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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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São Luís (1214-1270) reinou na França por cerca de 40
anos; foi um rei justo, piedoso, que amou a Igreja e o papa e os
defendeu até a morte.
Ele empreendeu as sétima e oitava Cruzadas para libertar a Terra
Santa do jugo muçulmano e morreu de tifo em Tunis. Abaixo segue o
magistral Testamento que deixou a seu filho e herdeiro do trono francês.
É um exemplo de pai, de cristão e político:
“Filho dileto, começo por querer ensinar-te a amar o Senhor, teu
Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças; pois sem isto
não há salvação. Filho,
deves evitar tudo quanto sabes desagradar a Deus, quer dizer, todo
pecado mortal, de tal forma que prefiras ser atormentado por toda sorte
de martírios a cometer um pecado mortal. Ademais, se o Senhor permitir que te advenha alguma tribulação, deves
suportá-la com serenidade e ação de graças.
Considera suceder tal coisa
em teu proveito e que talvez a tenhas merecido. Além disto, se o Senhor
te conceder a prosperidade, tens de agradecer-lhe humildemente, tomando
cuidado para que nesta circunstância não te tornes pior, por vanglória
ou outro modo qualquer, porque não deves ir contra Deus ou ofendê-lo
valendo-te dos seus dons. Ouve com boa disposição e piedade o ofício da Igreja e enquanto
estiveres no templo, cuides de não vagueares os olhos ao redor, de não
falar sem necessidade; mas roga ao Senhor devotamente, quer pelos
lábios, quer pela meditação do coração.
Guarda
o coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos, e quando
puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram
dados por Deus, rende-lhe graças para te tornares digno de receber
maiores. Em relação a teus súditos, sê justo até o extremo da justiça,
sem te desviares nem para a direita nem para a esquerda; poê-te sempre
de preferência da parte do pobre mais do que do rico, até estares bem
certo da verdade. Procura com empenho que todos os teus súditos sejam
protegidos pela justiça e pela paz, principalmente as pessoas
eclesiásticas e religiosas.
Sê dedicado e obediente à nossa mãe, a Igreja Romana, ao Sumo
Pontífice como pai espiritual. Esforça-te por remover de teu país todo
pecado, sobretudo o de blasfêmia e a heresia.
Ó filho muito amado, dou-te enfim toda a benção que um pai pode dar
ao filho; e toda a Trindade e todos os santos te guardem do mal. Que o
Senhor te conceda a graça de fazer sua vontade de forma a ser servido e
honrado por ti. E assim, depois desta vida, iremos juntos vê-lo, amá-lo e
louvá-lo sem fim. Amém”.
“Quão saborosas são para mim vossas palavras, mais doces que o mel à minha boca” (Sl 118, 103)
“Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos. E uma luz em meu caminho” (Sl 118, 105).
A Igreja no Brasil dedica todo o Mês de Setembro a Bíblia. Sem dúvida
é uma iniciativa muito salutar. A motivação provém do fato da Igreja
celebrar no dia 30 de setembro a memória do grande santo e doutor da
Igreja, São Jerônimo, que a pedido do Papa Dâmaso (366-384) preparou uma
excelente tradução da Bíblia em latim, a partir do hebraico e do grego;
a chamada Vulgata.
Foi um trabalho gigantesco que demandou cerca de 35
anos nas grutas de Belém, onde ele realizava esse ofício, vivendo uma
austera vida de oração e penitência. São Jerônimo dizia que quem não
conhece os Evangelhos não conhece Jesus.
São
Jerônimo (347-420), chamado de “Doutor Bíblico”, nasceu na Dalmácia e
educou-se em Roma; é o mais erudito dos Padres da Igreja latina; sabia o
grego, latim e hebraico. Viveu alguns anos na Palestina como eremita.
Em 379, foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino de Antioquia; foi
ouvinte de São Gregório Nazianzeno e amigo de São Gregório de Nissa. De
382 a 385 foi secretário do Papa São Dâmaso. Pregava o ideal de
santidade entre as mulheres da nobreza romana (Marcela, Paula e
Eustochium) e combatia os maus costumes do clero. Na figura de São
Jerônimo destacam-se a austeridade, o temperamento forte, o amor a
Igreja e à Sé de Pedro.
