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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Papa Bento XVI pede a portugueses que rejeitem casamento gay

O papa Bento 16 apontou nesta quinta-feira o casamento homossexual como uma ameaça "insidiosa" à sociedade, pedindo implicitamente que os portugueses se mobilizem contra um projeto de lei que o legaliza no país.

No ponto alto da sua visita a um país onde 90 por cento da população se declara católica, o pontífice rezou uma missa para 500 mil pessoas pela manhã em Fátima, e à tarde falou a voluntários e trabalhadores sociais da Igreja.

Ali, o papa alemão, de 83 anos, disse ter "apreciado profundamente" as iniciativas em prol dos "valores essenciais e primários da vida", entre os quais "a família, fundada no casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher" -- o que no jargão do Vaticano é uma condenação ao casamento homossexual.

A plateia aplaudiu quando o papa disse que o aborto -- legalizado em Portugal desde 2007 -- e o casamento homossexual estão "entre os desafios mais insidiosos e perigosos que o bem comum enfrenta hoje."

O Parlamento aprovou em janeiro um projeto que autoriza casamentos entre pessoas do mesmo sexo, e o governo socialista rejeitou propostas da oposição de centro-direita para o estabelecimento de parcerias civis entre homossexuais e um referendo sobre o casamento gay.

O presidente Aníbal Cavaco Silva está sob forte pressão da Igreja e de grupos conservadores para não ratificar o projeto. O Parlamento tem o poder de derrubar o eventual veto, mediante nova votação.

Na manhã de quinta-feira, peregrinos carregando cartazes e bandeiras nacionais enfrentaram uma incômoda garoa para recepcionar o papa em Fátima, um dos santuários mais venerados pelos 1,2 bilhão de católicos do mundo. Ali, três crianças teriam tido visões da Virgem Maria, que teria lhes revelado três segredos, em 1917.

Os dois primeiros segredos, logo revelados, continham uma visão do inferno, uma previsão sobre a 2a Guerra Mundial, um alerta de que a Rússia iria "espalhar os seus erros" e um alerta sobre a necessidade geral de oração e conversão a Deus.

O terceiro segredo intrigou o mundo por meio século, até que em 2000 o Vaticano revelou que se tratava de uma antevisão do atentado que o papa João Paulo 2o sofreria em 1981, no dia 13 de maio, mesma data da primeira aparição da Virgem de Fátima aos meninos pastores em 1917.

O santuário recebe cerca de 5 milhões de visitantes por ano, e o comércio para os peregrinos é a principal atividade econômica da região.

Na sexta-feira, o papa visita o Porto, antes de voltar a Roma.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

8 de dezembro - Nossa Senhora da Imaculada Conceição

IMACULADA CONCEIÇÃO, VERDADE DE MARIA E MISSÃO DA IGREJA


Amados irmãos e irmãs

 

Celebramos a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. Celebramo-la, hoje e aqui, quando nos preparamos para a “missão 2010” e na feliz circunstância da ordenação diaconal de alguns irmãos nossos, pertencentes a Institutos Religiosos – Espiritanos e Passionistas.

Tudo isto condiz. E necessariamente condiz, porque a Imaculada Conceição de Maria é a primeira claridade de Cristo, novíssimo Sol que se levanta sobre a terra. Condiz, porque a Mãe que Deus criou para d’Ela nascer no mundo é também a “nova terra” onde já se entrevêem os “novos céus”; terra recriada pela divina graça, para que a aventura humana se refizesse no melhor que sobrara, como esperança, de tanta contradição acumulada em relação ao que o mundo poderia ser; seria, se, desde o princípio, só tivesse havido acolhimento da vontade divina e a desobediência não serpenteasse nos corações humanos.

