São Raimundo Nonato
Raimundo
nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. Seus pais eram
nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento aconteceu de
modo trágico: sua mãe morreu durante os trabalhos de parto, antes de
dar-lhe à luz. Por isso Raimundo recebeu o nome de Nonato, que significa
não-nascido de mãe viva, ou seja, foi extraído vivo do corpo sem vida
dela.
Dotado de grande inteligência, fez com certa tranquilidade
seus estudos primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho,
tratou de mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da
família. Com isso, queria demovê-lo da ideia de ingressar na vida
religiosa. Porém as coisas aconteceram exatamente ao contrário.
Raimundo,
no silêncio e na solidão em que vivia, fortificou ainda mais sua
vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das Mercês,
fundada por seu amigo Pedro Nolasco, agora também santo. A Ordem tinha
como principal finalidade libertar cristãos que caíam nas mãos dos
mouros e eram por eles feitos escravos. Nessa missão, dedicou-se de
coração e alma.
Apesar da dificuldade, conseguiu o consentimento
do pai e, finalmente, em 1224, ingressou na Ordem, recebendo o hábito
das mãos do próprio fundador. Ordenou-se sacerdote, e seus dotes de
missionário vieram à tona, dedicando-se de coração e alma. Por isso foi
mandado em missão à Argélia, norte da África, para resgatar cristãos das
mãos dos muçulmanos. Conseguiu libertar 150 escravos e devolvê-los às
suas famílias.
Quando se ofereceu como refém, sofreu no cativeiro
verdadeiras torturas e humilhações. Mas mesmo assim não abandonou seu
trabalho. Levava o conforto e a Palavra de Deus aos que sofriam mais do
que ele e já estavam prestes a renunciar à fé em Jesus. Muitas foram as
pessoas convertidas por ele, o que despertou a ira dos magistrados
muçulmanos, os quais mandaram que lhe perfurassem a boca e colocassem
cadeados, para que Raimundo nunca mais pudesse falar e pregar a doutrina
de Cristo.
Raimundo sofreu durante oito meses essa tortura até
ser libertado, mas com a saúde abalada. Quando chegou à pátria, na
Catalunha, em 1239, logo foi nomeado cardeal pelo papa Gregório IX, que o
chamou para ser seu conselheiro em Roma. Empreendeu a viagem no ano
seguinte, mas não conseguiu concluí-la. Próximo de Barcelona, na cidade
de Cardona, já com a saúde debilitada pelos sofrimentos do cativeiro,
Raimundo Nonato foi acometido de forte febre e acabou morrendo, em 31 de
agosto de 1240, aos 40 anos de idade.
Raimundo Nonato foi
sepultado naquela cidade e o seu túmulo tornou-se local de
peregrinação, sendo, então, erguida uma igreja para abrigar seus restos
mortais. Seu culto propagou-se pela Espanha e pela Europa, sendo
confirmado por Roma em 1681. São Raimundo Nonato, devido à condição
difícil do seu nascimento, é venerado como Padroeiro das Parturientes,
das Parteiras e dos Obstetras.
São Raimundo Nonato, rogai por nós!
Seja bem-vindo! Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões. Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
terça-feira, 31 de agosto de 2021
31 de agosto - Santo do Dia
domingo, 29 de agosto de 2021
Evangelho do Dia
Evangelho Cotidiano
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
22º Domingo do Tempo Comum
Anúncio do Evangelho (Mc 7,1-8.14-15.21-23)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos,
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre.
5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?”
6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.
14Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai, todos, e compreendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, homicídios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Vós abandonais o mandamento de Deus e vos apegais à tradição humana»
Hoje, a palavra do Senhor ajuda-nos
a perceber que acima dos costumes humanos estão os Mandamentos de Deus.
