Santo Ambrósio
Santo Ambrósio usou as qualidades de organizador e administrador para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político, doutrinal e litúrgico
Hoje fazemos memória em toda a Igreja de Santo Ambrósio, Bispo e
Doutor da Igreja. De nobre e distinta família romana, nasceu
provavelmente em 339, em Tréviros, onde seu pai exercia o cargo de
prefeito das Gálias. A mãe ficou viúva muito cedo e voltou a Roma com
três filhos: Marcelina, que se consagrou a Deus e tomou o véu das
virgens; Sátiro, que morreu em 378, depois de exercer altos cargos do
Estado; e Ambrósio, o último, que seguiu a carreira diplomática,
tradicional na família. Ambrósio desde cedo aprendeu a alimentar as
virtudes cívicas e morais, ao ponto de ter sido governador da Emília, do
Lácio e de Milão, antes de ser Bispo. Estudou Direito antes de estudar
Teologia.
A mãe de Ambrósio devia ser cristã praticante e generosa. O Papa
Libério (352-366) impôs pessoalmente o véu à filha dela, Marcelina, e
parece que visitava a casa da nobre senhora romana. Todos da família
beijavam a mão de Libério. Ambrósio, ainda criança, depois de se
despedir do Pontífice, tratou de imitá-lo e estendeu a mão aos criados e
à irmã, para que a beijassem. Marcelina recusou-a com bons modos mas
ele respondia: “Não sabes que eu também hei-de ser Bispo?” Dizia
então Ambrósio, por brincadeira, mais do que sabia.
No entanto, era para
isso que a Divina Providência o destinava. Ambrósio era governador de
Milão. Com a morte do Bispo de Milão, chamado Ariano, Ambrósio foi para a
eleição do novo Bispo, a fim de evitar grandes conflitos. Em meio a
confusão, de repente uma criança grita: “Ambrósio, Bispo!”. O Clero e o povo aderiu e todos aclamaram: “Queremos Ambrósio Bispo!”.
O povo teve que teimar durante uma semana, até que vendo nisto a voz de
Deus, Ambrósio que ocupava alto cargo no Império Romano e somente era
catecúmeno, cedeu a vontade do Senhor. O 1° Concílio de Niceia (325)
tinha proibido que subisse ao Episcopado qualquer neófito. Mas o Papa e o
Imperador aprovaram a eleição. Depois de batizado, foi ordenado
sacerdote e logo em seguida Bispo de Milão. Tudo isso no ano de 374.
Providencialmente usou as qualidades de organizador e administrador
para o bem da Igreja, podendo assim atuar no campo pastoral, político,
doutrinal, litúrgico, ao ponto de merecer o título de grande Doutor e
Padre do Cristianismo no Ocidente. Sua figura política ficou marcante,
principalmente quando aplicou ao Imperador uma dura penitência pública
comum, pois teria Teodósio consentido uma invasão à cidade de
Tessalônica, que resultou na morte de muitos. À Imperatriz Justina, que
desejou restaurar a estátua da deusa Vitória, opôs-se valentemente
enquanto viveu. Santo Ambrósio, como homem de Deus, partilhou sua
riqueza material e espiritual com o povo; jejuava sempre; pai carinhoso e
tão grande orador que teve papel importante na conversão de Santo
Agostinho. Deixou muitos escritos e morreu com 60 anos no ano de 397,
após 23 anos de serviço ao seu amado Cristo, com estas palavras: “Não vivi de tal modo que tenha vergonha de continuar vivendo; mas não tenho medo de morrer, porque temos um Senhor que é bom”.
Santo Ambrósio, rogai por nós!
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