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sábado, 11 de abril de 2009

11 de abril - Sábado Santo - Santa Gema Galgani


Santa Gema Galgani

Em 11 de abril de 1903, também um Sábado Santo, faleceu Santa Gema Galgani, aos 25 anos, após intensos sofrimentos.
Transcrevemos algo sobre Santa Gema Galgani, a "Virgem de Luca". Ao nascer, em 12 de março de 1878, na pequena Camigliano, perto de Luca, na Itália, Gema recebeu esse nome, que em italiano significa jóia, por ser a primeira menina dos cinco filhos do casal Galgani, que foi abençoado com um total de oito filhos.

A família, muito rica e nobre, era também profundamente religiosa, passando os preceitos do cristianismo aos filhos desde a tenra idade. Gema Galgani teve uma infância feliz, cercada de atenção pela mãe, que lhe ensinava as orações e o catecismo com alegria, incutindo o amor a Jesus na pequena. Ela aprendeu tão bem que não se cansava de recitá-las e pedia constantemente à mãe que lhe contasse as histórias da vida de Jesus.


Mas essa felicidade caseira terminou aos sete anos. Sua mãe morreu precocemente e sua ausência também logo causou o falecimento do pai. Órfã, caiu doente e só suplantou a grave enfermidade graças ao abrigo encontrado no seio de uma família de Luca, também muito católica, que a adotou e cuidou de sua formação. Conta-se que Gema, com a tragédia da perda dos pais, apegou-se ainda mais à religião. Recebeu a primeira eucaristia antes mesmo do tempo marcado para as outras meninas e levava tão a sério os conceitos de caridade que dividia a própria merenda com os pobres.

Demonstrava, sempre, vontade de tornar-se freira e tentou fazê-lo logo depois que Nossa Senhora lhe apareceu em sonho. Pediu a entrada no convento da Ordem das Passionistas de Corneto, mas a resposta foi negativa. Muito triste com a recusa, fez para si mesma os juramentos do serviço religioso, os votos de castidade e caridade, e fatos prodigiosos começaram a ocorrer em sua vida. Quando rezava, Gema era constantemente vista rodeada de uma luz divina. Conversava com anjos e recebia a visita de são Gabriel, de Nossa Senhora das Dores passionista, como ela desejara ser.

Logo lhe apareceram no corpo os estigmas de Cristo, que lhe trouxeram terríveis sofrimentos, mas que era tudo o que ela mais desejava. Entretanto, fisicamente fraca, os estigmas e as penitências que se auto-infligia acabaram por consumir sua vida. Gema Galgani morreu muito doente, aos vinte e cinco anos, no Sábado Santo, dia 11 de abril de 1903. Imediatamente, começou a devoção e veneração à "Virgem de Luca", como passou a ser conhecida. Estão registradas muitas graças operadas com a intercessão de Gema Galgani, que foi canonizada em 1940 pelo papa Pio XII, que a declarou modelo para a juventude da Igreja, autorizando sua festa litúrgica para o dia de sua morte.

Santa Gema Galgani, rogai por nós

sexta-feira, 10 de abril de 2009

SEXTA-FEIRA SANTA DA PAIXÃO DO SENHOR

Na Sexta-Feira Santa celebramos a Paixão do Senhor.

Celebrar a Paixão de Cristo não é celebrar simplesmente a morte de Jesus, mas sim sua morte vitoriosa! O profeta Isaias, muito antes da vinda de Cristo, já descrevia a imagem de Jesus sofredor tal como uma ovelha conduzida ao matadouro levando sobre seus ombros todos os nossos pecados. É a imagem de uma ovelha muda, mas não resignada. Jesus, nas palavras de Isaias, assume corajosamente sua entrega total, pois, mediante sua morte redentora, entrega seu amor e sua graça ao ser humano, libertando-o do pecado.

Este é o único dia em todo o Ano Litúrgico em que não se celebra a Santa Missa.


O destaque é para a Palavra de Deus na profecia de Isaias, no Salmo 30 que nos mostra Jesus abandonando-se nas mãos do Pai: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito”. A Carta aos Hebreus (Hb 4, 14-16; 5, 7-9) nos chama a atenção para a obediência de Cristo até a morte de cruz. Por sua obediência, Cristo torna-se o Salvador eterno para todos que têm fé e lhe obedecem.

O Evangelho deste dia é a leitura da paixão segundo João (Jo 18 e 19). O evangelista aqui destaca não apenas os sofrimentos de Jesus enquanto humano, mas sua divindade e sua glória. Ao obedecer ao Pai, a obra da salvação se realiza nele. Para João, Jesus sabe aonde quer chegar, não é apenas uma vítima muda e impotente que cai três vezes sob o peso da cruz; ele tem um sentido, uma meta, um rumo, sua atitude é soberana e nobre. Ele aceita livremente sua paixão. João quer nos mostrar que a cruz assumida por Cristo não é obra do destino, da fatalidade, ela é sim um instrumento de salvação, de redenção de toda a humanidade.

Como afirmei, não há celebração eucarística neste dia, mas há a Comunhão, comungamos das Hóstias que foram consagradas na Quinta-Feira Santa. Lembrando que estamos celebrando a morte vitoriosa de Jesus, nossa Comunhão nos une intimamente ao Cristo Ressuscitado, o mesmo Cristo que se oferece por nós em sacrifício ao Pai. Na Sexta-Feira da Paixão do Senhor celebramos a morte de Jesus na cruz como expressão máxima de seu amor pela humanidade. Sua solidariedade foi tão grande para conosco que “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”, amou-nos até as últimas consequências e deixou-nos um mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13, 34).

A expressão máxima desta celebração é o sofrimento de Jesus. Sofrimento que se solidariza com o sofrimento humano. Deus não deseja e nem quer o sofrimento de ninguém, mas há sofrimentos humanos que não se explicam, pois, entram no mistério. Quantas pessoas inocentes sofrem; quantas crianças sofrem pela falta de solidariedade, pela ganância, pelo egoísmo, pela má distribuição da renda, enfim, são seres inocentes. Por que? Encontrar explicações para o sofrimento de seres humanos inocentes torna-se difícil. Jesus ao solidarizar-se com o sofrimento humano nos mostra sua busca e vivência do amor. O amor não cria sofrimento, ele gera a vida e, Cristo quer vida e vida plena para todos.

