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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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Para o bem do povo anunciava com ousadia até ser exilado, mas não deixou de evangelizar nem mesmo na cadeia
Combateu o arianismo do Oriente
Um dos santos padres da Igreja de Cristo,
ele nasceu no ano de 315, em Poitiers, na França. Buscava a felicidade;
mas sua família, pagã, vivia segundo a filosofia hedonista, ligada ao
povo greco-romano; ou seja, felicidade como sinônimo de prazeres, com
puro bem-estar. Então, aquele jovem dado aos estudos, se perguntava
quanto ao fim último do ser humano; não podia acabar tudo ali com a
morte; foi perseguindo a verdade.
O Espírito Santo foi agindo até ele
conhecer as Sagradas Escrituras. O Antigo Testamento o levou proclamar o
Deus uno, que merece toda a adoração. Passando para o Novo Testamento,
Santo Hilário foi evangelizado e, numa busca constante, ele se viu
necessitado do santo batismo, entrar para Igreja de Cristo e se fazer
membro deste Corpo Místico. Em 345, foi batizado. Não demorou muito já
era sacerdote e, depois, ordenado bispo para o povo de Poitiers.
Ele sofria com as heresias do arianismo.
Santo Hilário, pela sua pregação e seus escritos, foi chamado “O
Atanásio do Ocidente”, porque ele combateu o Arianismo do Oriente. No
tempo em que o imperador Constâncio começou a apoiar esta heresia, Santo
Hilário não teve medo das autoridades. Se era para o bem do povo, ele
anunciava com ousadia até ser exilado, mas não deixou de evangelizar nem
mesmo na cadeia. Por conselho, o próprio imperador o assumiu de volta
em 360, porque os conselheiros sabiam da grande influência desse santo
bispo que não ficava apenas em Poitiers, mas percorria toda a França.
Ele voltou, convocou um Concílio em
Paris, participou de tantos outros conselhos no ocidente, mas sempre
defendendo essa verdade que é Jesus Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro
homem.
Santo Hilário de Poitiers foi se
consumindo por essa verdade. Pelos seus escritos que chegam até o tempo
de hoje, percebe-se este amor por Jesus Cristo. Não só numa busca
pessoal, mas de promover a salvação dos outros. No século IV, ele partiu
para a glória.
Minha oração “Santo Doutor, homem de profunda sabedoria e clareza do Evangelho, defensor do Cristo Deus-Homem, conceda-nos a graça de não desviarmos da fé católica e a sabedoria para ensiná-la aos que nos procuram. Amém.”
A
Igreja, guardiã e intérprete da divina Revelação, ensina que todos os
que morrem na graça de Deus e entram na vida eterna não rompem suas
relações com os irmãos que ficam: vivos e mortos, santificados pelo
mesmo Espírito, formam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.
Igreja
triunfante, celebrada no dia anterior a este, com a solenidade de Todos
os Santos; Igreja militante, peregrina sobre a terra, a caminho do
Reino prometido por Cristo aos redimidos; e Igreja da purificação, um
estado intermediário, temporário, que tem seu fundamento na Revelação. São
Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, para esclarecer essa verdade,
usa a imagem de um edifício em construção: entre os operários há aquele
que faz um trabalho cuidadoso, perfeito e usa bom material; e há o que,
pelo contrário, ao bom material mistura madeira ou palha. Houve tempo em
que as casas dos pobres tinham telhado de palha sustentado por frágeis
traves. Na metáfora paulina, aquela madeira ordinária e aquela palha são
a vanglória e o pouco zelo no serviço do Senhor. Na hora da
verificação, acrescenta são Paulo, isto é, na prova do fogo, a palha
desaparecerá, mas “se a obra construída [...] subsistir, o operário
receberá uma recompensa. Aquele, porém, cuja obra for queimada, perderá a
recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do
fogo”.
A estas almas, imersas na chama purificadora à espera da
plena bem-aventurança celeste, a Igreja dedica, neste dia, uma
recordação particular, para soldar com a caridade do sufrágio aqueles
vínculos de amor que ligam vivos e mortos na mística união com Cristo.
Em 1915, Bento XV estendeu a todos os sacerdotes o privilégio —
concedido em 1748 apenas à Espanha — de celebrarem três missas em
sufrágio dos mortos.
Na liturgia de hoje, a Igreja condensa em
três palavras a resposta à interrogação sobre a “vida além da vida”:
vita mutatur, non tollitur, a vida continua. São as palavras de Jesus:
“Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem
vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26). E, sempre no
evangelho de João (6,54.58), Jesus insiste na mesma verdade
consoladora: “Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue, tem vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia... Este é o pão que desceu do céu. Ele não é
como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão, viverá
eternamente...”
