circundado por duas fileiras de ovelhas.
Apolinário,
o primeiro bispo de Ravena, segundo a tradição, teria sua origem no
Oriente. A mando do próprio apóstolo Pedro, de quem foi discípulo, foi
enviado para converter os pagãos nas terras ao norte do Império Romano.
A
sua obra de evangelização transcorreu num ambiente repleto de imensas
dificuldades, fruto do ódio, do egoísmo, da incredibilidade que o
cercavam, além do culto aos ídolos pagãos que teve de combater. Dedicou
toda a sua vida ao apostolado. Embora representado sereno e tranquilo no
mosaico da cidade, na realidade era um homem de vida dura, combativa e
atuante. Apolinário sempre foi considerado um mártir. Mártir de um
suplício muito longo, que foi todo o seu episcopado.
Ele não viu o
resultado de sua obra, que só se revelou após a sua morte. A população
da nova capital do Império Romano tornou-se exclusivamente cristã,
reforçando suas raízes no próprio culto de seu primeiro bispo,
considerado por eles um exemplo de santidade.
Dessa maneira se
explica a grande devoção a ele, não somente em Ravena, mas em muitas
outras localidades da Itália, da França e da Alemanha. Aliás, nessas
regiões, foi amplamente difundida, devido os mosteiros beneditinos e
camaldulenses que Apolinário ali fundara.
Apolinário morreu como
mártir da fé no dia 23 de julho, durante as primeiras perseguições
impostas contra os cristãos. Entretanto não se encontrou nenhuma
referência indicando o ano e a localidade. Suas relíquias, encontradas
nas catacumbas, foram enviadas para a catedral de santo Apolinário, em
Ravena, na Itália. A tradicional festa de Santo Apolinário, Padroeiro de
Ravena, em 23 de julho, foi mantida pela Igreja.
Santo Apolinário, rogai por nós!
Santa Brígida
Brígida,
ou Brigite, nasceu princesa, em 1303, no castelo de Finstad, na Suécia.
Descendia de uma casa real muito pia, que forneceu à Igreja muitos
santos e que se dedicava a construir mosteiros, igrejas e hospitais com a
própria fortuna. Além de manter muitas obras de caridade para a
população pobre, Brígida, desde a infância, tinha o dom das revelações
divinas, todas anotadas por ela no seu idioma sueco. Depois, as
descrições foram traduzidas para o latim e somaram oito grandes volumes,
que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores, teólogos e
fiéis cristãos. Aos
dezoito anos, ela se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, um homem cristão
e muito piedoso. O casal teve oito filhos, dentre os quais a filha
venerada como Santa Catarina da Suécia. Era com rigor que eles cuidavam
da educação religiosa e acadêmica dos filhos, sempre no caminho para a
santificação em Cristo. Durante um longo período, Brígida foi dama de
companhia da rainha Bianca, de Namur, por isso frequentava sempre as
cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente de riquezas
frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos,
perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé. Após
a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma peregrinação
ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. No retorno, Ulf caiu
gravemente enfermo. Brígida, em sonho, teve uma revelação de são
Dionísio, que lhe disse que o marido não morreria. De fato ele ficou
curado, mas logo em seguida ingressou no mosteiro de Alvastra, onde
vivia um dos seus filhos, e lá morreu, em 1344. Viúva,
Brígida decidiu retirar-se definitivamente para a vida monástica, para
realizar um velho projeto, a fundação de um mosteiro duplo, de homens e
mulheres, que deu origem à Ordem do Santo Salvador, sob as regras de
santo Agostinho, passando, então, a viver nele. Quando obteve aprovação
canônica, a fundadora transferiu-se para Roma. Ali
viveu por 24 anos, trabalhando pela reforma dos costumes e a volta do
papa de Avignon. Com o apoio do rei da Suécia, construiu e instaurou
setenta e oito mosteiros por toda a Europa. Ela morreu em 23 de julho
de 1373, durante uma romaria à Terra Santa. A
Ordem fundada por ela passou a ser dirigida por sua filha, Catarina da
Suécia, alcançando notoriedade pelos anos futuros. Canonizada em 1391,
apenas dezoito anos após sua morte, Santa Brígida já tinha um culto
muito vigoroso em todo o mundo cristão da Europa, sendo celebrada no dia
de sua morte. O local onde residia em Roma foi transformado em um
belíssima igreja dedicada a ela, na Praça Farnese.
A minha oração
Querida Brígida, mãe e monja,
intercessora da família e da Igreja, rogai a Deus pelos religiosos assim
como pelas famílias. Pedi ao Senhor a conversão da Europa e dos
pecadores do mundo inteiro. Amém!
Apaixonados pelos Padres do deserto, fundaram mosteiro baseado nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano
Nascido
no ano 390, o monge Romano era discípulo de um dos primeiros mosteiros
do Ocidente, o de Ainay, próximo a Lion, na França. No século IV, quando
nascia a vida monástica no Ocidente, com o intuito de propiciar
elementos para a perfeição espiritual assim como para a evolução do
progresso, ele se tornou um dos primeiro monges franceses.
Romano
achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma
Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre
os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por
seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um
monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a
fronteira da França com a Suíça. Aceitou o irmão como seu aluno e
seguidor, apesar de possuírem temperamentos opostos.
A eles se
juntaram muitos outros que desejavam ser eremitas. Por isso teve de
fundar dois mosteiros masculinos, um em Condat e outro em Lancome.
Depois construiu um de clausura, feminino, em Beaume, no qual Romano
colocou como abadessa sua irmã. Os três ficaram sob as mesmas e severas
regras disciplinares, como Romano achava que seria correto para a vida
das comunidades monásticas. Romano e Lupicino se dividiam entre os dois
mosteiros masculinos na orientação espiritual, enquanto no mosteiro de
Beaume, Romano mantinha contato com a abadessa sua irmã, orientando-a
pessoalmente na vida espiritual.
Revelação da Virgem Maria Em oração, os irmãos monges recebem uma visita da Virgem Maria que os orienta dizendo:“Vocês
devem lutar corajosamente contra o demônio e não temer os embustes e
ódio daquele que frequentemente foi vencido pelos amigos de Deus. Se ele
ataca os homens, é por medo de que eles, por suas virtudes, subam ao
lugar de onde a infidelidade diabólica os fez cair”.
Consta nos registros da Igreja
que, durante uma viagem de Romano ao túmulo de São Maurício, em Genebra,
ele e um discípulo que o acompanhava, depois também venerado pela
Igreja, chamado Pelade, tiveram de ficar hospedados numa choupana onde
havia dois leprosos. Romano os abraçou, solidarizou-se com eles e, na
manhã seguinte, os dois estavam curados.