De facto, com o passar do tempo, é fácil nós distorcermos os conselhos
evangélicos e, dando-nos ou não conta, substituir os Mandamentos ou
então afogá-los com uma exagerada meticulosidade: «chegando da praça,
eles não comem nada sem a lavação ritual. E seguem ainda outros costumes
que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras,
vasilhas de metal?» (Mc 7,4). É por isso que a gente simples, com um
sentimento popular comum, não fez caso dos doutores da lei nem dos
fariseus, que sobrepunham especulações humanas à Palavra de Deus. Jesus
aplica a denúncia profética de Isaías contra os religiosamente
hipócritas («O profeta Isaías bem profetizou a vosso respeito,
hipócritas, como está escrito: «Este povo me honra com os lábios, mas o
seu coração está longe de mim»: (Mc 7,6)).
Nos últimos anos, São João Paulo II, ao pedir perdão em nome da Igreja
por todas as coisas negativas que os seus filhos tinham feito ao longo
da história, manifestou-o no sentido de que «nos tínhamos separado do
Evangelho».
«Nada que, de fora, entra na pessoa pode torná-la impura. O que sai da
pessoa é que a torna impura» (Mc 7,15), diz-nos Jesus. Só o que sai do
coração do homem, desde a interioridade consciente da pessoa humana, nos
pode fazer mal. Esta malícia é que causa dano a toda a Humanidade e a
cada um. A religiosidade não consiste precisamente em lavar as mãos
(recordemos Pilatos que entrega Jesus Cristo à morte!), mas em manter
puro o coração.
Dito de uma maneira positiva, é o que nos diz santa Teresa do Menino
Jesus nos seus Manuscritos biográficos: «Quando contemplava o corpo
místico de Cristo (?) compreendi que a Igreja tem um coração (?)
entusiasmado de amor». De um coração que ama surgem as obras bem feitas
que ajudam em concreto a quem precisa («Porque tive fome, e me destes de
comer?»: Mt 25,35).
Rev. D. Josep Lluís SOCÍAS i Bruguera (Badalona, Barcelona, Espanha)
29 de agosto - Santo do Dia
Martírio de São João Batista

João era primo de Jesus e foi quem melhor soube levar ao povo a palavra do Mestre. Jesus dedicou-lhe uma grande simpatia e respeito, como está escrito no evangelho de são Lucas: "Na verdade vos digo, dentre os nascidos de mulher, nenhum foi maior que João Batista". João Batista foi o precursor do Messias. Foi ele que batizou Jesus no rio Jordão e preparou-lhe o caminho para a pregação entre o povo. Não teve medo e denunciou o adultério do rei Herodes Antipas, que vivia na imoralidade com sua cunhada Herodíades.
“Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não surgiu ninguém maior que João, o Batista…De fato , todos os profetas, bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é o Elias que deve voltar.” (Mt 11,11-14)
A ousadia do profeta despertou a ira do rei, que imediatamente mandou prendê-lo. João Batista permaneceu na prisão de Maqueronte, na margem oriental do mar Morto, por três meses. Até que, durante uma festa no palácio daquela cidade, a filha de Herodíades, Salomé, instigada pela ardilosa e perversa mãe, dançou para o rei e seus convidados. A bela moça era uma exímia dançarina e tinha a exuberância da juventude, o que proporcionou a todos um estonteante espetáculo.
No final, ainda entusiasmado, o rei Herodes disse que ela poderia pedir o que quisesse como pagamento, porque nada lhe seria negado. Por conselho da mãe, ela pediu a cabeça de João Batista numa bandeja.
Assim, a
palavra do rei foi mantida. Algum tempo depois, o carrasco trazia a
cabeça do profeta em um prato, entregando-a para Salomé e para sua
maldosa mãe. O martírio por decapitação de são João Batista, que nos
chegou narrado através do evangelho de são Marcos, ocorreu no dia 29 de
agosto, um ano antes da Paixão de Jesus.
