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domingo, 22 de outubro de 2023

São João Paulo II, o terceiro maior Pontificado da História da Igreja

São João Paulo II, o terceiro maior Pontificado da História da Igreja

Origens 

Karol Józef Wojtyła nasceu em 18 de maio de 1920, em Wadowice. Era o mais novo de três irmãos (sua irmã, Olga, morreu antes de seu nascimento). Filho do oficial do exército polonês, Karol, e de Emilia Kaczorowska, teve uma gestação de risco. Os médicos até chegaram a aconselhar a mãe que interrompesse a gravidez, dado ao risco de vida que corria. Porém, num gesto profético, Emilia opta pela gestação daquele que, anos à frente, seria um grande defensor da família e da vida.

O falecimento de seus familiares 

Com a saúde debilitada, Emília morreu nove anos após o nascimento de Lolek, apelido carinhoso de Karol dado por sua mãe. Três anos depois, a morte voltaria a visitar sua vida: seu irmão mais velho, Edmund, que era médico e tratou de doentes vítimas de uma epidemia de escarlatina, acabando por contrair a infecção que lhe seria fatal. Karol o lembrava como “mártir do dever”.

O Exemplo de seu Pai 

Aos 21 anos, Karol ainda perderia o último membro da família: seu pai. Foi com ele que aprendeu o amor a Virgem Maria, a honestidade, a bravura, o patriotismo. “A dor dele se transformava em oração. O simples fato de vê-lo se ajoelhar teve uma influência decisiva nos meus anos jovens. Não falávamos de vocação ao sacerdócio, mas o exemplo dele foi para mim, de qualquer modo, o primeiro seminário, um tipo de seminário doméstico”, confessou mais tarde o já Papa João Paulo II.

Da não vocação ao terceiro maior pontificado da história 

Ocupação Nazista na Polônia

Mesmo com todas as perdas, o amor recebido na família movia o coração do jovem Karol a Deus e alimentava a força para enfrentar outras dores e sofrimentos, como a ocupação nazista na Polônia. Para driblar o regime opressor, o Papa, que queria ser ator, chegou a trabalhar em uma pedreira e uma indústria química para evitar a deportação para Alemanha. 

Assistiu aos horrores da Guerra

Mesmo sem ser deportado, assistiu de perto aos horrores da guerra, as profundas marcas deixadas em sua amada Polônia; e conheceu várias histórias de sofrimento, como a de uma jovem de 13 anos, que salvou da fome após sair de um campo de concentração, e a de outra jovem, vítima de experimentos científicos nazistas. A dor da nação o ensinou a amar seu país e a enxergar que o caminho da paz sempre será o mais acertado a ser seguido. As experiências com as pessoas ensinou que “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”.

Caminho ao Sacerdócio

Foi também durante a ocupação nazista que Karol já caminhava em direção ao sacerdócio. Clandestinamente, em 1942, entrou para o seminário, tendo aulas secretas na residência do arcebispo de Cracóvia. Quatro anos mais tarde, em  1 de novembro de 1946, Karol Wojtyla foi ordenado padre pelo cardeal Adam Sapieha. Durante doze anos, alternou sua vida presbiteral entre estudos, licenciatura de teologia e ética social, além dos trabalhos próprios do exercício do ministério sacerdotal, como vigário de algumas paróquias de Cracóvia. Doze anos após a ordenação presbiteral, Wojtyla se tornou bispo de Ombi e bispo auxiliar da Cracóvia. Em 1964, tornou-se Arcebispo da Cracóvia. Em 1967, tornou-se cardeal, por indicação de Paulo VI.

João Paulo II: Eleito Papa em 1978

Eleito Papa 

Wojtyla foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978, no conclave que sucedeu a morte do Papa João Paulo I. Era a primeira vez, em cerca de 450, que era eleito um Papa não italiano. Escolheu o nome João Paulo II e implantou em seu papado os valores que tinha aprendido ao longo da vida no anúncio do Evangelho de Cristo. 

Mediador da Paz

Manteve discurso conciliador e pacificador, mediando a paz em várias situações de conflito, porém, sem se esquivar da luta contra a influência comunista na Polônia sem uso de nenhuma arma, senão o Evangelho e o amor. Defendeu ferrenhamente os valores da família – que chamou de santuário da vida –, e a inviolável dignidade de todo ser humano dentro do projeto de amor de Deus por cada um – de onde brota aquilo que ficou conhecido como a Teologia do Corpo. 