A tradição, que a Igreja
mantém, nos narra que este foi apenas o começo de uma viagem cheia de
prodígios e milagres. Depois, voltando dessa peregrinação, Romano viveu
recluso, na cela de seu mosteiro e se reencontrou na ansiada solidão.
Assim ele morreu, antes de seu irmão e irmã, aos 73 anos de idade, no
dia 28 de fevereiro de 463.
O culto de São Romano propagou-se
velozmente na França, Suíça, Bélgica, Itália, enfim por toda a Europa.
As graças e prodígios que ocorreram por sua intercessão são numerosos e
continuam a ocorrer, segundo os fieis que mantêm sua devoção ainda muito
viva, nos nossos dias.
A minha oração “Senhor nosso Deus, ter
pessoas ao nosso lado é uma bênção! Como São Romão e Lupicino tinham um
ao outro, eu te louvo pelos filhos teus enviados para conviver comigo,
me animar, sustentar minha vocação e me impulsionar para que eu
prossiga. Louvado seja o teu nome Senhor, pela vida em família e em
comunidade. Amém”.
Santo Ambrósio usou as qualidades de organizador e
administrador para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo
pastoral, político, doutrinal e litúrgico
Hoje fazemos memória em toda a Igreja de Santo Ambrósio, Bispo e
Doutor da Igreja. De nobre e distinta família romana, nasceu
provavelmente em 339, em Tréviros, onde seu pai exercia o cargo de
prefeito das Gálias. A mãe ficou viúva muito cedo e voltou a Roma com
três filhos: Marcelina, que se consagrou a Deus e tomou o véu das
virgens; Sátiro, que morreu em 378, depois de exercer altos cargos do
Estado; e Ambrósio, o último, que seguiu a carreira diplomática,
tradicional na família. Ambrósio desde cedo aprendeu a alimentar as
virtudes cívicas e morais, ao ponto de ter sido governador da Emília, do
Lácio e de Milão, antes de ser Bispo. Estudou Direito antes de estudar
Teologia.
A mãe de Ambrósio devia ser cristã praticante e generosa. O Papa
Libério (352-366) impôs pessoalmente o véu à filha dela, Marcelina, e
parece que visitava a casa da nobre senhora romana. Todos da família
beijavam a mão de Libério. Ambrósio, ainda criança, depois de se
despedir do Pontífice, tratou de imitá-lo e estendeu a mão aos criados e
à irmã, para que a beijassem. Marcelina recusou-a com bons modos mas
ele respondia: “Não sabes que eu também hei-de ser Bispo?” Dizia
então Ambrósio, por brincadeira, mais do que sabia.
No entanto, era para
isso que a Divina Providência o destinava. Ambrósio era governador de
Milão. Com a morte do Bispo de Milão, chamado Ariano, Ambrósio foi para a
eleição do novo Bispo, a fim de evitar grandes conflitos. Em meio a
confusão, de repente uma criança grita: “Ambrósio, Bispo!”. O Clero e o povo aderiu e todos aclamaram: “Queremos Ambrósio Bispo!”.
O povo teve que teimar durante uma semana, até que vendo nisto a voz de
Deus, Ambrósio que ocupava alto cargo no Império Romano e somente era
catecúmeno, cedeu a vontade do Senhor. O 1° Concílio de Niceia (325)
tinha proibido que subisse ao Episcopado qualquer neófito. Mas o Papa e o
Imperador aprovaram a eleição. Depois de batizado, foi ordenado
sacerdote e logo em seguida Bispo de Milão. Tudo isso no ano de 374.
Providencialmente usou as qualidades de organizador e administrador
para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político,
doutrinal, litúrgico, ao ponto de merecer o título de grande Doutor e
Padre do Cristianismo no Ocidente. Sua figura política ficou marcante,
principalmente quando aplicou ao Imperador uma dura penitência pública
comum, pois teria Teodósio consentido uma invasão à cidade de
Tessalônica, que resultou na morte de muitos. À Imperatriz Justina, que
desejou restaurar a estátua da deusa Vitória, opôs-se valentemente
enquanto viveu. Santo Ambrósio, como homem de Deus, partilhou sua
riqueza material e espiritual com o povo; jejuava sempre; pai carinhoso e
tão grande orador que teve papel importante na conversão de Santo
Agostinho. Deixou muitos escritos e morreu com 60 anos no ano de 397,
após 23 anos de serviço ao seu amado Cristo, com estas palavras: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”.
O
nome, o culto, e a glória de santo Apolinário são legados que recebemos
da história, e também da arte de Ravena, a capital do Império Bizantino
no Ocidente, no período entre meados do século I e o século II.
Existem,
ali, duas grandiosas igrejas dedicadas a santo Apolinário, ambas
célebres na história da arte e do cristianismo. Na igreja nova de santo
Apolinário, no centro da cidade, encontramos o célebre mosaico
representativo, mais extenso do que um quarteirão, com todos os mártires
e as virgens. No destaque, encontra-se santo Apolinário. Na outra
igreja, fora da cidade, está o outro esplêndido mosaico, no qual, pela
primeira vez, a figura de um santo, e não a de Cristo, ocupa o centro de
uma composição, circundado por duas fileiras de ovelhas.
Apolinário,
o primeiro bispo de Ravena, segundo a tradição, teria sua origem no
Oriente. A mando do próprio apóstolo Pedro, de quem foi discípulo, foi
enviado para converter os pagãos nas terras ao norte do Império Romano.
A
sua obra de evangelização transcorreu num ambiente repleto de imensas
dificuldades, fruto do ódio, do egoísmo, da incredibilidade que o
cercavam, além do culto aos ídolos pagãos que teve de combater. Dedicou
toda a sua vida ao apostolado. Embora representado sereno e tranquilo no
mosaico da cidade, na realidade era um homem de vida dura, combativa e
atuante. Apolinário sempre foi considerado um mártir. Mártir de um
suplício muito longo, que foi todo o seu episcopado.
Ele não viu o
resultado de sua obra, que só se revelou após a sua morte. A população
da nova capital do Império Romano tornou-se exclusivamente cristã,
reforçando suas raízes no próprio culto de seu primeiro bispo,
considerado por eles um exemplo de santidade.
Dessa maneira se
explica a grande devoção a ele, não somente em Ravena, mas em muitas
outras localidades da Itália, da França e da Alemanha. Aliás, nessas
regiões, foi amplamente difundida, devido os mosteiros beneditinos e
camaldulenses que Apolinário ali fundara.
