Santo Arcádio
Na metade do século III, os cristãos sofriam com a derradeira e a mais perversas das suas perseguições. Tinham as casas arrombadas, os bens confiscados e as famílias humilhadas com as pessoas sendo levadas ao tribunal e condenadas à morte, por causa de sua Fé.
Na cidade africana de Cesárea da Mauritânia, os cristãos que desejavam fugir da execução eram obrigados a assistir os cultos aos deuses pagãos. Eles deviam conduzir pelas ruas os animais destinados ao sacrifício, acender o incenso e participar das festas movidas a orgias e outras extravagâncias públicas.
Arcádio, resolveu escapar daquela insanidade e manter suas orações e contemplações espirituais, refugiando-se num lugar ermo. Entretanto, como era um cidadão muito conhecido, logo sua ausência foi notada e as autoridades saíram em seu encalço. Para obrigá-lo a se entregar, prenderam um seu parente próximo, que nada revelou sobre onde ele estava escondido. Mas Arcádio, ao saber do ocorrido, foi ao tribunal e se entregou, exigindo que soltassem o inocente.
Todas as ameaças possíveis foram lançadas contra ele, para que abandonasse sua fé, mas de nada adiantaram. Irado, o juiz não só o condenou à morte, como determinou que a pena fosse aplicada de forma "lenta e muito cruel".
A tortura durou horas e em todos os momentos Arcádio reafirmava seus conceitos, incitando os outros cristãos a fazerem o mesmo. Uma a uma suas articulações foram sendo cortadas e, mesmo assim ele ainda fez um último discurso testemunhando seu incondicional amor à Jesus Cristo, para depois morrer.
Segundo a tradição, conta-se que os pagãos se admiraram tanto com sua coragem, que muitos se converteram e mesmo os que não o fizeram, também passaram a respeitar sua memória, celebrada no dia 12 de janeiro.
Santo Arcádio consta somente no Martirológio Romano, o seu nome não aparece em nenhum do Oriente. Isto porque, o precioso documento do culto deste santo foi levado para Verona, pelo primeiro bispo desta diocese, chamado Zenon, de origem africana e nascido na cidade do mártir. Parece que ele trouxe consigo a Ata onde foi narrado o martírio de Arcádio e o difundiu entre os cristãos através dos seus sermões, logo no início de seu apostolado no território italiano.
Santo Arcádio, rogai por nós!
No batismo recebeu o nome de Eustáquio Pucci e nasceu em Pogiolo de
Vernio, na região de Florença, Itália, no dia 16 de abril de 1819. De
família católica praticante, teve seis irmãos e enfrentou a resistência
destes para seguir a vida de religioso.
Entretanto, aos dezoito anos, ele ingressou no convento dos Servos de
Maria da Santíssima Anunciação de Florença, apoiado por todos os
familiares, onde mudou o nome para Antonio Maria. Em 1843 fez a
profissão religiosa e depois de alguns meses foi ordenado sacerdote.
Quatro anos depois foi enviado como vice-pároco para a nova paróquia de
santo André, em Viarégio, confiada aos servitas e três anos depois se
tornou o pároco, função que executou, durante quarenta e oito anos, até
morrer.
Dedicou-se com zelo heróico à cura espiritual e material dos seus
fiéis, que o chamavam afetuosamente de "o curador". Padre Antonio Maria
enfrentou duas epidemias na cidade, tratando pessoalmente dos mais
doente, pois tinha o dom da cura e do conselho. Os paroquianos
respondiam com afeto a esta completa doação.
Ao mesmo tempo, durante vinte e quatro anos, foi o superior do seu
convento em Viarégio, e por sete anos superior da Província toscana dos
Servos de Maria. Antecipou a forma organizadora da Ação Católica,
instituindo as Associações conforme a categoria dos seus paroquianos.
Para os jovens: a Companhia de são Luiz e a congregação da Doutrina
Cristã; para os homens, aperfeiçoou a já existente: Alma companhia da
Santíssima Maria das Dores; para as mulheres: a congregação das Mães
Cristãs.