São João Batista, rogai por nós!
sábado, 28 de agosto de 2021
Santo do Dia - 28 de agosto
Santo Agostinho de Hipona
Aurélio Agostinho nasceu no dia 13 de novembro de 354, na cidade de Tagaste, hoje região da Argélia, na África. Era o primogênito de Patrício, um pequeno proprietário de terras, pagão. Sua mãe, ao contrário, era uma devota cristã, que agora celebramos como santa Mônica, no dia 27 de agosto. Mônica procurou criar o filho no seguimento de Cristo. Não foi uma tarefa fácil. Aliás, ela até adiou o seu batismo, receando que ele o profanasse. Mas a exemplo do provérbio que diz que "a luz não pode ficar oculta", ela entendeu que Agostinho era essa luz.
Aos 16 anos de idade, na exuberância da adolescência, foi estudar fora de casa. Na oportunidade, envolveu-se com a heresia maniqueísta e também passou a conviver com uma moça cartaginense, que lhe deu, em 372, um filho, Adeodato. Assim era Agostinho, um rapaz inquieto, sempre envolvido em paixões e atitudes contrárias aos ensinamentos da mãe e dos cristãos. Possuidor de uma inteligência rara, depois da fase de desmandos da juventude, centrou-se nos estudos e formou-se, brilhantemente, em retórica. Excelente escritor, dedicava-se à poesia e à filosofia.
Procurando maior sucesso, Agostinho foi para Roma, onde abriu uma escola de retórica. Foi convidado para ser professor dessa matéria e de gramática em Milão. O motivo que o levou a aceitar o trabalho em Milão era poder estar perto do agora santo bispo Ambrósio, poeta e orador, por quem Agostinho tinha enorme admiração. Assim, passou a assistir aos seus sermões. Primeiro, seu interesse era só pelo conteúdo literário da pregação; depois, pelo conteúdo filosófico e doutrinário. Aos poucos, a pregação de Ambrósio tocou seu coração e ele se converteu, passando a combater a heresia maniqueísta e outras que surgiram. Foi batizado, junto com o filho Adeodato, pelo próprio bispo Ambrósio, na Páscoa do ano de 387, com 33 e 15 anos de idade, respectivamente.
Nessa época, Agostinho passou por uma grande provação: seu filho morreu. Era um menino muito inteligente, a quem dedicava muita atenção e afeto. Decidiu, pois, voltar com a mãe para sua terra natal, a África, mas Mônica também veio a falecer, no porto de Óstia, não muito distante de Roma. Depois do sepultamento da mãe, Agostinho prosseguiu a viagem, chegando a Tagaste em 388. Lá, decidiu-se pela vida religiosa e, ao lado de alguns amigos, fundou uma comunidade monástica, cujas Regras escritas por ele deram, depois, origem a várias Ordens, femininas e masculinas. Porém, o então bispo de Hipona decidiu que "a luz não devia ficar oculta" e convidou Agostinho para acompanhá-lo em suas pregações, pois já estava velho e doente. Para tanto, ele consagrou Agostinho sacerdote e, logo após a sua morte, em 397, Agostinho foi aclamado pelo povo como novo bispo de Hipona.
Por 34 anos, Agostinho foi bispo daquela diocese, considerado o pai dos pobres, um homem de alta espiritualidade e um grande defensor da doutrina de Cristo. Na verdade, foi definido como o mais profundo e importante filósofo e teólogo do seu tempo. Sua obra iluminou quase todos os pensadores dos séculos seguintes. Escreveu livros importantíssimos, entre eles sua autobiografia, "Confissões", e "Cidade de Deus".
Depois de uma grave enfermidade, morreu amargurado, aos 76 anos de idade, em 28 de agosto de 430, pois os bárbaros haviam invadido sua cidade episcopal. Em 725, o seu corpo foi transladado para Pavia, Itália, sendo guardado na igreja São Pedro do Céu de Ouro, próximo do local de sua conversão. Santo Agostinho recebeu o honroso título de 'Doutor da Igreja' e é celebrado no dia de sua morte.