Apolinário morreu como
mártir da fé no dia 23 de julho, durante as primeiras perseguições
impostas contra os cristãos. Entretanto não se encontrou nenhuma
referência indicando o ano e a localidade. Suas relíquias, encontradas
nas catacumbas, foram enviadas para a catedral de santo Apolinário, em
Ravena, na Itália. A tradicional festa de Santo Apolinário, Padroeiro de
Ravena, em 23 de julho, foi mantida pela Igreja.
Santo Apolinário, rogai por nós!
Santa Brígida
Brígida,
ou Brigite, nasceu princesa, em 1303, no castelo de Finstad, na Suécia.
Descendia de uma casa real muito pia, que forneceu à Igreja muitos
santos e que se dedicava a construir mosteiros, igrejas e hospitais com a
própria fortuna. Além de manter muitas obras de caridade para a
população pobre, Brígida, desde a infância, tinha o dom das revelações
divinas, todas anotadas por ela no seu idioma sueco. Depois, as
descrições foram traduzidas para o latim e somaram oito grandes volumes,
que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores, teólogos e
fiéis cristãos. Aos
dezoito anos, ela se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, um homem cristão
e muito piedoso. O casal teve oito filhos, dentre os quais a filha
venerada como Santa Catarina da Suécia. Era com rigor que eles cuidavam
da educação religiosa e acadêmica dos filhos, sempre no caminho para a
santificação em Cristo. Durante um longo período, Brígida foi dama de
companhia da rainha Bianca, de Namur, por isso frequentava sempre as
cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente de riquezas
frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos,
perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé. Após
a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma peregrinação
ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. No retorno, Ulf caiu
gravemente enfermo. Brígida, em sonho, teve uma revelação de são
Dionísio, que lhe disse que o marido não morreria. De fato ele ficou
curado, mas logo em seguida ingressou no mosteiro de Alvastra, onde
vivia um dos seus filhos, e lá morreu, em 1344. Viúva,
Brígida decidiu retirar-se definitivamente para a vida monástica, para
realizar um velho projeto, a fundação de um mosteiro duplo, de homens e
mulheres, que deu origem à Ordem do Santo Salvador, sob as regras de
santo Agostinho, passando, então, a viver nele. Quando obteve aprovação
canônica, a fundadora transferiu-se para Roma. Ali
viveu por 24 anos, trabalhando pela reforma dos costumes e a volta do
papa de Avignon. Com o apoio do rei da Suécia, construiu e instaurou
setenta e oito mosteiros por toda a Europa. Ela morreu em 23 de julho
de 1373, durante uma romaria à Terra Santa. A
Ordem fundada por ela passou a ser dirigida por sua filha, Catarina da
Suécia, alcançando notoriedade pelos anos futuros. Canonizada em 1391,
apenas dezoito anos após sua morte, Santa Brígida já tinha um culto
muito vigoroso em todo o mundo cristão da Europa, sendo celebrada no dia
de sua morte. O local onde residia em Roma foi transformado em um
belíssima igreja dedicada a ela, na Praça Farnese.
A minha oração
Querida Brígida, mãe e monja,
intercessora da família e da Igreja, rogai a Deus pelos religiosos assim
como pelas famílias. Pedi ao Senhor a conversão da Europa e dos
pecadores do mundo inteiro. Amém!
Apaixonados pelos Padres do deserto, fundaram mosteiro baseado nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano
Nascido
no ano 390, o monge Romano era discípulo de um dos primeiros mosteiros
do Ocidente, o de Ainay, próximo a Lion, na França. No século IV, quando
nascia a vida monástica no Ocidente, com o intuito de propiciar
elementos para a perfeição espiritual assim como para a evolução do
progresso, ele se tornou um dos primeiro monges franceses.
Romano
achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma
Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre
os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por
seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um
monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a
fronteira da França com a Suíça. Aceitou o irmão como seu aluno e
seguidor, apesar de possuírem temperamentos opostos.
A eles se
juntaram muitos outros que desejavam ser eremitas. Por isso teve de
fundar dois mosteiros masculinos, um em Condat e outro em Lancome.
Depois construiu um de clausura, feminino, em Beaume, no qual Romano
colocou como abadessa sua irmã. Os três ficaram sob as mesmas e severas
regras disciplinares, como Romano achava que seria correto para a vida
das comunidades monásticas. Romano e Lupicino se dividiam entre os dois
mosteiros masculinos na orientação espiritual, enquanto no mosteiro de
Beaume, Romano mantinha contato com a abadessa sua irmã, orientando-a
pessoalmente na vida espiritual.
Revelação da Virgem Maria Em oração, os irmãos monges recebem uma visita da Virgem Maria que os orienta dizendo:“Vocês
devem lutar corajosamente contra o demônio e não temer os embustes e
ódio daquele que frequentemente foi vencido pelos amigos de Deus. Se ele
ataca os homens, é por medo de que eles, por suas virtudes, subam ao
lugar de onde a infidelidade diabólica os fez cair”.
Consta nos registros da Igreja
que, durante uma viagem de Romano ao túmulo de São Maurício, em Genebra,
ele e um discípulo que o acompanhava, depois também venerado pela
Igreja, chamado Pelade, tiveram de ficar hospedados numa choupana onde
havia dois leprosos. Romano os abraçou, solidarizou-se com eles e, na
manhã seguinte, os dois estavam curados.
A tradição, que a Igreja
mantém, nos narra que este foi apenas o começo de uma viagem cheia de
prodígios e milagres. Depois, voltando dessa peregrinação, Romano viveu
recluso, na cela de seu mosteiro e se reencontrou na ansiada solidão.
Assim ele morreu, antes de seu irmão e irmã, aos 73 anos de idade, no
dia 28 de fevereiro de 463.
O culto de São Romano propagou-se
velozmente na França, Suíça, Bélgica, Itália, enfim por toda a Europa.
As graças e prodígios que ocorreram por sua intercessão são numerosos e
continuam a ocorrer, segundo os fieis que mantêm sua devoção ainda muito
viva, nos nossos dias.
A minha oração “Senhor nosso Deus, ter
pessoas ao nosso lado é uma bênção! Como São Romão e Lupicino tinham um
ao outro, eu te louvo pelos filhos teus enviados para conviver comigo,
me animar, sustentar minha vocação e me impulsionar para que eu
prossiga. Louvado seja o teu nome Senhor, pela vida em família e em
comunidade. Amém”.
Rémy
ou Remígio, como dizemos em português, era um cidadão romano, nascido
no ano 440, em Lyon, França. Pertencia a uma tradicional família da
nobreza romana, que teve a oportunidade de participar da expansão do
Império Romano do Ocidente pela Gália, como era chamado o território
francês. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente
assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada
pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos
evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes
combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no
passado.
