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domingo, 12 de abril de 2020

A Luz venceu as trevas!

As cordas, os açoites, os espinhos, os cravos, a
pedra rolada para fechar o sepulcro — tudo isto de
nada valeu, senão para dar maior realce à força
com a qual Jesus saiu triunfante da sepultura.
  



A constância com que se sucedem os vários tempos do Calendário Litúrgico, perene em contraste com os rumos dos acontecimentos históricos, tanto na esfera social como na política e financeira, é uma demonstração da grandeza da Igreja, sobranceira ao ondular das humanas vicissitudes.  

Mas esta superioridade não significa distância ou insensibilidade. Em cada fase do Ano Litúrgico, a Santa Igreja se inclina sobre seus filhos e os estimula à prática de determinadas virtudes, sobretudo aquelas que eles mais tendem a esquecer. Assim, nos dias da Quaresma, de modo especial no Tríduo Pascal, procura ela reacender em nós o senso da abnegação, da dor, do espírito de renúncia, enquanto no mundo tantos
procuram fugir de todo e qualquer sofrimento.

Em seguida, a Santa Igreja comemora o triunfo final de nosso Salvador.
O júbilo da Páscoa nos conduz à esperança, mesmo em meio às aflições
e tristezas hodiernas, pois Cristo ressuscitado venceu definitivamente
o pecado e a morte, esmagou o demônio e reina por todos os séculos,
como Senhor soberano do universo.

Jesus amava a glória da Cidade Santa
Para termos ideia do grau do triunfo de Cristo em sua Ressurreição,
precisamos levar em conta o abandono e a tragédia da Paixão.
E quando meditamos nesses fatos, constatamos como tudo na vida de
nosso Redentor é cheio de significado e de insondável profundidade.

No episódio da Agonia no Horto das Oliveiras, por exemplo, Ele deixa
a cidade de Jerusalém e Se dirige “para além da torrente do Cedron”
(Jo 18, 1). Esta saída de Jerusalém parecia um evento da vida comum,
seguida logo de um retorno, como tantas vezes acontecera. Nessa noite,
porém, tratava-se de uma definitiva separação.

Esta cidade tão amada pelo Homem-Deus foi alvo de um pungente lamento:“Jerusalém, Jerusalém! Tu matas os profetas e apedrejas os
que te foram enviados! Quantas vezes Eu quis reunir teus filhos como
a galinha reúne os pintainhos debaixo das asas, mas tu não quiseste!” (Lc 13, 34).

Jesus amava a glória da Cidade Santa com suas altas muralhas, seu altaneiro Templo e seus habitantes. Por esta razão, ali ensinou com especial empenho, empregando todos os meios possíveis para convertê-los. Mas, como a todos os profetas, também a Ele recusaram. Não prestaram ouvidos às suaves e divinas palavras saídas de seus adoráveis lábios. Por isso Ele abandonava, naquela tenebrosa noite, a cidade amaldiçoada.

Odiaram a Jesus por ser Ele o sumo Bem
Parecia uma noite como outra qualquer. Tudo estava como sempre na aparência. A atmosfera de despreocupação reinava em toda parte. As casas eram cenários de animadas conversas. Ninguém pensava em Jesus, apesar de sua divina sabedoria. Tudo estava tão bem… por que iriam lembrar-se d’Ele?

Assim, ninguém percebeu quando Ele saiu da cidade. E se alguém O tivesse visto passar, mais provavelmente O olharia com indiferença. Aqueles homens, que haviam sido objeto de tanto amor e bondade, não sentiam necessidade de Jesus. Preferiam ter como mestres os sumos sacerdotes, dos quais Anás e Caifás eram as figuras proeminentes. Com “mestres” desse jaez, poderiam continuar a levar sua vida dissoluta, acalmando depois a consciência com um sacrifício oferecido no Templo…

Em tais circunstâncias, Jesus não era bem-vindo: falando de temas como o juízo ou o inferno, Ele mexia a fundo nas almas dos habitantes de Jerusalém, desejosos de seguir as modas vigentes. Muitas vezes o Messias os deixava numa situação desconfortável. Com argumentos impossíveis de serem refutados, Ele os increpava por sua hipocrisia
em querer conciliar a Religião com seus costumes mundanos. Além disto, confirmava seu divino ensinamento com numerosos e incontestáveis milagres.

Em resumo, para aqueles judeus transviados, Jesus vinha perturbar
a paz. Não “a tranquilidade da ordem” — como Santo Agostinho define
a verdadeira paz —, mas a estagnação na desordem, ou seja, a possibilidade de viverem afastados de Deus sem os remorsos da consciência. 



Este é o motivo pelo qual Cristo suscitou tanto ódio. Não O odiavam
por algum defeito ou mal, impossível de haver no Homem-Deus, mas por ser Ele o sumo Bem. Profundo mistério da iniquidade humana! E esse ódio cresceu a ponto resultar numa estrepitosa explosão. Através do suborno e do falso testemunho, seus inimigos conseguiram aquilo que não haviam logrado pela difamação. Como desfecho final, satanás penetrou no coração do mais asqueroso dos homens, levando-o a, por meio de um beijo, entregar aos esbirros o Mestre, do qual recebeu um derradeiro convite à conversão, manifestado por esta suave censura: “Judas, com um ósculo trais o Filho do Homem?” (Lc 22, 48).

Essa inqualificável revolta, movida em grande parte por aqueles que
foram os mais beneficiados pelo Salvador, causou como supremo resultado o deicídio, o maior crime da História.

Só Maria conservou íntegra a Fé
Depois da morte de Jesus, José de Arimateia e Nicodemos baixaram
da Cruz seu sacrossanto Corpo, envolveram-no em finos tecidos com aromas e o depositaram num sepulcro novo, no qual ninguém ainda fora sepultado (cf. Jo 19, 40-42).

