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quarta-feira, 27 de março de 2013

Ofício das Trevas - Quarta-feira da Semana Santa - Quarta-feira das Trevas



Ofício das Trevas

Quarta-feira da Semana Santa
  
Havendo sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir, deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos.

Se apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar ou hábito, com sobrepeliz.

No centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do Cerimonial dos Bispos.

O candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, as velas que circundam o Altar podem estar acesas, como se faz durante a Missa, e serão apagadas durante o Cântico de Simeão. Um apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.

Não se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das Trevas.

Dando início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares.

Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.

Na Abertura, no Cântico de Simeão, nas orações, bem como na despedida, todos permanecem de pé. No salmo e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. Na Abertura , faz-se o sinal-da-cruz sobre o corpo, e no Cântico de Simeão e na bênção, também.


Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”

Abertura
Vem, ó Deus da vida, vem nos ajudar! (bis)
Vem, não demores mais, vem nos libertar! (bis)

Ó Deus santo e forte, imortal Senhor, (bis)
Tem compaixão de nós por teu grande amor! (bis)

Venham vigiar, nos pede o Senhor, (bis)
Com ele vigiemos, fiéis no amor! (bis)

Glória ao Pai e ao Filho e ao Santo Espírito. (bis)
Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito! (bis)

Venham com fervor para a oração, (bis)
Já se aproxima a Páscoa da Ressurreição. (bis)

Recordação da Vida
Irmãos e irmãs, recordamos nesta noite a hora em que Cristo Jesus entrou em agonia no Horto das Oliveiras, recordemos todos aqueles que no mundo inteiro, a estas horas, se encontram angustiados, desesperados, quem sabe, porque a vida se tornou para eles um “beco sem saída...”
Coloquemos aqui as nossas próprias angústias (silêncio).
Em tudo isso, é a própria agonia de Cristo que continua e se prolonga na vida dos homens e mulheres sofredoras, discriminados, excluídos da sociedade. “Rostos de Cristo” mais uma vez levando cusparadas e bofetões.

Neste ano 2011, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e a vida no planeta”, e como lema “A criação geme em dores de parto (Rm8, 22)”. Seguindo esta ideia é que a CNBB propõe que todas as pessoas de boa vontade olhem para a natureza e percebam como as mãos humanas estão contribuindo para o fenômeno do aquecimento global e as mudanças climáticas, com sérias ameaças para a vida em geral, e a vida humana em especial, sobretudo a dos mais pobres e vulneráveis.

Trazemos para este momento de oração os irmãos e irmãs que se encontra nas trevas dos vícios, das drogas; nas trevas das prisões, dos hospitais; no mundo da prostituição, da corrupção, da violência..., enfim, todos aqueles que sofrem, nos quais Cristo sofre neles.

Meu povo, preste atenção
(Lamentações)
Meu povo preste atenção
Ao canto que eu entoar
No tempo de Jeremias
Tamanho foi o meu penar
Que estas lamentações
De "A" a "Z" vou cantar:

Diz um "A", diz um "A", diz um "A":
Ah! Como está tão deserta
Quem era tão povoada;
Parece pobre viúva
Quem antes se orgulhava;
Rainha entre as nações,
Hoje ao imposto obrigada!
Diz um "BÊ", diz um "BÊ", diz um "BÊ":
Banhadas ´stão suas faces,
Corre o pranto a noite toda,
Daqueles que a amavam,
Já ninguém mais a consola;
Dos seus amigos traída,
São inimigos agora.
Diz um "CÊ", diz um "CÊ", diz um "CÊ":
Cercou Judá a vergonha,
Escrava foi desterrada,
Em terra estranha hoje mora
Sem paz, sem lar, sem pousadas;
Aqueles que a perseguem
Agarram-na sufocada.
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: Is 55, 6-7
“Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o enquanto ele está perto. Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se uma vela da direita e outra da esquerda)

SILÊNCIO


Diz um "DÊ", diz um "DÊ", diz um "DÊ":
De luto estão as estradas
Que rumam para Sião,
A sua festas, quem vem?...
Suas portas, que solidão!
Seus sacerdotes, suas jovens,
Toda a cidade, aflição!
Diz um "E", diz um "E", diz um "E":
Ei-los felizes, tranqüilos,
Os que de Sião se apossaram,
Pois o Senhor a castiga,
Seus crimes o provocaram,
Cativos, todos os seus filhos
Os opressores levaram.
Diz um "FÊ", diz um "FÊ", diz um "FÊ":
Fenece toda a beleza,
Sião, tão desfigurada,
Seus chefes são cães sem dono,
Parecem rês enxotada,
Caminham cambaleantes,
Tocados qual vil manada.
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: Ez 18, 30b-32
“Arrependei-vos, convertei-vos de todas as vossas transgressões, a fim de não terdes ocasião de cair em pecado. Afastai-vos de todos os pecados que praticais. Criai para vós um coração novo e um espírito novo. Por que haveis de morrer ó casa de Israel? Pois eu não sinto prazer na morte de ninguém – oráculo do Senhor Deus. Convertei-vos e vivereis!”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se a segunda vela da direita e outra da esquerda)