Conhecer a Palavra de Deus é fundamental para todo cristão. A Carta
aos hebreus diz que “a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante
do que uma espada de dois gumes, e atinge até à divisão da alma e do
corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do
coração” (Hb 4,12).
Jesus conhecia profundamente a Bíblia e a citava. Isso é o suficiente
para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação do deserto ele venceu o
demônio lançando em seu rosto, por três vezes, a santa Palavra. Quando o
tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães, para provar Sua
filiação divina, Jesus lhe disse: “O homem não vive só de pão, mas de
tudo o que sai da boca do Senhor” (Dt 8,3c).
Quando o tentador exigiu que Ele se jogasse do alto do templo, Jesus
respondeu: “Não tentarás o Senhor; vosso Deus” (Dt 6,16a). E quando
Satanás tentou fazer com que Ele o adorasse, ouviu mais uma vez a
Palavra de Deus: “Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás” (Dt
6,13).
O demônio não tem força diante da Palavra de Deus lançada em seu
rosto; por isso, cada um de nós precisa conhecer o poder dela. Jesus
morreu rezando todo o Salmo 21: “Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonaste?” (Sl 21,2).
É preciso ler e estudar a Bíblia regularmente, todos os dias; aquecer
a alma com um trecho dela; e saber usá-la nos momentos de dor, dúvida,
angústia, medo, etc. Abra a Palavra, deixe Deus falar a seu coração. E
fale com Deus; é a maneira mais fácil de rezar.
O Espírito Santo nos ensina essa verdade, pela boca do
profeta Isaías; cuja boca tornou “semelhante a uma espada afiada” (Is
49,2): “Tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter
regado a terra, sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem
dar o grão a semear e o pão a comer, assim acontece à palavra que minha
boca profere: não volta sem ter produzido seu efeito, sem ter executado a
minha vontade e cumprido a sua missão” (Is 55,10).
A palavra de Deus é transformadora, santificante. São Paulo explica isso a seu jovem discípulo Timóteo, com toda convicção: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16). Ela é, portanto um instrumento indispensável para a nossa
santificação. Não conseguiremos ter “os mesmos sentimentos de Cristo”
(Fil 2,5) sem ouvir, ler, meditar, estudar e conhecer a sua santa
palavra. São Jerônimo, dizia que “quem não conhece o Evangelho não
conhece Jesus Cristo”.
Jesus nos ensina que “a Escritura não pode ser desprezada” (Jo
10,34). São Paulo recomendava a Timóteo”: “aplica-te à leitura da
Palavra” (1Tm 4,13). Ela não é palavra humana, mas “palavra de Deus…!
Que age eficazmente em vós” (1Ts 2,13). Jesus é a própria Palavra de Deus, o Verbo de Deus que se fez carne
(Jo 1,1s). No livro do Apocalipse São João viu o Filho do homem…” e de
sua boca saia uma espada afiada, de dois gumes” (Ap 1,16). É o símbolo
tradicional da irresistível penetração da palavra de Deus.
São Pedro diz que renascemos pela força dessa palavra. “Pois haveis renascidos, não duma semente corruptível, mas pela
Palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna”, (1 Pd 1,23) e,
como disse o profeta Isaías: “a palavra do Senhor permanece eternamente”
(Is 11,6-8). Quando avisaram a Jesus que a Sua mãe e os seus irmãos queriam vê-lo,
o Senhor disse: “Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra
de Deus e a observam” (Lc 8,21). “Antes bem-aventurados aqueles que
ouvem a palavra de Deus e a observam!” (Lc 11,28).
Pela boca do profeta Amós, o Espírito Santo disse: “Eis que vem os
dias… em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma
sede de água, mas fome e sede de ouvir a palavra do Senhor” (Am 8,11).
Graças a Deus esses dias chegaram!
Quando Jesus explicava as Escrituras para os discípulos de Emaús,
eles sentiam “que se lhes abrasava os corações” (Lc 24,32). Todos os
santos, sem exceção, mergulharam fundo as suas vidas nas santas
Escrituras e deixaram-se guiar pelos ensinamento da Igreja.