Ao morrer o seu líder, o rei Childerico, em 482,
assumiu o trono seu filho Clóvis, com 15 anos de idade. Remígio, como
bispo católico que era da diocese de Reims, escreveu-lhe muitas cartas
respeitosas e, ao mesmo tempo, dotadas de autoridade: "Vigiai, pois os
poderosos não tiram os olhos de ti. Aconselha-te com seus bispos.
Divirta-se com os jovens, mas só com os velhos delibere". Apesar de
adverti-lo, também demonstrava o reconhecimento de sua soberania e,
assim, ganhou a confiança do jovem rei. Tornou-se seu precioso ajudante e
conselheiro. Além disso, Remígio também era importante, politicamente,
ao reinado de Clóvis, pois trazia consigo o apoio de todos os demais
bispos e dos outros grupos de camponeses gálio-romanos já convertidos.
Munido
desse apoio, Clóvis venceu a batalha contra os bárbaros visigodos pelo
controle de toda a região, dando início à dinastia dos merovíngios. O
rei Clóvis, apoiado por sua mulher, Clotilde, que já era uma fervorosa
católica, depois canonizada pela Igreja, converteu-se à fé cristã por
orientação espiritual de Remígio, sendo por este batizado. Na
oportunidade, toda a Corte se converteu e recebeu o mesmo sacramento ao
lado do seu soberano, que, instruído na doutrina cristã pelo bispo
Remígio, institui-a de vez nos seus domínios.
Foram muitos os
atos deste rei convertido que revelaram sua religiosidade autêntica,
dotada da caridade cristã. Porém o mérito deve ser dado ao bispo
Remígio, pois foi o resultado do seu árduo e ininterrupto trabalho de
evangelização que fortaleceu os alicerces do catolicismo no território
francês. O bispo Remígio de Reims ensinou não apenas aos reis e
príncipes, mas também aos camponeses e a todos os súditos do novo
reinado.
Depois de sua morte, em 13 de janeiro de 533, na sua
sede episcopal de Reims, Remígio foi aclamado pela população como santo.
Venerado ao longo dos séculos, o seu vigoroso culto foi autorizado pela
Igreja, que manteve o dia 1° de outubro como a data oficial para a sua
festa litúrgica.
São Remígio, rogai por nós!
Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)
Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela salvação das almas e na intenção da Igreja
“Não quero ser santa pela metade, escolho tudo”.
A
“santa do sorriso”, que “se havia oferecido ao Menino Jesus para ser
seu brinquedo, uma bolinha de nenhum valor, que pudesse ser jogada ao
chão, empurrada com o pé, deixada a um canto”, foi tomada ao pé da
letra. E não teríamos jamais sabido quantos sofrimentos se esconderam
por trás daquela calma e composta tristeza se ela mesma, por obediência,
não tivesse confiado a seus cadernos aquela incomparável "História de
uma alma", que desvelou essa extraordinária força interior.
Marie
Françoise Thérèse Martin, jovem de transparente beleza, órfã de mãe aos
4 anos, criada em Lisieux, ao lado de um pai afetuoso e bom, aos 15
anos pôde ingressar, graças a um indulto especial, no Carmelo de
Lisieux, onde já duas irmãs a haviam precedido e a terceira haveria de
segui-las.
Percorreu a grandes passos o caminho rumo à santidade,
“lançando a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”, que não eram
pequenos, como não foi fácil a ascese sob o signo da “infância
espiritual” — ditada não pela tendência toda feminina de fazer uso de
diminutivos e de palavras carinhosas, mas por uma autêntica e robusta
espiritualidade, em sintonia com a advertência evangélica de “tornar-se
pequenos como as crianças”.
Nos nove anos de vida claustral,
Teresa deixou uma marca profunda, oferecendo ao mundo cristão a
surpreendente imagem de uma jovem freira que, embora relegada à estrita
clausura do Carmelo, viveu imersa na vida eclesial. Isso a ponto de, em
1927, dois anos depois da canonização, ser proclamada padroeira das
Missões, junto com são Francisco Xavier, e, em 1944, copadroeira da
França ao lado da guerreira santa Joana d’Arc.
A
santa de hoje nasceu em Alençon (França) em 1873 e morreu no ano de
1897. Santa Teresinha não só descobriu que no coração da Igreja sua
vocação era o amor, como também sabia que o seu coração – e o de todos
nós – foi feito para amar. Nascida de família modesta e temente a Deus,
seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula Teresa:
quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da
santa (Maria, Paulina, Leônia e Celina). Teresinha entrou com 15 anos no
Mosteiro das Carmelitas em Lisieux, com a autorização do Papa Leão
XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em
Deus.
Todos
os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela
salvação das almas e na intenção da Igreja. Santa Teresinha do Menino
Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre, igual a
um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e, tomada pelo Espírito de
amor, que a ensinou um lindo e possível caminho de santidade: infância
espiritual.
O
mais profundo desejo do coração de Teresinha era ter sido missionária
“desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Sua vida nos
deixou como proposta, selada na autobiografia “História de uma alma” e,
como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não
conheciam a Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos
da terra.
Teresa de Lisieux queria ser tudo: guerreira, missionária, apóstolo. Depois teve a intuição: o amor! “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor.” Morreu de tuberculose, com apenas 24 anos, no dia 30 de setembro de 1897 dizendo suas últimas palavras: “Oh!…amo-o. Deus meu,…amo-Vos!”
Após
sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos. A chuva de rosas,
de milagres e de graças de todo o gênero. A beatificação em 1923, a
canonização em 1925 e declarada “Patrona Universal das Missões
Católicas” em 1927, atos do Papa Pio XI. E a 19 de outubro de 1997, o
Papa João Paulo II proclamou Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada
Face doutora da Igreja.
Pio X não hesitou em defini-la “a maior santa dos tempos modernos”. Em
19 de outubro de 1997, João Paulo II declarou-a Doutora da Igreja, a
terceira mulher a receber esta homenagem, depois de Catarina de Sena e
Teresa de Ávila.
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, rogai por nós!
Oração:
“Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje, nas
intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar
as batidas do meu coração, meus pensamentos e obras mais simples,
unindo-os aos seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas,
lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso. Oh, meu Deus!
Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros a graça de cumprir
perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias
e as penas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no
Céu, por toda a eternidade. Assim seja.”
(Obras completas de Santa
Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Oração 10).
Referências: Vatican News “História de uma alma” – Santa Teresinha “De mãos vazias” – Conrado de Meester
O
nome, o culto, e a glória de santo Apolinário são legados que recebemos
da história, e também da arte de Ravena, a capital do Império Bizantino
no Ocidente, no período entre meados do século I e o século II.