Em 1853 fundou a congregação das Irmãs auxiliares Servas de Maria
direcionadas para a educação dos adolescentes, e criou o primeiro
orfanato mariano para as crianças doentes e pobres. Alem disto,
introduziu outras Organizações já existentes, todas dedicadas às obras
de caridade que atendiam os velhos, crianças, doentes e pobres.
Depois de socorrer um doente, numa noite fria e de tempestade, contraiu
uma pneumonia fulminante, que o levou à morte em 12 de janeiro de 1892.
Foi sepultado no cemitério da congregação, onde permaneceu até 1920,
intercedendo e alcançando graças para seus devotos. As relíquias do
"curador" padre Antonio Maria Pucci foram trasladadas, em 1920, para a
igreja de Santo André, onde ele havia desenvolvido todo o seu ministério
sacerdotal.
O papa João XXIII celebrou sua canonização em 1962, e elevou a igreja,
que guarda a sua memória, a condição de basílica. Na cerimônia solene
ele declarou Santo Antonio Maria
Pucci "um exemplo fúlgido de vida religiosa e aplicada à pastoral das almas".
Minha oração
“Vós, que tivestes um olhar para os mais necessitados do Cristo Bom Pastor, fazei com que nós também tenhamos esse olhar sensível a realidade que nos circunda. Dai-nos um coração generoso e ativo. Amém.”
Santo Antonio Maria Pucci, rogai por nós!
Biscop nasceu em 628, na Nortúmbria, Irlanda. Era um nobre e se tornou um soldado de alta patente do exército do rei Oswiu, porém o chamado de Deus falou mais alto. Aos vinte e cinco anos decidiu renunciar aos favores da corte e abandonar a família, para se colocar a serviço do verdadeiro Rei, Jesus Cristo e do Evangelho, para alcançar a vida eterna. No ano de 653, após ter feito esta escolha, fez a primeira das seis viagens a Roma. Era um devoto incondicional dos santos apóstolos Pedro e Paulo e dos papas. Suas viagens tinham a finalidade da peregrinação e também o aprendizado de exemplos e instituições monásticas.
A Santa Sé o designou para ir à Inglaterra, acompanhando o novo bispo de Cantuária, Teodósio. Assim, Biscop acabou sendo o responsável, em grande parte, pela evangelização da Inglaterra. De suas viagens a Roma, trazia consigo diversos livros sobre artes, ciências, e muitos outros de assuntos variados.
Em Lerins, no percurso da segunda viagem a Roma, em 665, permaneceu cerca de dois anos. Era um perfeccionista, não procurava só encontrar modelos de vida como também numerosos livros, documentos iconográficos, relíquias dos santos, parâmetros e outros objetos que favorecessem um culto em perfeita sintonia com a Igreja de Roma.
Na embocadura do rio Vire, fundou um mosteiro, dedicado a são Pedro, em 674, e outro, em honra a são Paulo, alguns anos mais tarde. Para isso, trouxe da França diversos pedreiros, artesãos, artífices, etc., para a construção de igrejas e, desta maneira, introduzir nos mosteiros ingleses os usos e costumes dos mosteiros romanos.
Uma vez chegou a suplicar ao papa Agatão que enviasse o cantor da basílica de são Pedro, o abade João, para que a liturgia e o canto romano fossem assimilados por seus monges reunidos nos dois mosteiros de são Pedro e de são Paulo. Quando voltou da sexta viagem a Roma ficou surpreso com uma epidemia que destruíra grande parte de sua obra.
Sobre o leito de morte pôde dizer com razão: "Meus filhos, não considerem invenção minha a constituição que lhes dei. Depois que visitei dezessete mosteiros, cujas regras e usos, me esforcei por conhecer e selecionar as que me pareceram melhores, dou-lhes o resultado desse trabalho. Este é o meu testamento."
Morreu no dia 12 de janeiro de 690, aos sessenta e dois anos de idade. A sua celebração foi determinada para esta data, durante a cerimônia de sua canonização, pela Igreja, em Roma.