SILÊNCIO


Diz um "GUÊ", diz um "GUÊ", diz um "GUÊ":
Gravados em sua lembrança,
Dias de grande aflição,
Quando seu povo aía
Dos inimigos nas mãos,
E ninguém socorria
E grande era a gozação.
Diz um "HAGÁ", diz um "HAGÁ", iz um "HAGÁ":
Havia graves pecados,
Jerusalém, quem os fez!
Quem antes muito gabava,
Cospe-lhe agora a nudez;
Gemendo, o rosto entre as mãos,
Tenta esconder sua tez.
Diz um "I", diz um "I", diz um "I":
Impuras são suas vestes,
Não quis pensar no depois;
Hoje enterra na lama,
Quem consolava se foi...
"Senhor, vê meu sofrimento,
quanto o inimigo me dói!"
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: Is 1, 16-18
“Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se a terceira vela da direita e outra da esquerda)

SILÊNCIO


Diz um "JI", diz um "JI", diz um "JI":
Jazem seus ricos tesouros
Nas mãos dos seus adversários;
Pasmada viu os pagãos
Entrar em seu Santuário,
Gente por ti proibida
De orar no encontro sagrado.
Diz um "LÊ", diz um "LÊ", diz um "LÊ":
Lamenta o povo e geme
Por um pedaço de pão;
Entrega todas suas jóias
Por sua sustentação...
"Senhor, vê até que ponto
chegou minha humilhação!"
Diz um "MÊ", diz um "MÊ", diz um "MÊ":
Meditem vocês que passam
Pelo caminho que eu vou,
Me digam, vocês me digam
Se há dor como minha dor...
E vejam como maltratam
Quem o Senhor castigou!
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)

Texto: Is 53, 11b-12
“Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se a quarta vela da direita e outra da esquerda)


SILÊNCIO

Salmo 86(85) – 1ª Versão (ré maior)

“Cristo, durante sua vida terrena, fez orações e súplicas a Deus, em voz alta e com lágrimas, ao Deus que o podia salvar da morte.” (Hb 5, 7)

Em comunhão com todos os que estão dominados pelas injustiças, ou passando por qualquer sofrimento, peçamos ao Senhor vida e salvação.

1.    Senhor, me escuta e reponde, / Sou fraco e necessitado, / Me salva, sou teu amigo, / Teu servo em ti confiado.
2.    Tu és meu Deus, tem piedade, / O dia todo te invoco, / Alegra meu coração, / Pra ti, Senhor, eu me volto.
3.    Tu és perdão e bondade, / Acolhes aos que te imploram, / Atende agora esta prece, / No meu sofrer me consola.
4.    Na angústia chamo por ti, / Por tu respondes, Senhor. / Que deus faria o que fazes? / Ninguém te iguala em amor.
5.    Os povos todos virão / Louvar a tua majestade; / Tu fazes grandes prodígios, / Só tu és Deus de verdade.
6.    Me ensina o caminho certo, / Pra andar em tua verdade, / Reúne meu coração, / Que siga tua vontade.
7.    De coração agradeço / Tão grande amor tens por mim, / Tiraste-me do abismo, / Assim te louvo, sem fim.
8.    Furiosos se levantaram, / Querendo me derrubar; / Contigo não se incomodam, / Altivos querem matar.
9.    Mas tu, Senhor de ternura, / Paciente, cheio de amor, / De mim tem pena, ó Deus, / Atento a teu servidor.
10. Me dá tua força, Senhor, / Teu servo vem libertar, / E aqueles que me odeiam / Calados hão de ficar.
11. Ao Pai, Senhor, demos glória, / A Jesus Cristo também, / Ao Espírito-Mãe de amor, / Deus uno e santo. Amém!


SILÊNCIO


Diz um "NÊ", diz um "NÊ", diz um "NÊ":
Nestes meus ossos um fogo
Do alto ele ateou,
Armou-me uma esparrela
E para trás me passou,
E qual cidade arrasada,
Na solidão me deixou.
Diz um "O", diz um "O", diz um "O":
Oh! Como pesa em meu dorso
Das minhas culpas o fardo,
Que o Senhor amarrou,
Nos ombros meus pendurado;
Entregue aos inimigos,
Um pobre traste encurvado.
Diz um "PÊ", diz um "PÊ", diz um "PÊ":
Pegou meus caros valentes,
Para bem longe os mandou;
Para matar meus soldados
U´a multidão convocou;
E a capital de Judá,
Bela donzela esmagou.
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: 2Cor 6, 1-4a
“Nós vos exortamos a não receberdes em vão a graça de Deus, pois ele diz: “No momento favorável, eu te ouvi e no dia da salvação, eu te socorri”. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação. Não damos a ninguém nenhum motivo de escândalo, para que o nosso ministério não seja desacreditado. Mas em tudo nos recomendamos como ministros de Deus.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se a quinta vela da direita e outra da esquerda)

SILÊNCIO

Diz um "QUÊ", diz um "QUÊ", diz um "QUÊ":
Que grande pranto que eu choro,
Meus olhos são água só;
Quem me conforta está longe,
Quem de mim sentia dó;
Meus filhos estão perdidos,
Venceu o forte, o maior...
Diz um "RÊ", diz um "RÊ", diz um "RÊ":
Reza de mãos estendidas
Sião, sem consolação;
Mando o Senhor inimigos
Acurralar a nação;
Jerusalém para eles
É lixo e podridão!
Diz um "SI", diz um "SI", diz um "SI":
Sim, justo é o Senhor,
Pois lhe desobedeci;
Vejam vocês, povos todos,
A dor que mereci:
Ver minhas filhas, meus filhos
No cativeiro, eu vi!
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: 2Cor 4, 10-11
“Por toda parte e sempre levamos em nós mesmo os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa frágil natureza. De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte, por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se a sexta vela da direita e outra da esquerda)