São Pedro disse: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da
Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi
proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo
Espírito Santo falaram da parte de Deus” (2 Pd 1,20-21).
É preciso estudar a Bíblia, fazer um curso bíblico, porque nem sempre
sua leitura é fácil de ser compreendida. Ela não é um livro de ciência,
mas, sim, de fé. Utilizando os mais diversos gêneros literários, ela
narra acontecimentos da vida de um povo guiado por Deus, desde quatro
mil anos atrás, atravessando os mais variados contextos sociais,
políticos, econômicos, etc. Por isso, a Palavra de Deus não pode sempre
ser tomada ao “pé da letra”, ou seja, literalmente, embora muitas vezes o
deva ser. “Porque a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Cor 3,6c).
É por isso, que Jesus confiou sua interpretação a Igreja Católica,
que a faz através do Sagrado Magistério, dirigido pela cátedra de Pedro
(o Papa), e da Sagrada Tradição Apostólica, que constitui o acervo
sagrado de todo o passado da Igreja e de tudo quanto o Espírito Santo
lhe revelou no passado e continua fazendo no presente. (cf. Jo 14,
15.25; 16,12-13). A Igreja não erra na interpretação da Bíblia, e isso é
dogma de fé. Jesus mesmo lhe garantiu isto: “Quando vier o Paráclito, o
Espírito da verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13a).
Assista também: Setembro: Mês da Bíblia A Bíblia interpretada erroneamente pode levar a perdição; é o que diz
São Pedro quando fala sobre as Cartas de São Paulo: “É o que ele faz em
todas as suas cartas… Nelas há algumas passagens difíceis de entender,
cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam,
para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras”
(2Pd 3,16s).
E a Igreja não despreza a ciência; muito pelo contrário, a valoriza
tremendamente para iluminar a fé. Em Jerusalém, por exemplo, está a
Escola Bíblica que se dedica a estudar exegese, hermenêutica, línguas
antigas, geologia, história antiga, paleontologia, arqueologia, e tantas
outras ciências, a fim de que cada palavra, cada versículo e cada texto
da Bíblia para interpretar corretamente a Revelação de Deus.
Raimundo nasceu em Portell, na Catalunha, Espanha, em 1200. Seus
pais eram nobres, porém não tinham grandes fortunas. O seu nascimento
aconteceu de modo trágico: sua mãe morreu durante os trabalhos de parto,
antes de dar-lhe à luz. Por isso Raimundo recebeu o nome de Nonato, que
significa não-nascido de mãe viva, ou seja, foi extraído vivo do corpo
sem vida dela.
Dotado de grande inteligência, fez com certa tranquilidade seus estudos
primários. O pai, percebendo os dotes religiosos do filho, tratou de
mandá-lo administrar uma pequena fazenda de propriedade da família. Com
isso, queria demovê-lo da ideia de ingressar na vida religiosa. Porém as
coisas aconteceram exatamente ao contrário.
Raimundo, no silêncio e na solidão em que vivia, fortificou ainda mais
sua vontade de dedicar-se unicamente à Ordem de Nossa Senhora das
Mercês, fundada por seu amigo Pedro Nolasco, agora também santo. A Ordem
tinha como principal finalidade libertar cristãos que caíam nas mãos
dos mouros e eram por eles feitos escravos. Nessa missão, dedicou-se de
coração e alma.
Apesar da dificuldade, conseguiu o consentimento do pai e, finalmente,
em 1224, ingressou na Ordem, recebendo o hábito das mãos do próprio
fundador. Ordenou-se sacerdote, e seus dotes de missionário vieram à
tona, dedicando-se de coração e alma. Por isso foi mandado em missão à
Argélia, norte da África, para resgatar cristãos das mãos dos
muçulmanos. Conseguiu libertar 150 escravos e devolvê-los às suas
famílias.