Neste dia deve ser observado o jejum (exceto para crianças, enfermos e idosos). Em todo o Ano Litúrgico, esse é um dos dois dias em que se jejua; o outro é o da Quarta-Feira de Cinzas, quando iniciamos a Quaresma. Mas, qual o valor do jejum? Ele tem valor quando está voltado aos meus semelhantes. Deixo de comer algum alimento ou mesmo uma guloseima e destino o valor que gastaria para os mais necessitados. Ele tem valor quando faço “jejum da língua”, deixando de tecer comentários sobre os outros, principalmente quando esse comentário denigre a pessoa do outro. O valor do jejum está presente quando deixo de fazer uma refeição no dia e envio esta refeição a alguma pessoa que sei, passa fome. Fazer o jejum do não-desperdício, respeitando e usando cada coisa conforme a finalidade para a qual foi criada por Deus.

Devo buscar a “minha maneira de jejuar”, isto é, o que de fato posso fazer de concreto pelo meu irmão, o meu próximo, ajudando-o, promovendo-o, oferecendo-lhe condições de uma vida digna. Para isso, o profeta Isaias nos ajuda ensinando-nos o jejum que tem valor: “O jejum que eu quero é este: abrir as prisões injustas... partilhar teu pão com o faminto, hospedar os pobres sem teto, vestir aquele que vês nu, e não te fechares à tua própria carne”.

Enfim, celebrar a Sexta-Feira da Paixão do Senhor é assumir a cruz com Cristo. Mataram Jesus, mas Ele voltou! Ele ressuscitou! Ele venceu o mundo! Ele confirmou o que tinha dito: “Ressuscitarei no terceiro dia!” Por isso, celebrar a Paixão de Cristo é sobretudo celebrar a esperança da vida que vence a morte, é crer na ressurreição, é crer na vida nova gerada em Cristo Jesus!

Autor: Luiz Alberto Massarote

FELIZ PÁSCOA

São os sinceros votos dos editores do Blog Catolicismo Brasil

Sexta-feira Santa

SEXTA-FEIRA SANTA

A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.

São João, teólogo e cronista da paixão nos leva a contemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto.

A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia. Jesus é Rei. O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte. É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.

A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus. E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho.

Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.

A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria comtempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.

O soldado que traspassou o lado de Cristo no lado do coração, não se deu conta que cumpria uma profecia realizava um últmo, estupendo gesto litúrgico. Do coração de Cristo brota sangue e água. O sangue da redenção, a água da salvação. O sangue é sinal daquele maior amor, a vida entregue por nós, a água é sinal do Espírito, a própria vida de Jesus que agora, como em uma nova criação derrama sobre nós.

A Celebração

Hoje não se celebra a missa em todo o mundo. O altar é iluminado sem mantel, sem cruz, sem velas nem adornos. Recordamos a morte de Jesus. Os ministros se prostram no chão frente ao altar no começo da cerimônia. São a imagem da humanidade rebaixada e oprimida, e ao mesmo tempo penitente que implora perdão por seus pecados.
Vão vestidos de vermelho, a cor dos mártires: de Jesus, o primeiro testeunho do amor do Pai e de todos aqueles que, como ele, deram e continuam dando sua vida para proclamar a libertação que Deus nos oferece.

Após é dado inicio a Celebração da Palavra

Na sequência ocorre a Adoração da Cruz

Depois das palavras passamos a um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da Santa Cruz é apresentada solenemente a Cruz à comunidade, cantando três vezes a aclamação:

"Eis o lenho da Cruz, onde esteve pregada a salvação do mundo. Ó VINDE ADOREMOS", e todos ajoelhados uns instantes de cada vez, e então vamos, em procissão, venerar a Cruz pessoalmente, com um genuflexão (ou inclinação profunda) e um beijo (ou tocando-a com a mão e fazendo o sinal da cruz ); enquanto cantamos os louvores ao Cristo na Cruz

Segue A comunhão

Desde de 1955, quando Pio XII decidiu, na reforma que fez na Semana Santa, não somente o sacerdote - como até então - mas também os fiéis podem comungar com o Corpo de Cristo.

Ainda que hoje não haja propriamente Eucaristia, mas comungando do Pão consagrado na celebração de ontem, Quinta-feira Santa, expressamos nossa participação na morte salvadora de Cristo, recebendo seu "Corpo entregue por nós".

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Quinta-feira Santa

Quinta-Feira Santa

A Igreja Católica Apostólica Romana inicia, nesta noite, com a missa tarde da Ceia do Senhor o Tríduo pascal: a celebração da morte e da ressurreição do Senhor. Somos convidados a acompanhar Jesus nos momentos derradeiros de sua vida terrena e “revestir-nos dos mesmos sentimentos de Cristo” ao reviver os mistérios centrais de nossa fé

O centro da celebração da Quinta-Feira Santa é a instituição da Eucaristia e do sacerdócio ministerial e o novo mandamento do amor que Jesus deu aos seus discípulos.

São João, o autor do quarto evangelho, não narra a instituição da Eucaristia, provavelmente, porque os outros três evangelhos e São Paulo já o haviam feito e, além do mais, quando João escreveu o seu evangelho no final do primeiro século, a celebração da eucaristia já era corrente nas comunidades cristãs.

Sabemos pelos evangelhos sinóticos e pela primeira carta de Paulo aos coríntios que escutamos há pouco que, na noite, antes de sua Paixão, Jesus instituiu a Eucaristia. “O Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. Depois da ceia, tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.

Jesus instituiu a Eucaristia, que é o sacramento, o memorial perpétuo das maravilhas de Deus realizadas por seu Filho Jesus. Jesus dá um sentido totalmente novo a páscoa judaica que ele celebrou com os seus discípulos, na noite, antes de ser entregue. A Páscoa judaica, como escutamos na primeira leitura do livro do Êxodo, é o memorial, isto é, a atualização da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito.