“Nós cremos que o Verbo de Deus
Pai, que é a vida por natureza, tendo-se unido ao corpo animado de uma
alma racional, gerado pela Virgem Santa, tenha-o tornado vivificante,
com esta inefável e misteriosa união, para que, fazendo-nos participar
dele, espiritual e corporalmente (por meio da Eucaristia), eleve-nos
acima da corrupção (são Cirilo de Alexandria, Ad. Nestor. 4,5).
Hoje
é dia de transformar nossa saudade e nossas lágrimas em forças de
intercessões aos fieis que já não estão entre nós e que precisam das
nossas orações. Oremos aos que já se foram em sinal de nosso amor,
gratidão e desejo de que descansem em paz ao lado de Deus e nosso Senhor
Jesus Cristo.
Comemoração dos Fiéis Defuntos
Hoje
não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas
saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que,
se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações
Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não
queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para
que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes
4, 13).
Sendo
assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar
nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis
que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.
O
convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade
da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que
estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são
oferecidas preces, sacrificios e Missas pelas almas do Purgatório. No
Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos
defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase
geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny,
Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até
ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV
em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.
A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo
e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se
celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem
absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos
neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos
eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados”
(Catecismo da Igreja Católica).
Portanto,
a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de
purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um
sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga
para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha
onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou
seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma
providencial ‘ante-sala’.
“Ó
meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas
todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem!
Amém!”
Hoje é dia de rezar e recordar por aqueles que se foram. Rezar pelas
almas dos fiéis falecidos é voltar-se com amor pela Misericórdia de Deus
mediante aos que partiram.
Oração para o dia dos Finados
Ó Deus, que pela morte e Ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo nos
revelastes o enigma da morte, acalmastes nossas angústias e fizestes
florescer a semente da eternidade que vós mesmo plantastes em nós:
Concedei aos vossos filhos e filhas já falecidos a paz definitiva da
vossa presença. Enxugai as lágrimas dos nossos olhos e dai-nos a todos a
alegria da esperança na Ressurreição prometida. Isto vos pedimos, por Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Que todos aqueles que buscaram o Senhor com o coração sincero e que morreram na esperança da Ressurreição descansem em paz. Amém.
Oração pelos falecidos:
Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome
do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a
paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos
santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência.
Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos
santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados
para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém (Rezar Pai-Nosso
e Ave-Maria.)
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.
Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma,
enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a
acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis
com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde
quer que estiveres”.
As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó:
“Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão
do meu Senhor me tocou”.
“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”
— O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua Palavra; a
Palavra da reconciliação, a Palavra que hoje, aqui, nos salva. (cf. 2Cor
5,19)
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos:15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se
ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a
questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas.
17Se ele não
vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja
tratado como se fosse um pagão ou um pecador público.
18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.
19De novo, eu
vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer
coisa que quiserem pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está
nos céus. 20Pois, onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles”.
- Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
MEDITANDO O EVANGELHO
«Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós!»
Hoje, o Evangelho propõe-nos que
consideremos algumas recomendações de Jesus aos seus discípulos de então
e de sempre. Na comunidade dos primeiros cristãos também havia faltas e
comportamentos contrários à vontade de Deus.
O versículo final oferece-nos a chave para resolver os problemas que se
apresentam na Igreja ao longo da história: «Onde dois ou três estiverem
reunidos em meu nome, eu estou ali, no meio deles» (Mt, 18,20). Jesus
está presente em todos os períodos da vida da sua Igreja, seu “Corpo
místico” animado pela ação incessante do Espírito Santo. Somos sempre
irmãos, quer a comunidade seja grande, quer seja pequena.
«Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, tu e ele a sós! Se ele te
ouvir, terás ganho o teu irmão» (Mt, 18,15). Que bonita e leal é a
relação de fraternidade que Jesus nos ensina! Perante uma falta contra
mim, ou contra outro, hei-de pedir ao Senhor a sua graça para perdoar,
para compreender e, finalmente, para tratar de corrigir o meu irmão.
Hoje não é tão fácil como quando a Igreja era menos numerosa. Mas, se
pensamos as coisas em diálogo com o nosso Pai Deus, Ele nos iluminará
para encontrar o tempo, o lugar e as palavras oportunas para cumprir o
nosso dever de ajudar. É importante purificar o nosso coração. São Paulo
anima-nos a corrigir o próximo com retidão de intenção: «Irmãos, no
caso de alguém ser surpreendido numa falta, vós que sois espirituais,
corrigi esse tal, em espírito de mansidão, mas não descuides de ti
mesmo, para não seres surpreendido, tu também, pela tentação» (Gal 6,1).
