EVANGELHO COTIDIANO
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
3º Domingo do Tempo Comum
Evangelho segundo S. Marcos 1,14-20.
Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a
proclamar o Evangelho de Deus, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai
no Evangelho».
Caminhando junto ao mar da Galileia, viu Simão e seu irmão André, que lançavam
as redes ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens».
Eles deixaram logo as redes e seguiram Jesus. Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que
estavam no barco a consertar as redes e e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e
seguiram Jesus.
Comentário do dia: São Jerônimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja - Homílias sobre o Evangelho de S. Marcos
«Eles [...] seguiram Jesus»
«Disse-lhes Jesus: "Vinde comigo e farei de vós pescadores de
homens"». Feliz mutação da pesca: Simão e André são a pesca de Jesus.
[...] Estes homens são comparados a peixes, pescados por Cristo, antes de irem
eles próprios pescar outros homens. «Eles deixaram logo as redes e seguiram
Jesus.» Uma fé verdadeira não conhece demora; quando O ouviram, acreditaram,
seguiram-no e tornaram-se pescadores: «deixaram logo as redes». E, com estas
redes, foram todos os vícios da vida deste mundo que eles deixaram. [...]
«Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus.» Dir-me-eis: a fé é audaciosa; que indício tinham eles, que sinal sublime tinham observado, para O seguirem, assim que Ele os chamou? É evidente que alguma coisa de divino emanava do olhar de Jesus, da expressão do seu rosto, que incitava os que O olhavam a aderirem a Ele. [...] Porque digo eu tudo isto? Para vos mostrar que a palavra do Senhor agia, e que, através da menor das suas palavras, Ele realizava a sua obra: «ordenou e logo foram criados» (Sl 148,5). Com a mesma simplicidade, chamou, e eles seguiram- no. «Ouve, filha, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa do teu pai; porque o rei se deixou prender da tua beleza» (Sl 44,11-12).
Presta atenção, irmão, e segue as pegadas dos apóstolos; escuta a voz do Salvador, ignora o teu pai pela carne, e vê o verdadeiro Pai da tua alma e do teu espírito. [...] Os apóstolos deixam o pai, deixam o barco, deixam todas as suas riquezas; abandonam o mundo e as suas inumeráveis riquezas; renunciam a tudo o que possuem. Mas não é a quantidade das riquezas que Deus considera, é a alma daquele que a elas renuncia. Também os que deixaram poucas coisas renunciaram verdadeiramente a uma grande fortuna.
«Um pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam no barco a consertar as redes; e chamou-os. Eles deixaram logo seu pai Zebedeu no barco com os assalariados e seguiram Jesus.» Dir-me-eis: a fé é audaciosa; que indício tinham eles, que sinal sublime tinham observado, para O seguirem, assim que Ele os chamou? É evidente que alguma coisa de divino emanava do olhar de Jesus, da expressão do seu rosto, que incitava os que O olhavam a aderirem a Ele. [...] Porque digo eu tudo isto? Para vos mostrar que a palavra do Senhor agia, e que, através da menor das suas palavras, Ele realizava a sua obra: «ordenou e logo foram criados» (Sl 148,5). Com a mesma simplicidade, chamou, e eles seguiram- no. «Ouve, filha, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa do teu pai; porque o rei se deixou prender da tua beleza» (Sl 44,11-12).
Presta atenção, irmão, e segue as pegadas dos apóstolos; escuta a voz do Salvador, ignora o teu pai pela carne, e vê o verdadeiro Pai da tua alma e do teu espírito. [...] Os apóstolos deixam o pai, deixam o barco, deixam todas as suas riquezas; abandonam o mundo e as suas inumeráveis riquezas; renunciam a tudo o que possuem. Mas não é a quantidade das riquezas que Deus considera, é a alma daquele que a elas renuncia. Também os que deixaram poucas coisas renunciaram verdadeiramente a uma grande fortuna.
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