São Conrado
São Conrado Confalonieri de Placência terceiro franciscano
(1290-1354). De início a vida desse santo não foi consonante com o ideal
franciscano de amor por todas as criaturas — inclusive as voadoras.
Nobre, afeito aos torneios e às armas, era um soldado aventureiro que,
entre uma e outra batalha, gostava de caçar lebre e javali na região.
Certo dia, para emboscar a presa, não hesitou em provocar um incêndio
num bosque inteiro e com isso queimou as colheitas dos campos vizinhos. O
governador de Placência (cidade natal do irresponsável caçador), para
acalmar a ira dos camponeses, condenou à morte o primeiro infeliz que
encontrou nas imediações do bosque.
Nessa ocasião, Conrado mostrou o melhor lado de sua natureza:
apresentou-se espontaneamente ao governador para confessar sua culpa.
Declarou-se disposto a ressarcir os danos; vendeu todos os seus haveres e
ficou reduzido à pobreza.
Daí até a vida de pobreza franciscana o caminho foi curto; para
concretizá-lo, contou com a colaboração da esposa Eufrosina, que o
deixou livre para seguir a nova vocação franciscana, tornando-se ela
também irmã clarissa.
Mas mesmo sob a cinzenta túnica franciscana palpitava o coração do
aventureiro. Pôs-se a caminho — desta vez com o bastão de peregrino em
lugar da espada — e, de santuário em santuário, acampou no estreito de
Messina. Ao alcançar a ilha, dirigiu-se mais ao sul, entre as terras
áridas de Catânia e Siracusa. Uma pausa em Ávola, depois em Noto, onde
parecia duradouramente estabelecido numa cela, próximo à igreja de São
Miguel.
A solidão durou pouco, porque a fama de sua santidade foi atraindo à sua
cela os primeiros devotos. Por isso, procurou refúgio na gruta de
Pizzonis, fora da cidade — “gruta de são Currau”, como é chamada até
hoje —, onde pôde viver e morrer na solidão e na pobreza, como desejara.
Os moradores da região, entretanto, quiseram honrar o “santo que veio do
continente” e sepultaram seus despojos na bela igreja de São Nicolau. Na oração e na intimidade com Deus, se ofertou a muitos que, ainda hoje, causam prejuízos para si e para os outros.
Minha oração
“Arrependido dos meus
pecados, assim como São Conrado, desejo viver dedicando-me às causas do
Evangelho segundo a minha vocação. Meu Deus, que eu me arrependa do que
fiz de errado e viva intensamente para vós!” Amém
São Conrado, rogai por nós!
Gabino nasceu na Dalmácia, atual Bósnia , numa família da nobreza
romana cristã, radicada naquele território. Na idade adulta, ele foi
viver em Roma com a intenção de se aproximar da Igreja, mesmo sabendo
dos sérios riscos que correria. Nesta cidade, ele se tornou senador e se
casou. Com a morte da esposa, Gabino decidiu ser padre. Transformou sua
casa numa igreja, consagrou a jovem filha Suzana, à Cristo, e a educou
com a ajuda do irmão Caio, que já era sacerdote. Juntos, eles exerciam o
apostolado em paz, convertendo pagãos, ministrando a comunhão e
executando a santa missa, enfim fortificando a Igreja neste período de
trégua das perseguições.
Segundo os registros encontrados, Gabino e os familiares, eram
aparentados do imperador Diocleciano. Assim, quando o soberano desejou
ter a filha de Gabino como nora, não conseguiu. Enviou até mesmo um
emissário para convencer a jovem, que não cedeu, decidida a se manter
fiel à Cristo, sendo apoiada pelo pai e o tio Caio, que fora eleito
papa, em 283. O imperador ficou mais irritado do que já estava, devido
as tensões que circundavam o Império Romano em crescente decadência.
Decretou a perseguição mais severa registrada na História do
Cristianismo, apontado como causador de todos os males. O parentesco com
o soberano de nada serviu, pois o final foi trágico para todos.
Quando começou esta perseguição, verificamos pelos registros encontrados
que o padre Gabino, não mediu esforços para consolar e amparar os
cristãos escondidos. Enfrentou com serenidade o perigo, andando
quilômetros e quilômetros a pé, indo de casa em casa, de templo em
templo, animando e preparando, os fiéis para o terrível sacrifício que
os aguardava. Montanhas, vales, rios, florestas, nada o impedia nesta
caminhada para animar os aflitos. Foram várias as missas rezadas por ele
em catacumbas ou cavernas secretas, onde ministrava a comunhão aos que
seriam martirizados. Finalmente foi preso, junto com a filha, que também
foi sacrificada.
Gabino foi torturado, julgado e como não renegou a fé, foi condenado à
morte por decapitação. Antes da execução, o mantiveram preso numa
minúscula cela sem luz, onde passou fome, sede e frio, durante seis
meses, quando foi degolado em 19 de fevereiro de 296, em Roma.
Ele não foi um simples padre, mas sim, um marco da fé e um símbolo do
cristianismo. No século V, sua antiga casa, que havia sido uma igreja
secreta, tornou-se uma grande basílica. Em 738, o seu culto foi
confirmado durante a cerimônia de traslado das relíquias de São Gabino,
para a cripta do altar principal desta basílica, onde repousam ao lado
das de sua santa filha.
No século XV, a basílica foi inteiramente reformada pelo grande artista e
arquiteto Bernini, sendo considerada atualmente uma das mais belas
existentes na cidade do Vaticano. A sua festa litúrgica ocorre no dia de
sua morte.
São Gabino, rogai por nós!
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