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sexta-feira, 16 de julho de 2021

Nossa Senhora do Carmo

Nossa Senhora do Carmo

Ao olharmos para a história da Igreja encontramos uma linda página marcada pelos homens de Deus, mas também pela dor, fervor e amor à Virgem Mãe de Deus: é a história da Ordem dos Carmelitas, da qual testemunha o cardeal Piazza: “O Carmo existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual”.



 


.: Acompanhe a novena “9 meses com Maria”

.: Como a Virgem Maria pode ouvir nossas orações?


Carmelo (em hebraico, “carmo” significa vinha; e “elo” significa senhor; portanto, “Vinha do Senhor”): este nome nos aponta para a famosa montanha que fica na Palestina, donde o profeta Elias e o sucessor Elizeu fizeram história com Deus e com Nossa Senhora, que foi prefigurada pelo primeiro numa pequena nuvem (cf. I Rs 18,20-45).

Estes profetas foram “participantes” da Obra Carmelita, que só vingou devido à intervenção de Maria, pois a parte dos monges do Carmelo que sobreviveram (século XII) da perseguição dos muçulmanos, chegaram fugidos na Europa e elegeram São Simão Stock como seu superior geral; este, por sua vez, estava no dia 16 de julho intercedendo com o Terço, quando Nossa Senhora apareceu com um escapulário na mão e disse-lhe: “Recebe, meu filho, este escapulário da tua Ordem, que será o penhor do privilégio que eu alcancei para ti e para todos os filhos do Carmo. Todo o que morrer com este escapulário será preservado do fogo eterno”.

Vários Papas promoveram o uso do escapulário e Pio XII chegou a escrever: “Devemos colocar em primeiro lugar a devoção do escapulário de Nossa Senhora do Carmo – e ainda – escapulário não é ‘carta-branca’ para pecar; é uma ‘lembrança’ para viver de maneira cristã, e assim, alcançar a graça duma boa morte”.

Neste dia de Nossa Senhora do Carmo, não há como não falar da história dos Carmelitas e do escapulário, pois onde estão os filhos aí está a amorosa Mãe.

Nossa Senhora do Carmo, rogai por nós!


quarta-feira, 19 de março de 2014

19 de março - São José

São José


Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.

Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.
Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.


Do esposo de Maria sabemos somente aquilo que nos dizem os evangelistas Mateus e Lucas, mas é o que basta para colocar esse incomparável "homem justo" na mais alta cátedra de santidade e de nossa devoção, logo abaixo da Mãe de Jesus.

Venerado desde os primeiros séculos no Oriente, seu culto se difundiu no Ocidente somente no século IX, mas num crescendo não igual ao de outros santos. Em 1621, Gregório XV declarou de preceito a festa litúrgica deste dia; Pio IX elegeu são José padroeiro da Igreja, e os papas sucessivos o enriqueceram de outros títulos, instituindo uma segunda comemoração no dia 1º de maio, ligada a seu modesto e nobre ofício de artesão.

O privilégio de ser pai adotivo do Messias constitui o título mais alto concedido a um homem.
O extraordinário evento da Anunciação e da divina maternidade de Maria - da qual foi advertido pelo anjo depois da sofrida decisão de repudiar a esposa - coloca são José sob uma luz de simpatia humana, em razão do papel de devoto defensos da incolumidade da Virgem Mãe, mistério prenunciado pelos profestas, mas acima da inteligência humana.

Resolvido o angustiante dilema, José não se questiona. Cumpre as prescrições da lei: dirige-se a Belém para rescenseamento, assiste Maria no parto, acolhe os pastores e os reis Magos com útil disponibilidade, conduz a salvo Maria e o Menino para subtraí-lo do sanguinário Herodes, depois volta à laboriosa quietude da casinha de Nazaré, aprtilhando alegrias e dores comuns a todos os pais de família que deviam ganhar o pão com o suor de sua fronte. Nós o revemos na ansiosa procura de Jesus, que ele conduz ao templo por ter cumprido os 12 anos de idade.

Enfim, o Evangelho se despede dele com uma imagem rica de significado, que coloca mais de um tema para nossa reflexão: Jesus, o filho de Deus, o Messias esperado, obedece a ele e a Maria, crescendo em sabedoria, idade e graça.

No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.
“Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24).

O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.

Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.

Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.


