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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

9 de janeiro - Santo do Dia

Santo Adriano


 

 Adriano nasceu no ano 635 no norte da África e foi batizado com o nome de Hadrian. Tinha apenas cinco anos de idade quando sua família imigrou para a cidade italiana de Nápolis, pouco antes da invasão dos árabes. Lá estudou no convento dos beneditinos de Nerida, onde se consagrou sacerdote.

Adriano se tornou um estudioso da Sagrada Escritura, profundo conhecedor de grego e latim, professor de ciências humanas e teologia. A fama de sua capacidade e conhecimento chegou ao imperador Constantino II que em 663 o fez seu embaixador junto ao papa Vitalino, função que exerceu duas vezes. Depois, este papa o nomeou como um dos seus conselheiros.

Quando morreu o bispo da Cantuária, Inglaterra, o papa Vitalino convidou Adriano para assumir aquele cargo, mas ele recusou a indicação duas vezes, alegando não ter suficiente competência para ocupar esse posto. O papa lhe pediu para que indicasse alguém mais competente, pois ele mesmo não conhecia.

Nesta ocasião Adriano havia se encontrado com seu grande amigo, o teólogo grego e monge beneditino Teodoro de Tarso que estava em Roma. Adriano o indicou ao papa Vitalino. Consultado, Teodoro disse que estava disposto a aceitar, mas somente se Adriano concordasse em ir para a Inglaterra ajudá-lo na missão evangelizadora. Adriano aceitou de imediato. O papa consagrou Teodoro, bispo da Cantuária e nomeou Adriano seu assistente e conselheiro, em 668.

Ele chegou na Inglaterra um ano depois, pois foi detido durante a viagem, na França sob suspeita que tinha uma missão secreta do imperador Constantino II, para os reis ingleses, mas foi solto ao atestarem a sua integridade de sacerdote.

Adriano e Teodoro foram evangelizadores altamente bem sucedidos, junto ao povo inglês cuja maioria era pagã. O bispo Teodoro, logo colocou Adriano como abade do convento beneditino de São Pedro, depois chamado de Santo Agostinho, na Cantuária. Sob sua liderança, esta escola se tornou um centro de aprendizagem e formação de clérigos para a Igreja dos povos anglicanos.

Adriano viveu neste país durante trinta e nove anos, totalmente dedicados ao serviço da Igreja. Nele os ingleses encontraram um pastor cheio de sabedoria e piedoso, um verdadeiro missionário e instrumento de Deus. Muitos se iluminaram com os seus exemplos de vida profundamente evangélica.

Morreu em 9 de janeiro de 710, foi enterrado no cemitério daquele convento, na Inglaterra. A sua sepultura se tornou um lugar de graças, prodígios e peregrinação. Em 1091, o seu corpo foi encontrado incorrupto e trasladado para a cripta da igreja do mesmo convento. Adriano foi proclamado Santo pela Igreja, que o festeja no dia em que morreu.



Santo Adriano, rogai por nós!


Santo André Corsini


Saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo



Nasceu no século XIV, dentro de uma família muito conhecida em Florença: a família Corsini. Nasceu no ano de 1302. Seus pais, Nicolau e Peregrina não podiam ter filhos, mas não desistiam, estavam sempre rezando nesta intenção até que veio esta graça e tiveram um filho. O nome: André.
 
Os pais fizeram de tudo para bem formá-lo. Com apenas 15 anos, ele dava tanto trabalho e decepções para seus pais que sua mãe chegou a desabafar: “Filho, você é, de fato, aquele lobo que eu sonhava”. Ele ficou assustado, não imaginava o quanto os caminhos errados e a vida de pecado que ele estava levando, ainda tão cedo, decepcionava tanto e feria a sua mãe. Mas a mãe completou o sonho: “Este lobo entrava numa igreja e se transformava em cordeiro”. André guardou aquilo no coração e, sem a mãe saber, no outro dia, ele entrou numa igreja. Aos pés de uma imagem de Nossa Senhora ele orava, orava e a graça aconteceu. Ele retomou seus valores, começou uma caminhada de conversão e falou para o provincial carmelita que queria entrar para a vida religiosa. Não se sabe, ao certo, se foi imediatamente ou fez um caminho vocacional, o fato é que entrou para a vida religiosa na obediência às regras, na vida de oração e penitência. Ele foi crescendo nessa liberdade, que é dom de Deus para o ser humano.

Santo André ia se colocando a serviço dos doentes, dos pobres, nos trabalhos tão simples como os da cozinha. Ele também saía para mendigar para as necessidades de sua comunidade. Passou humilhação, mas sempre centrado em Cristo.

Os santos foram e continuam a ser pessoas que comunicaram Cristo para o mundo. Mas Deus tinha mais para André. Ele ordenou-se padre e como tal continuava nesse testemunho de Cristo até que Nosso Senhor o escolheu para Bispo de Fiesoli. De início, ele não aceitou e fugiu para a Cartuxa de Florença e ficou escondido; ao ponto de as pessoas não saberem onde ele estava e escolher um outro para ser bispo, pela necessidade. Mas um anjo, uma criança apareceu no meio do povo indicando onde ele estava escondido. Apareceu também uma outra criança para ele dizendo-lhe que ele não devia temer, porque Deus estaria com ele e a Virgem Maria estaria presente em todos os momentos. Foi por essa confiança no amor de Deus que ele assumiu o episcopado e foi um santo bispo. Até que em 1373, no dia de Natal, Nossa Senhora apareceu para ele dizendo do seu falecimento que estava próximo. No dia da Epifania do Senhor, ele entrou para o céu.