Na ceia, Jesus antecipa nos sinais do pão e do vinho o seu sacrifício e a entrega que ele fará no dia seguinte. O pão e o vinho são um sinal real e eficaz de Jesus que se entrega à morte para a salvação de todos num ato extremo de amor e de solidariedade para com a humanidade. É a nova e eterna aliança de Deus com a humanidade, selada no seu sangue.

Por duas vezes, Paulo cita as palavras de Jesus: “Fazei isto em memória de mim”. Jesus ordena, portanto, aos seus discípulos, constituindo-os sacerdotes do Novo Testamento e àqueles que na Igreja participariam ministerialmente do seu sacerdócio pela ordenação que repetissem essas suas palavras, esse seu gesto de geração em geração, até a sua volta.

Agradeçamos a Jesus a instituição da Eucaristia, memorial, atualização do sacrifício da Cruz, presença salvífica de Jesus em nosso meio, alimento espiritual e garantia de vida eterna. Rezemos pelos nossos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais para que não nos falte santos qualificados e numerosos ministros para anunciar a Palavra de Deus, administrar os sacramentos e servir o povo de Deus.

No lugar da instituição da Eucaristia, São João narra a cena do Lava-pés.

Durante a ceia com seus discípulos, “Jesus levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”.

Participar da Eucaristia, comungar o corpo e o sangue de Cristo, é comprometer-se a fazer da própria vida uma entrega fraterna e solidária aos nossos irmãos, especialmente, aos mais necessitados, os enfermos, os pobres, as pessoas com deficiência, os anciãos, as crianças. É importante que ao procurarmos ajudar os outros, contribuamos para que aqueles que ajudamos sejam sujeitos de sua própria promoção e não só destinatários de mera assistência, de simples ajuda. Dessa forma, estaremos colaborando para a promoção das pessoas e evitando o perigo de continuar perpetuando a desigualdade social.

Dom Raymundo Damasceno Assis - Arcebispo Metropolitano de Aparecida - SP

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Santa Gemma Galgani - Autobiografia

A autobiografia de Santa Gemma Galgani.

"O quaderno dos meus pecados"

Explicações tidas pelo Anjo da Guarda:
Do Diário de Gemma Galgani (alg
uns trechos).


(Autobiografia da Santa, que o demônio tentou queimar)

Na manhã do dia 25 de março, Jesus se fez presente à minha alma mais vezes: sentia um recolhimento interno, que por graça de Deus nada podia me distrair; ao meio dia sinto que o meu anjo me bate no ombro e me diz:

- Gemma, venho em nome de Jesus a exaurir a sua promessa.

Não sabia o que pensar; fiquei admirada em escutar aquelas palavras.

- Filha, acrescentou, eu sou o teu guarda, mandado de Deus; eu venho para fazer-te entender um mistério, maior que todos os outros mistérios.

Era estupefata, ainda não entendia... O meu anjo percebeu e me disse:

- Lembras, 12 dias atrás, aquilo que te prometi?

Pensei e logo me veio à mente.

- Sabes, oh minha filha, que eu te falarei sobre Maria Santíssima, de uma moçinha tão humilde diante do mundo, mas de uma infinita grandeza diante de Deus; te falarei da mais linda, da mais santa de todas as criaturas; da filha predileta do Altíssimo, daquela que vinha destinada à incomparável dignidade de mãe de Deus.

... Era já noite adentro e Maria Santíssima estava sozinha no seu quarto: rezava, era toda compenetrada em Deus. De repente aparece uma grande luz naquele mísero quarto e o arcanjo, transformando-se em corpo humano e circundado de um numero infinito de anjos, vai perto de Maria, reverente e majestoso. A reverência como Senhora, sorri a Ela como anunciador de uma bela noticia e com doces palavras assim lhe diz: "Ave, ó Maria, o Senhor é com ti. A bendita tu és entre todas as mulheres". O belo, o grande e sublime augúrio, que na terra nunca se escutou nem se escutará jamais!

..."Apenas o arcanjo celeste pronunciou estas palavras, silenciou, quase esperando o sinal dela para explicar a sua divina embaixada. Maria porém, escutando a surpreendente saudação, se inquietou; se calou e pensava. Mas talvez crias, ó filha minha, que à Maria não tivessem descido os anjos do paraíso? Ela a cada momento gozava da visita e dos doces colóquios... Ela não vai investigar na sua mente o significado misterioso, mas se inquieta porque; acredita ser indigna da saudação Angélica. Ah! Filha minha",
me repetia,
"se Maria tivesse sabido quanto a sua humildade fosse de agrado ao Senhor, não se teria sentido indigna dos obséquios de um anjo. "Como, dizia para si mesma, "um anjo de Deus me chama cheia de graça, enquanto eu me reconheço não merecedora de qualquer divino favor? "Como, pensava Maria, "um anjo do paraíso me chama bendita entre as mulheres, enquanto sou entre as mulheres a mais inútil, a mais vil, a mais objeta? Qual mistério se esconde atrás do véu desta sublime saudação?...

"À saudação do anjo, Maria não havia dado nenhuma resposta; então Gabriel para acalmá-la repetiu: "Não temer, ó Maria, tu és a única que encontrou graça diante o Altíssimo. Deste momento conceberás no teu seio um filho, o chamará com o nome de Jesus e de todos será chamado Filho do Altíssimo: a ele será dado o trono de Davi, reinará em eterno e o seu reino não terá fim". Com estas sublimes palavras o arcanjo explicou tudo o que devia a Maria...

... O anjo já havia manifestado a Virgem o mistério da grande missão, isto é, que Ela estava para ser a mãe do Filho do Altíssimo. Mas Ela, olhando na direção do anjo, lhe disse: "E em que modo poderá acontecer isto, se conservo o meu candor virginal?" (Já tinha sido prognosticado por Isaías, que dizia que o Cristo devia nascer da mãe virgem)... Saiba, aqui me disse o meu anjo, "que Maria Santíssima, com um exemplo jamais ouvido, desde do início da sua vida tinha consagrado ao celeste esposo das almas castas a sua flor virginal e, mesmo que não fosse sujeita a tentações, não havia deixado de conservar aos seus lírios entre os espinhos da mortificação.