O afeto profundo e a humildade nos levarão a procurar a suavidade.
«Fazei-o com mãos maternais, com a infinita delicadeza das nossas mães,
quando nos curavam as feridas, grandes ou pequenas, provocadas pelas
nossas brincadeiras e pelas nossas quedas da infância» (São Josemaria).
Assim nos corrige a Mãe de Jesus e nossa Mãe com inspirações para amar
mais a Deus e aos irmãos. - Prof. Dr. Mons. Lluís CLAVELL(Roma, Italia)
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Nos casos mais graves, é melhor rezar a Deus com humildade do
que lançar uma torrente de palavras, porque elas ofendem quem as ouve,
sem servir para nada aos culpados» (S. João Bosco)
« É preciso, antes de mais, evitar o clamor da crónica e os
mexerico na comunidade. Esta é a primeira coisa a ser evitada, evitando
palavras que podem ferir e matar o irmão» (Francisco)
«As palavras ligar e desligar significam: aquele que vós
excluirdes da vossa comunhão, ficará também excluído da comunhão com
Deus; aquele que de novo receberdes na vossa comunhão, também Deus o
acolherá na sua. A reconciliação com a Igreja é inseparável da
reconciliação com Deus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.445)
A
Igreja, guardiã e intérprete da divina Revelação, ensina que todos os
que morrem na graça de Deus e entram na vida eterna não rompem suas
relações com os irmãos que ficam: vivos e mortos, santificados pelo
mesmo Espírito, formam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.
Igreja
triunfante, celebrada no dia anterior a este, com a solenidade de Todos
os Santos; Igreja militante, peregrina sobre a terra, a caminho do
Reino prometido por Cristo aos redimidos; e Igreja da purificação, um
estado intermediário, temporário, que tem seu fundamento na Revelação. São
Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, para esclarecer essa verdade,
usa a imagem de um edifício em construção: entre os operários há aquele
que faz um trabalho cuidadoso, perfeito e usa bom material; e há o que,
pelo contrário, ao bom material mistura madeira ou palha. Houve tempo em
que as casas dos pobres tinham telhado de palha sustentado por frágeis
traves. Na metáfora paulina, aquela madeira ordinária e aquela palha são
a vanglória e o pouco zelo no serviço do Senhor. Na hora da
verificação, acrescenta são Paulo, isto é, na prova do fogo, a palha
desaparecerá, mas “se a obra construída [...] subsistir, o operário
receberá uma recompensa. Aquele, porém, cuja obra for queimada, perderá a
recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do
fogo”.
A estas almas, imersas na chama purificadora à espera da
plena bem-aventurança celeste, a Igreja dedica, neste dia, uma
recordação particular, para soldar com a caridade do sufrágio aqueles
vínculos de amor que ligam vivos e mortos na mística união com Cristo.
Em 1915, Bento XV estendeu a todos os sacerdotes o privilégio —
concedido em 1748 apenas à Espanha — de celebrarem três missas em
sufrágio dos mortos.
Na liturgia de hoje, a Igreja condensa em
três palavras a resposta à interrogação sobre a “vida além da vida”:
vita mutatur, non tollitur, a vida continua. São as palavras de Jesus:
“Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem
vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26). E, sempre no
evangelho de João (6,54.58), Jesus insiste na mesma verdade
consoladora: “Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue, tem vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia... Este é o pão que desceu do céu. Ele não é
como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão, viverá
eternamente...”
“Nós cremos que o Verbo de Deus
Pai, que é a vida por natureza, tendo-se unido ao corpo animado de uma
alma racional, gerado pela Virgem Santa, tenha-o tornado vivificante,
com esta inefável e misteriosa união, para que, fazendo-nos participar
dele, espiritual e corporalmente (por meio da Eucaristia), eleve-nos
acima da corrupção (são Cirilo de Alexandria, Ad. Nestor. 4,5).
Hoje
é dia de transformar nossa saudade e nossas lágrimas em forças de
intercessões aos fieis que já não estão entre nós e que precisam das
nossas orações. Oremos aos que já se foram em sinal de nosso amor,
gratidão e desejo de que descansem em paz ao lado de Deus e nosso Senhor
Jesus Cristo.