São José, rogai por nós!

quarta-feira, 21 de março de 2012

21 de março - Santo do dia

Santa Benedita Cambiagio Frassinello

Benedita Cambiagio nasceu no dia 02 de outubro de 1791, em Langasco, Gênova. Última dos sete filhos de José e Francisca, eles a batizaram dois dias depois de seu nascimento. Ainda pequena, se mudou para Pavia, com sua família, onde o trabalho era mais promissor. Lá recebeu uma educação cristã rigorosa e teve uma profunda experiência espiritual, que a fez pensar em seguir a vida religiosa. Porém, a família a conduziu para o casamento, que ocorreu em 1816, quando ela tinha vinte e cinco anos, com João Batista Frassinello um operário e fervoroso cristão, procedente de Ronco Scrivia.

Porém, dois anos depois, sem filhos, Benedita e João Batista, que nutriam entre si um amor de irmãos, passaram a viver como tal na mesma casa. Benedita pôde assim realizar seu desejo juvenil, de se consagrar somente à Deus. Na época, sua irmã Maria, muito doente se hospedara em sua casa e o casal passou a cuidar dela com amor e dedicação, até sua morte, em 1825. Ocasião em que, João Batista entrou como irmão leigo na comunidade religiosa dos padres Somascos, e Benedita, na comunidade das Irmãs Ursulinas de Capriolo. Mas, no ano seguinte ela voltou para Pavia, muito doente. Lá teve uma visão onde lhe apareceu São Jerônimo Emiliani, ficando curada por completo.

Depois disso, Benedita começou a trabalhar na educação de jovens e crianças, com a aprovação do bispo Luís Tosi. Precisando de ajuda, Benedita recorreu ao pai. Diante da recusa, foi ao bispo, e este pediu então a João Batista que a ajudasse. Ele atendeu logo, voltou para a esposa-irmã, renovando o voto de castidade perfeita, pelas mãos do bispo.

Benedita se dedicava de corpo e alma, à educação humana e cristã de jovens e crianças pobres e abandonadas, enquanto João Batista se encarregou de conseguir ajuda material.

Na época, a instituição escolar era muito precária e Benedita fez um alertar às autoridades locais O governo entendeu o recado e concedeu à ela o título de "promotora pública da educação". Benedita passou a receber apoio de jovens e voluntárias formando uma instituição escolar de excelente nível, cujo estatuto foi aprovado pelas autoridades eclesiásticas. Ela uniu ao ensino escolar, a formação catequética e o trabalho, tornando jovens e crianças modelos de vida cristã, assegurando-lhes a verdadeira formação.

A dedicação constante de Benedita nasceu e cresceu do seu fervor ao Cristo na Eucaristia e da contemplação à Jesus na Santa Cruz.. Tinha em Deus, seu sustento e sua defesa. Não lhe faltaram, na vida, experiências espirituais, que se repetiam, especialmente, durante as Missas. Porém, isso não interferia nos compromissos cotidianos da fundadora. Mas, a Obra e o programa educativo de Benedita, passaram por duras críticas por parte da oposição e de algumas pessoas do clero. Em 1838, Benedita cedeu a sua Instituição ao bispo Luís Tosi e, com cinco irmãs, deixaram Pavia indo para Ligúria.

Na cidade de Ronco Scrivia, Benedita abriu uma escola para jovens e fundou a Congregação das Irmãs Beneditinas da Providência, escrevendo ela mesma as Regras e Constituições. A Instituição se desenvolveu rapidamente, tanto que em 1847, uma nova casa foi inaugurada em Voghera. E dez anos depois outra em Valpolcevera. No dia 21 de março de 1858, Benedita faleceu em Ronco Scrivia, no dia e hora por ela previstos.

Quarenta anos depois de sua morte, o Instituto, fundado por Benedita, se tornou independente. Assim, as religiosas puderam assumir o nome de "Irmãs Beneditinas da Divina Providência", em memória à fundadora, Benedita Cambiagio Frassinello. Em toda sua vida, ela se deixou conduzir pelo Espírito Santo, através de várias experiências pessoais. Embora sua luta fosse grande, nunca esmoreceu diante das dificuldades, seguindo sempre seu desejo de servir à Humanidade e a Deus. Foi beatificada em 1987 e canonizada em 2000, pelo Papa João Paulo II, que marcou a festa de Santa Benedita Cambiagio Frassinello para o dia de sua morte.