Quando se ofereceu como refém, sofreu no cativeiro verdadeiras torturas e
humilhações. Mas mesmo assim não abandonou seu trabalho. Levava o
conforto e a Palavra de Deus aos que sofriam mais do que ele e já
estavam prestes a renunciar à fé em Jesus. Muitas foram as pessoas
convertidas por ele, o que despertou a ira dos magistrados muçulmanos,
os quais mandaram que lhe perfurassem a boca e colocassem cadeados, para
que Raimundo nunca mais pudesse falar e pregar a doutrina de Cristo.
Raimundo sofreu durante oito meses essa tortura até ser libertado, mas
com a saúde abalada. Quando chegou à pátria, na Catalunha, em 1239, logo
foi nomeado cardeal pelo papa Gregório IX, que o chamou para ser seu
conselheiro em Roma. Empreendeu a viagem no ano seguinte, mas não
conseguiu concluí-la. Próximo de Barcelona, na cidade de Cardona, já com
a saúde debilitada pelos sofrimentos do cativeiro, Raimundo Nonato foi
acometido de forte febre e acabou morrendo, em 31 de agosto de 1240, aos
40 anos de idade.
Raimundo Nonato foi sepultado naquela cidade e o seu túmulo tornou-se
local de peregrinação, sendo, então, erguida uma igreja para abrigar
seus restos mortais. Seu culto propagou-se pela Espanha e pela Europa,
sendo confirmado por Roma em 1681. São Raimundo Nonato, devido à
condição difícil do seu nascimento, é venerado como Padroeiro das
Parturientes, das Parteiras e dos Obstetras.
Ocupou-se até o fim com a salvação das almas e isto fazia, concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita
Os santos, como ninguém, entenderam que a Graça do Cristo que quer
santificar a todos, é sempre a mesma, na eficiência, abundância e
liberalidade. Cesário de Arles foi um destes homens que se abriu ao
querer de Deus, e por isso como Bispo tornou-se uma personalidade
marcante do seu tempo.
Cesário nasceu na França em 470, e ao deixar sua casa entrou para o
mosteiro de Lérins, onde se destacou pela inteligência, bom humor,
docilidade e rígida penitência, que mais tarde acabou exigindo
imperfeitamente dos monges sob sua administração. Diante dos excessos de
penitências, Cesário precisou ir se tratar na cidade de Arles – Sul da
França- local do aprofundamento dos seus estudos e mais tarde da eleição
episcopal.
São Cesário de Arles, até entrar no Céu com 73 anos de idade,
ocupou-se até o fim com a salvação das almas e isto fazia,
concretamente, pela força da Palavra anunciada e escrita, tornando-se
assim o grande orador popular do Ocidente latino e glória para a vida
monástica. Já que escreveu duas Regras monásticas. Em tudo buscava
comunicar a ortodoxia da Fé e aquilo que lutava para viver com o
Espírito Santo e irmãos, por isto no campo da moral cristã, Cesário de
Arles salientava o cultivo da justiça, prática da misericórdia e o
cuidado da castidade.
São Cesário de Arles, rogai por nós!
São Félix e Santo Adauto
Poucos são os registros encontrados sobre Félix e Adauto, que são
celebrados juntos no dia de hoje. As tradições mais antigas dos
primeiros tempos do cristianismo narram-nos que eles foram perseguidos,
martirizados e mortos pelo imperador Diocleciano no ano 303.
A mais conhecida diz que Félix era um padre e tinha sido condenado à
morte por aquele imperador. Mas quando caminhava para a execução, foi
interpelado por um desconhecido. Afrontando os soldados do exército
imperial, o estranho declarou-se, espontaneamente, cristão e pediu para
ser sacrificado junto com ele. Os soldados não questionaram. Logo após
decapitarem Félix, com a mesma espada decapitaram o homem que tinha tido
a ousadia de desafiar o decreto do imperador Diocleciano.
Nenhum dos presentes sabia dizer a identidade daquele homem. Por isso
ele foi chamado somente de Adauto, que significa: adjunto, isto é
"aquele que recebeu junto com Félix a coroa do martírio".
Ainda segundo as narrativas, eles foram sepultados numa cripta do
cemitério de Comodila, próxima da Basílica de São Paulo Fora dos Muros. O
papa Sirício transformou o lugar onde eles foram enterrados numa
basílica, que se tornou lugar de grande peregrinação de devotos até
depois da Idade Média, quando o culto dedicado a eles foi declinando.