Vendo a sepultura lacrada e guardada por soldados, até os mais fiéis de seus discípulos julgaram estar tudo acabado. Deles se apoderou uma perturbação cheia de abatimento, temor e desânimo. Naquela terrível hora, esqueceram-se de que Jesus mesmo havia predito sua Ressurreição.

A confiança e a certeza da vitória haviam desaparecido. Com sua apoucada fé, nada viam a não ser a tragédia e a derrota. Maria Santíssima, pelo contrário, deu-nos magnífico exemplo de tranquila certeza no poder de Jesus Cristo, de uma tranquilidade cheia
de espírito sobrenatural. Naquele momento, quando tudo parecia perdido, Ela sozinha conservou integra a Fé.

Ela contemplou pendente da Cruz — reduzido a uma só chaga “desde a planta dos pés até o alto da cabeça” (Is 1, 6) — aquele adorável Corpo que antes da Paixão resplandecia de uma perfeição absoluta. Viu verter de seu lado, aberto pela lança do soldado, a última gota de sangue misturado com água. Constatou com seus próprios olhos a morte e presenciou o sepultamento. Contudo, permaneceu serena como durante toda a sua vida, sem duvidar um instante sequer: Jesus ressuscitará!

O episódio que fundamenta toda a Religião Católica
Os Evangelhos registram quatro passagens nas quais nosso Salvador
faz com toda clareza aos Apóstolos esta previsão: o Filho do Homem será rejeitado pelos anciãos, escribas e sumos sacerdotes, padecerá muitos tormentos, morrerá, mas ao terceiro dia ressuscitará (cf. Mt 16, 2; 20, 19; Mc 8, 31; Lc 9, 22). Cumpriu-se plenamente esta divina profecia. E até mesmo na fixação do prazo — “ao terceiro dia” —, vemos fulgurar sua infinita perfeição.

Conforme nos ensina São Tomás, 1 convinha que a Ressurreição de Jesus ocorresse ao terceiro dia, ou seja, após uma permanência no sepulcro durante um prazo prudencial. Por um lado, para confirmar nossa Fé na sua divindade, era preciso que Ele ressuscitasse logo. Por outro lado, se a Ressurreição se desse logo após a morte, poderiam alguns levantar dúvidas sobre se Ele teria morrido de fato. Assim, “para mostrar a  excelência do poder de Cristo, foi conveniente que Ele ressuscitasse no terceiro dia”.2 Inclusive neste detalhe, parece bem claro o objetivo de Deus Pai: dar a seu Divino Filho a maior glória possível.

A Religião Católica se fundamenta na autenticidade da Ressurreição do Homem-Deus. Ensina-nos o Apóstolo: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa Fé” (I Cor 15, 14. Isto é para nós motivo de grande esperança, pois, vendo Cristo ressuscitado — cabeça do Corpo Místico, do qual todos somos membros —, esperamos também nós ressuscitar um dia como Ele.

Maria foi a primeira pessoa a contemplar Cristo ressuscitado
Quando lemos nos Evangelhos o relato da Ressurreição, das aparições
e dos prodígios operados por Ele com seu corpo glorioso, salta do fundo de nossos corações uma questão: nenhum dos evangelistas relata uma aparição de Cristo ressuscitado à sua Mãe Santíssima; ter-Se-ia Ele esquecido, justo naquele momento, d’Aquela que foi a única a conservar a fé na sua Ressurreição? Decerto, não. De acordo com a tradição cristã unânime, foi Ela a primeira pessoa a contemplar seu Filho ressuscitado.

Provavelmente os evangelistas tenham considerado supérfluo narrar o fato, por ser algo muito evidente. Isto afirma o destacado teólogo dominicano José Maria Lagrange:
“A piedade dos filhos da Igreja tem por certo que Cristo ressuscitado apareceu primeiro à sua Santíssima Mãe. Ela O alimentou com seu leite, guiou durante sua infância, por assim dizer, O apresentou ao mundo nas Bodas de Caná, e não tornou a aparecer senão aos pés da Cruz. Mas Jesus consagrou só a Ela e a São José trinta anos de sua vida oculta: como não dedicaria só a Ela o primeiro instante de sua vida oculta em Deus? Não havia interesse em divulgar esse dado nos Evangelhos; Maria pertence a uma ordem transcendente, na qual está associada, como Mãe, à paternidade do Pai, em relação a Jesus. Submetamo-nos à disposição do Espírito Santo, deixando esta primeira aparição de Jesus às almas contemplativas”

Portas fechadas não são barreiras para um corpo glorioso
Causa admiração também o modo como Nosso Senhor penetrou na sala
fechada e Se apresentou aos Apóstolos (cf. Lc 24, 36-43). Explica-nos o Doutor Angélico: “Não por milagre, mas por sua condição gloriosa entrou na sala onde estavam seus discípulos, apesar de estarem as portas trancadas, ocupando assim ao mesmo tempo o mesmo lugar com outro corpo”. E acrescenta pouco adiante, citando Santo Agostinho: “Portas trancadas não foram obstáculo à grandeza de um corpo no qual estava presente a divindade; e, de fato, pôde entrar pelas portas não abertas aquele corpo que, ao nascer, deixou inviolada a virgindade de sua Mãe”.



Além do aspecto teológico, este fato tem um aspecto simbólico. Assim como não há paredes materiais capazes de impedir a passagem de Nosso Senhor, pois Ele as transpõe sem destruir, não há barreiras que
detenham a ação da graça nas almas. É a graça que abre para nós o caminho da virtude, tornando possível na Terra a verdadeira felicidade, a qual não nasce do pecado, mas do equilíbrio, da austeridade e da santidade.