SILÊNCIO



Diz um "TÊ", diz um "TÊ", diz um "TÊ":
Tentei chamar meus amantes,
Mas foram só falsidades,
Meus anciãos, sacerdotes,
Morreram foi na cidade,
Quando buscavam comida,
Passando necessidade.
Diz um "VÊ", diz um "VÊ", diz um "VÊ":
Vê, Senhor, minha tristeza,
Minhas entranhas remoem,
Meu coração se pertuba,
Pois não cumpri tua ordem;
Na rua matam meus filhos,
Em casa todos já morrem.
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: At 13, 26-30a (5º DQ)
“Irmãos, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se leem todos os sábados. Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o colocaram num túmulo. Mas Deus o ressuscitou dos mortos.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se a sétima vela da direita)


SILÊNCIO



Diz um "XIS", diz um "XIS", diz um "XIS":
"XIS" é o mistério da dor,
gemer sem consolação;
meus inimigos me escutam,
fazem de mim gozação;
meu dia já consumaste,
o deles logo verão!...
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: 1Cor 1, 27b-30
“Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele. É graças a ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”
(obs.: apaga-se a sétima vela da esquerda)

SILÊNCIO


Diz um "ZÊ", diz um "ZÊ", diz um "ZÊ":
Zela tão bem no castigo
Que a eles vais aplicar,
Como soubeste punir-me
Por todo este pecar;
Sem conta são meus gemidos,
Meu coração a parar...
Jerusalém, Jerusalém,
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)
Volta para teu Senhor,
Volta para teu Senhor! (bis)


Texto: 1Pd 2, 21b-24 (Sexta-feira da Paixão)
“Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos. Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça. Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados.”

Refrão: “Mesmo as trevas não são trevas para ti. A noite e luminosa como o dia.”

SILÊNCIO



Do Tratado sobre o Evangelho de São João, de Santo Agostinho, bispo

(Tract. 84,1-2:CCL36,536-538)
(Séc.V)

A plenitude do amor
Irmãos caríssimos, o Senhor definiu a plenitude do amor com que devemos amar-nos uns aos outros, quando disse: Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Daqui se conclui o que o mesmo evangelista João diz em sua epístola: Jesus deu a sua vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos (1Jo 3,16), amando-nos verdadeiramente uns aos outros, como ele nos amou até dar a sua vida por nós.

É certamente a mesma coisa que se lê nos Provérbios de Salomão: Quando te sentares à mesa
de um poderoso, olha com atenção o que te é oferecido; e estende a tua mão, sabendo que também deves preparar coisas semelhantes (cf. Pr 23,1-2 Vulg.).

Ora, a mesa do poderoso é a mesa em que se recebe o corpo e o sangue daquele que deu a sua vida por nós. Sentar-se à mesa significa aproximar-se com humildade. Olhar com atenção o que é oferecido, é tomar consciência da grandeza desta graça. E estender a mão sabendo que também se devem preparar coisas semelhantes, significa o que já disse antes: assim como Cristo deu a sua vida por nós, também devemos dar a nossa vida pelos irmãos. É o que diz o apóstolo Pedro: Cristo sofreu por nós, deixando-nos um exemplo, a fim de que sigamos os seus passos (cf. 1Pd 2,21). Isto significa preparar coisas semelhantes. Foi o que fizeram, com ardente amor, os santos mártires. Se não quisermos celebrar inutilmente as suas memórias e nos sentarmos sem proveito à mesa do Senhor, no banquete onde eles se saciaram, é preciso que, como eles, preparemos coisas semelhantes.

Por isso, quando nos aproximamos da mesa do Senhor, não recordamos os mártires do mesmo modo como aos outros que dormem o sono da paz, ou seja, não rezamos por eles, mas antes pedimos para que rezem por nós, a fim de seguirmos os seus passos. Pois já alcançaram a plenitude daquele amor acima do qual não pode haver outro maior, conforme disse o Senhor. Eles apresentaram a seus irmãos o mesmo que por sua vez receberam da mesa do Senhor.

Não queremos dizer com isso que possamos nos igualar a Cristo Senhor, mesmo que, por sua causa, soframos o martírio até o derramamento de sangue. Ele teve o poder de dar a sua vida e depois retomá-la; nós, pelo contrário, não vivemos quanto queremos, e morremos mesmo contra a nossa vontade. Ele, morrendo, matou em si a morte; nós, por sua morte, somos libertados da morte. A sua carne não sofreu a corrupção; a nossa, só depois de passar pela corrupção, será por ele revestida de incorruptibilidade, no fim do mundo. Ele não precisou de nós para nos salvar; entretanto, sem ele nós não podemos fazer nada. Ele se apresentou a nós como a videira para os ramos; nós não podemos ter a vida se nos separarmos dele.

Finalmente, ainda que os irmãos morram pelos irmãos, nenhum mártir derramou o seu sangue pela remissão dos pecados de seus irmãos, como ele fez por nós. Isto, porém, não para que o imitássemos, mas como um motivo para agradecermos. Portanto, na medida em que os mártires derramaram seu sangue pelos irmãos, prepararam o mesmo que tinham recebido da mesa do Senhor. Amemo-nos também a nós uns aos outros, como Cristo nos amou e se entregou por nós.

Responsório 1Jo 4,9.11.10b
Padre. Foi nisto que a nós se mostrou o amor que Deus Pai tem por nós: enviou-nos seu Filho Unigênito para que nós vivamos por ele.
Todos: Se Deus nos amou deste modo, também nós nos devemos amar.
Padre. Deus nos amou , por primeiro, e enviou-nos seu Filho Unigênito, como vítima por nossos pecados.
Todos: Se Deus nos amou deste modo, também nós nos devemos amar.