Comemoração dos Fiéis Defuntos
Hoje
não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas
saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que,
se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações
Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não
queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para
que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes
4, 13).
Sendo
assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar
nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis
que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.
O
convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade
da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que
estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são
oferecidas preces, sacrificios e Missas pelas almas do Purgatório. No
Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos
defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase
geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny,
Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até
ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV
em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.
A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo
e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se
celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem
absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos
neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos
eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados”
(Catecismo da Igreja Católica).
Portanto,
a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de
purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um
sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga
para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha
onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou
seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma
providencial ‘ante-sala’.
“Ó
meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas
todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem!
Amém!”
Hoje é dia de rezar e recordar por aqueles que se foram. Rezar pelas
almas dos fiéis falecidos é voltar-se com amor pela Misericórdia de Deus
mediante aos que partiram.
Oração para o dia dos Finados
Ó Deus, que pela morte e Ressurreição de vosso Filho Jesus Cristo nos
revelastes o enigma da morte, acalmastes nossas angústias e fizestes
florescer a semente da eternidade que vós mesmo plantastes em nós:
Concedei aos vossos filhos e filhas já falecidos a paz definitiva da
vossa presença. Enxugai as lágrimas dos nossos olhos e dai-nos a todos a
alegria da esperança na Ressurreição prometida. Isto vos pedimos, por Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Que todos aqueles que buscaram o Senhor com o coração sincero e que morreram na esperança da Ressurreição descansem em paz. Amém.
Oração pelos falecidos:
Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome
do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a
paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos
santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência.
Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos
santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados
para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus
Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém (Rezar Pai-Nosso
e Ave-Maria.)
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.
Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma,
enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a
acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis
com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde
quer que estiveres”.
As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó:
“Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão
do meu Senhor me tocou”.
“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”
A Igreja, guardiã e intérprete da divina Revelação, ensina que todos os que morrem na graça de Deus e entram na vida eterna não rompem suas relações com os irmãos que ficam: vivos e mortos, santificados pelo mesmo Espírito, formam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja.
Igreja triunfante, celebrada no dia anterior a este, com a solenidade de Todos os Santos; Igreja militante, peregrina sobre a terra, a caminho do Reino prometido por Cristo aos redimidos; e Igreja da purificação, um estado intermediário, temporário, que tem seu fundamento na Revelação. São Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, para esclarecer essa verdade, usa a imagem de um edifício em construção: entre os operários há aquele que faz um trabalho cuidadoso, perfeito e usa bom material; e há o que, pelo contrário, ao bom material mistura madeira ou palha. Houve tempo em que as casas dos pobres tinham telhado de palha sustentado por frágeis traves. Na metáfora paulina, aquela madeira ordinária e aquela palha são a vanglória e o pouco zelo no serviço do Senhor. Na hora da verificação, acrescenta são Paulo, isto é, na prova do fogo, a palha desaparecerá, mas “se a obra construída [...] subsistir, o operário receberá uma recompensa. Aquele, porém, cuja obra for queimada, perderá a recompensa. Ele mesmo, entretanto, será salvo, mas como que através do fogo”.
A estas almas, imersas na chama purificadora à espera da plena bem-aventurança celeste, a Igreja dedica, neste dia, uma recordação particular, para soldar com a caridade do sufrágio aqueles vínculos de amor que ligam vivos e mortos na mística união com Cristo. Em 1915, Bento XV estendeu a todos os sacerdotes o privilégio — concedido em 1748 apenas à Espanha — de celebrarem três missas em sufrágio dos mortos.
Na liturgia de hoje, a Igreja condensa em três palavras a resposta à interrogação sobre a “vida além da vida”: vita mutatur, non tollitur, a vida continua. São as palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim, jamais morrerá” (Jo 11,25-26). E, sempre no evangelho de João (6,54.58), Jesus insiste na mesma verdade consoladora: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia... Este é o pão que desceu do céu. Ele não é como o que os pais comeram e pereceram; quem come este pão, viverá eternamente...”
“Nós cremos que o Verbo de Deus Pai, que é a vida por natureza, tendo-se unido ao corpo animado de uma alma racional, gerado pela Virgem Santa, tenha-o tornado vivificante, com esta inefável e misteriosa união, para que, fazendo-nos participar dele, espiritual e corporalmente (por meio da Eucaristia), eleve-nos acima da corrupção (são Cirilo de Alexandria, Ad. Nestor. 4,5).