O grande lema “Totus Tuus”

Lema

Com o lema “Totus tuus”, “todo teu, Maria”, declarou seu amor e total devoção a Virgem Maria, particularmente a Nossa Senhora de Częstochowa, padroeira da Polônia. E foi a Virgem Maria que o Papa atribuiu a sobrevivência ao atentado que sofreu em 13 de maio de 1981. 

Feitos do Sumo Pontífice 

João Paulo II criou as Jornadas Mundiais da Juventude, escreveu 14 encíclicas, organizou 15 assembleias do Sínodo dos Bispos, nomeou 231 cardeais, beatificou 1338 pessoas e canonizou 482 santos. Mas foi além das palavras e demonstrou sua santidade, mesmo nos momentos de dor. 

João Paulo II: Santo Súbito

Páscoa

Nos últimos anos de vida, lutou bravamente contra o Parkinson. Entrou para eternidade no dia 2 de abril de 2005. Seu funeral reuniu milhões de fiéis em Roma e mais de 200 representantes de governos. No seu funeral, era declarado pelas multidões “Santo Súbito!” (santo imediatamente). Lido e explicado à luz do amor, seu legado permanece vivo e firme; e seu convite feito na homilia do início do seu pontificado continua a ecoar: “Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!”.

Legado 

Vinte e seis anos. O terceiro maior Pontificado da História da Igreja. Duas décadas e meia que revolucionaram a sociedade contemporânea no campo político, social e humanitário. De fato, São João Paulo II desenvolveu na prática a expressão de um dos Paulo VI: civilização do amor. Sua atuação no combate ao comunismo, na defesa da família, do estímulo ao diálogo inter-religioso e na promoção da paz o levou a ser conhecido carinhosamente como “peregrino do amor”, em alusão às suas constantes visitas papais: foram 129 países em que o papa polonês repetia o gesto que se tornou símbolo da sua presença: beijar o chão de cada novo lugar que visitava logo depois de descer do avião. 

Minha oração

“Nosso santo Papa da Juventude, suscitai novos pastores de jovens e dai a eles o mesmo amor que tiveste. Conduzi teus filhos queridos para que encontrem e realizem sua própria vocação em cada estado de vida. Amém!”

São João Paulo II, rogai por nós!


domingo, 22 de abril de 2018

Evangelho do Dia


EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

4º Domingo da Páscoa

Evangelho segundo S. João 10,11-18.
Naquele tempo, disse Jesus: «Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
O mercenário, como não é pastor, nem são suas as ovelhas, logo que vê vir o lobo, deixa as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e dispersa.
O mercenário não se preocupa com as ovelhas.
Eu sou o Bom Pastor: conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas conhecem-Me,
do mesmo modo que o Pai Me conhece e Eu conheço o Pai; Eu dou a vida pelas minhas ovelhas.
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil e preciso de as reunir; elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só Pastor.
Por isso o Pai Me ama: porque dou a minha vida, para poder retomá-la.
Ninguém Ma tira, sou Eu que a dou espontaneamente. Tenho o poder de a dar e de a retomar: foi este o mandamento que recebi de meu Pai».
Comentário: Basílio de Selêucia (?-c. 468), bispo
Homilia 26, sobre o Bom Pastor; PG 85, 299
«O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas»

«Eu sou o Bom Pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas.» Pilatos viu este Pastor; os judeus também O viram, a ser conduzido à cruz pelo seu rebanho, como tinha sido claramente anunciado pelo coro dos profetas muito antes da Paixão: «Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante os tosquiadores» (Is 53,7). Ele não recusa a morte, não foge ao julgamento, não afasta os que O crucificam.

Ele não sofreu a Paixão: quis a Paixão, pelas suas ovelhas. Tenho o poder de dar a minha vida, afirmara, e de a retomar. Ele destruiu o sofrimento pelo sofrimento da sua Paixão, a morte pela sua morte. Por meio do seu túmulo, abriu os túmulos. Abalou o local de repouso dos mortos, fazendo saltar os respectivos ferrolhos. Os túmulos estavam selados e a prisão fechada; até que o Pastor desceu à mansão dos mortos para aí anunciar a libertação às suas ovelhas que estavam adormecidas (cf 1Pe 3,19). Ao chegar, deu ordem aos mortos de saírem dali e renovou o apelo à vida: «O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas»: é assim que Ele procura o amor das suas ovelhas. Aquele que ama a Cristo é o que sabe ouvir a sua voz.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Evangelho do Dia



EVANGELHO COTIDIANO
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


5º Domingo do Tempo Comum


Evangelho segundo S. Mateus 5,13-16. 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vós sois o sal da terra. Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se? Não serve para nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada para a colocar debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus».