São Tomé viu e acreditou
Muito se tem comentado, talvez até com algum exagero, sobre
a relutância de São Tomé em crer na Ressurreição de Jesus. Por toda
parte, porém, nos deparamos com exemplos de uma incredulidade muito mais radical do que a sua. De fato, ao ouvir dos Apóstolos a notícia dessa Ressurreição, teve uma reação categórica: não creria se não visse e tocasse em suas chagas. Quando, porém, o Mestre apareceu pela segunda vez, estando ele presente, viu e acreditou talvez antes mesmo de tocar.

Não deixa de ser providencial o fato de ter havido um Apóstolo com
fé vacilante: sua exigência de provas concretas serve de esteio para as almas de pouca fé, que houve e haverá semper et ubique. São Tomé viu e acreditou. Quantos há hoje em dia que veem e não creem?

Uma glória exclusiva do Filho de Deus
Analisando a vida de Jesus — desde seu nascimento até sua Ascensão
aos Céus — nada encontramos que não excite a mais extraordinária admiração. Tudo nela nos leva a este altíssimo sentimento. Por isso mesmo — embora objeto do ódio criminoso dos fariseus —, Nosso Senhor foi também muito amado.

Prova eloquente desse amor dão as multidões que O seguiam e por
vezes O comprimiam a ponto de ser necessário tomar medidas para protegê-Lo. Mais ainda o fato de milhares de pessoas O seguirem deserto
adentro, sem a menor preocupação com a alimentação, tão encantadas
estavam com suas palavras. E, como corolário, a sua entrada triunfal em
Jerusalém, precedido e seguido por uma entusiástica multidão aclamando: “Hosana ao filho de Davi!” (Mt 21, 9).

Nessas manifestações de amor, há uma forma particular de glória. Essa glória, o Filho de Deus encarnado a teve em proporções que nenhuma criatura recebeu antes, nem receberá nos séculos futuros.

A única glória autêntica
Os homens de outrora compreendiam os admiráveis valores morais contidos neste curto vocábulo. Movidos pelo desejo da glória, grandes personagens da História fizeram os mais desmedidos esforços. Mas esta palavra perdeu hoje muito de seu significado. Para alguns, a glória consiste em ser bem visto pelos outros, em proceder de acordo com a moda e o espírito do mundo; para outros, em ter uma grande fortuna, em ser famoso a qualquer título. A esses tais, bem se pode aplicar o dito do Apóstolo: “seu Deus é o próprio ventre”  (cf. Fl 3, 19).

Ora, a verdadeira glória não consiste na posse dos bens materiais, menos ainda em gozar de um efêmero e balofo prestígio junto aos homens, os quais se estimam uns aos outros de acordo com seus egoísticos interesses. Ao contrário, ela é a imagem da única glória autêntica: a glória de Deus no mais alto dos Céus.

O esplendor desta Luz inaugurou uma magnífica aurora
Esta é a glória conquistada por Nosso Senhor Jesus Cristo na sua
Ressurreição. As cordas com as quais O amarraram, os açoites, os espinhos, os cravos, a lançada do soldado romano, a pedra rolada para fechar o sepulcro — tudo isto de nada valeu, senão para dar maior realce à força com a qual Ele reduziu a nada os vínculos da morte e saiu triunfante da sepultura guardada por homens armados. Nada conseguiu retê-Lo.

Ele é a Luz que venceu as trevas, triunfou sobre o pecado. Sua vitória
acarretou a fundação de uma nova ordem baseada na Fé, e será a causa do advento do Reino de Cristo sobre a Terra. Essa Luz continuará fulgurante por todos os séculos.
* * * *
O silêncio do Evangelho em relação a Nossa Senhora
Depois do sábado, quando amanhecia o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o túmulo” (Mt 28, 1).



Eram três Marias. Onde se encontra a terceira? Nossa Senhora onde está? Vê-se que tão grande era sua dor, seu recolhimento e sua esperança, que Ela pairava por cima de todas as circunstâncias e de todas as providências concretas, mesmo as mais augustas, até as que mais diziam respeito ao Corpo de seu Divino Filho. Ela estava recolhida, fora e acima de todos os acontecimentos. Por isso, as outras A serviam e faziam por Ela, por mediação d’Ela, por instigação d’Ela, pelas ordens d’Ela, aquilo que Ela mesma quisera fazer.

Devemos imaginar Nossa Senhora num estado excelso de recolhimento, no qual se concentravam toda a dor, todo o júbilo, toda a esperança da Igreja, para serem depois distribuídos para todos os fiéis ao longo de todos os tempos. Por esse motivo, Aquela que, depois de Jesus Cristo, é o centro da Ressurreição — pois sobre Ela todas as alegrias e glórias da Ressurreição convergiram de Nosso Senhor como sobre um foco central —, d’Ela não se diz sequer uma palavra, porque Ela é superior a todo louvor, a toda referência, a qualquer menção. Ela paira acima de tudo.

Cabe-nos apenas pensar nisso e continuar reverentes a narração. Porque na soleira da porta do quarto onde Se encontrava a Virgem Maria não penetrou o cronista do Evangelho, e também nós não somos dignos de penetrar.

Ressurreição do Senhor
         
Resta-nos somente, do lado de fora, sentir esse perfume da devoção de Nossa Senhora, nos enlevarmos e passarmos adiante. Esta é a razão do silêncio deste trecho do Evangelho a respeito de Nossa Senhora. (CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Palestra. São Paulo, 5 abr. 1969). (Pe. Leandro Cesar Ribeiro, EP; Revista Arautos do Evangelho, Abril/2014, n. 148, p. 28 à 33)



DOMINGO DA PÁSCOA DA RESSUREIÇÃO DO SENHOR - ALELUIA !!! CRISTO RESSUCITOU !!! ALELUIA !!!