Hoje é dia de transformar nossa saudade e nossas lágrimas em forças de intercessões aos fieis que já não estão entre nós e que precisam das nossas orações. Oremos aos que já se foram em sinal de nosso amor, gratidão e desejo de que descansem em paz ao lado de Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.
Comemoração dos Fiéis Defuntos
Hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações
Neste dia ressoa em toda a Igreja o conselho de São Paulo para as primeiras comunidades cristãs: “Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais como os outros que não tem esperança” ( 1 Tes 4, 13).
Sendo assim, hoje não é dia de tristezas e lamúrias, e sim de transformar nossas saudades, e até as lágrimas, em forças de intercessão pelos fiéis que, se estiverem no Purgatório, contam com nossas orações.
O convite à oração feito por nossa Mãe Igreja fundamenta-se na realidade da “comunhão dos santos”, onde pela solidariedade espiritual dos que estão inseridos no Corpo Místico, pelo Sacramento do Batismo, são oferecidas preces, sacrificios e Missas pelas almas do Purgatório. No Oriente, a Igreja Bizantina fixou um sábado especial para orações pelos defuntos, enquanto no Ocidente as orações pelos defuntos eram quase geral nos mosteiros do século VII; sendo que a partir do Abade de Cluny, Santo Odilon, aos poucos o costume se espalhou para o Cristianismo, até ser tornado oficial e universal para a Igreja, através do Papa Bento XV em 1915, pois visava os mortos da guerra, doentes e pobres.
A Palavra do Senhor confirma esta Tradição pois “santo e piedoso o seu pensamento; e foi essa a razão por que mandou que se celebrasse pelos mortos um sacrifício expiatório, para que fossem absolvidos de seu pecado” (2 Mc 2, 45). Assim é salutar lembrarmos neste dia, que “a Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados” (Catecismo da Igreja Católica).
Portanto, a alma que morreu na graça e na amizade de Deus, porém necessitando de purificação, assemelha-se a um aventureiro caminhando num deserto sob um sol escaldante, onde o calor é sufocante, com pouca água; porém enxerga para além do deserto, a montanha onde se encontra o tesouro, a montanha onde sopram brisas frescas e onde poderá descansar eternamente; ou seja, “o Céu não tem portas” (Santa Catarina de Gênova), mas sim uma providencial ‘ante-sala’.
“Ó meu Jesus perdoai-nos, livrai-nos do fogo do Inferno. Levai as almas todas para o Céu e socorrei principalmente as que mais precisarem! Amém!”
Em
Pentecostes, Cristo se reveste de um novo Corpo: a Igreja. E, assim
como seu corpo físico morreu e ressuscitou, também seu Corpo Místico
“terá, no decurso da história, mil mortes e mil ressurreições”.
Dez dias depois da Ascensão, os Apóstolos encontravam-se reunidos,
esperando o Espírito que lhes ensinaria e revelaria tudo o que Nosso
Senhor lhes tinha ensinado. Durante sua vida pública, Cristo afirmara-lhes que havia de revestir-se de um novo corpo.
Não físico, como o que tomou de Maria; esse corpo está agora
glorificado, à mão direita do Pai. Não seria tampouco um corpo moral,
como uma sociedade cuja unidade deriva da vontade dos homens; mas,
antes, um novo Corpo Social, que estaria ligado a Ele pelo seu Espírito
Celeste, por Ele enviado ao deixar a terra. Cristo referiu-se algumas vezes a este novo Corpo como Reino, ainda
que São Paulo o descrevesse como Corpo, o que se tornava mais facilmente
compreensível para os gentios.
“A Descida do Espírito Santo”, por Ticiano
Ele explicou aos Apóstolos a natureza
deste novo Corpo, que assumiria sete características principais:
Para ser membro desse novo Corpo, os homens têm de nascer para ele;
mas não por meio de um nascimento humano, porque esse faz filhos de
Adão. Para tornar-nos membros do seu novo Corpo, temos de renascer pelo
Espírito, nas águas do batismo que nos tornam filhos adotivos de Deus.
A
unidade entre Ele e este novo Corpo não consiste em lhe cantarmos
hinos, nem em reunir-nos em chás sociais em seu nome, nem em escutar
radiodifusões, mas em participarmos da sua vida: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós… eu sou a videira, e vós os ramos” (Jo 15, 4-5).
O
seu novo Corpo será, como todas as coisas vivas, pequeno a princípio —
até, como Ele disse, “semelhante a um grão de mostarda”; mas crescerá da
simplicidade para a complexidade, até à consumação do mundo. Como Ele
se exprimiu: “Primeiro a erva, depois a espiga, e por fim o grão gerado
na espiga” (Mc 4, 28).