Existem,
ali, duas grandiosas igrejas dedicadas a santo Apolinário, ambas
célebres na história da arte e do cristianismo. Na igreja nova de santo
Apolinário, no centro da cidade, encontramos o célebre mosaico
representativo, mais extenso do que um quarteirão, com todos os mártires
e as virgens. No destaque, encontra-se santo Apolinário. Na outra
igreja, fora da cidade, está o outro esplêndido mosaico, no qual, pela
primeira vez, a figura de um santo, e não a de Cristo, ocupa o centro de
uma composição, circundado por duas fileiras de ovelhas.
Apolinário,
o primeiro bispo de Ravena, segundo a tradição, teria sua origem no
Oriente. A mando do próprio apóstolo Pedro, de quem foi discípulo, foi
enviado para converter os pagãos nas terras ao norte do Império Romano.
A
sua obra de evangelização transcorreu num ambiente repleto de imensas
dificuldades, fruto do ódio, do egoísmo, da incredibilidade que o
cercavam, além do culto aos ídolos pagãos que teve de combater. Dedicou
toda a sua vida ao apostolado. Embora representado sereno e tranquilo no
mosaico da cidade, na realidade era um homem de vida dura, combativa e
atuante. Apolinário sempre foi considerado um mártir. Mártir de um
suplício muito longo, que foi todo o seu episcopado.
Ele não viu o
resultado de sua obra, que só se revelou após a sua morte. A população
da nova capital do Império Romano tornou-se exclusivamente cristã,
reforçando suas raízes no próprio culto de seu primeiro bispo,
considerado por eles um exemplo de santidade.
Dessa maneira se
explica a grande devoção a ele, não somente em Ravena, mas em muitas
outras localidades da Itália, da França e da Alemanha. Aliás, nessas
regiões, foi amplamente difundida, devido os mosteiros beneditinos e
camaldulenses que Apolinário ali fundara.
Apolinário morreu como
mártir da fé no dia 23 de julho, durante as primeiras perseguições
impostas contra os cristãos. Entretanto não se encontrou nenhuma
referência indicando o ano e a localidade. Suas relíquias, encontradas
nas catacumbas, foram enviadas para a catedral de santo Apolinário, em
Ravena, na Itália. A tradicional festa de Santo Apolinário, Padroeiro de
Ravena, em 23 de julho, foi mantida pela Igreja.
Santo Apolinário, rogai por nós!
Santa Brígida
Brígida,
ou Brigite, nasceu princesa, em 1303, no castelo de Finstad, na Suécia.
Descendia de uma casa real muito pia, que forneceu à Igreja muitos
santos e que se dedicava a construir mosteiros, igrejas e hospitais com a
própria fortuna. Além de manter muitas obras de caridade para a
população pobre, Brígida, desde a infância, tinha o dom das revelações
divinas, todas anotadas por ela no seu idioma sueco. Depois, as
descrições foram traduzidas para o latim e somaram oito grandes volumes,
que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores, teólogos e
fiéis cristãos. Aos
dezoito anos, ela se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, um homem cristão
e muito piedoso. O casal teve oito filhos, dentre os quais a filha
venerada como Santa Catarina da Suécia. Era com rigor que eles cuidavam
da educação religiosa e acadêmica dos filhos, sempre no caminho para a
santificação em Cristo. Durante um longo período, Brígida foi dama de
companhia da rainha Bianca, de Namur, por isso frequentava sempre as
cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente de riquezas
frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos,
perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé. Após
a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma peregrinação
ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. No retorno, Ulf caiu
gravemente enfermo. Brígida, em sonho, teve uma revelação de são
Dionísio, que lhe disse que o marido não morreria. De fato ele ficou
curado, mas logo em seguida ingressou no mosteiro de Alvastra, onde
vivia um dos seus filhos, e lá morreu, em 1344. Viúva,
Brígida decidiu retirar-se definitivamente para a vida monástica, para
realizar um velho projeto, a fundação de um mosteiro duplo, de homens e
mulheres, que deu origem à Ordem do Santo Salvador, sob as regras de
santo Agostinho, passando, então, a viver nele. Quando obteve aprovação
canônica, a fundadora transferiu-se para Roma. Ali
viveu por 24 anos, trabalhando pela reforma dos costumes e a volta do
papa de Avignon. Com o apoio do rei da Suécia, construiu e instaurou
setenta e oito mosteiros por toda a Europa. Ela morreu em 23 de julho
de 1373, durante uma romaria à Terra Santa. A
Ordem fundada por ela passou a ser dirigida por sua filha, Catarina da
Suécia, alcançando notoriedade pelos anos futuros. Canonizada em 1391,
apenas dezoito anos após sua morte, Santa Brígida já tinha um culto
muito vigoroso em todo o mundo cristão da Europa, sendo celebrada no dia
de sua morte. O local onde residia em Roma foi transformado em um
belíssima igreja dedicada a ela, na Praça Farnese.
Rémy ou Remígio, como dizemos em português, era um cidadão romano, nascido no ano 440, em Lyon, França. Pertencia a uma tradicional família da nobreza romana, que teve a oportunidade de participar da expansão do Império Romano do Ocidente pela Gália, como era chamado o território francês. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no passado.
Ao morrer o seu líder, o rei Childerico, em 482, assumiu o trono seu filho Clóvis, com 15 anos de idade. Remígio, como bispo católico que era da diocese de Reims, escreveu-lhe muitas cartas respeitosas e, ao mesmo tempo, dotadas de autoridade: "Vigiai, pois os poderosos não tiram os olhos de ti. Aconselha-te com seus bispos. Divirta-se com os jovens, mas só com os velhos delibere". Apesar de adverti-lo, também demonstrava o reconhecimento de sua soberania e, assim, ganhou a confiança do jovem rei. Tornou-se seu precioso ajudante e conselheiro. Além disso, Remígio também era importante, politicamente, ao reinado de Clóvis, pois trazia consigo o apoio de todos os demais bispos e dos outros grupos de camponeses gálio-romanos já convertidos.
Munido desse apoio, Clóvis venceu a batalha contra os bárbaros visigodos pelo controle de toda a região, dando início à dinastia dos merovíngios. O rei Clóvis, apoiado por sua mulher, Clotilde, que já era uma fervorosa católica, depois canonizada pela Igreja, converteu-se à fé cristã por orientação espiritual de Remígio, sendo por este batizado. Na oportunidade, toda a Corte se converteu e recebeu o mesmo sacramento ao lado do seu soberano, que, instruído na doutrina cristã pelo bispo Remígio, institui-a de vez nos seus domínios.
Foram muitos os atos deste rei convertido que revelaram sua religiosidade autêntica, dotada da caridade cristã. Porém o mérito deve ser dado ao bispo Remígio, pois foi o resultado do seu árduo e ininterrupto trabalho de evangelização que fortaleceu os alicerces do catolicismo no território francês. O bispo Remígio de Reims ensinou não apenas aos reis e príncipes, mas também aos camponeses e a todos os súditos do novo reinado.