Santo Agostinho de Hipona, rogai por nós!
sexta-feira, 27 de agosto de 2021
Santo do Dia - 27 de agosto
Santa Mônica
Viúva (332-287)
Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever: “Ela
me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o
seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 332, no seio
de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os
pobres, que visitava com frequência, levando o conforto por meio da
Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem
pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou
tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que
elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus
recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido,
que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.
Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se
tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de
amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o
filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o
espírito de insubordinação de Agostinho fizeram com que a sábia mãe
adiasse o seu batismo, com receio de que ele profanasse o sacramento.
E teria acontecido, porque Agostinho, aos 16 anos, saindo de casa para
continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica
sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava
as orações e penitências. Certa vez, ela foi pedir os conselhos do
bispo, que a consolou dizendo: "Continue a rezar, pois é impossível que
se perca um filho de tantas lágrimas".
Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas,
procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em
um navio para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de
professor oficial de retórica.
Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também
para Milão, onde, aos poucos, terminou seu sofrimento. Isso porque
Agostinho, no início por curiosidade e retórica, depois por interesse
espiritual, tinha se tornado frequentador dos envolventes sermões de
santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o
batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de
suas orações e de suas lágrimas.
Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto
de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de
agosto de 387 e ela tinha 56 anos.
O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica, em
1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa é
celebrada no dia de sua morte. O seu corpo, venerado durante séculos na
igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi trasladado para Roma e
depositado na Igreja de Santo Agostinho.
Uma de suas frases: "Nada está longe de Deus".
Minha oração
“Vós que fostes uma mãe intercessora, incansável na salvação de seus filhos, ajudai as mães para que não desanimem dessa missão e, rezando, possam ser pontes para que sua família chegue ao céu. Amém!”
Santa Mônica, rogai por nós!
quinta-feira, 26 de agosto de 2021
Santo do Dia - 26 de agosto
São Zeferino
São Zeferino, no amor de pastor, chefiou com o Espírito Santo a Igreja de Cristo
O papa Zeferino exerceu um dos pontificados mais longos da Igreja de
Cristo, de 199 a 217. E os únicos dados de sua vida registrados declaram que, depois do papa Vitor, de origem africana, clero e povo elegeram para a cátedra de Pedro um romano, Zeferino, filho de um certo Abôndio.
Zeferino foi o 14º papa a substituir são Pedro. Enfrentou um período difícil e tumultuado, com perseguições para os cristãos e de heresias entre eles próprios, que abalavam a Igreja mais do que os próprios martírios. As heresias residiam no desejo de alguns em elaborar só com dados filosóficos o nascimento, a vida e a morte de Jesus Cristo. A confusão era generalizada, uns negavam a divindade de Jesus Cristo, outros se apresentavam como a própria revelação do Espírito Santo, profetizando e pregando o fim do mundo.
Mas o papa Zeferino, que não era teólogo, foi muito sensato e, amparado pelo poder do Espírito Santo, livrou-se dos hereges. Para isso, uniu-se aos grandes sábios da época, como santo Irineu, Hipólito e Tertuliano, dando um fim ao tumulto e livrando os cristãos da mentira e dos rigorismos.
O papa Zeferino era dotado de inspiração e visão especial. Seu grande mérito foi ter valorizado a capacidade de Calisto, um pagão convertido e membro do clero romano, que depois foi seu sucessor. Ele determinou que Calisto organizasse cemitérios cristãos separados daqueles dos pagãos. Isso porque os cristãos não aceitavam cremar seus corpos e também queriam estar livres para tributarem o culto aos mártires.
O papa Zeferino conseguiu que as nobres famílias cristãs, possuidoras de tumbas amplas e profundas, transferissem-nas para a Igreja. Assim, Calisto começou a fazer galerias subterrâneas ligando umas às outras e, nas laterais, foi abrindo túmulos para os cristãos e para os mártires. Todo esse complexo deu origem às catacumbas, mais tarde chamadas de catacumbas de Calisto.