Domingo de Páscoa

O Domingo de Páscoa, ou a Vigília Pascal, é o dia em que até mesmo a mais pobre igreja se reveste com seus melhores ornamentos, é o ápice do ano litúrgico. É o aniversário do triunfo de Cristo. É a feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E uma dor e alegria que se fundem pois se referem na história ao acontecimento mais importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus.


ALELUIA! ALELUIA!



O SENHOR RESSUSCITOU!
  ALELUIA! ALELUIA!

São Paulo nos diz : "Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a nossos corpos mortais". Não se pode compreender nem explicar a grandeza da Páscoa cristã sem evocar a Páscoa Judaica, que Israel festejava, e que os judeus ainda festejam, como festejaram os hebreus há três mil anos. O próprio Cristo celebrou a Páscoa todos os anos durante a sua vida terrena, segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, até o último ano de sua vida, em cuja Páscoa aconteceu na ceia e na instituição da Eucaristia.

Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus. A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - celebra a proteção que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as portas da Jerusalém celestial. A festa da Páscoa é, antes de tudo, a representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição de Jesus depois de sua morte consentida por Ele para o resgate e a reabilitação do homem caído. Este acontecimento é um dado histórico inegável. Além de que todos os evangelistas fizeram referência. São Paulo confirma como o historiador que se apoia, não somente em provas, mas em testemunhos.

Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Como não se alegrar pela vitória d'Aquele que tão injustamente foi condenado à paixão mais terrível e à morte de cruz?, pela vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado, esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade.


Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desilusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana respeitada.

A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na Ressurreição?, a proclamo?; creio em minha vocação e missão cristã, a vivo?; creio na ressurreição futura? , é alento para esta vida?, são perguntas que devem ser feitas.
A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz - soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado. São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: " Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com Ele".



São Guido de Anderlecht - protetor contra as doenças do aparelho digestivo - 12 de setembro

São Guido é o protetor contra as doenças do aparelho digestivo,  

sua festa é celebrada em 12 de setembro,  

mas, é sempre lembrado, comemorado,  por seus devotos no dia 12 de cada mês.  


 São Guido de Anderlecht


Nascido em Brabante, Bélgica, Guido de Anderlecht viveu entre os séculos X e XI. Desde a infância, já demonstrava seu desapego pelos bens terrenos, tanto que, na juventude, distribuiu aos pobres tudo o que possuía e ganhava. Na ânsia de viver uma vida ascética, Guido abandonou a casa dos pais, que eram bondosos cristãos camponeses, e foi ser sacristão do vigário de Laken, perto de Bruxelas, pois assim poderia ser mais útil às pessoas carentes e também dedicar-se às orações e à penitência.




Quando ficou órfão, decidiu ser comerciante, pois teria mais recursos para auxiliar e socorrer os pobres e doentes. Mas seu navio repleto de mercadorias afundou nas águas do Sena. Então, o comerciante Guido teve a certeza de que tinha escolhido o caminho errado, de modo que se convenceu do equívoco cometido ao abandonar sua vocação religiosa para trabalhar no comércio, mesmo que sua intenção fosse apenas ajudar os mais necessitados.

Sendo assim, Guido deixou a vida de comerciante, vestiu o hábito de peregrino e pôs-se novamente no caminho da religiosidade, da peregrinação e assistência aos pobres e doentes. Percorreu, durante sete anos, as inseguras e longas estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade.

Depois da longa peregrinação, que incluiu a Terra Santa, Guido voltou para o seu país de origem, já fraco e cansado. Ficou hospedado na casa de um sacerdote na cidade de Anderlecht, perto de Bruxelas, de onde herdou o sobrenome. Pouco tempo depois, morreu, com fama de santidade. Foi sepultado naquela cidade e sua sepultura tornou-se um polo de peregrinação. Assim, com o passar do tempo, foi erguida uma igreja dedicada a ele, para guardar suas relíquias.

Ao longo dos séculos, a devoção a são Guido de Anderlecht cresceu, principalmente entre os sacristãos, trabalhadores da lavoura, camponeses e cocheiros. Aliás, ele é tido como protetor das cocheiras, em especial dos cavalos. Diz a tradição que Guido não resistiu a uma infecção que lhe provocou forte desarranjo intestinal, muito comum naquela época pelos poucos recursos de saneamento e higiene das cidades. Seu nome até hoje é invocado pelos fiéis para a cura desse mal.

A sua festa litúrgica, tradicionalmente celebrada no dia 12 de setembro, traz uma carga de devoção popular muito intensa. Na cidade de Anderlecht, ela é precedida por uma procissão e finalizada com uma bênção especial, concedida aos cavalos e seus cavaleiros. 



São Guido de Anderlecht, rogai por nós!

Agradecendo por graça alcançada. 


Santo do dia - 12 de abril

São José Moscati
 José Moscati era de uma família ilustre e muito rica. Seu pai, Francisco, era presidente do Tribunal de Justiça e sua mãe, Rosa de Luca, pertencia à nobreza. Ele nasceu na cidade de Benevento, Itália, no dia 25 de julho de 1880, e foi batizado em casa num dia de festa, a de santo Inácio de Loyola.

Em 1884, seu pai foi promovido e mudou-se para Nápoles com a família. Lá, o pequeno José fez seu primeiro encontro com Jesus eucarístico, aos oito anos. Naquele dia, foram lançadas as bases de sua vida eucarística, um dos segredos da sua santidade. Devoto de Maria e da Eucaristia, com apenas dezessete anos obrigou-se ao voto de castidade perpétua. Ativo participante da vida paroquial, participava da missa e comungava diariamente. Sua generosidade e caridade eram dedicadas aos pobres e doentes, especialmente aos incuráveis.