O cemitério de Comodila e o túmulo de Félix e Adauto foram encontrados
no ano de 1720, mas vieram a ruir logo em seguida, sendo novamente
esquecidos, e suas ruínas, abandonadas. Só em 1903 a pequena basílica
foi definitivamente restaurada.
Esses martírios permaneceram vivos na memória da Igreja Católica, que
dedicou o mesmo dia a são Félix e santo Adauto para as comemorações
litúrgicas. Algumas fontes, mesmo, dizem que os dois santos eram irmãos
de sangue.
De altas virtudes e rigorosas penitências, anunciou o advento do
Cristo e ao denunciar os vícios e injustiças deixou Deus conduzi-lo
A festa da natividade de são João Batista ocorre no dia 24 de junho.
Ela faz parte da tradição dos cristãos, assim como esta que celebramos
hoje, do martírio de são João Batista. No calendário litúrgico da
Igreja, esta comemoração iniciou na França, no século V, sendo
introduzida em Roma no século seguinte. A origem da comemoração foi a
construção de uma igreja em Sebaste, na Samaria, sobre o local indicado
como o do túmulo de são João Batista.
João era primo de Jesus e foi quem melhor soube levar ao povo a palavra
do Mestre. Jesus dedicou-lhe uma grande simpatia e respeito, como está
escrito no evangelho de são Lucas: "Na verdade vos digo, dentre os
nascidos de mulher, nenhum foi maior que João Batista". João Batista foi
o precursor do Messias. Foi ele que batizou Jesus no rio Jordão e
preparou-lhe o caminho para a pregação entre o povo. Não teve medo e
denunciou o adultério do rei Herodes Antipas, que vivia na imoralidade
com sua cunhada Herodíades.
“Em verdade eu vos digo, dentre os que nasceram de mulher, não
surgiu ninguém maior que João, o Batista…De fato , todos os profetas,
bem como a lei, profetizaram até João. Se quiserdes compreender-me, ele é
o Elias que deve voltar.” (Mt 11,11-14)
A ousadia do profeta despertou a ira do rei, que imediatamente mandou
prendê-lo. João Batista permaneceu na prisão de Maqueronte, na margem
oriental do mar Morto, por três meses. Até que, durante uma festa no
palácio daquela cidade, a filha de Herodíades, Salomé, instigada pela
ardilosa e perversa mãe, dançou para o rei e seus convidados. A bela
moça era uma exímia dançarina e tinha a exuberância da juventude, o que
proporcionou a todos um estonteante espetáculo.
No final, ainda entusiasmado, o rei Herodes disse que ela poderia pedir o
que quisesse como pagamento, porque nada lhe seria negado. Por conselho
da mãe, ela pediu a cabeça de João Batista numa bandeja.
“Pois ele será grande perante o Senhor; não beberá nem vinho, nem
bebida fermentada, e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua
mãe. Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus: e
ele mesmo caminhará à sua frente…” ( Lc 1, 15)
Assim, a
palavra do rei foi mantida. Algum tempo depois, o carrasco trazia a
cabeça do profeta em um prato, entregando-a para Salomé e para sua
maldosa mãe. O martírio por decapitação de são João Batista, que nos
chegou narrado através do evangelho de são Marcos, ocorreu no dia 29 de
agosto, um ano antes da Paixão de Jesus.
Bispo e doutor da Igreja (354-430)
Aurélio Agostinho nasceu no dia 13 de novembro de 354, na cidade de
Tagaste, hoje região da Argélia, na África. Era o primogênito de
Patrício, um pequeno proprietário de terras, pagão. Sua mãe, ao
contrário, era uma devota cristã, que agora celebramos como santa
Mônica, no dia 27 de agosto. Mônica procurou criar o filho no seguimento
de Cristo. Não foi uma tarefa fácil. Aliás, ela até adiou o seu
batismo, receando que ele o profanasse. Mas a exemplo do provérbio que
diz que "a luz não pode ficar oculta", ela entendeu que Agostinho era
essa luz.