Esse foi o longo pontificado de Zeferino, encerrado pela intensificação às perseguições e pela proibição das atividades da Igreja, impostas pelo imperador Sétimo Severo.
O papa são Zeferino foi martirizado junto com o bispo santo Irineu, em 217, e foi sepultado numa capela nas catacumbas que ele mandou construir em Roma, Itália.
São Zeferino, rogai por nós!
quarta-feira, 25 de agosto de 2021
Santo do Dia - 25 de agosto
São José Calasanz
José Calasanz nasceu num castelo de Peralta de La Sal, em Aragão, na Espanha, em 31 de julho de 1558. De uma família nobre e muito religiosa, ele foi educado no rigor do respeito aos mandamentos de Deus. Desde cedo, mostrou sua vocação religiosa, mesmo contrariando seu pai, que o queria na carreira militar. José tanto insistiu, que foi enviado para estudar Teologia na Universidade de Valência, para concluir seu propósito de servir a Deus. Ao terminar os estudos, aplicou-se nos exercícios de piedade e práticas de penitência a fim para manter-se longe das tentações e no seguimento de Cristo.
Recebeu a ordenação sacerdotal em 1583, embora sem a presença do pai, que ainda não cedera à sua vocação. Inicialmente, foi para um mosteiro, desejando uma vida de solidão. Mas seu bispo, percebendo nele um alto grau de inteligência, disse-lhe que sua missão era a pregação. Assim, dedicou-se à atividade pastoral, sendo muito querido por todos os fiéis e bispos, que lhe davam vários encargos importantes a serem executados junto à Santa Sé.
Em 1592, José Calasanz encontrou o caminho para a sua vocação: a educação e formação de jovens pobres e abandonados. Inicialmente, como membro da Confraria da Doutrina Cristã, atuando junto aos jovens pobres da paróquia de Santa Doroteia, onde era vigário cooperador. Em 1597, fundou a primeira escola gratuita para crianças pobres, seguindo entusiasmado pelo grande número de voluntários que se agregavam à obra. Assim, em 1621 fundou a Congregação dos Clérigos Pobres Regulares da Mãe de Deus das Pias Escolas, clérigos regulares que têm um quarto voto: o comprometimento com a instrução dos jovens.
O grande reconhecimento das escolas pias de Roma fez com que se espalhassem por toda a Itália, alcançando a Espanha, Alemanha, Polônia e Morávia. Mas, apesar do incontestável sucesso da nova Ordem, nos últimos anos de sua vida José teve de passar por uma terrível provação. Caluniado perante o Santo Ofício, foi julgado e deposto do cargo, e a nova Congregação ficou sem aprovação.
Entretanto José, humildemente, aceitou tudo sem revoltar-se. Morreu no dia 25 de agosto de 1648, aos 90 anos de idade, animando os seus sacerdotes para não desistirem da Ordem. Passados somente oito anos da sua morte, o papa Alexandre VI reconheceu que ele era inocente e aprovou as regras da Ordem. Como o fundador previra, ela ressurgiu mais vigorosa do que antes.
A ele foram atribuídas muitas intercessões em milagres e graças, sendo canonizado em 1767. O culto a são José Calasanz ocorre no dia de sua morte. Desde 1948, ele é celebrado em todo o mundo cristão como Padroeiro das Escolas Populares, conforme foi proclamado pelo papa Pio XII.
São Luís buscava intensamente viver a justiça do Reino de Deus enquanto rei e cristão
Luís IX, rei da França, nasceu no dia 25 de abril de 1215, no castelo real de Poissy. Era filho de Luís VIII e de Branca de Castela, ambos piedosos e zelosos, que o cercaram de cuidados, especialmente após a morte do primogênito. Trataram pessoalmente da sua educação e formação religiosa. Foram tão bem sucedidos, que Luís IX tornou-se um dos soberanos mais benevolentes da história, um fervoroso cristão e fiel da Igreja.