Quando seu irmão Alberto passou a sofrer de epilepsia, José passava várias horas cuidando dele. Foi então que decidiu seguir os estudos de medicina. No ambiente universitário, Moscati destacou-se pelo cuidado e  empenho e, em 1903, recebeu doutorado de medicina com uma tese brilhante. Desde então, a universidade, o hospital e a Igreja se tornaram um único campo para suas atividades. Tornou-se médico do Hospital dos Incuráveis, onde logo ganhou admiração e o prestígio no domínio científico. Mas o luto atingiu Moscati, quando, em 1904, seu irmão Alberto morreu.

A reputação de Moscati como mestre e médico era indiscutível. Por isso foi nomeado, oficialmente, médico responsável da terceira ala masculina do Hospital dos Incuráveis, justamente a ala daqueles doentes pelos quais ele se empenhava e trabalhava com afinco.

No dia 12 de abril de 1927, como de hábito, depois de ter participado da missa e recebido Cristo eucarístico, foi para o hospital. Voltou para casa à tarde e, enquanto atendia os pacientes, sentiu-se mal e pouco depois morreu serenamente. A notícia de sua morte espalhou-se imediatamente e a dor se espalhou pela cidade.

No dia 16 de novembro de 1975, o papa Paulo VI proclama José Moscati  bem-aventurado. A devoção a Moscati vai aumentando cada dia mais. As graças obtidas por sua intercessão são muitas.

De 1o. a 30 de outubro de 1987, em Roma, houve a VII Assembléia do Sínodo dos Bispos, cujo tema era: "Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, vinte anos após o Concílio Vaticano II". José Moscati foi um leigo que cumpriu sua missão na Igreja e no mundo. No Sínodo, após longos exames, a Igreja comunicou que ele seria canonizado, como um homem de fé e caridade, que assistia e aliviava os sofrimentos dos incuráveis.

No dia 25 de outubro de 1987, na praça São Pedro, em Roma, o papa João Paulo II colocou, oficialmente, José Moscati entre os santos da Igreja.
Sua festa litúrgica foi indicada para o dia 12 de abril. Seu corpo repousa na igreja do Menino Jesus, em Nápoles, Itália. 


São José Moscati, rogai por nós!

São Júlio I
O Martirológio Romano enumera nove santos e oito santas com esse nome e quase todos são mártires do primeiro século do cristianismo. Mas, hoje, celebramos Júlio, o primeiro papa a tomar este nome, e que dirigiu a Igreja de 337 a 352.

Júlio era de origem romana, filho de um certo cidadão chamado Rústico. Viveu no período em que a Igreja respirava a liberdade religiosa concedida pelo imperador Constantino, o Magno, em 313. Essa liberdade  oferecia ao cristianismo melhores condições de vida e expansão da religião. Por outro lado, surgiram as primeiras heresias: donatismo, puritanismo na moral,e o arianismo, negando a divindade de Cristo.

Com a morte de Constantino, os sucessores, infelizmente, favoreceram os partidários do arianismo. O papa Júlio I tomou a defesa e hospedou o patriarca de Alexandria, Atanásio, o grande doutor da Igreja, batalhador da fé no concílio de Nicéia e principal alvo do ódio dos arianos, que o tinham expulsado da sede patriarcal. O papa Júlio I convocou dois sínodos de bispos em que, com a condenação do semi-arianismo, Atanásio foi reabilitado, recebendo cartas do papa que se felicitava com a Igreja de Alexandria, baluarte da ortodoxia cristã.

O papa Júlio I construiu várias igrejas em Roma: a dos Santos Apóstolos,  a da Santíssima Maria de Trastévere, e três mandou construir nos cemitérios das vias Flavínia, Aurélia e Portuense, respectivamente as igrejas de São Valentim, de São Calisto e de São Félix. Cuidou da organização eclesiástica e da catequese catecumenal, ou seja, dos adultos e mais velhos.

Morreu em 352, após quinze anos de pontificado. Foi sepultado no cemitério de Calepódio, na via Aurélia, numa igreja que ele também havia mandado edificar. Sua veneração começou entre os fiéis a partir do  século VII. Suas relíquias, segundo a tradição, foram transladadas para a  basílica de São Praxedes a pedido do papa Pascoal I. O seu culto, que já fora autorizado, refloresceu em 1505, quando do seu translado para a basílica da Santíssima Maria de Trastévere, em Roma. 


São Júlio I, rogai por nós!


São Vitor
Nasceu na aldeia de Passos, perto de Braga (Portugal), onde viveu toda sua juventude para Deus. Era catecúmeno, e se preparava para receber a graça do Batismo.
Jovem muito dado, encontrou um grupo de pagãos que prestava culto a um ídolo. Eles o chamavam a adorar este ídolo, e ele se recusou. Então, Vitor foi levado diante do governador e questionado.

Por não renunciar a sua fé, foi preso numa árvore e flagelado. E em seguida, decapitado. São Vitor foi fiel a Cristo em todos os momentos, entregando-se a Jesus desde a juventude.

São Vitor, rogai por nós!

sábado, 11 de abril de 2020

Qual o significado do Sábado de Aleluia? Onde está escrito que Jesus desceu ao inferno e tomou das mãos do Diabo a chave da vida e da morte?

Qual o significado do Sábado de Aleluia? Onde está escrito que Jesus desceu ao inferno e tomou das mãos do Diabo a chave da vida e da morte?

São duas perguntas que têm um mesmo contexto, o da Paixão e Ressurreição de Cristo.

