Santa Cunegundes
Cunegundes viveu na realeza. Nasceu no ano 988, era filha de
Sigfredo, conde de Luxemburgo e Asdvige, que transmitiu pessoalmente à
ela os profundos ensinamentos cristãos. Desde pequena a menina desejava
se tornar religiosa.
Porém casou-se com Henrique, duque da Baviera, que era católico e em
1002 se tornou rei da Alemanha. Em 1014 o casal real recebeu a coroa
imperial das mãos do Papa Bento VIII, em Roma. Para o povo, foi um tempo
de paz e prosperidade. O casal ficou famoso pela felicidade que
proporcionava aos seus súditos, o que chamou a atenção dos inimigos do
reino e do imperador. Mas também porque a população e a corte diziam que
eles haviam feito um "matrimonio de São José", o que equivale viver em
união apenas como bons irmãos. Verdade ou não, o fato é que Henrique
percebeu que a esposa não podia ter filhos e decidiu ficar com ela, sem
usar o direito do repúdio público para dissolver o casamento, como era
legítimo na Alemanha e cuja situação era tolerada por Roma.
Mais tarde, os inimigos da corte espalharam uma forte calúnia contra a
imperatriz, dizendo que ela havia traído seu marido. A princípio os dois
não se importaram, mas os boatos começaram a rondar o próprio palácio e
Cunegundes resolveu acabar com a maledicência. Numa audiência pública,
negou a traição e evocou Deus para comprovar que dizia a verdade. Para
isso, mandou que colocassem à sua frente grelhas quentes. Rezou, fechou
os olhos e pisou descalça sobre elas várias vezes, sem que seus pés se
queimassem. Isso bastou para o imperador, a corte e o povo admirar ainda
mais a santidade da imperatriz, que vivia trabalhando para atender os
pobres e doentes, crianças e idosos abandonados, com suas obras
religiosas assistenciais.
Em 1021 o casal imperial fundou um mosteiro beneditino em Kaufungen, em
agradecimento à Deus pela cura completa de uma doença grave que
Cunegundes havia contraído. Quatro anos depois, quando Henrique faleceu,
ela retirou-se para esse mosteiro, abdicando do trono e da fortuna,
onde viveu como religiosa por quinze anos.
Até hoje o mosteiro possui em seu acervo os riquíssimos e belos
paramentos que Cunegundes costurava. Contudo, ela própria usava somente
um hábito muito simples, também feito com as próprias mãos. Com ele
trabalhava diariamente e com ele fez questão de ser enterrada, embora
suas companheiras tivessem preparado cobertas ricamente bordadas e
enfeitadas com jóias preciosas para seu velório.
Antes de morrer, no dia 03 de março de 1039, pediu que a enterrassem
como uma simples monja e ao lado da sepultura do esposo, na Catedral de
Bamberg, que eles também haviam construído. O local foi palco de
numerosos prodígios e graças, por isso seu culto correu entre os fiéis e
se propagou por toda a Europa. O Papa Inocêncio III a canonizou em
1200, autorizando sua festa para o dia de sua morte. Santa Cunegundes é
padroeira de Luxemburgo, da Lituânia e da Polônia o que faz com que sua
devoção se mantenha ainda muito forte e intensa.
Santa Cunegundes, rogai por nós!
Santos Marino e Astério
O testemunho deles nos convida a evangelizarmos a partir da nossa vida, e em todos os lugares da sociedade
Os santos de hoje foram mártires no século III. São Marino era
oficial romano, mas sobretudo, cristão. Já tinha feito seu caminhar com
Cristo, estando em constante aprofundamento. No Império, não era
reconhecido como cristão, e nem era possível uma evangelização aberta.
Mas com sua vida, seu jeito profissional de ser, comunicava a verdade e o
amor. Era cogitado para ocupar uma posição chave: a de centurião romano
na Cesareia.
Outros queriam esse cargo, e sabiam que ele era cristão. Por isso, um
deles levantou uma lei antiga, onde para assumir o cargo era preciso
antes sacrificar aos deuses. Imediatamente, Marino revelou publicamente
que não poderia fazer isso e professou sua fé. Pela admiração que muitos
tinham por ele, não o mataram na hora. Deram a ele três horas para
escolher entre apostatar da fé ou morrer.