Depois de sua morte, em 13 de janeiro de 533, na sua sede episcopal de Reims, Remígio foi aclamado pela população como santo. Venerado ao longo dos séculos, o seu vigoroso culto foi autorizado pela Igreja, que manteve o dia 1° de outubro como a data oficial para a sua festa litúrgica.
São Remígio, rogai por nós!
Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)
Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela salvação das almas e na intenção da Igreja
“Não quero ser santa pela metade, escolho tudo”.
A “santa do sorriso”, que “se havia oferecido ao Menino Jesus para ser seu brinquedo, uma bolinha de nenhum valor, que pudesse ser jogada ao chão, empurrada com o pé, deixada a um canto”, foi tomada ao pé da letra. E não teríamos jamais sabido quantos sofrimentos se esconderam por trás daquela calma e composta tristeza se ela mesma, por obediência, não tivesse confiado a seus cadernos aquela incomparável "História de uma alma", que desvelou essa extraordinária força interior.
Marie Françoise Thérèse Martin, jovem de transparente beleza, órfã de mãe aos 4 anos, criada em Lisieux, ao lado de um pai afetuoso e bom, aos 15 anos pôde ingressar, graças a um indulto especial, no Carmelo de Lisieux, onde já duas irmãs a haviam precedido e a terceira haveria de segui-las.
Percorreu a grandes passos o caminho rumo à santidade, “lançando a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”, que não eram pequenos, como não foi fácil a ascese sob o signo da “infância espiritual” — ditada não pela tendência toda feminina de fazer uso de diminutivos e de palavras carinhosas, mas por uma autêntica e robusta espiritualidade, em sintonia com a advertência evangélica de “tornar-se pequenos como as crianças”.
Nos nove anos de vida claustral, Teresa deixou uma marca profunda, oferecendo ao mundo cristão a surpreendente imagem de uma jovem freira que, embora relegada à estrita clausura do Carmelo, viveu imersa na vida eclesial. Isso a ponto de, em 1927, dois anos depois da canonização, ser proclamada padroeira das Missões, junto com são Francisco Xavier, e, em 1944, copadroeira da França ao lado da guerreira santa Joana d’Arc.
A santa de hoje nasceu em Alençon (França) em 1873 e morreu no ano de 1897. Santa Teresinha não só descobriu que no coração da Igreja sua vocação era o amor, como também sabia que o seu coração – e o de todos nós – foi feito para amar. Nascida de família modesta e temente a Deus, seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula Teresa: quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa (Maria, Paulina, Leônia e Celina). Teresinha entrou com 15 anos no Mosteiro das Carmelitas em Lisieux, com a autorização do Papa Leão XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.
Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela salvação das almas e na intenção da Igreja. Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre, igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e, tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou um lindo e possível caminho de santidade: infância espiritual.
O mais profundo desejo do coração de Teresinha era ter sido missionária “desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Sua vida nos deixou como proposta, selada na autobiografia “História de uma alma” e, como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que não conheciam a Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem aos da terra.
Teresa de Lisieux queria ser tudo: guerreira, missionária, apóstolo. Depois teve a intuição: o amor! “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor.” Morreu de tuberculose, com apenas 24 anos, no dia 30 de setembro de 1897 dizendo suas últimas palavras: “Oh!…amo-o. Deus meu,…amo-Vos!”
Após sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos. A chuva de rosas, de milagres e de graças de todo o gênero. A beatificação em 1923, a canonização em 1925 e declarada “Patrona Universal das Missões Católicas” em 1927, atos do Papa Pio XI. E a 19 de outubro de 1997, o Papa João Paulo II proclamou Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face doutora da Igreja.
Pio X não hesitou em defini-la “a maior santa dos tempos modernos”. Em 19 de outubro de 1997, João Paulo II declarou-a Doutora da Igreja, a terceira mulher a receber esta homenagem, depois de Catarina de Sena e Teresa de Ávila.
Ana e seu marido Joaquim já estavam com idade avançada e ainda não
tinham filhos. O que, para os judeus de sua época, era quase um desgosto
e uma vergonha também. Os motivos são óbvios, pois os judeus esperavam a
chegada do messias, como previam as sagradas profecias.
Assim, toda esposa judia esperava que dela nascesse o Salvador e, para
tanto, ela tinha de dispor das condições para servir de veículo aos
desígnios de Deus, se assim ele o desejasse. Por isso a esterilidade
causava sofrimento e vergonha, e é nessa situação constrangedora que
vamos encontrar o casal.
Mas Ana e Joaquim não desistiram. Rezaram por muito e muito tempo até
que, quando já estavam quase perdendo a esperança, Ana engravidou. Não
se sabe muito sobre a vida deles, pois passaram a ser citados a partir
do século II, mas pelos escritos apócrifos, que não são citados na
Bíblia, porque se entende que não foram inspirados por Deus. E eles
apenas revelam o nome dos pais da Virgem Maria, que seria a Mãe do
Messias.
No Evangelho, Jesus disse: "Dos frutos conhecereis a planta". Assim, não
foram precisos outros elementos para descrever-lhes a santidade, senão
pelo exemplo de santidade da filha Maria. Afinal, Deus não escolheria
filhos sem princípios ou dignidade para fazer deles o instrumento de sua
ação.
Maria, ao nascer no dia 8 de setembro de um ano desconhecido, não só
tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida estéril, mas ainda
recompensou-os pela fé, ao ser escolhida para, no futuro, ser a Mãe do
Filho de Deus.
A princípio, apenas santa Ana era comemorada e, mesmo assim, em dias
diferentes no Ocidente e no Oriente. Em 25 de julho pelos gregos e no
dia seguinte pelos latinos. A partir de 1584, também são Joaquim passou a
ser cultuado, no dia 20 de março. Só em 1913 a Igreja determinou que os
avós de Jesus Cristo deviam ser celebrados juntos, no dia 26 de julho.
O nome, o culto, e a glória de santo Apolinário são legados que
recebemos da história, e também da arte de Ravena, a capital do Império
Bizantino no Ocidente, no período entre meados do século I e o século
II.
Existem, ali, duas grandiosas igrejas dedicadas a santo Apolinário,
ambas célebres na história da arte e do cristianismo. Na igreja nova de
santo Apolinário, no centro da cidade, encontramos o célebre mosaico
representativo, mais extenso do que um quarteirão, com todos os mártires
e as virgens. No destaque, encontra-se santo Apolinário. Na outra
igreja, fora da cidade, está o outro esplêndido mosaico, no qual, pela
primeira vez, a figura de um santo, e não a de Cristo, ocupa o centro de
uma composição, circundado por duas fileiras de ovelhas.