Sábado de Aleluia é o Sábado Santo, o dia depois da morte de Cristo. A referência é sobretudo feita à noite do Sábado Santo, quando, na liturgia, se canta o aleluia pascoal, depois de 40 dias, a quaresma, durante os quais o Aleluia é omitido nas celebrações. É a celebração da Ressurreição de Cristo.

O tema da descida de cristo à "mansão dos mortos" é um dos temas da fé cristã. Está presente já numa das primeiras profissões de fé, o Símbolo dos Apóstolos. Também Tomás de Aquino, teólogo medieval, dedicou todo um capítulo de sua Suma Teológica (quaestio 52 della Pars 3) a este argumento. Até mesmo Lutero incluiu essa afirmação nos seus preceitos: Como se deve crer que Cristo morreu e foi sepultado por nós, assim também é necessário crer que ele desceu à mansão dos mortos.

Na Bíblia, o texto mais importante, nesse sentido, encontra-se em 1Pedro 3,18: Também Cristo morreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de vos conduzir a Deus. Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual foi também pregar aos espíritos em prisão, a saber, aos que foram incrédulos outrora...

Esse texto evoca a profecia de Jesus, testemunhada por Mateus 12,40:Como Jonas esteve no ventre do monstro marinho três dias e três noites,  assim ficará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra.  Também Atos dos Apóstolos 2,24 diz: Mas Deus o ressuscitou, libertando-o das angústias do Hades, pois não era possível que ele fosse retido em seu poder. Também Efésios 4,9: Que significa "subiu", senão que ele também desceu às profundezas da terra? O que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, a fim de plenificar todas as coisas.

O sentido básico dessa expressão teológica é professar que Jesus realmente morreu e que venceu a morte e o Demônio, que tem o poder da morte, como escrito em Hebreus 2,14: Ele participou da mesma condição, a fim de destruir pela morte o dominador da morte, isto é, o diabo.

Há várias interpretações muito interessantes sobre esse tema. Bento XVI, hoje, sexta feira da paixão, respondendo a perguntas de expectadores, num programa na televisão italiana, disse que o fato de Jesus ter descido à mansão dos mortos significa que a sua morte abrange toda a humanidade, isto é, dela não são beneficiados apenas aqueles que vivem a partir da época de Cristo, mas também os que nasceram antes de Cristo.

Outra interpretação, que merece ser sublinhada, vem do teólogo Von Balthasar. Ele diz que Cristo, descendo à mansão dos mortos, tornou-se o último da humanidade, alcançou os últimos e os redimiu.

Fonte: aBiblia.org 

Sábado de Aleluia - Sábado Santo - A Vigilia Pascal

Sábado Santo: A Vigília Pascal

No sábado santo honra-se a sepultura de Jesus Cristo e a sua descida ao Limbo, e, depois do sinal do Glória, começa-se a honrar a sua gloriosa ressurreição.

A noite do sábado santo é especial e solene, é denominada também como Vigília Pascal.
A Vigília Pascal, era antigamente à meia-noite, mas depois foi mudada para ser a partir das 20 horas, no entanto, ela não pode começar antes do início da noite e deve terminar antes da aurora do domingo.
É considerada "a mãe de todas as santas Vigílias" (S. Agostinho, Sermão 219: PL 38, 1088. 1). Nela a Igreja mantém-se em vigília, à espera da Ressurreição do Senhor. E celebra-a com os sacramentos da Iniciação cristã. Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42).

Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Senhor, tendo nas mãos lâmpadas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua mesa.
A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:
1º - A celebração da luz;
2º - A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua palavra e sua promessa;
3º - O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do sacramento do batismo;
4º - E por fim a tão esperada comunhão pascal, na qual rendemos ação de graças a Nosso Senhor por sua gloriosa ressurreição, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.

Benção do lume novo
As luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um fogareiro preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a faísca tirada de uma pedra.

Junto está uma colher para recolher as brasas e colocá-las dentro do turíbulo. Então o celebrante abençoa o fogo e o turiferário recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo.

A benção se originou na Gália (França). O costume de extrair fogo golpeando uma pedra provém da antiguidade germânica. A pedra representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.

O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divinaapagada por três dias, que há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que se imagina exterior ao recinto da igreja, e resplandecerá no dia da ressurreição.

Este fogo deve ser novo porque Nosso Senhor, simbolizado por ele, acaba de sair do túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos. Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor Ressuscitado dentro da noite da morte.

O círio pascal
Este talvez seja o único objeto litúrgico que pode ser visto apenas por quarenta dias. 
Surge no início da vigília pascal e no dia da Ascensão do Senhor desaparece. 
O círio pascal é símbolo da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. 
É a evocação de Cristo glorioso, vencedor da morte.

Originalmente o círio tinha a altura de um homem, simbolizando Cristo-luz que brilha entre as trevas. Os teólogos enriqueceram-no com elementos simbólicos. Um acólito traz ao celebrante o círio pascal, que grava no mesmo as seguintes inscrições:
1º - Uma cruz. Dizendo: "Cristo ontem e hoje. Princípio e fim".
2º - As letras Alfa e Ômega, a primeira e a última do alfabeto grego. Isso quer significar que Deus é "o principio e o fim de tudo", que tudo provém de Deus, subsiste por causa dele e vai para ele: "Alfa e Ômega".
3º - Os algarismos, colocados entre os braços da cruz, marcando as cifras do ano corrente. É para expressar que Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é o princípio e o fim de tudo, o Senhor do tempo, é o centro da História e a Ele compete o tempo, a eternidade, a glória e o poder pelos séculos, a ele oferecemos este ano e tudo o que nele fizermos"A ele o tempo e a eternidade a glória e o poder pelos séculos sem fim. Amém".
4º - Cinco grãos de incenso em forma de cravos, nas cinco cavidades previamente feitas no meio do círio, dispostas em forma de cruz. Esse cerimonial simboliza as cinco chagas de Nosso Senhor nas quais penetraram os aromas e perfumes levados por Santa Maria Madalena e as santas mulheres ao sepulcro.