Santa Benedita Cambiagio Frassinello, rogai por nós!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

2 - de novembro - Dia dos Finados

Todos os Finados
Os cristãos batizados são convidados a santificar-se e os que decidem viver plenamente o mistério pascal de Cristo não têm medo da morte. Porque ele disse: "Eu sou a ressurreição e a vida".

Para todos os povos da humanidade, seja qual for a origem, cultura e credo, a morte continua a ser o maior e mais profundo dos mistérios. Mas para os cristãos tem o gosto da esperança. Dando sua vida em sacrifício e experimentando a morte, e morte na cruz, ele ressuscitou e salvou toda a humanidade. Esse é o mistério pascal de Cristo: morte e ressurreição. Ele nos garantiu que, para quem crê, for batizado e seguir seus ensinamentos, a morte é apenas a porta de entrada para desfrutar com ele a vida eterna no Reino do Pai.

Enquanto para todos os seres humanos a morte é a única certeza absoluta, para os cristãos ela é a primeira de duas certezas. A segunda é a ressurreição, que nos leva a aceitar o fim da vida terrena com compreensão e consolo. Para nós, a morte é um passo definitivo em direção à colheita dos frutos que plantamos aqui na terra.

Assim sendo, até quando Nosso Senhor Jesus Cristo estiver na glória de seu Pai, estará destruída a morte e a ele serão submetidas todas as coisas. Alguns são seus discípulos peregrinos na terra, outros que passaram por esta vida estão se purificando e outros, enfim, gozam da glória contemplando Deus.

Os glorificados integram a Igreja triunfal e são Todos os Santos, os quais, nós, os integrantes da Igreja militante, cristãos peregrinos na terra, comemoramos no dia 1o de novembro. Os Finados integram a Igreja da purificação e são todos os que morreram sem arrepender-se do pecado.

O culto de hoje é especialmente dedicado a esses. Embora todos os dias, em todas as missas rezadas no mundo inteiro, haja um momento em que se pede pelas almas dos que nos deixaram e aguardam o tempo profetizado e prometido da ressurreição.

A Igreja ensina-nos que as almas em purificação podem ser socorridas pelas orações dos fiéis. Assim, este dia é dedicado à memória dos nossos antepassados e entes que já partiram. No sentido de fazer-nos solidários para com os necessitados de luz e também para reflexão sobre nossa própria salvação.

Encontramos a celebração da missa pelos mortos desde o século V. Santo Isidoro de Sevilha, que presidiu dois concílios importantes, confirmou o culto no século VII. Tempos depois, em 998, por determinação do abade santo Odilo, todos os conventos beneditinos passaram, oficialmente, a celebrar "o dia de todas as almas", que já ocorria na comunidade no dia seguinte à festa de Todos os Santos. A partir de então, a data ganhou expressão em todo o mundo cristão.

Em 1311, Roma incluiu, definitivamente, o dia 2 de novembro no calendário litúrgico da Igreja para celebrar "Todos os Finados". Somente no inicio do século XX, em 1915, quando a morte, a sombra terrível, pairou sobre toda a humanidade, devido à I Guerra Mundial, o papa Bento XIV oficiou o decreto para que os sacerdotes do mundo todo rezassem três missas no dia 2 de novembro, para Todos os Finados.

Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: "Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança" ( 1 Tes 4, 13).

Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.

O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da "comunhão dos santos", onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidas preces, sacrificios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.

A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois "santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado" (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que "a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados" (Catecismo da Igreja Católica).

Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, "o Céu não tem portas" (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial 'ante-sala'.

"Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!"

domingo, 5 de setembro de 2010

5 de setembro - Santo do dia

São Lourenço Justiniano

Filho da nobre família Justiniano, Lourenço nasceu em Veneza, no dia 1º de julho de 1380. Desde cedo, já manifestava seu repúdio ao orgulho, à ganância e à corrupção que havia em sua terra natal. Na adolescência, teve uma visão da Sabedoria Eterna e decidiu dedicar-se à vida religiosa.

Sua única ambição era amar e servir a Deus. Procurando o aprimoramento espiritual, tornou-se um mendigo em sua cidade, chegando a esmolar na porta da casa de seus próprios pais. A vanguardista Veneza do século XV era um efervescente laboratório de reforma católica, destinado a produzir frutos preciosos. Um deles foi Lourenço Justiniano.