Apolinário, o primeiro bispo de Ravena, segundo a tradição, teria sua
origem no Oriente. A mando do próprio apóstolo Pedro, de quem foi
discípulo, foi enviado para converter os pagãos nas terras ao norte do
Império Romano.
A sua obra de evangelização transcorreu num ambiente repleto de imensas
dificuldades, fruto do ódio, do egoísmo, da incredibilidade que o
cercavam, além do culto aos ídolos pagãos que teve de combater. Dedicou
toda a sua vida ao apostolado. Embora representado sereno e tranquilo no
mosaico da cidade, na realidade era um homem de vida dura, combativa e
atuante. Apolinário sempre foi considerado um mártir. Mártir de um
suplício muito longo, que foi todo o seu episcopado.
Ele não viu o resultado de sua obra, que só se revelou após a sua morte.
A população da nova capital do Império Romano tornou-se exclusivamente
cristã, reforçando suas raízes no próprio culto de seu primeiro bispo,
considerado por eles um exemplo de santidade.
Dessa maneira se explica a grande devoção a ele, não somente em Ravena,
mas em muitas outras localidades da Itália, da França e da Alemanha.
Aliás, nessas regiões, foi amplamente difundida, devido os mosteiros
beneditinos e camaldulenses que Apolinário ali fundara.
Apolinário morreu como mártir da fé no dia 23 de julho, durante as
primeiras perseguições impostas contra os cristãos. Entretanto não se
encontrou nenhuma referência indicando o ano e a localidade. Suas
relíquias, encontradas nas catacumbas, foram enviadas para a catedral de
santo Apolinário, em Ravena, na Itália. A tradicional festa de Santo
Apolinário, Padroeiro de Ravena, em 23 de julho, foi mantida pela
Igreja.
Santo Apolinário, rogai por nós!
Santa Brígida
Brígida, ou Brigite, nasceu princesa, em 1303, no castelo de
Finstad, na Suécia. Descendia de uma casa real muito pia, que forneceu à
Igreja muitos santos e que se dedicava a construir mosteiros, igrejas e
hospitais com a própria fortuna. Além de manter muitas obras de
caridade para a população pobre, Brígida, desde a infância, tinha o dom
das revelações divinas, todas anotadas por ela no seu idioma sueco.
Depois, as descrições foram traduzidas para o latim e somaram oito grandes volumes,
que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores, teólogos e
fiéis cristãos.
Aos dezoito anos, ela se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, um homem
cristão e muito piedoso. O casal teve oito filhos, dentre os quais a
filha venerada como Santa Catarina da Suécia. Era com rigor que eles
cuidavam da educação religiosa e acadêmica dos filhos, sempre no caminho
para a santificação em Cristo. Durante um longo período, Brígida foi
dama de companhia da rainha Bianca, de Namur, por isso frequentava
sempre as cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente de
riquezas frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos
cristãos, perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé.
Após a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma
peregrinação ao santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. No
retorno, Ulf caiu gravemente enfermo. Brígida, em sonho, teve uma
revelação de são Dionísio, que lhe disse que o marido não morreria. De
fato ele ficou curado, mas logo em seguida ingressou no mosteiro de
Alvastra, onde vivia um dos seus filhos, e lá morreu, em 1344.
Viúva, Brígida decidiu retirar-se definitivamente para a vida monástica,
para realizar um velho projeto, a fundação de um mosteiro duplo, de
homens e mulheres, que deu origem à Ordem do Santo Salvador, sob as
regras de santo Agostinho, passando, então, a viver nele. Quando obteve
aprovação canônica, a fundadora transferiu-se para Roma.
Ali viveu por 24 anos, trabalhando pela reforma dos costumes e a volta
do papa de Avignon. Com o apoio do rei da Suécia, construiu e instaurou
setenta e oito mosteiros por toda a Europa. Ela morreu em 23 de julho de
1373, durante uma romaria à Terra Santa.
A Ordem fundada por ela passou a ser dirigida por sua filha, Catarina da
Suécia, alcançando notoriedade pelos anos futuros. Canonizada em 1391,
apenas dezoito anos após sua morte, Santa Brígida já tinha um culto
muito vigoroso em todo o mundo cristão da Europa, sendo celebrada no dia
de sua morte. O local onde residia em Roma foi transformado em um
belíssima igreja dedicada a ela, na Praça Farnese.
Apaixonados pelos Padres do deserto, fundaram mosteiro baseado nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano
Nascido no ano 390, o monge Romano era discípulo de um dos primeiros
mosteiros do Ocidente, o de Ainay, próximo a Lion, na França. No
século IV, quando nascia a vida monástica no Ocidente, com o intuito de
propiciar elementos para a perfeição espiritual assim como para a
evolução do progresso, ele se tornou um dos primeiro monges franceses.
Romano achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma
Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre
os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por
seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um
monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a
fronteira da França com a Suíça. Aceitou o irmão como seu aluno e
seguidor, apesar de possuírem temperamentos opostos.
A eles se juntaram muitos outros que desejavam ser eremitas. Por isso
teve de fundar dois mosteiros masculinos, um em Condat e outro em
Lancome. Depois construiu um de clausura, feminino, em Beaume, no qual
Romano colocou como abadessa sua irmã. Os três ficaram sob as mesmas e
severas regras disciplinares, como Romano achava que seria correto para a
vida das comunidades monásticas. Romano e Lupicino se dividiam entre os
dois mosteiros masculinos na orientação espiritual, enquanto no
mosteiro de Beaume, Romano mantinha contato com a abadessa sua irmã,
orientando-a pessoalmente na vida espiritual.
Consta nos registros da Igreja que, durante uma viagem de Romano ao
túmulo de São Maurício, em Genebra, ele e um discípulo que o
acompanhava, depois também venerado pela Igreja, chamado Pelade,
tiveram de ficar hospedados numa choupana onde havia dois leprosos.
Romano os abraçou, solidarizou-se com eles e, na manhã seguinte, os dois
estavam curados.
A tradição, que a Igreja mantém, nos narra que este foi apenas o começo
de uma viagem cheia de prodígios e milagres. Depois, voltando dessa
peregrinação, Romano viveu recluso, na cela de seu mosteiro e se
reencontrou na ansiada solidão. Assim ele morreu, antes de seu irmão e
irmã, aos 73 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 463.
O culto de São Romano propagou-se velozmente na França, Suíça, Bélgica,
Itália, enfim por toda a Europa. As graças e prodígios que ocorreram por
sua intercessão são numerosos e continuam a ocorrer, segundo os fieis
que mantêm sua devoção ainda muito viva, nos nossos dias.