"Refleti", me dizia, "como Maria Santíssima silenciou a todas as coisas que se referiam ao grande mistério, somente falou e se demonstrou aberta, quando ouviu tratar do seu puro candor e se colocou perto daquele anjo de Deus com doce vontade… Entendeu, ó filha, quanto Maria amasse esta bela, Angélica, celeste virtude? Mas quem acreditas tu que a amasse mais? Jesus ou Maria? Certamente Jesus que nunca teria escolhido uma mãe, se não virgem pura, imaculada.

O anjo Gabriel respondeu:

"Maria, o Espírito Santo descerá sobre ti, a virtude sublime do Altíssimo te cobrirá; e porém aquele que nascerá da ti santo será o verdadeiro Filho de Deus. A este ponto te informo que Isabel, tua parente, na sua velhice concebeu um filho e é já ao sexto mês, aquela que dizia ser estéril, porque lembras que a Deus nada é impossível".

O anjo Gabriel continuou a Maria Santíssima com estas palavras:

"Estai tranqüila e consola-te, ó virgem bendita: o divino Espírito será aquele que descerá para fecundar as tuas vísceras imaculadas. A onipotente virtude do Altíssimo operará em ti um novo prodígio que, conservando ao mesmo tempo a honra de virgem, te dará a alegria de mãe. O santo, que conceberás no teu seio, não será que o Filho de Deus".

Com estas palavras o arcanjo Gabriel revelava o arcano, explicava o mistério, tranqüilizava Maria.

"Enfim tudo foi feito, não faltava que a última palavra de Maria, para que a virgem fosse mãe de Deus. O Verbo divino, gerado do Pai no esplendor dos santos, não devia ter pai na terra, assim como mãe não teve no céu. E Maria, sendo eleita genitora do Unigênito do divino Pai, se transformava do mesmo Pai, a unigênita filha. Sendo Ela a virgem que devia dar os humanos, membros ao Verbo divino; era elevada à dignidade de Mãe do Filho de Deus. Sendo Maria aquela, sobre a qual teria descido o Espírito Santo, que coberta com a Sua virtude onipotente a teria feita mãe virgem de um filho Deus, era por isso elevada à grandíssima honra de esposa ao Espírito Santo.

"Explicado o enigma, tranqüilizada completamente a virgem, o mensageiro divino silenciava, ansioso esperando a sua resposta, isto é, a autorização de Maria à encarnação do Verbo eterno... e Ela responde:

"Eis a serva do Senhor, seja feito de mim segundo a tua palavra".

Tudo é feito, Maria é a mãe do Filho do Altíssimo. A estas palavras exulta o céu, se consola o mundo inteiro. O anjo reverente se prostra diante à sua Senhora e depois pega o vôo e volta ao paraíso.

Maria, no ato de aceitar a altíssima dignidade de Mãe de Deus, se declarava humildemente serva do Senhor. Esta humildade profundíssima, em que a encontrou recolhida e quase abandonada, o anjo do Senhor, não faltou à gloriosa saudação e a mais gloriosa proposta de ser a mãe do Verbo divino.

"Maria tinha então proferido o prodigioso Fiat (sim), e em um instante, formado do divino Espírito no seu seio, da puríssima virginal substância, um tenro e perfeito corpinho e unindo uma alma humana, se juntaram em simbiose, à divina Pessoa do Verbo. O milagre! Aquele Deus, que não pode ser contido na grandeza dos céus, está dentro do ventre de Maria. Aquele Deus, que sustenta com um dedo a grande máquina do universo, é sustentado pelo puro seio de uma virgem. Quem pode dizer portanto qual seja a grandeza da alegria que inundou e incendiou a alma de Maria naquele feliz momento em que se transformou em mãe do Filho de Deus? O Rei dos Reis, o grande Senhor dos dominantes colocou o seu trono no seio de Maria. Um infinito gáudio inundou Maria, quando se fixou na infinita luz e pode mirar os arcanos esplendores da divindade.

Aceitando Maria a incomparável dignidade de mãe de Deus, aceitava o generoso dever de mãe do humano gênero.

Devemos alegrar-nos: Maria, dando o seu consentimento ao anjo, nos adotou como filhos e se transformou na mãe de todos nós.

Mais alguns Trechos do Diário de Gemma Galgani

... Era de muito tempo que suplicava a Jesus a fim de que me tirasse todos os sinais externos, mas Jesus invés acrescentou um outro; me fez experimentar pequenas partes da sua flagelação; as dores das mãos, pés, cabeça e coração acrescentou também alguns outros. Seja sempre agradecido. Lá pelas cinco horas comecei a sentir uma dor tão forte dos meus pecados, que me parecia de estar fora de mim: mas a este pavor logo apareceu a esperança na misericórdia de Deus e logo me acalmei.
... Não experimentava ainda nenhuma dor; depois de mais ou menos uma hora me pareceu de ver o meu anjo da guarda que tinha na mão duas coroas: uma de espinhos, feita a forma de chapéu e a outra de lírios branquíssimos.

A primeira impressão este anjo me deu um pouco de medo, mas depois, alegria; juntos adoramos a grandeza de Deus, gritamos; "Viva Jesus!" forte e depois, mostrando-me as duas coroas, me perguntou qual preferia. Não quis responder, porque padre Germano me o havia proibido, mas insistiu, dizendo-me que era ele que o mandava e para dar-me um sinal que verdadeiramente era ele que o mandava, me benzeu na maneira que era hábito ele fazer e fez a oferta de mim ao eterno Pai, dizendo-me que esquecesse naquela noite a mim mesma e pensasse aos pecadores.

Fui influenciada por estas palavras e respondi ao anjo que escolheria aquela de Jesus; me mostrou aquela de espinhos e me a deu; a beijei diversas vezes e o anjo desapareceu, depois de tê-la colocada sobre a minha cabeça.