Desobediência antiga e insistente, que em geral conhecemos, mesmo sem sair de nós mesmos: persiste nos nossos corações, sempre que pretendemos prosseguir só por nós, como se não vivêssemos de Deus e com os outros, para os outros e para Deus, aprendendo a caridade, a única que nunca acabará. Conhecemos – e dramaticamente demais – a insinuação da dúvida, a languidez do desânimo e o sussurro do egoísmo… Serpenteiam realmente e secam-nos as fontes da vida. Vale-nos o que Deus disse à serpente, depois do primeiro ludíbrio, que sofremos em Eva: “Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te esmagará a cabeça…”. Aconteceu finalmente, com a nova Eva e a sua descendência, Jesus Cristo, homem novo que em nós reconstrói a obediência ao Pai, e assim a vida. Retomou-se então, para prosseguir agora, o desígnio divino que São Paulo expressou assim, como há pouco ouvimos e certamente lembramos: “Deus escolheu-nos em Cristo, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, em caridade, na sua presença”.
Não nos pareça desmedido o programa, de sermos santos e irrepreensíveis na caridade e na presença de Deus… Por nós, só por nós, tal seria realmente impossível. Em Cristo e pelo Espírito de Cristo, é caminho aberto e meta atingível, como o verificamos previamente em Maria, para que seja possível na humanidade inteira.
– E porquê previamente em Maria, na sua Imaculada Conceição, como a celebramos hoje? Porque para estar completamente connosco e assim renovar a humanidade de todos, Deus precisou de encontrar um coração que estivesse totalmente com Ele, com disponibilidade e compromisso também totais: para isso preservou Maria de toda a mancha original, ou seja, de toda a resistência ao seu amor, desde o princípio acumulada no coração humano. Graça de Deus que permitiu a incarnação de Cristo em Maria, totalmente assentida e correspondida por Ela. Obra do Espírito, que há de encontrar nos baptizados o idêntico acolhimento e correspondência.
Tudo perpassa no diálogo daquele dia, em Nazaré da Galileia. O Mensageiro divino abeira-se de Maria e saúda-a, com palavras que não nos cansamos de repetir: “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo!”. Revelava-se nelas a verdade de Maria, a “cheia de graça”, imaculado coração que não tinha nada mais senão graça de Deus e acolhimento da sua vontade. Por isso o encontro entre Deus e o homem, isto é, o nascimento de Cristo na humanidade de nós todos, foi possível em Maria, nova terra para o homem novo. Tudo de Deus, na incarnação de Cristo. Tudo para Deus no coração de Maria: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Assim terminou o trecho que ouvimos. Assim e só assim, continua Cristo no mundo, quando os corações dos baptizados estão com o de Maria. 

Por isso mesmo, os autores cristãos, lídimos intérpretes dos corações crentes, não tardaram a olhar a Igreja à luz de Maria, no acolhimento activo da Palavra e da Graça divinas, para a recriação do mundo. Aí se aproximam, sem se confundirem aliás, e sempre por graça divina e em função de Cristo, os dogmas da Imaculada Conceição de Maria e da Conceição Virginal de Jesus, como traz o Catecismo da Igreja Católica, nº 494: “E aceitando de todo o coração, sem que nenhum pecado a retivesse, a vontade divina da salvação, [Maria], entregou-se totalmente à pessoa e à obra do seu Filho para servir, na dependência d’Ele e com Ele, pela graça de Deus, o mistério da redenção. […] Eis porque não poucos Padres afirmam, tal como ele [Santo Ireneu], nas suas pregações, que ‘o nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria […]’; e, por comparação com Eva, chamam Maria a ‘Mãe dos vivos’ e afirmam muitas vezes: ‘a morte veio por Eva, a vida veio por Maria’”. 

Condiz ainda e sempre, a Imaculada Conceição de Maria, com a nossa missão no mundo, porque a graça que a fez “imaculada” faz dos baptizados nova criação também. E com a mesma finalidade, de salvar a todos pela filiação divina, oferecida em Cristo pelo Espírito: Espírito que O incarnou n’Ela e agora O expande na vida e na missão da Igreja. Vida e missão, que têm na consagração religiosa e no sacramento da Ordem expressões fortíssimas e concretizações admiráveis.
- Como tudo isto condiz perfeitamente, amados irmãos e irmãs, na grande harmonia das verdades católicas! Meditemos nestas verdades, tão definitivas e luminosas elas são. E também para as percebermos melhor, caso persista alguma incompreensão sobre este dogma tão deslumbrante e salutar, da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria. 