Aos dezenove anos de idade ele era considerado um modelo de virtude, austeridade e humildade. Em 1404, já diácono, uniu-se a outros sacerdotes e ingressou no Mosteiro de São Jorge, em Alga, para viver em comunidade com eles, depois reconhecidos como "Companhia dos Cônegos Seculares", pioneiros do esforço reformador. Tornou-se sacerdote em 1407 e dois anos depois foi eleito superior da Comunidade de São Jorge, em Alga.

Não era um bom orador, em contrapartida tornava sua pregação eficiente com sua dedicação ao mistério do confessionário, seu exemplo de humilde mendicante e seu trabalho de escritor incansável. Sua obra inclui livros para doutores e leigos, incluindo tratados teológicos e simples manuais de catequese. Os seus escritos trazem a matriz da idéia da "Sabedoria Eterna", eixo da sua mística, tanto para a perfeição interior como para a retidão da vida episcopal.

A contragosto, em 1433, foi consagrado bispo de Castelo, uma pequena diocese. Em 1451, o papa Nicolau V extinguiu essa diocese e consagrou Lourenço Justiniano primeiro patriarca de Veneza. Nessas administrações, deixou sua marca singular impressa com suas virtudes, sendo considerado um homem sábio, piedoso e caridoso, principalmente com os mais pecadores. Nesses cargos ergueu mais de quinze conventos e muitas igrejas, aumentando, assim, seu já enorme rebanho. Tornou-se um exemplo de pastor, amado por todos os fiéis, que obedeciam à sua pregação e ao seu exemplo no seguimento de Cristo.

Rodeado por seus amigos do clero em seu leito de morte, no dia 8 de janeiro de 1456, Lourenço Justiniano deixou, como mensagem aos cristãos, observar os mandamentos da lei de Deus. Depois de sua morte, muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão, por isso foi canonizado, no ano de 1690, pelo papa Alexandre VIII. Sua festa foi indicada para ser celebrada no dia 5 de setembro.

São Lourenço Justiniano, rogai por nós!

sábado, 15 de agosto de 2009

Oração a Nossa Senhora da Assunção

Oração à Nossa Senhora Assunção

Ó dulcíssima soberana, Rainha dos Anjos, bem sabemos que, miseráveis pecadores, não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas, mas sabemos também que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e, no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir, aumenta cada vez mais para conosco.

Do alto desse trono em que reinas sobre todos os anjos e santos, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos; vede a quantas tempestades e mil perigos estaremos, sem cessar, expostos até o fim de nossa vida!

Pelos merecimentos de vossa bendita morte obtende-nos o aumento da fé, da confiança e da santa perseverança na amizade de Deus, para que possamos, um dia, ir beijar os vossos pés e unir as nossas vozes às dos espíritos celestes, para louvar e cantar as vossas glórias eternamente no céu.
Assim seja.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Consagração individual ao Sagrado Coração de Jesus

Consagração individual ao Sagrado Coração de Jesus

Eu (o seu nome), Vos dou e consagro, oh Sagrado Coração de Jesus Cristo, a minha vida, as minhas ações, penas e sofrimentos, para não querer mais servir-me de nenhuma parte do meu ser, senão para Vos honrar, amar e glorificar. É esta a minha vontade irrevogável: ser todo Vosso e tudo fazer por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração a tudo quanto Vos possa desagradar.

Tomo-Vos, pois, ó Sagrado Coração, por único bem do meu amor, protetor da minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e da minha inconstância, reparador de todas as imperfeições da minha vida e meu asilo seguro na hora da morte.

Sê, ó Coração de bondade, a minha justificação diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim a Sua justa cólera.

Ó Coração de amor, deposito toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo de minha malícia e de minha fraqueza, mas tudo espero de Vossa bondade! Extingui em mim tudo o que possa desagradar-Vos ou que se oponha à Vossa vontade.

Seja o Vosso puro amor tão profundamente impresso em meu coração, que jamais possa eu esquecer-Vos nem separar-me de Vós. Suplico-Vos que o meu nome seja escrito no Vosso Coração, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e toda a minha glória em viver e morrer como Vosso escravo.
Amém

terça-feira, 21 de abril de 2009

A Graça de uma morte Santa

A missa e a morte

Podemos aprofundar-nos, de modo abstrato e especulativo, na doutrina cristã e católica do sacrifício da missa; igualmente, podemos fazê-lo de modo concreto e vivido, unindo-se à oblação do Salvador de forma pessoal e, mais particularmente, fazendo por antecipação o sacrifício da própria vida, para obter a graça de uma morte santa.