Uma casa cresce de fora para
dentro, na colocação de pedra sobre pedra; organizações humanas crescem
adicionando homem a homem, da circunferência para o centro. O seu Corpo,
disse Cristo, será formado de dentro para fora, como se forma o embrião
no corpo humano. Assim como Ele recebeu a vida do Pai, assim receberiam os fiéis a vida dele. São estas as suas palavras: “Para que também eles sejam um em nós, como tu, Pai, o és em mim, e eu em Ti” (Jo 17, 21).
Nosso Senhor afirmou que teria um só Corpo.
Seria uma monstruosidade espiritual, se tivesse muitos corpos ou uma
dúzia de cabeças. Para o conservar uno, por-lhe-ia à frente um só
pastor, por Ele designado para apascentar os seus cordeiros e ovelhas.
“Haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10, 16).
Esse
novo Corpo, segundo as palavras de Cristo, não se tornaria manifesto
aos homens, até ao dia de Pentecostes, em que enviaria o seu Espírito de
Verdade. “Se eu não for, ele não virá a vós” (Jo 16, 7). Tudo,
pois, que começasse a formar-se até vinte e quatro horas depois de
Pentecostes, ou vinte e quatro horas antes, seria uma organização; poderia, talvez, ter um espírito humano, mas não teria o Espírito Divino.
A
observação mais importante acerca do seu Corpo foi que seria odiado
pelo mundo, como Ele. O mundo ama tudo o que é mundano, mas odeia tudo o
que é divino. “Porque vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo
vos odeia” (Jo 15, 19).
O núcleo deste novo Corpo Místico seriam os Apóstolos. Formariam a
matéria-prima. Enviar-lhes-ia o seu Espírito para os vivificar,
possibilitando-os tornarem-se o prolongamento da sua Pessoa. Eles o
representariam, quando Ele partisse. Foi-lhes reservado o privilégio de
evangelizarem o mundo. Esse novo Corpo, de que eles eram o embrião, tornar-se-ia o seu “eu póstumo” e a sua personalidade prolongada através dos séculos.
Durante os cinquenta dias em entre a Ressurreição e a vinda do
Espírito Santo, os Apóstolos assemelhavam-se a elementos num laboratório
químico. A ciência conhece cem por cento dos elementos químicos que
entram na constituição de um corpo humano; mas é incapaz de produzir um
único ser humano, por sua inabilidade em prover o princípio unificador, a
alma. Os Apóstolos não podiam dar vida divina à Igreja, do mesmo modo que os químicos não podem produzir a vida humana. Careciam do Divino Espírito invisível de Deus, para unificar as suas naturezas humanas visíveis. Efetivamente, dez dias depois da Ascensão, o Salvador glorificado no Céu enviou-lhes o seu Espírito, não em forma de livro, mas em línguas de fogo vivo.
Como as células de um corpo formam uma nova vida humana no momento em
que Deus insufla a alma no embrião, assim os Apóstolos apareceram como o
Corpo visível de Cristo, no momento em que o Espírito Santo veio para
os tornar um. Este Corpo Místico, a Igreja, é denominado na tradição e
na Escritura o “Cristo total”, ou a “plenitude de Cristo”.
O novo Corpo de Cristo apareceu então publicamente, à vista dos
homens. Assim como o Filho de Deus se revestiu da natureza humana no
ventre de Maria, sob a sombra protetora do Espírito Santo, assim, em
Pentecostes, Ele tomou um Corpo Místico, no ventre da humanidade, sob a
sombra protetora do Espírito Santo. E assim como antes ensinou, governou
e santificou por meio da sua natureza humana, assim agora continua a ensinar, governar e santificar por meio de outras naturezas humanas unidas no seu Corpo, a Igreja.
Como, porém, este Corpo não é físico como o homem, nem moral como um
clube de recreio, mas celeste e espiritual por causa do Espírito que o
torna um, chama-se Corpo Místico. E assim como o corpo humano é
constituído de milhões e milhões de células e, contudo, é um só porque
vivificado por uma só alma, dirigido por uma cabeça visível e governado
por uma mente invisível, assim este Corpo de Cristo, apesar de formado
de milhões e milhões de pessoas incorporadas em Cristo pelo batismo, é
uno, porque vivificado pelo Espírito Santo de Deus, dirigido por uma cabeça visível e governado por uma Mente invisível, ou Cabeça, que é Cristo Ressuscitado.