Com efeito, alguma teologia “liberal” - que melhor chamaríamos “individual”, por ser feita a partir das ideias de um ou outro autor, mais do que da Tradição da Igreja -, tem tendência a reduzir a verdade cristã àquilo que a mentalidade contemporânea queira admitir como gnoseologia possível… Mas havemos de concordar que, nestes termos, nada de original traria propriamente o Cristianismo, que a especulação humana não afirmasse já. 

Nada de original como afirmação e nada de original como prática. Não foi por “lugares comuns” que Cristo morreu por nós e os mártires morreram com Ele; não foi por consensos amenos que se amaram os inimigos e se “deixou tudo” para se fazer próximo dos desconhecidos e contrários… Não foi nem é por mero corolário “religioso” de entendimentos gerais. Da Trindade divina à incarnação do Verbo, da conceição virginal de Jesus à sua realíssima Páscoa – morte real e ressurreição autêntica -, tudo é obra da graça divina, tudo é nova criação do mundo, tudo é novo e novíssimo, não oposto mas estimulante da nossa razão, para que se alargue à realidade inteira, onde finalmente coincidam as aspirações humanas e a própria aspiração divina a ter-nos consigo, totais e eternos. E o que é magnífico no dogma que hoje agradecemos e celebramos é tudo ter começado assim: no coração imenso de Deus e no coração imaculado de Maria. Num lugar recôndito duma Galileia obscura, recriou-se o mundo.

Compreendemos então porque é que a Imaculada Conceição de Maria, a missão da Igreja e o sacramento da Ordem, se unem tão bem nesta única celebração que fazemos. A missão da Igreja não nasce de projectos humanos nem da avaliação de objectivos e meios, no sentido corrente. Implica-os, até certo ponto, mas antecede-os e ultrapassa-os, porque “as coisas de Deus fazem-se com Deus”. 

Da trilogia que João Paulo II nos deixou para a “nova evangelização”, que há-de ser “nova no ardor, nova nos métodos e nova nas expressões”, o mais decisivo é o ardor que tenhamos, em total coincidência com o coração de Deus, que sustenta e salva a criação inteira. – Onde encontraremos um coração assim, fora dos Corações de Jesus e Maria, do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria? E que é o sacramento da Ordem, que ides receber dentro de momentos, caríssimos irmãos, senão a transformação pela graça do vosso próprio coração no coração pastoral de Cristo?

Tudo se liga, de facto, tudo verdadeiramente condiz. Como em vós todos, irmãos e irmãs, no baptismo comum que aqui nos tem e faz crescer em fé e obras.

Deixai-me fazer ainda uma alusão ao facto de Nossa Senhora da Conceição ser Padroeira de Portugal. Não sai do contexto geral desta reflexão. Aluda-se, por belo exemplo, ao Padre António Vieira, altíssimo expoente de portugalidade e fé, de oratória e missão, neste quarto centenário do seu nascimento. É ele mesmo que aproxima a restauração da independência portuguesa (1640 e seguintes) da Imaculada Conceição de Maria, deixando entender que aquele facto nacional só teria sentido definitivo se servisse a restauração do mundo pela graça de Cristo. 

E deixai-me dizer que esta reflexão de Vieira não se esgota no tempo que viveu, tornando-se exortação para os dias de hoje: se nos queremos “restaurar” como sociedade, ultrapassando tantas coisas que nos fariam duvidar de nós próprios – na vida económica e financeira, na vida política e cultural, no campo da solidariedade, da educação e do apoio concreto à vida em todo o seu arco existencial – retomemos a seiva evangélica, que nos deu os melhores momentos do passado para nos garantir as melhores metas no futuro.
Nascemos “Terra de Santa Maria”: façamos do nome um programa, partamos com Ela em missão!

+ Manuel Clemente

Sé do Porto, 8 de Dezembro de 2008