EVANGELHO COTIDIANO
Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
1º Domingo do Advento
Evangelho segundo S. Marcos 13,33-37.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tomai cuidado, vigiai,
pois não sabeis quando chegará esse momento.
Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse.
Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha;
não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!»
Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse.
Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha;
não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!»
Comentário do dia: São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n.º 11, 1
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n.º 11, 1
«Vigiai, portanto, visto que não sabeis
quando virá o dono da casa»
Eis um dos grandes preceitos do Senhor: que os seus discípulos sacudam
tudo o que é terreno como se fosse poeira [...], para se deixarem levar, num
grande impulso, para o Céu. Ele exorta-nos a vencer o sono, a procurar as
realidades do alto (Col 3,1), a ter o espírito permanentemente desperto, a
afastar dos olhos o adormecimento sedutor. Quero falar deste torpor e desta
sonolência que conduzem o Homem ao erro e forjam imagens de sonhos: honra,
riqueza, poder, grandeza, prazer, êxito, lucro ou prestígio. [...]
Para esquecermos tais sonhos, o Senhor pede-nos que ultrapassemos este sono pesado: não deixemos escapar o real na busca frenética do nada. Ele chama-nos, pois, a velar: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas» (Lc 12,35). A luz que arde nos nossos olhos expulsa o sono; a cinta que nos rodeia os rins mantém o nosso corpo em alerta, exprimindo um esforço que não tolera qualquer torpor.
Como é claro o sentido desta imagem! Cingir os rins com a temperança é viver à luz de uma consciência pura. A lâmpada acesa da franqueza ilumina o rosto, faz brilhar a verdade, mantém a alma desperta, tornando-a impermeável à falsidade e estranha à futilidade dos nossos pobres sonhos. Vivamos segundo a exigência de Cristo e partilharemos a vida dos anjos. Com efeito, é a eles que Ele nos une neste preceito: «Sede semelhantes aos homens que esperam o seu senhor ao voltar da boda, para lhe abrirem a porta quando ele chegar e bater» (Lc 12,36). Pois eles estão sentados junto às portas do Céu, de olhar desperto, para que o Rei da glória (Sl 23,7) por aí passe ao voltar da boda.
Para esquecermos tais sonhos, o Senhor pede-nos que ultrapassemos este sono pesado: não deixemos escapar o real na busca frenética do nada. Ele chama-nos, pois, a velar: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas» (Lc 12,35). A luz que arde nos nossos olhos expulsa o sono; a cinta que nos rodeia os rins mantém o nosso corpo em alerta, exprimindo um esforço que não tolera qualquer torpor.
Como é claro o sentido desta imagem! Cingir os rins com a temperança é viver à luz de uma consciência pura. A lâmpada acesa da franqueza ilumina o rosto, faz brilhar a verdade, mantém a alma desperta, tornando-a impermeável à falsidade e estranha à futilidade dos nossos pobres sonhos. Vivamos segundo a exigência de Cristo e partilharemos a vida dos anjos. Com efeito, é a eles que Ele nos une neste preceito: «Sede semelhantes aos homens que esperam o seu senhor ao voltar da boda, para lhe abrirem a porta quando ele chegar e bater» (Lc 12,36). Pois eles estão sentados junto às portas do Céu, de olhar desperto, para que o Rei da glória (Sl 23,7) por aí passe ao voltar da boda.
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