Rémy ou Remígio, como dizemos em português, era um cidadão romano,
nascido no ano 440, em Lyon, França. Pertencia a uma tradicional família
da nobreza romana, que teve a oportunidade de participar da expansão do
Império Romano do Ocidente pela Gália, como era chamado o território
francês. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente
assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada
pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos
evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes
combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no
passado.
Ao morrer o seu líder, o rei Childerico, em 482, assumiu o trono seu
filho Clóvis, com 15 anos de idade. Remígio, como bispo católico que era
da diocese de Reims, escreveu-lhe muitas cartas respeitosas e, ao mesmo
tempo, dotadas de autoridade: "Vigiai, pois os poderosos não tiram os
olhos de ti. Aconselha-te com seus bispos. Divirta-se com os jovens, mas
só com os velhos delibere". Apesar de adverti-lo, também demonstrava o
reconhecimento de sua soberania e, assim, ganhou a confiança do jovem
rei. Tornou-se seu precioso ajudante e conselheiro. Além disso, Remígio
também era importante, politicamente, ao reinado de Clóvis, pois trazia
consigo o apoio de todos os demais bispos e dos outros grupos de
camponeses gálio-romanos já convertidos.
Munido desse apoio, Clóvis venceu a batalha contra os bárbaros visigodos
pelo controle de toda a região, dando início à dinastia dos
merovíngios. O rei Clóvis, apoiado por sua mulher, Clotilde, que já era
uma fervorosa católica, depois canonizada pela Igreja, converteu-se à fé
cristã por orientação espiritual de Remígio, sendo por este batizado.
Na oportunidade, toda a Corte se converteu e recebeu o mesmo sacramento
ao lado do seu soberano, que, instruído na doutrina cristã pelo bispo
Remígio, institui-a de vez nos seus domínios.
Foram muitos os atos deste rei convertido que revelaram sua
religiosidade autêntica, dotada da caridade cristã. Porém o mérito deve
ser dado ao bispo Remígio, pois foi o resultado do seu árduo e
ininterrupto trabalho de evangelização que fortaleceu os alicerces do
catolicismo no território francês. O bispo Remígio de Reims ensinou não
apenas aos reis e príncipes, mas também aos camponeses e a todos os
súditos do novo reinado.
Depois de sua morte, em 13 de janeiro de 533, na sua sede episcopal de
Reims, Remígio foi aclamado pela população como santo. Venerado ao longo
dos séculos, o seu vigoroso culto foi autorizado pela Igreja, que
manteve o dia 1° de outubro como a data oficial para a sua festa
litúrgica.
São Remígio, rogai por nós!
Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)
Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus pela salvação das almas e na intenção da Igreja
“Não quero ser santa pela metade, escolho tudo”.
A “santa do sorriso”, que “se havia oferecido ao Menino Jesus para
ser seu brinquedo, uma bolinha de nenhum valor, que pudesse ser jogada
ao chão, empurrada com o pé, deixada a um canto”, foi tomada ao pé da
letra. E não teríamos jamais sabido quantos sofrimentos se esconderam
por trás daquela calma e composta tristeza se ela mesma, por obediência,
não tivesse confiado a seus cadernos aquela incomparável "História de
uma alma", que desvelou essa extraordinária força interior.
Marie Françoise Thérèse Martin, jovem de transparente beleza, órfã de
mãe aos 4 anos, criada em Lisieux, ao lado de um pai afetuoso e bom, aos
15 anos pôde ingressar, graças a um indulto especial, no Carmelo de
Lisieux, onde já duas irmãs a haviam precedido e a terceira haveria de
segui-las.
Percorreu a grandes passos o caminho rumo à santidade, “lançando a Jesus
as flores dos pequenos sacrifícios”, que não eram pequenos, como não
foi fácil a ascese sob o signo da “infância espiritual” — ditada não
pela tendência toda feminina de fazer uso de diminutivos e de palavras
carinhosas, mas por uma autêntica e robusta espiritualidade, em sintonia
com a advertência evangélica de “tornar-se pequenos como as crianças”.
Nos nove anos de vida claustral, Teresa deixou uma marca profunda,
oferecendo ao mundo cristão a surpreendente imagem de uma jovem freira
que, embora relegada à estrita clausura do Carmelo, viveu imersa na vida
eclesial. Isso a ponto de, em 1927, dois anos depois da canonização,
ser proclamada padroeira das Missões, junto com são Francisco Xavier, e,
em 1944, copadroeira da França ao lado da guerreira santa Joana d’Arc.
A santa de hoje nasceu em Alençon (França) em 1873 e morreu no ano de
1897. Santa Teresinha não só descobriu que no coração da Igreja sua
vocação era o amor, como também sabia que o seu coração – e o de todos
nós – foi feito para amar. Nascida de família modesta e temente a Deus,
seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula Teresa:
quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da
santa (Maria, Paulina, Leônia e Celina). Teresinha entrou com 15 anos no
Mosteiro das Carmelitas em Lisieux, com a autorização do Papa Leão
XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em
Deus.
Todos os gestos e sacrifícios, do menor ao maior, oferecia a Deus
pela salvação das almas e na intenção da Igreja. Santa Teresinha do
Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre,
igual a um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e, tomada pelo
Espírito de amor, que a ensinou um lindo e possível caminho de
santidade: infância espiritual.
O mais profundo desejo do coração de Teresinha era ter sido
missionária “desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Sua
vida nos deixou como proposta, selada na autobiografia “História de uma
alma” e, como intercessora dos missionários sacerdotes e pecadores que
não conheciam a Jesus, continua ainda hoje, vivendo o Céu, fazendo o bem
aos da terra.
Teresa de Lisieux queria ser tudo: guerreira, missionária, apóstolo.
Depois teve a intuição: o amor! “No coração da Igreja, minha mãe, eu
serei o amor.”
Morreu de tuberculose, com apenas 24 anos, no dia 30 de setembro de 1897 dizendo suas últimas palavras: “Oh!…amo-O. Deus meu,…amo-Vos!”
Após sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos. A chuva de
rosas, de milagres e de graças de todo o gênero. A beatificação em 1923,
a canonização em 1925 e declarada “Patrona Universal das Missões
Católicas” em 1927, atos do Papa Pio XI. E a 19 de outubro de 1997, o
Papa João Paulo II proclamou Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada
Face doutora da Igreja.
Pio X não hesitou em defini-la “a maior santa dos tempos modernos”. Em
19 de outubro de 1997, João Paulo II declarou-a Doutora da Igreja, a
terceira mulher a receber esta homenagem, depois de Catarina de Sena e
Teresa de Ávila.