O Corpo Místico é a Pessoa de Cristo prolongada. São Paulo chegou à
compreensão desta verdade. De todos os que viveram até agora, talvez
ninguém odiasse tanto a Cristo como Saulo. Os primeiros membros do Corpo
Místico de Cristo pediam a Deus que enviasse alguém para refutá-lo. Deus ouviu a sua oração e enviou Paulo para responder a Saulo.
Um dia, esse perseguidor, exalando ódio, pôs-se a caminho de Damasco
para prender os membros do Corpo Místico de Cristo dessa cidade e
conduzi-los a Jerusalém. Tinham decorrido poucos anos apenas, desde a
Ascensão do Divino Salvador, então glorificado no Céu. Subitamente,
Saulo viu-se cercado por uma grande luz e caiu por terra. Foi despertado
por uma voz, semelhante ao bramido do mar, que dizia: “Saulo, Saulo,
por que me persegues?” (At 9, 4).
O nada ousou perguntar o nome da Onipotência: “Quem és tu, Senhor?”. E a voz respondeu: “Eu sou Jesus a quem tu persegues” (At 9, 5).
Como era possível Saulo perseguir a Nosso Senhor, que estava glorificado no Céu? Por que dizia a voz do Céu: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Se alguém tropeçasse num móvel, não se queixaria a cabeça, uma vez que o pé faz parte do corpo?
Assim, dizia agora o Senhor, ao ferir o seu Corpo, Paulo estava ferindo
a Ele. Ao ser perseguido o Corpo de Cristo, era Cristo, Cabeça
invisível, que se levantava para falar e protestar. O Corpo Místico de
Cristo, portanto, não está entre Cristo e o indivíduo, do mesmo modo que
o seu Corpo físico não esteve entre Madalena e o perdão que lhe
concedeu, ou a sua mão entre as crianças e a bênção que lhes deitou. Foi
por meio do seu Corpo humano que Ele veio aos homens em sua vida
individual; é por meio de seu Corpo Místico, ou de sua Igreja, que Ele vem aos homens em sua vida mística incorporada.
Cristo está vivo agora! Ele continua agora a ensinar, a governar, a santificar — como fez na Judeia e na Galileia.
O seu Corpo Místico, a Igreja, existiu por todo o Império Romano antes que um único dos Evangelhos fosse escrito.
Foi o Novo Testamento que veio da Igreja, e não a Igreja que veio do
Novo Testamento. Este Corpo possuía os quatro sinais distintivos da
vida:
tinha unidade, porque vivificado por uma só Alma, um só
Espírito, dom do Pentecostes. E se a unidade em doutrina e autoridade é
a força centrípeta que torna a vida da Igreja una,
a catolicidade é a força centrífuga que a habilita a expandir-se e a absorver a humanidade remida, sem distinção de raça ou cor.
A terceira nota da Igreja é a santidade,
que lhe assegura duração, contanto que se conserve sã, pura e livre da
peste da heresia e do cisma. Esta santidade não está em cada membro,
mas, antes, na Igreja inteira. E porque a alma da Igreja é o Espírito Santo, será Ele o instrumento divino da santificação das almas.
A luz do sol não se polui quando os raios atravessam uma janela suja;
do mesmo modo, os sacramentos não perdem a sua eficácia santificadora,
mesmo quando os instrumentos humanos desses sacramentos se encontram
manchados.
Finalmente, temos a obra da apostolicidade. Em biologia, omne vivum ex vivo, ou “toda vida vem da vida”. Assim, também, o Corpo Místico de Cristo é apostólico, porque historicamente está enraizado em Cristo, e não em um homem separado dele pelos séculos.
Foi por isso que a Igreja nascente se reuniu para eleger um sucessor de
Judas, testemunha da Ressurreição e companheiro dos Apóstolos. “Há
homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus
viveu no meio de nós, começando desde o batismo de João até ao tempo em
que Jesus se apartou de nós. Agora, é preciso que um deles se junte a
nós para ser testemunha da sua Ressurreição” (At 1, 21-22).
Assim, Cristo, que se “esvaziou” a si mesmo na Encarnação, teve agora a sua “plenitude” no Pentecostes. A kenosis, ou humilhação, é uma das facetas da sua Pessoa; o pleroma,
ou a continuação de sua vida, na sua Noiva, Esposa, em seu Corpo
Místico, a Igreja, é outra. Assim como o desaparecimento da luz e do
calor do sol faz a terra gritar pela sua energia radiante, assim o
abatimento do amor de Cristo encontra o seu complemento no que São Paulo
chama a sua “plenitude” — a Igreja.