Mais que ninguém, Maria associa-se ao sacrifício de seu Filho, participando de todos os seus sofrimentos, na medida de seu amor por Ele.

Os santos em especial, os estigmatizados uniram-se extraordinariamente aos sofrimentos e méritos do Salvador, um São Francisco de Assis, uma Catarina de Sena, por exemplo; mas, quão profunda tenha sido tal união, fora contudo pouco em comparação a de Maria. Por um conhecimento experimental dos mais íntimos e pela grandeza de seu amor, Maria ao pé da Cruz penetrou as profundidades do mistério da Redenção, mais que São João, mais que São Pedro, mais que São Paulo. Ela penetrou ali na medida da plenitude de graça que recebera, da sua fé, do seu amor, dos dons de inteligência e sabedoria que possuía em grau proporcionado à sua caridade.

A fim de entrarmos um pouco nesse mistério, aprendendo dele lições práticas que nos permitam preparar-nos para uma boa morte, pensemos no sacrifício que devemos fazer durante nossa vida, em união com Maria, ao pé da Cruz.

Freqüentemente, exortamos os moribundos a fazer o oferecimento de suas vidas, para dar um valor de expiação, de mérito e de impetração aos seus sofrimentos derradeiros. Freqüentemente, os Soberanos Pontífices em particular, [São] Pio X convidaram os fiéis a oferecer por antecipação os sofrimentos quiçá atrozes do último instante, para assim bem se disporem a oferecê-los com um coração mais generoso à hora da morte.

Mas para que se faça, desde agora, o sacrifício de nossa vida, é mister fazê-lo em união com o sacrifício do Salvador perpetuado sacramentalmente no altar, durante a Missa, e em união com o sacrifício de Maria, Medianeira e Co-redentora. E para bem observar tudo o que tal oblação deve conter, convém lembrar-se aqui dos quatro fins do sacrifício: a adoração, a reparação, a suplicação e a ação de graças. Consideramo-las sucessivamente, examinando as lições que trazem.

Adoração

Jesus sobre a Cruz fizera de Sua morte sacrifício de adoração. Fora a mais perfeita realização do preceito do decálogo: “Adorarás o Senhor, teu Deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome” (Dt 6, 13). É com essa palavra divina que Jesus respondeu a Satã, que lhe dissera: Dar-Te-ei todos os reinos do mundo, se Tu te prostrares perante mim para me adorares, si cadens adoraveris me”.

A adoração é devida a Deus somente, por causa de sua excelência soberana de Criador já que somente Ele é o mesmo Ser, eternamente subsistente, a mesma Sabedoria, o mesmo Amor. A adoração que Lhe é devida há de ser, por sua vez, exterior e interior, inspirada pelo amor; deve ser adoração em espírito e verdade.

Jesus ofereceu a Deus uma adoração de valor infinito, no Getsemani, ao prostrar a face contra a terra, dizendo: “Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres” (Mt 26, 39). Essa adoração reconhece pratica e profundamente a excelência soberana de Deus, mestre da vida e da morte; de Deus que, pelo amor do Salvador, queria fazer servir a morte, pena do pecado, à reparação do pecado e nossa salvação. Há neste decreto eterno de Deus que contém toda a história do mundo uma excelência soberana, reconhecida pela adoração no Getsemani.

A adoração do Salvador continua sobre a Cruz e Maria se associa a ela, na medida da plenitude da graça que recebera e que não cessara de aumentar. Ao momento da crucificação de seu Filho, ela adorara os decretos de Deus, autor da vida, que fizera da morte de seu Filho inocente reparação do pecado, para o bem eterno das almas.

Adoremos Deus, em união com Nosso Senhor e sua Santa Mãe, e digamos de todo coração, como nos insta S. S. [São] Pio X: “Senhor, meu Deus, a partir de hoje, de coração tranqüilo e submisso, aceito de vossa mão o gênero de morte que vos agradará me enviar, com todas as suas angústias, todas as suas penas e todas as suas dores”.