Com a morte prematura do seu pai em 1226, a rainha, sua mãe, uma mulher caridosa, de grandes dotes morais, intelectuais e espirituais, tutelou o filho, que foi coroado rei Luís IX, pois ele era muito novo para dirigir uma Corte sozinho. Tomou as rédeas do poder e manteve o filho longe de uma vida de depravação e de pecado, tão comum das cortes. Mas Luís, já nessa idade, possuía as virtudes que o levaram à santidade — a piedade e a humildade —, e que o fizeram o modelo de "rei católico".
Em 1235, casou-se com Margarida de Provença, uma jovem princesa, que, assim como ele, cultivava grandes virtudes. O marido reinou com justiça e solidariedade. Possuía um elevado senso de piedade, incomum aos nobres e poderosos de sua época. Tinha coração e espírito sempre voltados para as coisas de Deus, lia com frequência a Sagrada Escritura e as obras dos santos Padres e aconselhava-as a todos os seus nobres da Corte. Com o auxilio da rainha, fundou igrejas, conventos, hospitais, abrigos para os pobres, órfãos, velhos e doentes. O casal real teve dez filhos, todos educados como eles e por eles. Como resultado desta firme educação cristã, foram reis e rainhas de muitas cortes, que governaram com sabedoria, prudência e caridade.
Depois de ter adquirido de Balduíno II, imperador de Constantinopla, a coroa de espinhos de Cristo, que, segundo a tradição, era a mesma usada na cabeça de Jesus, ele mandou erguer uma belíssima igreja para abrigá-la numa redoma de cristal. Trata-se da belíssima Sainte-Chapelle, que pode ser visitada em Paris.
Acometido de uma grave doença, em 1245 Luís IX quase morreu. Então, fez uma promessa: caso sobrevivesse, empreenderia uma cruzada contra os turcos muçulmanos que ocupavam a Terra Santa. Quando recuperou a saúde, em 1248, apesar das oposições da Corte, cumpriu o que havia prometido. Preparou um grande exército e, por várias vezes, comandou as cruzadas para a Terra Santa. Mas em nenhuma delas teve êxito. Primeiro, foi preso pelos muçulmanos, que o mantiveram no cativeiro durante seis anos. Depois, numa outra investida, quando se aproximava de Túnis, foi acometido pela peste e ali morreu, no dia 25 de agosto de 1270.
Os cruzados voltaram para a França trazendo o corpo do rei Luís IX, que já tinha fama e odor de santidade. O seu túmulo tornou-se um local de intensa peregrinação, onde vários milagres foram observados. Assim, em 1297 o papa Bonifácio VIII declarou santo Luís IX, rei da França, mantendo o culto já existente no dia de sua morte.
Patrícia era descendente do imperador Constantino, o Grande. Nasceu no início do século VII, em Constantinopla, e foi educada para a Corte pela sua dama Aglaia, uma cristã muito devota. A pequena cresceu piedosa e, apesar da pouca idade, emitiu voto de virgindade a Cristo. Mas para manter-se fiel, precisou fugir da cidade, porque seu pai, Constante II, então imperador, insistia em impor-lhe um matrimônio.
Patrícia, ajudada por e em companhia de Aglaia, com algumas seguidoras, escondeu-se por algum tempo. Depois, embarcaram para as ilhas gregas, com destino à Itália, onde desembarcaram em Nápoles. Patrícia ficou encantada com o local e indicou o lugar onde gostaria de ser sepultada. Em seguida, patrocinou a cidade, ajudando a ornamentar muitas das novas igrejas, que eram desprovidas dos objetos litúrgicos essenciais, e auxiliou financeiramente os conventos que atendiam os pobres e doentes.