Comecei então a sofrer, nas mãos, pés e na cabeça; mais tarde, no corpo inteiro e sentia fortes socos. Passei a noite deste modo; com força me levantei na manhã seguinte, para não dar na vista; os socos e as dores até as duas horas; nesta hora apareceu o anjo (e para dizer a verdade, quase não podia ficar em pé) e me fez estar bem, dizendo-me que Jesus tinha tido compaixão de mim, porque sou pequenina e era incapaz de chegar a sofrer até a hora que Jesus expirou.

Depois estive bem; porém eu sentia todos os ossos e mal me podia agüentar em pé. Mas uma coisa me afligia: via que os sinais não tinham desaparecido, nos braços e em qualquer outra parte do corpo (notei enquanto me vestia) havia manchas de sangue e alguns sinais de socos. De manhã, quando fiz a comunhão, rezei com mais fervor a Jesus, que me tirasse os sinais e me prometeu que no dia da sua Paixão me teria tirado. Soube que a Paixão era terça-feira e sextas-feiras, não deveriam mais passar.
A última sexta-feira, os sinais na cabeça, nas mãos, nos pés e no coração não mais existiam; mas Jesus pela segunda vez me fez sentir novamente alguns socos: veio-me um pouco de sangue em algumas partes do corpo, mas espero que Jesus logo me tirará também estas.

... Hoje que eu pensava de estar livre daquela fera, invés ela me atormentou muito. Eu fui com a intenção de dormir mas aconteceu tudo uma outra coisa:

Começou com socos que temi pudessem me fazer morrer. Era na forma de um grande cão todo preto e me colocava as pernas sobre os meus ombros; mas me fez muito mal porque me fez sentir todos os ossos.

As vezes acredito que ele me segurasse, aliás uma vez, tempos atrás, no pegar a água benta, me torceu tão forte o braço, que cai no chão com grande dor e então me tirou o osso do lugar; mas logo voltou, porque me tocou Jesus e tudo retornou ao normal.

... Ontem aconteceu a mesma coisa: fui para dormir e adormeci, mas o demônio não, parecia que não tinha vontade. Se mostrou de uma maneira suja, me tentava, mas fui forte. Dentro de mim pedia a Jesus que preferia que me tirasse a vida do que dever ofendê-lo. Que tentações horríveis são aquelas! Todas me desagradam, mas aquelas contra a santa pureza quanto me fazem mal!

Depois para colocar-me em paz, veio o anjo da guarda e me tranqüilizou dizendo que eu não havia feito mal algum. As vezes reclamo porque gostaria que me viesse ajudar em determinados momentos, e me diz: Que eu o veja ou não, está sempre acima da minha cabeça; e ontem, porque Maria Santíssima Adorada me ajudou de verdade e fui muito forte, me prometeu que à noite teria vindo Jesus a ver-me.

... Esta sexta-feira sofri muito mais, porque fui obrigada a fazer pequenas coisas, e a cada movimento pensava de morrer. Minha tia me tinha impedido de trazer para cima um pouco de água: fiz com dificuldade, e me parecia (mas era tudo idéia minha) que as espinhos me fossem ao cérebro e me começou a cair uma gota de sangue das têmporas. Me limpei rápido. Me perguntou se eu tinha caído e quebrado a cabeça; lhe disse que tinha-me arranhado com a corrente do pescoço. Depois fui procurar as freiras; eram 10 horas e fiquei com elas até às 5. Voltei para casa, mas Jesus já tinha feito desaparecer tudo.

... Fui dormir com a firme intenção de dormir; o sono não demorou a vir e me apareceu quase logo um homem pequeno, pequeno, de cor perto e de pelo preto. Que susto! Pousou as mãos sobre a cama, pensei que quisesse surrar-me. Não, não, não posso te surrar, não te amedronte, e no dizer isso, ia se alongando. Chamei Jesus em minha ajuda, mas não veio; nem por isso me deixou: depois de ter invocado o nome de Jesus, me senti logo livre, mas foi tudo de repente.

... Tinha terminado as orações: fui para a cama. Quando o anjo teve de Jesus a permissão de vir, voltou e me perguntou:

- "Quanto tempo faz que não rezas pelas almas do purgatório?... "A cada pequena pena que sofres, as alivia; também ontem e hoje, se tu tivesses oferecido a elas aquele pouco...".

Mas respondi um pouco admirada:

- "Me doía o corpo; e se as dores do corpo aliviam as almas do purgatório?

- "Sim", me disse; "sim, filha; o menor padecimento as alivia".

Prometi-lhe então que daquele momento em diante qualquer coisa seria oferecido por elas.
... Eram mais ou menos nove e meia, eu estava lendo: de repente sinto uma mão apoiada ligeiramente sobre o meu ombro esquerdo. Girei apavorada; tive medo, pensei em chamar, mas não o fiz. Me girei e vi uma pessoa vestida de branco: vi uma mulher, a olhei e o seu olhar me fez entender que não havia nada a temer:

- "Gemma", me disse depois de alguns minutos, "me conheces?".

Eu disse que não, porque bem que podia dizer; e ela acrescentou:

- "Eu sou a irmã Maria Teresa do Menino Jesus; te agradeço muito por ser tão primorosa porque logo possas alcançar a minha eterna felicidade".

... Naqueles momentos o anjo da guarda me sugeria ao ouvido:

- "Mas a misericórdia de Deus é infinita".

Me acalmei. Comecei logo a padecer muito na cabeça: eram mais ou menos dez horas. Quando fiquei sozinha, me coloquei na cama: sofri um pouco, mas Jesus não demorou a aparecer, mostrando-se, também ele, que sofria muito. Lhe lembrei os pecadores, pelos quais também Ele me estimulou a oferecer todos os meus pequenos padecimentos ao eterno Pai em nome deles.

... Depois do que me aconteceu, teria sabido com prazer que alguma coisa quisesse dizer aquela luz que saia das chagas, em particular da mão direita, com a qual me abençoou.