Muita gente julga que acreditaria em Cristo, se tivesse vivido no seu
tempo. Mas a verdade é que isso não lhes traria grande vantagem. Aqueles
que agora não o reconhecem como divino, vivo no seu Corpo Místico,
também não o reconheceriam como divino, vivo no seu Corpo físico.
Se há escândalos nas células do seu Corpo Místico, também houve
escândalos no seu Corpo físico; num e noutro caso, sobressai de tal modo
o humano, que em momentos de fraqueza ou Crucifixão, é necessária uma
força moral para descobrir a Divindade.
Nos tempos da Galileia, era necessária uma fé apoiada em motivos de
credibilidade para acreditar no Reino que Ele vinha estabelecer, ou no
seu Corpo Místico, através do qual Ele santificaria os homens por seu
Espírito, depois da Crucificação. Hoje, requer-se uma fé apoiada nos
mesmos motivos de credibilidade, para acreditar na Cabeça, ou Cristo
invisível, o qual governa, ensina e santifica por meio da sua Cabeça
visível e do seu Corpo, a Igreja. Num e noutro caso, é preciso
“levantar-se”. Nosso Senhor disse a Nicodemos que, para remir os homens,
tinha de ser “levantado” na Cruz; para santificar os homens no
Espírito, teve de “elevar-se” ao Céu na Ascensão.
Pecados, escândalos e a santidade da Igreja Imaculada
Cristo continua, pois, a andar pelo mundo, no seu Corpo Místico, como andava outrora no seu Corpo físico.
O Evangelho foi a pré-história da Igreja, como a Igreja é a
pós-história do Evangelho. Continuam a ser-lhe negadas as estalagens,
como em Belém; novos Herodes, com nomes soviéticos e chineses, perseguem-no com a espada; surgem outros Satãs, tentando desviá-lo do caminho da Cruz e da mortificação, pelos atalhos da popularidade; oferecem-lhe Domingos de Ramos de grandes triunfos, mas só como prelúdios de Sextas-feiras Santas;
atiram contra Ele novas acusações (e não raro pelas pessoas religiosas,
como no seu tempo) — que é inimigo de César, antipatriota, pervertedor
da nação; de fora é apedrejado, de dentro atacado por falsos irmãos; não faltam sequer os Judas escolhidos para Apóstolos, que o atraiçoam e o entregam ao inimigo;
alguns dos discípulos que se gloriavam do seu nome já abandonaram a sua
companhia, porque — como fizeram os seus antecessores — acham que a sua
doutrina, particularmente no que diz respeito ao Pão da Vida, é “dura”.
Mas, por que não há morte sem Ressurreição, o seu Corpo Místico terá, no decurso da história, mil mortes e mil Ressurreições.
Os sinos dobrarão continuamente pela sua execução, mas a execução será
eternamente adiada. Virá, finalmente, o dia em que se levantará uma
perseguição universal contra o seu Corpo Místico, e será levado à morte
como foi antes, “padecendo sob Pôncio Pilatos”, padecendo sob o poder onipotente do Estado.
Mas, no fim, cumprir-se-á tudo o que estava predito de Abraão e
Jerusalém, na sua perfeição espiritual, quando Ele for glorificado no
seu Corpo Místico, como foi glorificado no seu Corpo físico. Foi assim
que João Apóstolo o descreveu:
“Vem comigo”, disse ele, “e eu te mostrarei a esposa cujo
esposo é o Cordeiro”. E ele transportou-me em espírito a uma grande
montanha e me mostrou a Cidade Santa de Jerusalém que descia do Céu da
presença de Deus, revestida da glória de Deus.
A luz que brilhava
sobre ela era semelhante a uma pedra preciosa, ao jaspe quando se
parece com o cristal; e estava rodeada por muro grande e alto, com doze
portas, e nas portas, doze anjos, e com uns nomes gravados que são os
nomes das doze tribos de Israel, três destas portas estavam a oriente,
três ao norte, três ao sul e três a ocidente. E não vi templo algum
nela, porque o Senhor Todo Poderoso e o Cordeiro são o templo. E a cidade não precisa de sol, ou lua para a iluminar, porque a glória de Deus brilha sobre ela e sua lâmpada é o Cordeiro.
E
as nações caminharão à sua luz, e os reis da terra lhe trarão o seu
tributo de louvor e honra, e as portas não se fecharão jamais (não
haverá nela noite). As nações entrarão nela com honra e louvor… Assim
seja. Vem, Senhor Jesus. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com
todos vós. Amém. (Ap 21, 9-14; 22-26; 22, 20-21)