Só então viajou para Roma com Aglaia e as fiéis discípulas, onde procurou proteção junto ao papa Libério. Foi quando soube que seu pai já se havia resignado à sua vontade. Recebeu, então, o véu, símbolo de sua consagração a Deus, das próprias mãos do sumo pontífice. Assim, elas retornaram a Constantinopla para Patrícia renunciar ao direito à coroa e distribuir seus bens aos pobres, antes de seguirem, em peregrinação, para a Terra Santa.
Porém outros incidentes ocorreram. A embarcação distanciou-se dos vários perigos e desgovernou-se até espatifar-se nos rochedos da costa marítima de Nápoles. Precisamente na pequena ilha de Megaride, também conhecida como Castel dell'Ovo, onde havia um pequeno convento, no qual Patrícia morreu depois de algum tempo.
Os funerais de Patrícia, segundo os registros, foram organizados pela fiel Aglaia e transcorreram de modo solene, com a participação do bispo, do duque da cidade e de imensa multidão. O carro, puxado por dois touros sem nenhum guia, parou diante do mosteiro das irmãs basilianas, dedicado aos santos Nicandro e Marciano, que Patrícia indicara para ser sepultada. Lá as relíquias permaneceram guardadas pelas irmãs, que passaram a ser chamadas de "patricianas", ou Irmãs de Santa Patrícia. Mais tarde, os basilianos transferiram as Regras para as dos beneditinos e essas irmãs também acompanharam a renovação.
Para retribuir o carinho da santa que retornou a Nápoles só para ser sepultada, a população difundia sempre mais seu culto, tornando-o forte e vigoroso. Em 1625, santa Patrícia foi proclamada co-padroeira de Nápoles, sendo tão comemorada quanto o outro padroeiro, são Genaro, o célebre mártir.
Por motivos históricos, em 1864 suas relíquias foram transferidas para a capela lateral da esplêndida igreja do Mosteiro de São Gregório Armênio. A Igreja confirmou o culto a santa Patrícia no dia 25 de agosto.
terça-feira, 24 de agosto de 2021
Santo do Dia - 24 de agosto
São Bartolomeu
Bartolomeu, também chamado Natanael, foi um dos 12 primeiros apóstolos de Jesus. É assim descrito nos evangelhos de João, Mateus, Marcos e Lucas, e também nos Atos dos Apóstolos.
Bartolomeu nasceu em Caná, na Galileia, uma pequena aldeia a 14 quilômetros de Nazaré. Era filho do agricultor Tholmai. No Evangelho, ele também é chamado de Natanael. Em hebraico, a palavra "bar" que dizer "filho" e "tholmai" significa "agricultor". Por isso os historiadores são unânimes em afirmar que Bartolomeu-Natanael trata-se de uma só pessoa. Seu melhor amigo era Filipe e ambos eram viajantes. Foi o apóstolo Filipe que o apresentou ao Messias.
Até esse seu primeiro encontro com Jesus, Bartolomeu era cético e, às vezes, irônico com relação às coisas de Deus. Porém, depois de convertido, tornou-se um dos apóstolos mais ativos e presentes na vida pública de Jesus. Mas a melhor descrição que temos de Bartolomeu foi feita pelo próprio Mestre: "Aqui está um verdadeiro israelita, no qual não há fingimento".
Ele teve o privilégio de estar ao lado de Jesus durante quase toda a missão do Mestre na terra. Compartilhou seu cotidiano, presenciou seus milagres, ouviu seus ensinamentos, viu Cristo ressuscitado nas margens do lago de Tiberíades e, finalmente, assistiu sua ascensão ao céu.
Depois do Pentecostes, Bartolomeu foi pregar a Boa-Nova. Encerradas essas narrativas dos evangelhos históricos, entram as narrativas dos apócrifos, isto é, das antigas tradições. A mais conhecida é da Armênia, que conta que Bartolomeu foi evangelizar as regiões da Índia, Armênia Menor e Mesopotâmia.