Comentário do dia: São Josemaría Escrivá de Balaguer (1902-1975), presbítero, fundador 

«Cristo que passa», homilia de 4 de maio de 1957, §§ 147-148
«Brilha para todos os que estão em casa»

Encher de luz o mundo, ser sal e luz - assim definiu o Senhor a missão dos seus discípulos. Levar até aos confins da Terra a boa nova do amor de Deus - a isso devem dedicar a vida, de um modo ou de outro, todos os cristãos. [...] A graça da fé não nos foi concedida para ficar oculta, mas para brilhar diante dos homens. [...]

Talvez algum de vós me pergunte como pode transmitir esse conhecimento às pessoas. E eu respondo-vos: com naturalidade, com simplicidade, vivendo como viveis, no meio do mundo, entregues ao vosso trabalho profissional e aos cuidados da vossa família, participando em todos os ideais nobres, respeitando a legítima liberdade de cada um. [...] A vida corrente pode ser santa e cheia de Deus; o Senhor chama-nos a santificar o trabalho quotidiano, porque aí está também a perfeição do cristão. [...]

Não nos esqueçamos de que a quase totalidade dos dias que Nossa Senhora passou na Terra decorreram de forma muito semelhante à vida diária de muitos milhões de mulheres, ocupadas em cuidar da sua família, em educar os seus filhos, em levar a cabo as tarefas do lar. Maria santifica as mais pequenas coisas, aquilo que muitos consideram - erradamente - não transcendente e sem valor. [...] Bendita normalidade, que pode estar cheia de tanto amor de Deus! Na verdade, é isso que explica a vida de Maria: o amor. Um amor levado até ao extremo, até ao esquecimento completo de si mesma, contente por estar onde Deus quer que esteja e cumprindo com esmero a vontade divina. É isso que faz com que o mais pequeno dos seus gestos nunca seja banal, mas cheio de significado. [...] Havemos de procurar ser como Ela nas circunstâncias concretas em que Deus quis que vivêssemos.

sábado, 27 de julho de 2013

Íntegra da homilia do Papa Francisco em missa na Catedral Metropolitana

Pontífice participou de celebração para religiosos

Leia abaixo o discurso na íntegra do Papa Francisco na missa celebrada na manhã deste sábado na Catedral Metropolitana do Rio. O evento começou às 9h e foi restrito a religiosos e convidados.
 Papa Francisco em frente à Catedral Metropolitana Freelancer / Agência O Globo

Amados Irmãos em Cristo,
Vendo esta catedral lotada com Bispos, sacerdotes, seminaristas, religiosos e religiosas vindos do mundo inteiro, penso nas palavras do Salmo da Missa de hoje: «Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor» (Sl 66). Sim, estamos aqui reunidos para glorificar o Senhor; e o fazemos reafirmando a nossa vontade de sermos seus instrumentos, para que não somente algumas nações mas todas glorifiquem o Senhor. Com a mesma parresia – coragem, ousadia - de Paulo e Barnabé, anunciemos o Evangelho aos nossos jovens para que encontrem Cristo, luz para o caminho, e se tornem construtores de um mundo mais fraterno. Neste sentido, queria refletir com vocês sobre três aspectos da nossa vocação: chamados por Deus; chamados para anunciar o Evangelho; chamados a promover a cultura do encontro.

1. Chamados por Deus. É importante reavivar em nós esta realidade que, frequentemente, damos por descontada em meio a tantas atividades do dia-a-dia: «Não fostes vós que me escolhestes, mas eu que vos escolhi», diz-nos Jesus (Jo 15,16). Significa retornar à fonte da nossa chamada. No início de nosso caminho vocacional, há uma eleição divina. Fomos chamados por Deus, e chamados para permanecer com Jesus (cf. Mc 3, 14), unidos a Ele de um modo tão profundo que nos permite dizer com São Paulo: «Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim» (Gal 2, 20). Este viver em Cristo configura realmente tudo aquilo que somos e fazemos. E esta “vida em Cristo” é justamente o que garante a nossa eficácia apostólica, a fecundidade do nosso serviço: «Eu vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça» (Jo 15,16). Não é a criatividade pastoral, não são as reuniões ou planejamentos que garantem os frutos, mas ser fiel a Jesus, que nos diz com insistência: «Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós» (Jo 15, 4). E nós sabemos bem o que isso significa: Contemplá-lo, adorá-lo e abraçá-lo, particularmente através da nossa fidelidade à vida de oração, do nosso encontro diário com Ele presente na Eucaristia e nas pessoas mais necessitadas. O “permanecer” com Cristo não é se isolar, mas é um permanecer para ir ao encontro dos demais. Vem-me à cabeça umas palavras da Bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá: «Devemos estar muito orgulhosas da nossa vocação, que nos dá a oportunidade de servir Cristo nos pobres. É nas favelas, nos «cantegriles» nas Villas miseria, que nós devemos ir procurar e servir a Cristo. Devemos ir até eles como o sacerdote se aproxima do altar, cheio de alegria» (Mother Instructions, I, p.80). Jesus, Bom Pastor, é o nosso verdadeiro tesouro; procuremos fixar sempre mais n’Ele o nosso coração (cf. Lc 12, 34).