Ao sair do pretório, encontrou-se com o bispo Teotecno que o levou à
igreja e, apontando-lhe para uma espada e para o Evangelho, o motivou a
fazer uma escolha digna de cristão. O oficial livremente abraçou o
Evangelho.
Passado o tempo, as autoridades o quiseram ouvir. Marino permaneceu
fiel por amor a Cristo e à Igreja e acabou sendo degolado. Isto no ano
de 260.
De repente, Astério se aproximou do corpo, cobriu-o e enterrou o
oficial. Ele sabia que isso poderia levá-lo ao martírio também. E foi o
que aconteceu. O testemunho deles nos convida a evangelizarmos a partir da nossa
vida, e em todos os lugares da sociedade, e a nunca renunciarmos nossa
fé, mesmo que o martírio nos espere.
Santos Marino e Astério, rogai por nós!
Santa Teresa Eustochio Verzeri
Ana Maria Teresa Eustochio Josefa Catarina Inácia Verzeri, ou como
apenas Teresa Eustochio Verzeri, como ficou conhecida, nasceu no dia 31
de julho de 1801, em Bérgamo, Itália. Era a primogênita dos sete filhos
de Antonio Verzeri e da condessa Helena Pedrocca-Grumelli. Desde
criança, aprendeu de sua mãe, cristã muito devota, a conhecer e a amar a
Deus acima de tudo e a qualquer preço.
Os estudos iniciais ela fez em casa. Inteligente, dotada de espírito
aberto, quando menina, queria ser rapaz, para empreender nobres
façanhas, como Santo Inácio, nas fileiras de Cristo. Da infância até a
idade madura, deixou-se iluminar pelo Espírito da Verdade, percorrendo o
caminho de libertação, de pureza, de retidão e de simplicidade que a
levou a buscar "Deus só". Interiormente, viveu a particular experiência
mística da "ausência de Deus", enfrentando um dos problemas da
experiência religiosa de hoje: o peso da solidão humana diante da
sensação inquietante de distância e de silêncio de Deus.
Entretanto, com uma fé inabalável, Teresa não deixou de confiar e de se
abandonar ao Deus Vivo, Pai providente e misericordioso, a quem entregou
a própria vida, em atitude de obediência dialogante. Como em Jesus, seu
grito de solidão se transformou em oferta total de si mesma por amor.
Após uma experiência de vida religiosa entre as monjas beneditinas de
Santa Grata, em Bérgamo, percebeu que sua vocação era o apostolado
ativo. Orientada pelo Mons. Benaglio, seu diretor espiritual, aos vinte e
cinco anos iniciou obras de assistência às crianças pobres e
abandonadas. Atraindo para seu ideal jovens generosas e disponíveis, com
as quais em 1831, fundou a Congregação das Filhas do Sagrado Coração de
Jesus.
A primeira metade de 1800, foi um período de grandes transformações na
história da Itália, da sociedade de Bérgamo e do mundo, marcado por
mudanças políticas, por revoluções, por perseguições que não pouparam a
Igreja, atingida, também, pela crise de valores, resultante da Revolução
Francesa. Ela percebeu com clareza a urgência e as necessidades do seu
tempo e abraçou sua missão, de orientadora espiritual, evangelizadora
e pedagoga.
Após consolidar sua obra em várias cidades italianas, Teresa faleceu no
dia 03 de março de 1852, num gesto total de oblação a Deus. Foi
beatificada pelo Papa Pio XII em 1946, e canonizada pelo Papa João Paulo
II, em 2001. As suas relíquias são veneradas na capela da escola das
Filhas do Sagrado Coração de Jesus, em Bérgamo; recebendo as homenagens
no dia de sua morte.
Como educadora, pautou sua ação e seus escritos na pedagogia do elogio,
concretizada no binômio: bondade-firmeza e no respeito à liberdade.
Animadas por esse espírito, as Filhas do Sagrado Coração de Jesus
continuam, hoje, a missão de Santa Teresa Eustochio Verzeri, na Itália,
no Brasil, na Argentina e Bolívia, na República Centro-Africana e em
Camarões, na Índia e na Albânia.
Santa Teresa Eustochio Verzeri, rogai por nós!