Aos 16 anos de idade, na exuberância da adolescência, foi estudar fora
de casa. Na oportunidade, envolveu-se com a heresia maniqueísta e também
passou a conviver com uma moça cartaginense, que lhe deu, em 372, um
filho, Adeodato. Assim era Agostinho, um rapaz inquieto, sempre
envolvido em paixões e atitudes contrárias aos ensinamentos da mãe e dos
cristãos. Possuidor de uma inteligência rara, depois da fase de
desmandos da juventude, centrou-se nos estudos e formou-se,
brilhantemente, em retórica. Excelente escritor, dedicava-se à poesia e à
filosofia.
Procurando maior sucesso, Agostinho foi para Roma, onde abriu uma escola
de retórica. Foi convidado para ser professor dessa matéria e de
gramática em Milão. O motivo que o levou a aceitar o trabalho em Milão
era poder estar perto do agora santo bispo Ambrósio, poeta e orador, por
quem Agostinho tinha enorme admiração. Assim, passou a assistir aos
seus sermões. Primeiro, seu interesse era só pelo conteúdo literário da
pregação; depois, pelo conteúdo filosófico e doutrinário. Aos poucos, a
pregação de Ambrósio tocou seu coração e ele se converteu, passando a
combater a heresia maniqueísta e outras que surgiram. Foi batizado,
junto com o filho Adeodato, pelo próprio bispo Ambrósio, na Páscoa do
ano de 387, com 33 e 15 anos de idade, respectivamente.
Nessa época, Agostinho passou por uma grande provação: seu filho morreu.
Era um menino muito inteligente, a quem dedicava muita atenção e afeto.
Decidiu, pois, voltar com a mãe para sua terra natal, a África, mas
Mônica também veio a falecer, no porto de Óstia, não muito distante de
Roma. Depois do sepultamento da mãe, Agostinho prosseguiu a viagem,
chegando a Tagaste em 388. Lá, decidiu-se pela vida religiosa e, ao lado
de alguns amigos, fundou uma comunidade monástica, cujas Regras
escritas por ele deram, depois, origem a várias Ordens, femininas e
masculinas. Porém, o então bispo de Hipona decidiu que "a luz não devia
ficar oculta" e convidou Agostinho para acompanhá-lo em suas pregações,
pois já estava velho e doente. Para tanto, ele consagrou Agostinho
sacerdote e, logo após a sua morte, em 397, Agostinho foi aclamado pelo
povo como novo bispo de Hipona.
Por 34 anos, Agostinho foi bispo daquela diocese, considerado o pai dos
pobres, um homem de alta espiritualidade e um grande defensor da
doutrina de Cristo. Na verdade, foi definido como o mais profundo e
importante filósofo e teólogo do seu tempo. Sua obra iluminou quase
todos os pensadores dos séculos seguintes. Escreveu livros
importantíssimos, entre eles sua autobiografia, "Confissões", e "Cidade
de Deus".
Depois de uma grave enfermidade, morreu amargurado, aos 76 anos de
idade, em 28 de agosto de 430, pois os bárbaros haviam invadido sua
cidade episcopal. Em 725, o seu corpo foi transladado para Pavia,
Itália, sendo guardado na igreja São Pedro do Céu de Ouro, próximo do
local de sua conversão. Santo Agostinho recebeu o honroso título de
'Doutor da Igreja' e é celebrado no dia de sua morte.
Por esta razão, o filho Santo Agostinho, que se tornara Bispo e doutor da Igreja, pôde escrever:“Ela
me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o
seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, no ano 332, no seio
de uma família cristã. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os
pobres, que visitava com frequência, levando o conforto por meio da
Palavra de Deus. Teve uma vida muito difícil. O marido era um jovem
pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava. Mônica suportou
tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que
elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus
recompensou sua dedicação, pois ela pôde assistir ao batismo do marido,
que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.
Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se
tornou religiosa. Porém Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de
amarguras e muitas lágrimas. Mesmo dando bons conselhos e educando o
filho nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o
espírito de insubordinação de Agostinho fizeram com que a sábia mãe
adiasse o seu batismo, com receio de que ele profanasse o sacramento.