Todo aquele que, uma vez na vida e no dia de sua escolha, tiver recitado esse ato de resignação após a confissão e a comunhão, ganhará uma indulgência plenária que se lhe aplicará à hora da morte, conforme a pureza da consciência. Mas é recomendável repetir a cada dia esse sacrifício, para assim nos prepararmos a fazer de nossa morte, no instante derradeiro, em união com o sacrifício do Cristo continuado em substância sobre o altar, um sacrifício de adoração, considerando o domínio soberano de Deus, a majestade e a bondade Daquele “que conduz a profundos abismos e deles tira Dominus mortificat et vivificar, deducit ad inferos et reducit” (Dt 32, 39; Tb 13, 2; Sb 14,13). Essa adoração de Deus, mestre da vida e da morte, se pode fazer de modos bem diferentes, conforme as almas sejam mais ou menos esclarecidas: não é realmente melhor unir-se desta feita, a cada dia, ao sacrifício de adoração do Salvador?

Sejamos desde agora adoradores em espírito e verdade; que a adoração seja tão sincera e profunda que se reflita verdadeiramente em nossa vida e nos disponha àquela que devemos possuir no coração no instante final.

Reparação

Outro fim do sacrifício é a reparação da ofensa feita a Deus pelo pecado, e a satisfação da pena devida pelo pecado. Devemos fazer de nossa morte um sacrifício propiciatório: a adoração dever ser, a bem dizer, reparadora.

Nosso Senhor satisfez de modo superabundante por nossas faltas, porque, como diz Santo Tomás (IIIª q. 48, a. 2), ao oferecer sua vida por nós, fizera um ato de amor que mais agradava a Deus do que o aborreciam todos os nossos pecados reunidos. Sua caridade foi muito maior que a malícia dos algozes; possuía um valor infinito tirado da personalidade do Verbo.

Ele satisfez por nós, que somos os membros de Seu Corpo Místico. Mas como a causa primeira não torna inúteis as causas segundas, o sacrifício do Salvador não torna inútil o nosso, mas o suscita e lhe confere valor. Maria deu-nos o exemplo ao unir-se aos sofrimentos de seu Filho; assim, satisfez por nós, a ponto de merecer o título de Co-redentora.

Ela aceitou o martírio de seu Filho não apenas querido, mas legitimamente adorado que amava com coração afetuosíssimo, desde que o concebera virginalmente.

Com heroísmo ainda maior que o do patriarca Abraão, pronto a imolar seu filho Isaac, Maria, ao oferecer seu Filho por nossa salvação, viu-o realmente morrer com atrocíssimos sofrimentos físicos e morais. Não veio nenhum anjo para impedir a imolação e dizer a Maria, tal como ao patriarca, em nome do Senhor: “agora Eu sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu próprio filho, teu filho único”. (Gn 22, 12); Maria viu realizar-se efetiva e plenamente o sacrifício reparador de Jesus, e em face ao qual o de Isaac não era senão a figura em preâmbulo. Ela sofreu então o pecado na medida de seu amor por Deus, a quem o pecado ofende; por seu Filho, a quem o pecado crucificava; por nossas almas, a quem o pecado corrompe e mata. A caridade da Virgem ultrapassava incomensuravelmente a do patriarca; e nela, ainda mais que nele, realizaram-se as palavras que este escutara: “pois que fizeste isto, e não me recusaste teu filho, teu filho único, Eu te abençoarei. Multiplicarei a tua posteridade como as estrelas do céu” (Gn, 22, 16-17).

Ora, como o sacrifício de Jesus e de Maria foi sacrifício de propiciação ou reparação pelo pecado, de satisfação da pena devida pelo pecado, façamos do sacrifício de nossa vida uma reparação de todas as nossas faltas; peçamos desde agora que nosso último instante tenha um valor meritório e expiatório, e peçamos a graça de fazer este sacrifício com grande amor, o que lhe dobrará o valor. Sejamos contentes de pagar essa dívida à justiça divina para que a ordem seja-nos plenamente restabelecida. E se, com tal espírito, nós nos unirmos intimamente às missas que se celebram todos os dias, à oblação sempre viva ao Coração do Cristo oblação que é a alma dessas missas então alcançaremos a graça de nos unirmos do mesmo modo no derradeiro instante. Se essa união de amor a Cristo Jesus for cada dia mais íntima, a expiação do Purgatório nos será claramente abreviada; poderá mesmo acontecer de recebermos a graça de fazer nosso Purgatório totalmente sobre a terra, crescendo em amor e mérito, em vez de fazê-lo após a morte, sem mérito.

Suplicação

O moribundo não deve fazer da morte somente um sacrifício de adoração e reparação, mas também um sacrifício impetratório ou de suplicação, em união com Nosso Senhor e Maria.