Cântico de Simeão (Lc 2, 29-32)
(obs.: apagam-se as velas do Altar: primeiro da esquerda e depois da direita)

Como o velho Simeão, figura de todos os que esperam a realização das promessas de Deus, contemos nossa certeza de recermos d’Ele, cada dia, sua paz e salvação.

1.    Agora, Senhor, podes deixar / Partir em paz teu servidor, / Porque os meus olhos já contemplam, / Da salvação o resplendor! / Segundo a tua palavra, / Vi a tua salvação, / Manda em paz teu servidor, / No fulgor do teu clarão!
2.    Pra todos os povos preparaste / A salvação que resplendeu, / A luz que ilumina as nações todas, / A glória deste povo teu! / Glória ao Pai, glória ao Menino, / Deus que veio e Deus que vem; / Glória seja ao Deivino, / Que nos guarde sempre. Amém!


Pai nosso

Ave Maria

Oração 
Ó Deus, que fizestes vosso Filho padecer o suplício da cruz para arancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vosos servos e servas, a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Avisos

Prova de amor maior não há

Refrão:
Prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão. (bis)

1. Eis que Eu vos dou o meu novo mandamento:
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado".

2. Vós sereis os meus amigos se seguirdes meu preceito:
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado".

3. Como o Pai sempre me ama, assim também Eu vos amei:
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado".

4. Permanecei no meu amor e segui meu mandamento:
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado".

5. E chegando a minha Páscoa, vos amei até o fim:
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado".

6. Nisto todos saberão que vós sois os meus discípulos:
"Amai-vos uns aos outros, como eu vos tenho amado".



Bênção e Despedida.
Faz-se o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus com seus breviários. Apaga-se a última vela do candelabro de trevas ou pode retirá-la e colocá-la atrás do Altar, como uma das tradições antigas. Este último gesto, como também as trevas em si, simboliza que Cristo sofreu um temporário abafamento das trevas.



Obs.: para este ofício utilizamos como base o a estrutura do Ofício Divino das Comunidades. As Músicas aqui propostas são:
  • O refrão: “Mesmo as trevas...” – ODC, cd 06, fx 15 ou no livro de cantos da Diocese - nº 21
  • A abertura: uma das melodias do ODC, cd 06, fxs 39-46
  • “Meu povo preste atenção” – cd Tríduo Pascal – I: Quinta-feira Santa e Sexta-feira Santa (Cantos do Hinário Litúrgico da CNBB) – Paulus – fx. 15
  • Cântico de Simeão – ODC, cd 03, fx 39
“Prova de Amor Maior não há” – no livro de Cantos da Diocese –

QUARTA - FEIRA SANTA OU QUARTA-FEIRA DE TREVAS

É o 4º dia da Semana Santa. 
Encerra-se na Quarta-feira Santa o período quaresmal. 

Em algumas igrejas, celebra-se neste dia a piedosa procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. 

Ainda há igrejas que neste dia celebram o ofício das trevas, lembrando que o mundo já estava em trevas quando da proximidade da morte de Jesus Cristo.

Santo do dia - 27 de março

São Ruperto

Ruperto era um nobre descendente dos condes que dominavam a região do médio e do alto Reno, rio que percorre os Alpes europeus. Os Rupertinos eram parentes dos Carolíngios e o centro de suas atividades estava em Worms, onde Ruperto recebeu sua formação junto aos monges irlandeses.

No ano 700, sua vocação de pregador se manifestou e ele dirigiu-se à Baviera, na Alemanha, com este intuito. Com o apoio do conde Téodo da Baviera, que era pagão e foi convertido por Ruperto, fundou uma igreja dedicada a São Pedro, perto do lago Waller, a dez quilômetros de Salzburgo. Mas, o local não condizia ainda com os objetivos de Ruperto, que conseguiu do conde outro terreno, próximo do rio Salzach, nos arredores da antiga cidade romana de Juvavum.

Nesse terreno, o mosteiro que o bispo Ruperto construiu é o mais antigo da Áustria e veio a ser justamente o núcleo de formação da nova cidade de Salzburgo. Teve para isso o apoio de doze concidadãos, dois dos quais também se tornaram santos: Cunialdo e Gislero. Fundou, ao lado deste, um mosteiro feminino, que entregou a direção para sua sobrinha, a abadessa Erentrudes. Foi o responsável pela conversão total da Baviera e, é claro, de toda a Áustria.

Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de rezar a missa, no mosteiro de Juvavum. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações e pedido de orações à sua sobrinha, e irmã espiritual, Erentrudes. Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral de Salzburgo, construída no século XVII. Ele é o padroeiro de seus habitantes e de suas minas de sal.

São Ruperto, reconhecido como o fundador da bela cidade de Salzburgo, cujo significado é cidade do sal, aparece retratado com um saleiro na mão, tamanha sua ligação com a própria origem e desenvolvimento da cidade. Foi seu primeiro bispo e sua influência alastrou-se tanto, que é festejado nesse dia, não só nas regiões de língua alemã, como também na Irlanda, onde estudou, porque alí foi tomado como modelo pelos monges irlandeses.




São Ruperto, rogai por nós!

terça-feira, 26 de março de 2013

Santo do dia - 26 de março

São Bráulio

O santo de hoje, foi bispo de 631 a 651.

Nasceu em uma família muito sensível à vontade do Senhor: uma irmã foi para a vida religiosa e tornou-se abadessa. Outro irmão foi para uma Abadia e outro, chegou a bispo.

Depois de entrar para uma vida de oração e contemplação numa abadia, Bráulio conheceu em Sevilha Santo Isidoro, escritor e santo.