E teria acontecido, porque Agostinho, aos 16 anos, saindo de casa para
continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios. O coração de Mônica
sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava
as orações e penitências. Certa vez, ela foi pedir os conselhos do
bispo, que a consolou dizendo: "Continue a rezar, pois é impossível que
se perca um filho de tantas lágrimas".
Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas,
procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em
um navio para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de
professor oficial de retórica.
Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também
para Milão, onde, aos poucos, terminou seu sofrimento. Isso porque
Agostinho, no início por curiosidade e retórica, depois por interesse
espiritual, tinha se tornado frequentador dos envolventes sermões de
santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o
batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de
suas orações e de suas lágrimas.
Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto
de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de
agosto de 387 e ela tinha 56 anos.
O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica, em
1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa é
celebrada no dia de sua morte. O seu corpo, venerado durante séculos na
igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi trasladado para Roma e
depositado na Igreja de Santo Agostinho.
Uma de suas frases: "Nada está longe de Deus".
Não
podemos desconfiar de Pedro, Tiago e João e dos demais por causa de
Judas. Sim, havia um traidor entre os Apóstolos, mas os outros Onze
permaneceram fiéis. Não permitamos que os escândalos do clero fragilizem
a nossa fé.
O assunto que eu gostaria de abordar hoje não é fácil. Mas ninguém pode ignorar o que tem ocorrido e fingir que nada aconteceu.
Os escândalos noticiados ao longo dos últimos cinquenta ou sessenta
anos são muitos dolorosos para a Igreja. E porque nos machucam, tendemos
a não falar a respeito e deixar a água correr em silêncio. Isso, porém,
não resolverá nada. Pois a solução do problema não está em negar a sua existência.
Temos de ser realistas. Se há algo de errado, devemos aprender a
encará-lo. Por isso, precisamos enfrentar esses fatos terríveis que
vemos hoje em dia.
São escândalos que abalaram a fé de muitas pessoas boas. Algumas deixaram de crer em Deus, porque foram traídas pelos homens. Mas não podemos esquecer que a nossa fé não se baseia em homens, mas em Deus. É Ele a Rocha da nossa salvação. Cremos porque Deus revelou-se a si mesmo. Ainda que todos os sacerdotes fossem indignos da nossa confiança, isso em nada diminuiria a verdade da nossa religião.
Traidores. Sempre os houve entre nós desde o início da
Igreja. Quando Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu os doze Apóstolos,
havia entre eles um traidor: Judas. Um homem eleito para ser Apóstolo,
que durante três anos conviveu com Nosso Senhor. Um homem encarregado de
pregar a Verdade e agraciado inclusive com o poder de operar milagres.
Um homem ordenado padre na Quinta-Feira Santa… Este homem era um
traidor. Ele trocou a vida do Mestre por um punhado de moedas; ele
abandonou sua vocação a fim de satisfazer sua paixão. No caso de Judas,
foi o amor ao dinheiro o que o fez perder Deus, mas poderia ter sido
qualquer outro vício. Judas poderia estar sentado em um trono no céu, mas ele preferiu o Inferno. Oh! quão horrível é contemplar a queda de um “anjo”!
No entanto, convém notar que os primeiros cristãos não perderam a fé
diante da traição de Judas; tampouco pensaram eles que, sendo Judas um
Apóstolo, também os outros Onze haveriam de ser traidores. Não. Se
adotarmos as “proporções” do Evangelho, podemos dizer que, a cada doze
homens, um é traidor. Quando ouvirdes, pois,a notícia de um escândalo envolvendo um padre indigno da própria vocação, lembrai-vos, por favor, dos outros onze padres fiéis, cujos nomes não saem nos jornais. Lembrai-vos e consolai-vos, porque, para cada traidor, há onze bons servos de Deus.
Não podemos desconfiar de Pedro, Tiago e João e dos demais por causa
de Judas. Sim, havia um traidor entre os Apóstolos, mas os outros Onze
permaneceram fiéis. Não permitamos que tais escândalos fragilizem a nossa fé.