O anjo da guarda me disse estas palavras:

"Filhinha, neste dia a benção de Jesus derramou sobre ti uma abundante graça".

Os dois Santos foram quase contemporâneos.

Francisco Forgiane (Padre Pio) de 9 anos, mais jovem que Gemma, aos 5 anos sente o desejo de ser totalmente de Deus e inicia a experimentar os primeiros fenômenos sobrenaturais e durante o seu noviciado (1903-1904) experimenta plenamente a sua experiência mística (Gemma tinha apenas morrido).

A semelhança entre as suas experiências com aquelas de Gemma o leva a intuir e reconhecer que Gemma é aquela que pode ajudá-lo a compreender o que está vivendo na própria carne.
Como Gemma também Padre Pio deve lutar com o demônio, tem as mesmas experiências celestes feitas de revelações, presenças Angélicas, de Cristo e da Virgem Maria. Vive depois a dolorida experiência das estigmatizes, no inicio invisíveis, por quase 8 anos e depois manifestadas e permanentes.

Padre Pio se reconhece plenamente nas mesmas excepcionais experiências místicas de Gemma, dela descritas com uma linguagem muito simples e a escolhe como modelo. Na verdade em muitas suas cartas (mais ou menos 50) existem frases e expressões típicas da linguagem de Santa Gemma tiradas das suas cartas, diário e escritos.
Padre Pio tenha lido os escritos de Gemma se encontra a confirma em uma sua carta a padre Bento datado 2 maio 1921. Assim escreve:

"Venho a pedir-te uma caridade: teria a vontade de ler o livrinho "Cartas e êxtase da serva de Deus Gemma Galgani, junto com aquele outro da mesma serva de Deus, que se chama "A hora Santa". Certo que ela achando justo este meu desejo, me os procurará. Agradeço e peço a sua benção. O seu Frei Pio.

Santo Padre Pio recomendava a vários seus filhos espirituais à devoção a Gemma que chamava "A Grande Santa" e quando falava dela se comovia até as lágrimas e convidava os devotos visitadores a conhecer esta alma predileta.

Frequentemente Padre Pio convidava em Lucca diversos peregrinos vindos da Toscana e de algumas Regiões do Norte da Itália: "O que vocês vem fazer aqui? A pedir graças? Correis a Lucca que é mais perto de vós, porque lá está Santa Gemma, que é uma Santona".
Santa Gemma Galgani e S. Padre Pio
espalharam por todo o mundo o perfume de santidade e nós atordoados não resta que louvar Deus com agradecimentos por ter-nos doado criaturas tão resplendentes de amor e de virtude.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Catolicismo Romano, será mesmo cristão?


Será mesmo Cristão o Catolicismo Romano?








Dom Estevão Bettencourt

Revista ´´Pergunte e Responderemos´´ nº 452 Em Síntese: Eis mais um livro de origem protestante que visa a atacar a Igreja Católica de maneira sectária ou preconceituosa, com distorção da verdade. O artigo abaixo se detém sobre alguns tópicos das objeções levantadas e mostra a sua inconsistência.

Hugh P. Jeter escreveu um livro, que, entre muitos outros, procura impugnar a Igreja Católica, seu Credo e sua história.

Intitula´se: ´´Será mesmo cristão o Catolicismo Romano?´´. A Redação de PR recebe vários escritos de tal natureza por parte de pessoas que pedem uma resposta às objeções levantadas. A nossa Redação já tem escrito repetidamente sobre tais assuntos: como quer que seja, [a seguir] serão focalizados alguns aspectos dos mais representativos do livro de H. Jeter e de escritos congêneres. De modo geral pode´se dizer que tais obras se caracterizam por:

Alusões falsas ou preconceituosas à Igreja. Os autores armam um fantoche não católico e atiram nele, tencionando atacar a Igreja Católica.

Citação parcial da Bíblia, pondo em relevo apenas os textos que correspondem ao pensamento do autor e omitindo os demais.

Tom proselitista dissimulado sob o aspecto de querer bem ao irmão católico.

1. A Igreja

Da pág. 11 à pág. 24, H. Jeter trata da Igreja. Eis algumas de suas afirmações:

1. Ao referir´se a Mt 16,13´18, Jeter escreve:

´´Existe uma diferença entre petros (Pedro) e petra. Petros significa ´um pedaço maciço de pedra´. Parece que o Senhor estava usando um jogo de palavras e dizia o seguinte: ´Pedro, tu és uma pequena pedra, mas sobre esta pedra maciça eu construirei a minha Igreja´´´ (pág. 13).

A propósito, o autor parece esquecer que Jesus não falou em grego, mas em aramaico. Se em grego o trocadilho é falho, em aramaico ele é exato, pois versa sobre Kepha...Kepha. Jesus mudou o nome de Simão para Kepha em Jo 1,42, preparando assim, desde a vocação de Pedro, a promessa de primado que lhe faria em Mt 16,18. De resto, está averiguado que é mais fácil entender o texto do Evangelho traduzido do grego para o aramaico (língua de Jesus e dos primeiros pregadores) do que o texto grego canônico. Outro exemplo seria o uso de adelphoi em grego, palavra que traduz o aramaico ´ah, cujo significa é mais amplo do que o grego adelphoi (irmãos).

O autor H. Jeter nos diz que o Novo Testamento só conhece um fundamento da Igreja: o Cristo Jesus, mencionado em 1Cor 3,11. Observemos contudo que o Senhor que disse ser a luz do mundo (cf. Jo 8,12; 9,15; 12,46), atribui o mesmo título aos seus discípulos (cf. Mt 5,14): por meio de Pedro, e mais fundo que Pedro, Cristo fica sendo a Rocha, o fundamento invisível da Igreja. É esse mesmo Jesus que ´´possui a chave de Davi, que abre de modo que ninguém fecha, que fecha de sorte que ninguém abre´´ (Ap 3,7). Em Cristo e em Pedro, portanto, residem análogos poderes (designados pelas mesmas metáforas); é de Cristo que eles dimanam para o Apóstolo, de sorte que este vem a ser o Vigário ou Representante de Jesus na terra.

