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domingo, 5 de março de 2023

Evangelho do Dia

Evangelho  Cotidiano

 "Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68 

2º Domingo da Quaresma

Anúncio do Evangelho (M 17, 1-9)
 
  Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória!
  
Numa nuvem resplendente fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós. (cf. Lc 9,35)

PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. 2E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. 3Nisto apareceram-lhe Moisés e Elias, conversando com Jesus.

4Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 5Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo o meu agrado. Escutai-o!”

6Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. 7Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos e não tenhais medo”.

8Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. 9Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.

 — Palavra da Salvação.

Glória a vós, Senhor.

MEDITANDO O EVANGELHO

«E foi transfigurado diante deles»

Hoje, a caminho da Semana Santa, a liturgia da Palavra mostra-nos a Transfiguração de Jesus Cristo. Apesar de termos no nosso calendário litúrgico festivo um dia reservado a este acontecimento (6 de Agosto), agora somos convidados a contemplar a mesma cena na sua íntima relação com o sucedido na Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.

Efetivamente, aproximava-se a Paixão de Jesus e seis dias antes de subir ao Tabor anunciou-o com toda a clareza: tinha-lhes dito que «era necessário Ele ir a Jerusalém, sofrer muito da parte dos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar» (Mt 16,21).

Mas, os discípulos não estavam preparados para ver sofrer o seu Senhor. Ele, que sempre se tinha mostrado compreensivo com os desamparados, que devolvera a brancura à pele danificada pela lepra, que tinha iluminado os olhos de tantos cegos, e que tinha feito mover os membros inertes, agora não podia ser que o seu corpo se se desfigura por causa de golpes e flagelações. E, contudo, Ele afirma sem condescendências: «Devia sofrer muito». Incompreensível! Impossível!

Apesar de todas as incompreensões, porém, Jesus sabe para que veio ao mundo. Sabe que deve assumir toda a fraqueza humana e a dor que ensombra a humanidade, para poder divinizá-la e, assim, resgatá-la do circulo vicioso do pecado e da morte, de tal forma que esta —a morte— uma vez vencida, já não mantenha escravizados os homens, criados à imagem e semelhança de Deus.

Por isso a Transfiguração é um esplêndido ícone da nossa redenção, onde a carne do Senhor se apresenta no esplendor da ressurreição. Assim, se com o anuncio da Paixão provocou angustia nos Apóstolos, com o fulgor da sua divindade confirma-os na esperança e antecipa-lhes o gozo pascal, apesar de, nem Pedro, nem Santiago, nem João saberem exatamente que significa isso de… Ressuscitar de entre os mortos (cf. Mt 17,9). Em breve o saberão! Rev. D. Jaume GONZÁLEZ i Padrós (Barcelona, Espanha)

Contemplar o rosto do Amor celeste!

Deus, Criador do Universo, moldou o homem à sua imagem e semelhança. E amou-o com um amor tão grande que lhe reservou o lugar do qual tinha sido expulso o anjo caído, atribuindo-lhe toda a glória e toda a honra que este anjo havia perdido ao mesmo tempo que perdera a salvação. É isso que te mostra o rosto que contemplas [...]. Essa figura simboliza o amor do Pai celeste.

Essa figura é amor: no seio da energia da divindade perene, no mistério dos seus dons, ela é a maravilha de uma beleza insigne. Se tem aparência humana, é porque o Filho de Deus assumiu carne para arrancar o homem à perdição, graças ao amor. É por isso que este rosto possui tal beleza e tal claridade: porque é o rosto da beleza eterna, do amor eterno. É mais fácil contemplares o Sol que contemplares este rosto. Com efeito, a profusão do amor irradia, cintila com um brilho tão sublime, tão fulgurante, que ultrapassa, de forma inconcebível para os nossos sentidos, todos os atos da compreensão humana que fixam na alma o conhecimento dos assuntos mais diversos.

 

Pensamentos para o Evangelho de hoje

  • «Nessa transfiguração era sobretudo uma questão de afastar do coração dos discípulos o escândalo da cruz, e desta forma evitar que a humilhação da paixão voluntária perturbasse a fé deles» (S. Leão Magno)

  • «Escutai-O. Este convite do Pai é muito importante. Nós, os discípulos de Jesus, somos chamados a ser pessoas que ouvem a sua voz e levam a sério as suas palavras» (Francisco)

  • «Os evangelhos referem, em dois momentos solenes, no batismo e na transfiguração de Cristo, a voz do Pai, que O designa como seu Filho muito-amado´. Jesus designa-Se a Si próprio como Filho único de Deus´ (Jo 3, 16), afirmando por este título a sua preexistência eterna. E exige a fé «no nome do Filho único de Deus» (Jo 3, 18) (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 444)

 

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