Essa missão é do diabo: destruir a Igreja de Deus, lançando-lhe no
rosto imaculado a vergonha e a imundície de seus membros. Toda essa
confusão, todas essas heresias, toda essa imoralidade, tudo isso não
passa da fumaça de Satanás que penetrou a Igreja.
Como entender que a Igreja não erra?
Todos os domingos o católico professa sua fé dizendo crer na Igreja Una,
Santa, Católica e Apostólica, "esses quatro atributos, inseparavelmente
ligados entre si, indicam traços essenciais da Igreja e da sua missão.
A Igreja não os confere a si mesma; é Cristo que, pelo Espírito Santo,
concede à sua Igreja que seja una, santa, católica e apostólica, e é
ainda Ele que a chama a realizar cada uma destas qualidades", assim
ensina o Catecismo da Igreja Católica em seu número 811.
Atualmente virou moda afirmar que a Igreja é "santa e pecadora". Esse
pensamento não poderia ser mais errôneo. A Igreja é santa e imaculada,
contudo, os seus membros são pecadores. Para explicar essa afirmação o
Catecismo, por meio de um discurso do Papa Paulo VI, diz que:
"827.A Igreja «é santa, não obstante compreender no seu seio pecadores,
porque ela não possui em si outra vida senão a da graça: é vivendo da
sua vida que os seus membros se santificam; e é subtraindo-se à sua vida
que eles caem em pecado e nas desordens que impedem a irradiação da sua
santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por estas faltas,
tendo o poder de curar delas os seus filhos, pelo Sangue de Cristo e
pelo dom do Espírito Santo»".
Assim, a Igreja é como um núcleo e cada católico é um membro que pode do
núcleo aproximar-se ou afastar-se. Ao aproximar-se da Igreja, o
católico é cada vez mais santificado pela Graça que dela emana. Da mesma
forma, se livremente o católico decide afastar-se dela, por sua própria
responsabilidade, afasta-se da comunhão com o Corpo de Cristo.
A santidade da Igreja é uma realidade que pode ser observada ainda em
outros aspectos. Ela tem ainda a característica de ser infalível em
matéria de fé. O próprio Cristo cuidou para que assim fosse:
"889. Para manter a Igreja na pureza da fé transmitida pelos Apóstolos,
Cristo quis conferir à sua Igreja uma participação na sua própria
infalibilidade, Ele que é a Verdade. Pelo «sentido sobrenatural da fé», o
povo de Deus «adere de modo indefectível à fé», sob a conduta do
Magistério vivo da Igreja."
Trata-se, portanto, de um rebanho que há de permanecer fiel à Igreja
mesmo sob tribulações. Não se trata de quantidade, mas sim de qualidade.
De pessoas comprometidas com a fé, unidas à vida da graça, àquela
santidade e santificação promovida pela união com o Corpo de Cristo.
Estes serão os indefectíveis na fé, que responderão à pergunta: "mas,
quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Lucas
18,8)
Seja como for, a Igreja continua a mesma, a Esposa de Cristo, ainda
que o seu rosto se encontre desfigurado pelos pecados de seus membros.A Igreja não se corrompeu, ainda que dentro dela haja muita gente corrompida. Lembrai-vos: a Igreja é, em si mesma, sem pecado, mas não sem pecadores.
Poderíamos, contudo, perguntar-nos: qual é a raiz do problema? Qual é causa de todos estes escândalos? Irmãos, duas são as causas. Antes de tudo, temos a perversidade, a
malícia desses criminosos, que são pessoal e completamente responsáveis
por todo o mal que praticaram. E eles fizeram muito mal, feriram muitas
pessoas. O mais profundo círculo do Inferno está reservado a essa
desgraçada descendência de Judas, a todos os padres infiéis, caso não se
arrependam a tempo.
Eis a causa imediata do problema: a malícia desses traidores, que
deram as costas a Deus para servir os ídolos de suas paixões perversas.
Há, porém, uma outra causa, que poderíamos chamar “mediata” ou
“remota”, mas nem por isso menos importante para compreendermos o
problema. E esta causa, irmãos, são os nossos próprios pecados. Os pecados de cada um de nós.