Fecundo escritor e grande pastor, São Bráulio foi escolhido para bispo em Saragoça, participando ativamente em três Concílios de Toledo.

São Bráulio, rogai por nós!



Santa Lúcia Filippini


Lúcia nasceu no dia 13 de janeiro de 1672, em Corneto Tarquínia, proximidades de Roma, numa família honrada e abastada. Quando ainda tinha um ano de idade, Lúcia perdeu a mãe e alguns anos mais tarde, o pai. Ela foi entregue, para ser formada e educada, às Irmãs beneditinas e junto delas a menina descobriu o dom que tinha para ensinar.

Muito dedicada aos estudos da Sagrada Escritura, e com a alma cheia de caridade, tomou para si, ainda no início da adolescência a função de ensinar o catecismo às crianças. Tantos eram os pequenos que a procuravam e tão cativante era sua forma de transmitir a Palavra do Senhor, que logo o padre do local a nomeou oficialmente a catequista paroquial. Certo dia, passou pela sua cidade o cardeal Marcantonio Barbarigo, que conheceu Lúcia, reconheceu sua vocação e levou-a para acabar seus estudos com as Irmãs clarissas.

Preparada, foi colocada na liderança de uma missão que ele julgava essencial para corrigir os costumes cristãos de sua diocese: fundar escolas católicas em diversas cidades. Lúcia, em sua humildade, a princípio relutou, achando que a função estava acima de suas possibilidades. Mas o cardeal insistiu e ela iniciou seu trabalho que duraria quarenta anos.

A missão exigiu imensos esforços, tantos foram os sacrifícios a que teve de se submeter. Contudo, nada a afastou da tarefa recebida. Nessas quatro décadas preparou professoras, catequistas, fundou escolas e organizou-as em muitas cidades e dioceses. Quando o cardeal Barbarigo faleceu, as dificuldades aumentaram. Lúcia uniu-se então a outras professoras e catequistas, juntando todas numa congregação, fundou em 1692, o Instituto das Professoras Pias. A fama do seu trabalho chegou ao Vaticano e em 1707, o Papa Clemente XI pediu para que Lúcia criasse uma de suas escolas em Roma.

Lúcia Filippini faleceu aos sessenta anos, no dia 25 de março de 1732, de câncer, mas docemente e feliz pela sua vida entregue à Deus e às crianças, sementes das novas famílias que são a seiva da sociedade. Seu corpo descansa na catedral de Montefiascone, onde começaram as escolas católicas do Instituto das Professoras Pias Filippinas, como são chamadas atualmente.

A festa litúrgica à Santa Lúcia Filippini foi marcada para o dia 26 de março, pelo Papa Pio XI, na solenidade de sua canonização, em 1930. Hoje, as escolas das professoras pias filippinas além de atuarem em toda a Itália, estão espalhadas por todo território norte americano, num trabalho muito frutífero junto à comunidade católica.


Santa Lúcia Filippini, rogai por nós!

São Ludgero

 Ludgero nasceu no ano 742 em Zuilen, Friesland, atual Holanda, e foi um dos grandes evangelizadores do seu tempo. Era descendente de família nobre e, dedicado aos estudos religiosos desde pequeno. Ordenou-se sacerdote em 777, em Colônia, na Alemanha. Seu trabalho de apóstolo teve início em sua terra natal, pois começou a trabalhar justamente nas regiões pagãs da Holanda, Suécia, Dinamarca, ponto alto da missão de São Bonifácio, que teve como discípulos São Gregório e Alcuíno de York, dos quais foi seguidor também Ludgero.

Mais tarde, foi chamado pelo imperador Carlos Magno para evangelizar as terras que dominava. Entretanto, este empregava métodos de conversão junto aos povos conquistados, não condizentes com os princípios do cristianismo. Logo de início, por exemplo, obrigava os soldados vencidos a se converterem pela força, sob pena de serem condenados à morte se não se batizassem.

Como conseqüência dessa atitude autoritária estourou a revolta de Widukindo e Ludgero teve que fugir, seguindo para Roma. Depois foi para Montecassino, onde aprimorou seus estudos sobre o catolicismo e vestiu o hábito de monge, sem contudo emitir os votos.

A revolta de Widukindo foi a muito custo dominada em 784 e o próprio Carlos Magno foi a Montecassino pedir que Ludgero retornasse para seu trabalho evangelizador, que então produziu muitos frutos. Pregou o evangelho na Saxônia e em Vestfália. Carlos Magno ofereceu-lhe o bispado de Treves, mas ele recusou. Ludgero emitiu os votos tomando o hábito definitivo de monge e fundou um mosteiro, ao redor do qual cresceu a cidade de Muester , cujo significado, literalmente, é mosteiro, e da qual foi eleito o primeiro bispo.

Ludgero não parou mais, fundou várias igrejas e escolas, criou novas paróquias e as entregou aos sacerdotes que ele mesmo formara. Ainda encontrou tempo para retomar a evangelização na Frísia, realizando o seu sonho de contribuir para a conversão de sua pátria, a Holanda, e fundar outro mosteiro, este beneditino, em Werden, antes de morrer, que ocorreu no dia 26 de março de 809.

O corpo de Ludgero foi sepultado na capela do mosteiro de Werden. Os fiéis tornaram o local mais uma meta de peregrinação pedindo a sua intercessão para muitas graças e milagres, que passaram a ocorrer em abundância. O culto à São Ludgero, que ocorre neste dia é muito intenso especialmente na Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália, países cujo solo pisou durante seu ministério. 