O texto de Mt 16,13´19 é muito claro em favor do primado de Pedro. Jeter o impugna e não cita dois outros textos que corroboram o mesmo primado:

Lc 22,31s: ´´Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; eu, porém, roguei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando te converteres, confirma teus irmãos´´.

Jo 21,15´17: ´´Jesus disse a Simão Pedro: ´Simão, filho de João, tu me amas mais do que esses?´ Ele respondeu: ´Sim, Senhor, tu sabes que te amo´. Jesus lhe disse: ´Apascenta as minhas ovelhas´. Pela segunda vez lhe disse: ´Simão, filho de João, tu me amas?´ ´Sim, Senhor´, disse ele, ´tu sabes que te amo´. Disse´lhe Jesus: ´Apascenta as minhas ovelhas´. Pela terceira vez disse´lhe: ´Simão, filho de João, tu me amas?´ Entristeceu´se Pedro porque pela terceira vez lhe perguntara: ´Tu me amas?´ e lhe disse: ´Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que te amo´. Jesus lhe disse: ´Apascenta as minhas ovelhas´.´´

O fato de que Pedro e seus sucessores foram fracos do ponto de vista moral indica bem que não é o homem quem rege a Igreja, mas é Cristo mediante os homens que Ele quer escolher e que são meros instrumentos do Senhor. Este governa a Igreja prolongando, de certo modo, o mistério da Encarnação, isto é, utilizando a precariedade humana como canal de graça e salvação.

2. À pág. 15 escreve H.P.Jeter:

´´Se a Igreja Católica é infalível em doutrina, por que então através dos séculos tantas doutrinas têm sido mudadas e outras acrescentadas?

Por que já não são ensinados os poderes temporais da Igreja como enumerados por Pio IX?

Por que já não se pratica a Inquisição? Por que deixaram o ensino acerca do Limbo desde o Concílio Vaticano II?

Por que foram acrescentadas mais algumas coisas às doutrinas e práticas já aprovadas: a transubstanciação (1215 dC), a confissão auricular (1215 dC), a do Purgatório (proclamada em 1438 dC), a infalibilidade papal (1870 dC), a imaculada conceição de Maria (1854 dC) e a ascensão de Maria (1850 dC)?´´

Em resposta, dir´se´ia:

O poder temporal da Igreja não é artigo de fé. Trata´se de um fator contingente, que contribui para o livre exercício da missão pastoral do Papa; não subordinado a um poder civil, pode ele mais desimpedidamente cumprir sua tarefa de Pastor Universal.

A Inquisição também nunca foi matéria de fé. Era tida como um dever de consciência dos cristãos medievais, que não podiam conceber uma sociedade pluralista como ela é hoje; nem os maiores Santos da Idade Média protestaram contra ela. Quanto à Inquisição de Espanha e Portugal, a partir do século XV, tornou´se mais e mais o joguete dos monarcas que assim desajavam unificar a população de seu país, à revelia mesmo das intervenções da Santa Sé.

A doutrina do Limbo nunca foi declarada artigo de fé. Tornou´se doutrina comum a partir de S. Anselmo de Cantuária (+1109). Hoje em dia a Teologia propõe outro modo de encarar a sorte das crianças que morrem sem Batismo.

A Transubstanciação é a conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo, de acordo com as afirmações do próprio Jesus em Jo 6,51´58; Mt 26,26´28; Mc 14,23´24; Lc 22,19; 1Cor 11,23´25. A fidelidade à Bíblia, que os protestantes tanto professam, exigem que se entendam as palavras do Senhor em todo o seu realismo, como foram entendidas durante dezesseis séculos e até hoje são entendidas tanto por católicos como por orientais ortodoxos.

A Confissão Auricular é praxe fundamentada no próprio Evangelho, onde Jesus transmite aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados (cf. Jo 20,22s). Para poder exercer a faculdade de perdoar ou não perdoar em nome de Cristo, deve o ministro poder avaliar o estado de alma do penitente ´ o que só é viável se este manifesta o que lhe vai no íntimo.

A crença na existência do Purgatório, longe de ter sido aceita em 1438 (por que tal data?), remonta ao século II aC, como professa 2Mc 12,39´45. É de notar que Lutero não quis reconhecer como canônico este livro da Bíblia dos cristãos; eliminou´o do catálogo sagrado.

A Infalibilidade Papal é professada desde os primeiros séculos, não com a clareza de que goza em nossos dias, mas de maneira tal que os historiadores a identificam no decorrer dos séculos. [...]

A Imaculada Conceição de Maria é deduzida do fato de que Maria, chamada a ser a Mãe de Deus feito homem, não pode ter estado alguma vez sujeita ao pecado. Tal verdade de fé não é explicitamente enunciada nos Evangelhos porque estes não foram escritos para relatar traços de Mariologia; Maria aí só aparece tão somente como a Mãe de Jesus, que é a figura central do texto sagrado. Todavia, a Tradição Oral professou tal artigo de fé.

A Assunção (não Ascenção) de Maria é conseqüência da vitória de Maria sobre o pecado: aquela que nunca esteve sob o domínio do pecado, não podia ficar nas garras da morte, que, como refere São Paulo (Rm 5,12´17), resulta do pecado dos primeiros pais.

3. Às págs. 15 e seguinte, escreve H. P. Jeter:

´´Se a Igreja Católica é infalível, por que Mussolini, sendo católico, invadiu a Etiópia? Por que existiu a Inquisição em países como a Espanha e Portugal, que se dizem católicos? Por que espanhóis e portugueses não queriam permitir que suas colônias se emancipassem? Por que proibiram aos leigos a leitura da Bíblia e em outras épocas a recomendaram?´´

A resposta a tais questões não é difícil, como se depreenderá:

Mussolini não invadiu a Etiópia a mando da Igreja Católica. Embora seja filho da Igreja, um católico pode errar: o próprio Senhor Jesus predisse que no seu campo haveria trigo e joi; Ele não quer que se arranque o joio antes do fim dos tempos. O Papa ultimamente tem pedido perdão pelos pecados dos filhos da Igreja infiéis à sua Santa Mãe. Distingamos entre pessoa e pessoal da Igreja; a pessoa é a Igreja enquanto vivificada pelo Cristo ou como Esposa sem mancha nem ruga (Ef 5,27); o pessoal da Igreja são os filhos da Igreja, nem sempre dóceis aos ensinamentos de sua Mãe. [...]