Superou dificuldades incríveis, de idioma e cultura, e converteu muitas pessoas e várias cidades à fé do Cristo, pregando segundo o evangelho de são Mateus. Foi na Armênia, depois de converter o rei Polímio, a esposa e mais 12 cidades, que ele teria sofrido o martírio, motivado pela inveja dos sacerdotes pagãos, os quais insuflaram Astiages, irmão do rei, e conseguiram uma ordem para matar o apóstolo. Bartolomeu foi esfolado vivo e, como não morreu, foi decapitado. Era o dia 24 de agosto do ano 51.
A Igreja comemora são Bartolomeu Apóstolo no dia de sua morte. Ele se tornou o modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor Jesus Cristo.
São Bartolomeu, rogai por nós!
Joana
Antida Thouret nasceu numa cidade chamada Sancey-le-Long, próxima de
Besançon, na França, no dia 27 de novembro de 1765. Francisco e Cláudia
eram seus pais, tiveram quatro filhos, e ela foi a primeira. Joana
cresceu muito bonita. De natureza melancólica, tinha a saúde delicada,
um caráter gentil e era muito caridosa. Desde a infância, manifestou sua
vocação religiosa.
Aos 16 anos, sua mãe morreu. Ficou tão
abalada, que só encontrou amparo na imensa devoção que dedicava à Virgem
Maria. Assim, teve de assumir as responsabilidades da casa e da
família, da qual cuidou com muito amor e determinação. Porém, a vocação
falava mais alto no seu coração, que já havia entregue a Jesus. Chorou
muito até que seu pai permitisse seu ingresso definitivo no convento.
Tinha 22 anos de idade quando foi fazer seu noviciado no Convento das
Irmãs da Caridade de São Vicente de Paulo, em Paris.
Naquela
época, era normal a noviça ser submetida aos trabalhos pesados da
comunidade. Assim foi com Joana, que, em função da mudança de clima e do
grande esforço físico, acabou adoecendo gravemente. Temendo ser enviada
de volta para a casa paterna, rezou muito pedindo a Deus que a curasse.
Foi atendida por meio de uma dedicada enfermeira, que a tratou com
medicação especial. Em 1788, recebeu o hábito religioso das vicentinas.
Depois
disso, Joana andou pelo mundo pregando a Palavra de Deus, fazendo
caridade, tratando dos doentes, mas, principalmente, sendo perseguida.
Havia estourado a Revolução Francesa, o clima anticlerical tornava a
vida dos religiosos um verdadeiro terror. Muitos sacerdotes, religiosos e
fiéis da Igreja foram denunciados, perseguidos, torturados e condenados
à morte por guilhotina. Tinha 28 anos quando se viu atirada à rua junto
com outras religiosas. Joana ficou sem ter para onde ir. Junto com
outras companheiras, foi para a Suíça e, depois, para a Alemanha,
voltando novamente para a Suíça.
Em 1797, fixou-se em Besançon,
onde fundou uma escola para meninas, mas sem deixar de cuidar dos
enfermos. Entretanto os revolucionários descobriram-na e teve de
esconder-se por dois anos. Em 1799, pôde retornar e, junto com quatro
religiosas, fundou outra escola com farmácia, formando o primeiro núcleo
do Instituto das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Logo as
discípulas de Joana Antida aumentaram e a nova congregação expandiu-se
pela França, Suíça, Sabóia e Nápoles.
Depois disso, em 1810, foi
enviada para assumir a direção de um grande hospital de Nápoles, onde
Joana Antida passou a última etapa de sua vida, empreendendo intensa
atividade, abrindo muitos institutos, desenvolvendo sua congregação. A
fundadora morreu no dia 24 de agosto de 1826, no seu convento de
Nápoles, rodeada por suas religiosas. O papa Pio XI proclamou-a santa em
1934, e indicou sua celebração para o dia de sua morte.
Santa Joana Antida Thouret, rogai por nós!