O incenso é uma substância aromática que queimamos em louvor a Deus. Sua fumaça, subindo, simboliza nosso desejo de permanente união com Ele e de que nossa vida, nossas ações e nossas orações sejam agradáveis ao Senhor.

(...)

Missa solene
A missa é a primeira das duas que são cantadas na páscoa. Esta celebração mostra um caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a mágoa intensa da sexta-feira santa.
Vemos agora os altares e os dignatários paramentados em grande gala. Ouvem-se as notas alegres do Gloria in excelsis, unidas ao repicar festivo dos sinos.
O aleluia que não era ouvido desde o início da quaresma, volta a ser entoada após as leituras. Essa é na realidade a missa da madrugada da Páscoa. É por assim dizer, a aurora da ressurreição. 

Por: Emílio Portugal Coutinho

Ler mais... Arautos do Evangelho 



Santo Sábado de Aleluia

NO SÁBADO SANTO honra-se a sepultura de Jesus Cristo e sua descida à mansão dos mortos; depois do sinal do Glória, começa-se a honrar sua gloriosa Ressurreição.




A noite do Sábado Santo, denominada também Vigília Pascal, é especialíssima e solene. A Vigília Pascal era antigamente celebrada à meia-noite, depois mudada, infelizmente, por questões práticas(?). Ela não pode, entretanto,  começar antes do início da noite, e deve terminar antes da aurora do domingo. – É considerada "a mãe de todas as santas  vigílias", pois nesta a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, a consumação de toda a nossa fé, e celebra-a com os Sacramentos da Iniciação cristã.



Esta noite é "uma vigília em honra do Senhor" (Ex 12,42). Assim ouvindo a advertência de Nosso Senhor no Evangelho (Lc 12, 35), aguardamos o retorno do Cristo, tendo nas mãos velas acesas, para que ao voltar nos encontre vigilantes e nos faça sentar à sua Mesa.



A vigília desta noite é dividida do seguinte modo:



1) A Celebração da Luz;



2) A meditação sobre as maravilhas que Deus realizou desde o início pelo seu povo, que confiou em sua Palavra e em sua Promessa;



3) O nascimento espiritual de novos filhos de Deus através do Sacramento do Batismo;



4) E por fim a tão esperada Comunhão Pascal, na qual rendemos ação de graças à Nosso Senhor por sua Gloriosa Ressurreição, na esperança de que possamos também nós ressurgir como Ele para a vida eterna.
Benção do Lume Novo

As luzes da igreja estão todas apagadas. Do lado de fora está um fogareiro preparado pelo sacristão antes do início das funções, com a faísca tirada de uma pedra. Então o celebrante abençoa o fogo e o turiferário recolhe algumas brasas bentas e as coloca no turíbulo. A pedra representa Cristo, "a pedra angular" que, sob os golpes da cruz, jorrou sobre nós o Espírito Santo.



O fogo novo, representativo da Ressurreição de Nosso Senhor, luz Divina apagada por três dias, que há de aparecer ao pé do túmulo de Cristo, que se imagina exterior ao recinto da igreja, e resplandecerá no Dia da Ressurreição. Deve ser novo este fogo, porque Nosso Senhor, simbolizado por ele, acaba de sair do túmulo. Essa cerimônia era já conhecida nos primeiros séculos da cristandade. Tem sua origem no costume romano de iluminar a noite com muitas lâmpadas. Essas lâmpadas passam a ser símbolo do Senhor Ressuscitado, que surge de dentro da noite da morte.




A procissão com o Círio Pascal


Após a cerimônia de preparação do Círio Pascal, é ele solenemente introduzido no templo por um diácono que, por três vezes, ao longo do cortejo pela nave central, canta elevando sucessivamente o tom: "Eis a luz de Cristo" (Lumen Christi). O coro responde: "Graças a Deus" (Deo Gratias). Em cada parada vão se acendendo aos poucos as velas: na primeira vez é acesa a vela do celebrante; na segunda parada, feita no meio do corredor central, são acesas as velas dos clérigos; na terceira vez, por fim, se acendem as velas dos assistentes, que comunicam as chamas do Círio bento até toda a igreja estar iluminada.



As velas são acesas no Círio Pascal, pois nossa luz vem de Cristo. O diácono, que vem vindo, é, portanto, mensageiro e arauto da boa nova: anuncia ao povo a Ressurreição de Cristo, como outrora o Anjo às santas mulheres.



As palavras Lumen Christi significam que Jesus Cristo é a única Luz do mundo.



A procissão, que se forma atrás do Círio Pascal é repleta de símbolos. É alusão às palavras de Nosso Senhor: "Eu Sou a Luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a Luz da Vida" (Jo 8,12; Jo 9,5; 12,46). O Círio, conduzido à frente, recorda a coluna de fogo pela qual Deus precedia na escuridão da noite ao povo de Israel ao sair da escravidão do Egito e lhe mostrava o caminho (Ex 13, 21). – O cristão é aquele que, para iluminar, se deixa consumir na Luz maior, e que em sua  luz acende outras, dando sua própria vida, como ensinou e fez Nosso Senhor Jesus Cristo (Jo 15,13).
O Precônio Pascal

Ao término da procissão, na qual se introduz o Círio no Templo, é ele colocado em local apropriado. Com a vela acesa na mão, renovamos nossa fé, proclamando Jesus Cristo, Luz do mundo que ressurgiu das trevas para iluminar nosso caminho. E lembramos que por vocação todo cristão é chamado a ser também luz, como Ele mesmo nos diz: "Vós sois a luz do mundo. Que, portanto, brilhe vossa luz diante dos homens, para que as pessoas vejam vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está nos Céus!" (Mt 5,14.16).