São Paulo escreve aos Hebreus (5, 7): “[Cristo Jesus] nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas (...) e foi atendido pela sua piedade (... ) tornou-se autor da salvação eterna para todos os que Lhe obedecem”. Recordemo-nos da prece sacerdotal do Cristo após a Ceia e antes do sacrifício da Cruz: Jesus então rezou por seus apóstolos e por nós... “porque vive sempre para interceder em seu favor” (Hb 7, 25). Particularmente, durante o sacrifício da missa, onde Ele é o principal sacerdote.

Jesus, que rogara por seus algozes, roga pelos moribundos que se recomendam a Ele. Com Ele, a Virgem Maria intercede, recorda-se do que nós muitas vezes lhe pedimos: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte”.

O moribundo deve associar-se às missas que se celebram naquele instante longe ou perto dele; deve solicitar por meio delas, por meio da grande oração do Cristo, que nelas se prolonga, a graça da boa morte ou da perseverança final a graça das graças, a dos eleitos. Convém que se suplique não apenas para si, mas para todos os que morrem àquele momento.

Para nos dispormos desde agora a fazer esse ato de suplica na hora derradeira, oremos com freqüência, ao assistir à Santa Missa, por aqueles que vão morrer no correr do dia. Conforme a recomendação de S. S. Bento XV, façamos celebrar uma missa de vez em quando para obter, através desse sacrifício de suplica de valor infinito, a graça da boa morte ou a aplicação dos méritos do Salvador. Façamos também celebrar algumas missas por alguns de nossos parentes e amigos que nos causaram inquietação acerca de sua salvação, para lhes obter a graça derradeira, e por aqueles que teríamos escandalizado e talvez distanciado do caminho de Deus.

A ação de graças

Enfim, cada qual deveria fazer de sua morte, em união com Nosso Senhor e a Virgem Maria, um sacrifício de ação de graças, por todos os benefícios recebidos desde o batismo, rememorando quantas absolvições e comunhões nos remiram ou guardaram no caminho da salvação.

Jesus fizera de sua morte um sacrifício de ação de graças, ao dizer:Consummatum est Está consumado” (Jo 19, 30); Maria disse o “Consummatum est” junto com Ele. Tal forma de oração, que permanece na missa, não acabará, mesmo quando for dita a última missa, no fim do mundo. Quando não houver mais sacrifício propriamente dito, haverá sua consumação, e nela haverá sempre a adoração e a ação de graças dos eleitos que, unidos ao Salvador e a Maria, cantarão o Sanctus com os anjos e glorificarão a Deus, louvando-o.

Essa ação de graças é admiravelmente expressa pelas palavras do ritual que o padre profere à cabeceira dos moribundos, após dar-lhes a derradeira absolvição e o santo viático: “Proficiscere, anima christiana, de hoc mundo...: Saí deste mundo, alma cristã, em nome de Deus Pai Todo-poderoso, que vos criou; em nome de Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, que sofreu por vós; em nome da gloriosa e santa Mãe de Deus, a Virgem Maria; em nome do bem-aventurado José, seu esposo predestinado; em nome dos Anjos e Arcanjos; em nome dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires; em nome de todos os Santos e Santas de Deus. Que hoje vossa habitação seja na paz, e vossa morada na Jerusalém celeste, por Jesus Cristo Nosso Senhor”.

Concluindo, repitamos freqüentemente, a fim de lhe conferir todo seu valor, o ato recomendado por S. S. [São] Pio X, e roguemos a Maria a graça de fazer de nossa morte um sacrifício de adoração, de reparação, de suplicação e de ação de graças. Quando assistirmos os moribundos, exortemo-los ao sacrifício, a associar-se às missas que então se celebrem. E desde agora, por antecipação, façamo-lo nós mesmos, renovemo-lo com insistência a cada dia, como se fosse o último; desta feita, disporêmo-nos a fazê-lo habilmente no momento supremo: então saberemos que “Deus conduz a profundos abismos e deles tira”; nossa morte será como que transfigurada; apelaremos ao Salvador e a Sua Santa Mãe para que nos venha levar, concedendo-nos a graça derradeira, que nos assegurará definitivamente a salvação, através de um último ato de fé, de confiança e de amor.

Pe. Garrigou-Lagrange, O. P.

(Tradução: Permanência. Originalmente publicado em La vie spirituelle nº 194, nov. 1935)