2. Chamados para anunciar o Evangelho. Queridos bispos e sacerdotes, muitos de vocês, senão todos, vieram acompanhar seus jovens à Jornada Mundial. Eles também ouviram as palavras do mandato de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre todas as nações» (cf. Mt 28,19). É nosso compromisso ajudá-los a fazer arder, no seu coração, o desejo de serem discípulos missionários de Jesus. Certamente muitos, diante desse convite, poderiam sentir-se um pouco atemorizados, imaginando que ser missionário significa deixar necessariamente o País, a família e os amigos. Recordo o meu sonho da juventude: partir missionário para o longínquo Japão. Mas Deus me mostrou que o meu território de missão estava muito mais perto: na minha pátria. Ajudemos os jovens a perceberem que ser discípulo missionário é uma consequência de ser batizado, é parte essencial do ser cristão, e que o primeiro lugar onde evangelizar é a própria casa, o ambiente de estudo ou de trabalho, a família e os amigos. Não poupemos forças na formação da juventude! São Paulo usa uma bela expressão, que se tornou realidade na sua vida, dirigindo-se aos seus cristãos: «Meus filhos, por vós sinto de novo as dores do parto até Cristo ser formado em vós» (Gal 4, 19). Também nós façamos que isso se torne realidade no nosso ministério! Ajudemos os nossos jovens a descobrir a coragem e a alegria da fé, a alegria de ser pessoalmente amados por Deus, que deu o seu Filho Jesus para nossa salvação.SALA DE IMPRENSA DA SANTA SÉ 8/2. Eduquemo-los para a missão, para sair, para partir. Jesus fez assim com os seus discípulos: não os manteve colados a si, como uma galinha com os seus pintinhos; Ele os enviou! Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, quando há tanta gente esperando o Evangelho! Não se trata simplesmente de abrir a porta para acolher, mas de sair pela porta fora para procurar e encontrar. Decididamente pensemos a pastoral a partir da periferia, daqueles que estão mais afastados, daqueles que habitualmente não freqüentam a paróquia. Também eles são convidados para a Mesa do Senhor.

3. Chamados a promover a cultura do encontro. Em muitos ambientes, infelizmente, ganhou espaço a cultura da exclusão, a “cultura do descartável”. Não há lugar para o idoso, nem para o filho indesejado; não há tempo para se deter com o pobre caído à margem da estrada. Às vezes parece que, para alguns, as relações humanas sejam regidas por dois “dogmas” modernos: eficiência e pragmatismo. Queridos Bispos, sacerdotes, religiosos e também vocês, seminaristas, que se preparam para o ministério, tenham a coragem de ir contra a corrente. Não renunciemos a este dom de Deus: a única família dos seus filhos. O encontro e o acolhimento de todos, a solidariedade e a fraternidade são os elementos que tornam a nossa civilização verdadeiramente humana. Temos de ser servidores da comunhão e da cultura do encontro. Permitam-me dizer: deveríamos ser quase obsessivos neste aspecto! Não queremos ser presunçosos, impondo as “nossas verdades”. O que nos guia é a certeza humilde e feliz de quem foi encontrado, alcançado e transformado pela Verdade que é Cristo, e não pode deixar de anunciá-la (cf. Lc 24, 13-35). Queridos irmãos e irmãs, fomos chamados por Deus, chamados para anunciar o Evangelho e promover corajosamente a cultura do encontro. A Virgem Maria seja o nosso modelo. Na sua vida, Ela deu «exemplo daquele afeto maternal de que devem estar animados todos quantos cooperam na missão apostólica que a Igreja, tem de regenerar os homens» (Conc. Ecum. Vat. II, Cost. dogm. Lumen gentium, 65). Seja Ela a Estrela que guia com segurança nossos passos ao encontro do Senhor. Amém.

sábado, 4 de dezembro de 2010

4 de dezembro - Santo do dia

São João Damasceno

João Damasceno é considerado o último dos santos Padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos legou.

Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos, que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano, espécie de prefeito árabe.

Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e à pregação.

Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo. Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo ainda em vida. Além disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco primeiros séculos de tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo.

Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.

Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.

São João Damasceno, rogai por nós!