São Bento Biscop, rogai por nós!
Bernardo nasceu na pequena cidade de Corleone, na Sicília, Itália
aos 6 de fevereiro de 1605 e recebeu o nome de Filipe Latino ao ser
batizado. Seus pais tinham cinco filhos, e eram bastante respeitados por
todos, pelos princípios rígidos morais e de cristandade, com um dos
filhos sacerdote. Consta que seu pai era um sapateiro e curtidor de
peles, muito justo, bondoso e caridoso, que acolhia em sua casa os
necessitados, dando-lhes condições de banharem-se para depois
alimenta-los e vesti-los. Foi nesse ambiente que o jovem Filipe, alto
forte e de caráter violento, amante das lutas e armas, se desenvolveu.
Certo dia, ele foi provocado por um rapaz e num momento de ira,
bruscamente com a espada arrancou o braço do agressor. Nesse momento,
nasceu um novo homem que arrependido pediu perdão ao rapaz, atitude que
foi aceita. Depois disso os dois se tornaram amigos. Desde então
modificou sua personalidade encontrando na vida religiosa sua
verdadeira vocação, conforme a vontade de Deus, como disse até o momento
de sua morte.
Ele deixou sua cidade natal e ingressou para o noviciado no convento de
Caltanissetta em Palermo. Alí abraçou plenamente seu novo caminho
tornando-se irmão leigo da Ordem terceira dos frades menores
capuchinhos, no dia 13 de dezembro de 1631, adotando o nome de frei
Bernardo.
Trabalhando como cozinheiro, viveu no mosteiro uma existência simples e
humilde. Mas além dessa função, Bernardo se dedicava aos doentes como
enfermeiro e tratava inclusive dos animais enfermos, pois na sua época
eles eram muito úteis para a sobrevivência das famílias. Bernardo
enriquecia ainda mais sua vida espiritual, fazendo penitências,
mortificações e longos períodos de orações para o bem da comunidade,
demonstrando assim sua personalidade forte, agora impregnada de um
profundo amor por toda a humanidade.
Ele desenvolveu, uma forte paixão pela Eucaristia, que recebia todos
dias. Quando se encontrava diante do Sacrário, concentrado em oração, o
tempo, para ele, deixava de existir e não raro as pessoas se comoviam
com a pureza de sua atitude. Além disso, ajudava o sacristão em suas
tarefas diárias, para ficar ainda mais perto de Jesus Eucarístico.
Bernardo era muito solidário com seus companheiros frades e com toda a
comunidade. Assim, quando ocorria uma catástrofe na cidade, como um
terremoto ou furacão, típicos da região, Bernardo ajoelhava-se orando
em penitência diante do Sacrário dizendo essas palavras: "Senhor, desejo
essa graça!". O resultado sempre era favorável, pois as calamidades
cessavam, poupando uma desgraça maior.
A sua simplicidade se assemelhava aos primeiros e genuínos capuchinhos,
nostálgico das origens e fascinado pela experiência da vida de ermitão.
Um grande júbilo acompanhava esta sua devoção mariana, cheia de calor,
fantasia e festividade, de fato contagiante. O seu amor a Nossa Senhora
era incontestável e sublime.
Bernardo, comovia não só por sua extraordinária penitência. Mas porque
tinha grande delicadeza e doçura na atenção para com os outros, uma
alegria e plenitude de vida que impressionava. Aos frades forasteiros
fazia festa, para os pobres estava sempre disponível e para os doentes
tinha um coração materno. Assistir-lhes e servir-lhes era a sua
felicidade.
Após trinta e cinco anos de vida religiosa, faleceu no dia 12 de janeiro
de 1667, em Palermo, onde seus restos mortais repousam na igreja dos
Capuchinhos, dessa cidade na Sicília, Itália. O Papa Clemente XIII o
elevou ao altar da Igreja como Beato em 1768. Mais tarde, o Papa João
Paulo II declarou Santo Frei Bernardo de Corleone em 2001.
São Bernardo de Corleone, rogai por nós!
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