São Ludgero, rogai por nós!

segunda-feira, 25 de março de 2013

Anunciação do Anjo à Virgem Maria - 25 de março

Anunciação do Senhor 

 Anunciação do Anjo à Virgem Maria

Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.

Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: "A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade."

Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:

"No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a sua palavra’" (cf. Lc 1,26-38).

Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: "Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade" (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.

Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: "Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco" (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:
"Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo".


Anunciação do Anjo à Virgem Maria
A visita do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, quando esta se encontrava em Nazaré, cidade da Galiléia, marca o início de toda uma trajetória que cumpriria as profecias do Velho Testamento e daria ao mundo um novo caminho, trazendo à luz a Boa Nova. Ali nasceu também a oração que a partir daquele instante estaria para sempre na boca e no coração de todos os católicos: a Ave Maria.

Maria era uma jovem simples, noiva de José, um carpinteiro descendente direto da linhagem da casa de Davi. A cerimônia do matrimônio daquele tempo, entretanto, estabelecia que os noivos só teriam o contato carnal da consumação depois de um ano das núpcias. Maria, portanto, era virgem.

Maria perturbou-se ao receber do anjo o aviso que fora escolhida para dar a luz ao Filho de Deus, a quem deveria dar o nome de Jesus, e que Ele era enviado para salvar a Humanidade e cujo Reino seria eterno. Sim porque Deus, que na origem do Mundo Criou todas as coisas com sua Palavra, desta vez escolheu depender da palavra de um frágil ser humana, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Redentor da Humanidade.

Ela aceitou sua parte na missão que lhe fora solicitada, demonstrando toda confiança em Deus e em Seus desígnios, para o cumprimento dessa profecia e mostrou porque foi ela a escolhida para ser Instrumento Divino nos acontecimentos que iriam mudar o destino da Humanidade.

Ao perguntar como poderia ficar grávida, se não conhecia homem algum e receber de Gabriel a explicação de que seria fecundada pelo Espírito Santo, por graças do Criador, sua resposta foi tão simples como sua vida e sua fé: "Sou a serva do Senhor. Faça-se segundo a Sua vontade".

Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Declarou-se pronta a cumprir a vontade de Deus em tudo como sua serva. Era como um voto de vítima e de abandono. Esta disposição é a mais perfeita, é a fonte dos maiores méritos e das melhores graças. O momento da Anunciação, onde se dá a criação, na pessoa de Maria como a Mãe de Deus, que acolhe a divindade em si mesma, contém em si toda a eternidade e, nesta, toda a plenitude dos tempos.

Por isso a data de hoje marca e festeja este evento que se trata de um dos mistérios mais sublimes e importantes da História do homem na Terra: a chegada do Messias, profetizada séculos antes no Antigo Testamento. Episódio que está narrado em várias passagens importantes do Novo Testamento.

A festa da Anunciação do Anjo à Virgem Maria, Lc 1,26-38, é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal, só é transferida quando coincide com a Semana Santa. 


"Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo". 

Santo do dia - 25 de março

São Dimas


O Evangelho fala pouco deste Santo. Nem mesmo o nome, os evangelistas fixaram. O que sabemos foi trazido pela tradição que são os nomes: Dimas, o Bom Ladrão e Simas, o mau ladrão.

Sem dúvida alguma, se trata de um santo original, único, privilegiado, que mereceu a honra de ser canonizado em vida por Jesus Cristo, na hora solene de nossa Redenção. Os outros santos só foram solenemente reconhecidos, no outro milênio, a partir do ano 999. A Igreja comemorava os mártires e confessores, mas sem uma declaração oficial e formal. Enquanto que, a de São Dimas quem proclamou foi o próprio Fundador da Igreja.

Dimas foi o operário da última hora, o que nos fez ver o mistério da graça derradeira. O mau ladrão resistiu, explodiu em blasfêmias. Rejeitou a graça, visivelmente dada pelo Redentor. O Bom Ladrão, depois de vacilar (Mt 27,44 -Mc 15,32), confessou a própria culpa, reclamou da injustiça contra Aquele que só fez o bem, reconheceu-O como Rei e lhe pediu que se lembrasse dele, quando estivesse no seu Reino.

Segundo a tradição, Dimas não era judeu, mas sim egípcio de nascimento. Dimas e Simas praticavam o banditismo nos desertos de passagem para o Egito. Lá a Sagrada Família, que fugia da perseguição do rei Herodes, foi assaltada por dois ladrões e um deles a protegeu. Era Dimas. Naquela época, entre os bandidos havia o costume de nunca roubar, nem matar, crianças, velhos e mulheres. Assim, Dimas deu abrigo ao Menino Jesus protegendo a Virgem Maria e São José.

Dimas foi um bandido muito perigoso da Palestina. E isso, realmente pode ser afirmado pelo suplício da cruz que mereceu. Essa condenação horrível era reservada somente aos grandes criminosos e aos escravos.

O Martirológio Romano diz apenas no dia 25 de Março: "Em Jerusalém comemoração do Bom Ladrão que na cruz professou a fé de Jesus Cristo". E no mundo todo São Dimas passou a ser festejado neste dia.

O Bom Ladrão ou São Dimas foi o primeiro que entrou no céu: "Ainda hoje estarás comigo no Paraíso". (Lc 23,43). Ele passou a ser popularmente considerado o "Padroeiro dos pecadores arrependidos da hora derradeira, dos agonizantes, da boa morte". Morreu sacramentado pela absolvição do próprio Cristo, e por Ele conduzido ao Paraíso. 


São Dimas, rogai por nós!