Sobre a Inquisição já foi dito algo neste artigo. É de notar que na península ibérica a Inquisição foi muito manipulada pelos monarcas, desejosos de eliminar de seus territórios judeus e muçulmanos. A Inquisição Espanhola, extinta no começo do século XIX, era dita ´´Inquisição Régia´´.

Nenhum dos países colonizadores viu com prazer a descolonização de suas posses na África ou na Ásia. As razões para tanto eram complexas. Tal atitude não afeta a infalibilidade da Igreja.

Quanto à leitura da Bíblia, observe´se quanto vai dito no artigo de PR 451/1999, págs. 547´549: [Ouve´se, por vezes, dizer que a Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia. A resposta há de ser deduzida de um percurso da história. Ora, está averiguado que, nos primeiros séculos, muito se recomendava a leitura do texto sagrado. Na Idade Média e em épocas posteriores (especialmente no século XVI) surgiram hereges (cátaros, valdenses, wycliff, reformadores protestantes) que traduziam a Bíblia do latim para o vernáculo instilando no livro sagrado idéias contrárias à reta fé. Daí proibições, formuladas por Concílios, de se utilizar a Bíblia em língua vernácula, a não ser que o leitor recebesse especial autorização para fazê´lo. As restrições foram impostas não ao texto latino, mas às traduções vernáculas, em virtude de fatores contingentes; a Igreja, como Mãe e Mestra, sente o dever de zelar pela conservação incólume da fé a Ela entregue por Cristo e ameaçada pelas interpretações pessoais dos inovadores da pregação; eis por que lhe pareceu oportuno reservar o uso da Bíblia a pessoas de sólida formação cristã nos séculos em que as heresias pretendiam apoiar no texto sagrado as suas proposições perturbadoras. Ainda no século XIX a Igreja via nas traduções vernáculas da Bíblia (patrocinadas pelas Sociedades Bíblicas protestantes) o canal de concepções heréticas. Todavia, a partir do papa S. Pio X (+1903), deu´se uma volta às fontes, que incluiu a recomendação da leitura da Bíblia, por parte de todos os fiéis, em língua vernácula. No momento presente, dado que existem boas edições da Escritura nas línguas vivas, a Igreja fomenta o recurso assíduo à Palavra de Deus escrita e lida no concerto da Tradição da Igreja.]

4. À pág. 16 pondera Hugh P. Jeter:

´´Durante vários séculos, a missa foi celebrada em latim. Desde o Concílio do Vaticano II pode ser celebrada na linguagem do povo, embora saibamos que houve uma forte objeção a esta mudança. Se anteriormente era algo sacrílego, por que agora deve ser aceito?´´

A pergunta parece ignorar que há certas leis que devem ser periodicamente revistas e reformuladas, pois toda lei visa a promover o bem comum da sociedade nas sucessivas situações por que os homens passam. No tocante à língua da celebração eucarística, foi o vernáculo (latim) na antiguidade; o latim ficou sendo o idioma culto até o fim da Idade Média. No século XVI os reformadores protestantes pleitearam o uso do vernáculo, que naquelas circunstâncias foi rejeitado pela Igreja Católica, pois havia o risco de que o vernáculo se tornasse veículo de teses protestantes infiltradas sorrateiramente na Liturgia. Em nossos dias tal perigo já não existe; daí a permissão de se celebrar a Missa em vernáculo. Tais fatos não afetam artigos de fé ou de moral.

5. À pág. 18 lê´se:

´´É bom salientar que o conceito evangélico de santo é o de alguém que vive de modo santo, enquanto que, no Catolicismo, os santos são unicamente aqueles que foram oficialmente beatificados e declarados santos pelo papa´´

Realmente o autor de compraz em caricaturar para escarnecer. É claro que, também para os católicos, a santidade é um valor íntimo, sem o qual não há santos; a declaração pontifícia consiste apenas em proclamar esse valor íntimo, depois de cuidadosamente comprovado.

6. Ainda à pág. 18 encontra´se o seguinte:

´´O título de ´Igreja Católica Romana´ é em si mesmo uma contradição, pois ´romana´ estabelece uma área geográfica, enquanto que ´Católica´ significa ´universal´.´´

Deve´se responder que a Igreja é católica, ou seja, universal, mas ela tem um governo central situado em Roma ´ o que explica o predicado ´´romana´´; este não limita a universalidade da Igreja, mas apenas indica qual é a ´´caixa postal´´ da Igreja. Da mesma forma, Jesus era e é o Salvador universal ou de todos os homens, mas é chamado ´´Nazareno´´ porque, vivendo na terra, precisava de ter um endereço ou um pouso.

2. A Bíblia Sagrada

Passamos a considerar outro capítulo do livro de Hugh P. Jeter.

2.1. O catálogo bíblico

Às págs. 32 e seguinte, diz o autor:

continua...

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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Eutanásia suscita debate na Europa

Um estudo revelou que dois terços dos médicos britânicos são contra a eutanásia ativa, isto é, quando o tratamento é interrompido e o paciente recebe medicamentos para encurtar sua vida.

A Bélgica e a Holanda permitem a eutanásia em adultos que derem seu consentimento, mas a eutanásia involuntária, que é realizada sem a autorização do paciente, é considerada ilegal. Um estudo belga revelou que 89% dos enfermeiros entrevistados gostariam que pacientes menores de idade fossem autorizados a se submeter à eutanásia.

A Economist diz que as diferentes posições relacionadas à permissão ou não da eutanásia podem ser explicadas por fatores como religião e economia. Um receio é que a eutanásia seja solicitada por razões financeiras, já que nos EUA, por exemplo, pacientes com doenças terminais podem acumular muitas dívidas.