O diácono, após incensar o Círio e o Livro, canta o Precônio Pascal, do latim Praeconium Pascale, que significa Anunciação da Páscoa (vídeo acima), em que se exaltam os benefícios da Redenção e que é um belo poema, a partir da vela, sobre o trabalho das abelhas e o material para a sua confecção, o significado da luz ao longo da história de Israel e, de modo especial, sobre Jesus, a Luz do mundo. As magníficas palavras deste hino são atribuídas a Santo Ambrósio e a Santo Agostinho. É esse canto o antigo Lucernário da Vigília Pascal. O nome Lucernário foi dado às orações que se diziam na reunião litúrgica ao acenderem-se as luzes ao anoitecer (veja letra e tradução aqui).



Arderá daí em diante o Círio Pascal, em todas as funções, durante quarenta dias, recordando a permanência na Terra de Cristo ressuscitado. Retirar-se-á no dia da Ascensão, isto é, no momento em que Jesus Cristo ressuscitado sobe ao Céu.




Leitura das Profecias


Nos primórdios da Igreja, nesta hora, aproximavam-se os catecúmenos para receberem o Batismo. A fim de ocupar a atenção dos fiéis e para a maior instrução dos catecúmenos, liam-se na tribuna passagens da Sagrada Escritura apropriados ao ato. Eram as Doze Profecias, como resumo histórico da Religião: criação, dilúvio, libertação dos israelitas, oráculos messiânicos.



Atualmente são feitas apenas nove leituras, sete do Antigo Testamento e duas do Novo. Para cada leitura, há uma oração, com cântico ou salmo responsorial. Após a sétima leitura, são acessas as velas do Altar a partir do Círio Pascal e o sacerdote entoa o canto do Gloria in Excelsis, com acompanhamento de instrumentos musicais e de sinos, que ficaram calados durante todo o Tríduo sagrado. A Igreja, portanto, entra inteira na alegria pascal. Logo em seguida é feita a primeira leitura do Novo Testamento (Rm 6,3-11), que é sobre o Batismo.



Após o término das leituras, o sacerdote entoa o canto solene do "Aleluia", quebrando o clima de tristeza e contrição que acompanhava todo o tempo da Quaresma. Esse canto solene, repetido gradativamente três vezes em tom cada vez mais alto, representa a saída de Cristo da sepultura e expressa o crescente júbilo pela Vitória do Salvador. Por fim, proclama-se um trecho do Evangelho sobre a Ressurreição de Jesus, levando-se em consideração o ciclo anual A, B e C.




Benção da pia batismal


Terminada a leitura das Profecias, vai o Clero para a pia batismal. Na frente do cortejo, a Cruz e o Círio Pascal, símbolos de Cristo que deve alumiar a nossa peregrinação terrena, como em outras eras a nuvem luminosa norteava o rumo dos israelitas no deserto.



O celebrante abençoa a água num magnífico prefácio em que são lembradas as maravilhas que Deus quis operar por meio da água; depois, com a mão divide em quatro partes a água já purificada, e derrama algumas gotas nos quatro pontos cardeais. Enfim, nessa pia batismal, mergulha por três vezes o Círio Pascal, simbolizando o poder regenerador que Jesus Ressuscitado dá a essa água e, também, nossa participação em seu Mistério Pascal, no qual morremos ao pecado e ressuscitamos para a vida da Graça. E ainda deita nela um pouco do óleo dos catecúmenos e do santo Crisma. Essa água será usada nos batizados ao longo do ano e na aspersão do povo.



Quando não há Batismo-Confirmação, sempre se benze a água, que é levada solenemente até a pia batismal.



Antigamente, após os ritos preparatórias, era administrado o Batismo solene aos catecúmenos (os que se iniciavam na fé cristã) que, durante três anos, viviam um processo intenso de preparação para ingressar na Igreja, com um rigor maior na Quaresma e na Semana Santa. Findos os ritos preparatórios, os catecúmenos, jubilosos, eram levados ao lugar onde haveriam de receber o Batismo. A aspersão dos fiéis que hoje em dia o celebrante faz, avançando através da igreja, com a água acabada de benzer, recorda esta antiga cerimônia .



Depois da benção da pia batismal, volta o préstito ao coro, cantando a Ladainha de Todos os Santos, recordando os que viveram com fidelidade a Graça Batismal. Chegados ao pé do Altar, o celebrante e seus ministros prostram-se para meditar ainda na Morte e Sepultura de Nosso Senhor.



O final do Sábado Santo, com seus três aspectos do mesmo e único Mistério Pascal: Morte, Sepultamento e Ressurreição de Jesus, está no ápice do Tríduo Pascal. Primeiro está a Morte na Sexta-feira; depois Jesus no túmulo, no Sábado; e, em seguida, a Ressurreição, no Domingo, iniciada, porém, na noite de Sábado, por isso dito "Sábado de Aleluia", na Vigília Pascal.


A Missa do Sábado Santo é a primeira das duas cantadas na Páscoa. Esta Celebração ostenta o caráter de extremo júbilo e magnificência, em forte contraste com a mágoa intensa da Sexta-feira Santa. Vemos agora os Altares e os dignatários paramentados, em grande gala. Reboam as notas alegres do Gloria in Excelsis, unidas ao eco dos sinos festivos! O Aleluia, não mais ouvido desde o início da Quaresma, ressurge após a Epístola. – Essa é, na realidade a Missa da madrugada da Páscoa. É a celebração, por assim dizer, da Aurora da Ressurreição.


Fonte: FIEL CATÓLICO