Santo Irêneo de Sírmium

Irêneo foi martirizado no século IV, sob a perseguição sangrenta e implacável do imperador Diocleciano. Era bispo de Sírmium, na Panônia. Atualmente Mitrovica, na Hungria. Não há muitos dados sobre sua vida, até ser condenado por ser cristão e levado à presença do governador da Hungria, Probo. Fora casado, mas ao assumir o sacerdócio se tornou celibatário, como era necessário naqueles tempos.

Além destas informações, temos sobre ele o relato do processo e do seu julgamento. Probo, o próprio governador que o interrogou, não se conformava com o fato de o bispo não exprimir vontade alguma de salvar sua vida, sacrificando aos deuses pagãos, como dizia o decreto do imperador romano. Assim, fez de tudo para que ele mudasse de idéia. Depois que Irêneo se recusou ao sacrifício ordenado, foi amarrado a um cavalete e torturado. Como nem ao menos reclamasse, Probo mandou buscar todos os membros de sua família. Vieram mãe, esposa e filhos e todos passaram a chorar por ele, ao redor do instrumento de tortura, pedindo que ele abrisse mão de sua condição de cristão. Igualmente, de nada adiantou. Não renegou a fé em Cristo.

Irêneo foi levado então de volta ao cárcere, onde durante dias permaneceu sendo espancado continuamente. Mais uma vez levado à presença do governador, o bispo novamente se negou a obedecer às ordens do imperador. Probo mandou então que ele fosse jogado no rio. Só então o bispo Irêneo reclamou: não admitia que tivessem dó dele por ser cristão, já que não tiveram do Cristo. Exigia ser passado a fio de espada. Irado com a insolência do religioso, Probo mandou então que fosse decapitado. Era o dia 25 de março de 304.

A Igreja celebra a festa litúrgica de Irêneo de Sírmium, no dia de sua morte. 


Santo Irêneo de Sírmium, rogai por nós!

domingo, 24 de março de 2013

‘Verei vocês no Brasil’, diz Papa Francisco em celebração do Domingo de Ramos

Pontífice Francisco chegou à Praça de São Pedro em um veículo descoberto, neste domingo
Bergoglio anunciou que visitará o Rio em julho, durante a Jornada da Juventude
Cerca de 250 mil pessoas assistiram à cerimônia, que marca o início da Semana Santa
O Papa Francisco celebrou sua primeira missa de Domingo de Ramos na Praça de São Pedro, neste domingo (24). Em seu discurso, o Pontífice incentivou os fiéis a serem humildes e jovens de coração, enquanto dezenas de milhares de fiéis acenaram com ramos de oliveira e folhas de palmeira. O Domingo de Ramos comemora a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, e marca o início da Semana Santa na Igreja Católica.

Durante a missa, o Papa argentino anunciou que visitará o Rio de Janeiro em julho, durante a Jornada da Juventude, que deve atrair centenas de milhares de jovens católicos ao país. “Estou ansioso pelo próximo mês de julho no Rio de Janeiro. Verei vocês naquela fantástica cidade no Brasil”, disse o Papa ao fim de seu discurso, ressaltando que o encontro no Rio será “um sinal de fé para o mundo inteiro”.

Após a cerimônia, Francisco escreveu a mesma frase em seu perfil oficial no Twitter (@Pontifex). Durante a cerimônia, o pontífice argentino disse que irá celebrar uma missa na praia de Copacabana e rezar na estátua do Cristo Redentor, de acordo com o correspondente da rede “BBC” em Roma, David Willey. Seu antecessor, Bento XVI também participou do último festival do gênero, em Madri, em agosto de 2011. Ainda segundo um correspondente da “BBC”, Papa Francisco desviou diversas vezes do texto original durante a missa de Domingo de Ramos, usando um tipo de discurso mais informal e direto.

O novo Papa chegou à praça, que estava cheia, com cerca de 250 mil peregrinos, turistas e italianos, em um veículo descoberto para dar início às cerimônias da Semana Santa, que culminará com a Páscoa no próximo domingo. No passeio pela praça, Bergoglio beijou crianças e cumprimentou os fiéis. Francisco usava um manto vermelho sobre a batina branca e presidiu a missa de um altar protegido por um dossel, sobre os degraus da Basílica de São Pedro. Os cardeais, muitos deles eleitores que, no dia 13 de março, escolheram o primeiro Papa latino-americano da Igreja Católica, se sentaram em fileiras para assistir à cerimônia, realizada sob um céu nebuloso em um dia de muito vento.

O Papa Francisco decidiu modificar algumas tradições do Vaticano durante a Semana Santa. Na quinta-feira, por exemplo, ele visitará uma prisão para jovens delinquentes no subúrbio de Roma, onde, simbolicamente, lavará os pés de 12 jovens detentos. Em anos anteriores, a cerimônia foi realizada pelo Papa em Roma, na Basílica de São João de Latrão, com sacerdotes simbolizando os 12 apóstolos. Conhecido formalmente como Papa emérito desde sua aposentadoria no mês passado, Bento XVI recebeu seu sucessor, pela primeira vez, no sábado, na residência pontifícia de Castelgandolfo, ao sul de Roma.

EVANGELHO DO DIA

EVANGELHO COTIDIANO

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68

DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR 

Evangelho segundo S. Lucas 22,14-71.23,1-56.
Quando chegou a hora, Jesus sentou-se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes:
Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer, pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.» 
 
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós,
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o Reino de Deus.»
 
Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.» 
 
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.» 
 
«No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa!
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está determinado; mas ai daquele por meio de quem vai ser entregue!» 
 
Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa. Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado o maior. Jesus disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas exercem a autoridade são chamados benfeitores. Convosco, não deve ser assim; o que fôr maior entre vós seja como o menor, e aquele que mandar, como aquele que serve.
Pois, quem é maior: o que está sentado à mesa, ou o que serve? Não é o que está sentado à mesa? Ora, Eu estou no meio de vós como aquele que serve.
Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações,
e Eu disponho do Reino a vosso favor, como meu Pai dispõe dele a meu favor,
a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de sentar-vos, em tronos, para julgar as doze tribos de Israel.» 
 
E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo.
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.»

 
Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e para a morte.»
Jesus disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-me.»  Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.»  E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome, assim como o alforge, e quem não tem espada venda a capa e compre uma.
Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura: Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente, o que me diz respeito chega ao seu termo.» 
 
Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele respondeu-lhes: «Basta!»
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele. Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em tentação.»  Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.» 
 
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava. Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra. Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza. Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.» 
 
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar. Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?»  Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?»  E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o. 

Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador!  Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.»  Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe. 

Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles.  Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitandoo, disse: «Este também estava com Ele.»  Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.»  Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro disse: «Homem, não sou.»  Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.» 
 
Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo.  Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.»  E, vindo para fora, chorou amargamente.  Entretanto, os que guardavam Jesus troçavam dele e maltratavam-no.  Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha! Quem te bateu?»  E proferiam muitos outros insultos contra Ele. Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos anciãos do povo, sumos sacerdotes e doutores da Lei, que o levaram ao seu tribunal.  Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se vo-lo disser, não me acreditareis  e, se vos perguntar, não respondereis.  Mas doravante, o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus todo-poderoso.» 
 
Disseram todos: «Tu és, então, o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o dizeis; Eu sou.»  Então, exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca.»  Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos  e começaram a acusá-lo, nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o Messias Rei.»  Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Tu o dizes.»  Pilatos disse, então, aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de culpável neste homem.»  Mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia até aqui.»  Ao ouvir isto, Pilatos perguntou-se o homem era galileu;  e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que também se encontrava em Jerusalém nesses dias. 

Ao ver Jesus, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que fizesse algum milagre na sua presença.
Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu.  Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, que lá estavam, acusavam-no com veemência.  Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos.  Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do outro.
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo,  e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais. Herodes tão pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada praticou que mereça a morte.  Vou, portanto, libertá-lo, depois de o castigar.» 
 
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso. E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!»  Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada na cidade, e por homicídio.  De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus.  Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele, então? Nada encontrei nele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-lo, depois de o castigar.»  Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência.  Então, Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam.  Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam. 

Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.  Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos;  pois virão dias em que se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.'  Hão-de, então, dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' E às colinas: 'Cobri-nos!'  Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?»  E levavam também dois malfeitores, para serem executados com Ele.  Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.  Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes. 

O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.»  Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre,  diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!»  E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.»  Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.»  Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?  Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.»  E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.»
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.»  Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde.  O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio.  Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou. 

Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!»  E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito.  Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas.  Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo,  não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus.  Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.  Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado.  Era o dia da Preparação e já começava o sábado.  Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus fora depositado.  Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito.


Comentário ao Evangelho do dia feito por: São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
«Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mc 11,9-10)
Irmãos, celebremos hoje a vinda do nosso Rei, vamos ao Seu encontro, porque Ele também é o nosso Deus. [...] Elevemos o coração até Deus, não apaguemos o Espírito (1Ts 5,19), aprontemos alegremente as candeias (Mt 25,7), mudemos as vestes da alma. Quais vencedores, peguemos em palmas e, quais pessoas simples, aclamemo-Lo com o povo. Com as crianças, cantemos, com um coração infantil: «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mt 21,15) [...] Hoje mesmo Ele entra em Jerusalém, de novo se prepara a cruz, o documento de acusação de Adão foi abolido (Col 2,14); de novo se abre o Paraíso, e o ladrão nele entra (Lc 23,43); de novo a Igreja está em festa. [...]

Ele não vem acompanhado pelas forças invisíveis do céu e pelas legiões de anjos; não está sentado num trono alto e sublime, protegido pelas asas dos serafins, por um carro de fogo e por seres vives de múltiplos olhos, que tudo fazem tremer com prodígios e com o som das trombetas (Ez 1,4ss). Ele vem escondido na natureza humana. É uma exaltação de bondade, não de justiça; de perdão, não de vingança. Ele não aparece na glória do Seu Pai (Ex 19,16ss), mas na humildade da Sua mãe. Já outrora o profeta Zacarias nos anunciara esta aparição; e convidava toda a criação ao júbilo [...]: «Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9) As mesmas palavras que o anjo Gabriel pronunciara à Virgem: «Salve, ó cheia de graça» (Lc 1,28), e a mesma mensagem que o Salvador anunciou às santas mulheres após a Sua ressurreição : «Salve!» (Mt 28,9) [...]

«Exulta de alegria, filha de Jerusalém! Aí vem o teu Rei, ao teu encontro, manso e montado num jumentinho, filho de uma jumenta». [...] Que significa isto? Ele não não vem com pompa e esplendor, como é próprio dos reis. Vem na condição de servo (Fl 2,7), de esposo cheio de ternura, de Cordeiro dulcíssimo (Jo 1,29), fresco orvalho no Seu velo (Jz 6,36ss), ovelha que é levada ao matadouro (Jr 11,19), manso cordeiro arrastado para o sacrifício (Is 53,7). [...] Hoje, os filhos dos hebreus correm à Sua frente, oferecendo ramos de oliveira Àquele que é misericordioso e, em júbilo, recebem com palmas o Vencedor da morte. «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!»