Santo André Corsini, rogai por nós!


domingo, 7 de janeiro de 2024

7 de janeiro - Santo do Dia

São Raimundo de Peñafort
 

São Raimundo de Penãfort foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja e exímio na ciência do Direito Canônico


Nasceu no castelo de Peñafort, Barcelona, Espanha, no ano de 1175. Desde cedo, muito dedicado aos estudos, ele se especializou em Bolonha, na Itália, na universidade onde se tornou também um reconhecido mestre. Deixou aquela realidade que tanto amava para obedecer ao Bispo de Barcelona que o queria como cônego. Ele prestou esse serviço até discernir seu chamado à vida religiosa, quando entrou para a família dominicana e continuou em vários cargos de formação, mas aberto à realidade e às necessidades da Igreja, onde exerceu o papel de teólogo do Cardeal-bispo de Sabina; também foi legado na região de Castela e Aragão; depois, transferido para Roma, ocupou vários cargos.

Ele não buscava nem tinha em mente um projeto de ocupar este ou aquele serviço, mas foi fiel àquilo que davam a ele como trabalho para a edificação da Igreja. Na Cúria Romana, quantos cargos ligados a Teologia, Direito Canônico! Um homem de prudência, de governo. Seu último cargo foi de penitencieiro-mor do Sumo Pontífice. Quiseram até escolhê-lo como Arcebispo, mas, nesta altura, ele voltou para a Espanha; quis viver em seu convento, em Barcelona, como um simples frade, mas fossem os reis, o Papa e tantos outros sempre recorriam ao seu discernimento.


São Raimundo escreveu a respeito da casuística. Enfim, pelos escritos e pelos ensinos, ele investia numa ação de mestres e missionários, pois tinha consciência de que precisava de missionários bem formados para que a evangelização também fluísse. Ele não fez nada sozinho, contou com a ajuda de São Tomás de Aquino, ajudou outros a discernir a vontade do Senhor, como São Pedro Nolasco, que estava discernindo a fundação de uma nova ordem consagrada a Nossa Senhora das Mercês – os mercedários. Homem humilde que se fez servo, foi escolhido como Superior Geral dos Dominicanos. Homem de pobreza, de obediência e pureza; homem de oração. Por isso, os santos como São Raimundo, um exemplo. Faleceu em Roma, em 1275; cem anos consumindo-se pela obra do Senhor.

Minha oração

“Homem de grande fineza espiritual e inteligência jurídica, rogai por todos os promotores da paz, pelos que lutam pela justiça, pelos meios jurídicos civis e canônicos. Que a Igreja e a sociedade cresçam na precisão moral. Dai-nos uma conduta segundo o coração de Deus. Amém.


São Raimundo de Peñafort, rogai por nós!

São Ricardo
Nasceu na Inglaterra, no século VII e teve três filhos que também foram reconhecidos pela Igreja como santos. Ao descobrir a sua vocação para a vida matrimonial, quis ser santo, mas também quis que seus filhos o fossem, formando uma família santa para Deus. Ele fez, diariamente, a sua opção, porque a santidade passa pela adesão da nossa liberdade. Somos livres, somos todos chamados a canalizar a nossa liberdade para Deus, o autor da verdadeira liberdade.

O santo inglês quis fazer uma peregrinação juntamente com os seus filhos chamados Winebaldo, Wilibaldo e Walberga. Mas, ao saírem da Inglaterra rumo à Terra Santa, passaram por Luca, norte da África, onde São Ricardo adoeceu gravemente e faleceu no ano de 722. Para os filhos, ficou o testemunho, a alegria do pai, a doação, o homem que em tudo buscou a santidade; não apenas para si, mas para os outros e para seus filhos. 

São Bonifácio, parente muito próximo, convocou os filhos de São Ricardo para a evangelização na Germânia. Que linda contribuição! Walberga tornou-se abadessa; Wilibaldo, Bispo e Winebaldo fundou um mosteiro. Todos eles, como o pai, viveram a santidade.

São Ricardo foi santo no seu tempo. De família nobre, viveu uma nobreza interior, que precisa ser a de todos os cristãos; aquela que muitos podem nem perceber, mas que Deus está vendo. Os frutos mais próximos que podemos perceber na vida desse santo são seus filhos que, assim como o pai, também foram santos. Ele quis ser santo e batalhou para sê-lo como Nosso Senhor Jesus Cristo foi, é e continuará sendo. Sejamos santos.

São Ricardo, rogai por nós!


São Romualdo

São Romualdo abade e fundador (951-1027). O fundador do célebre Mosteiro de Camaldoli tem sua festa litúrgica comemorada a 9 de junho, dia de sua morte, mas a 7 de fevereiro se celebra o aniversário do traslado de seus restos mortais (conservados ainda hoje milagrosamente incorruptos) em Val de Castro, nos arredores de Camaldoli, em Fabiano.

Romualdo nasceu em Ravena, da nobre família dos Onesti. Esse nome, entretanto, não foi honrado devidamente pelo pai, pois este — segundo narram as crônicas — cometeu um crime presenciado involuntariamente por são Romualdo. O jovem ficou tão abalado pelo ocorrido, que decidiu fugir de casa e tornar-se monge na abadia beneditina de Classe, nas proximidades de Ravena.

Eleito abade desse mosteiro, permaneceu pouco tempo no exercício de suas funções. Aproximava-se o fim do milênio, e muitos cristãos acreditavam que o final do mundo iria chegar. Por isso, empreendiam extenuantes peregrinações penitenciais.

Também Romualdo — certamente não porque desse crédito a esse medo irracional — abandonou a tranquilidade da vida monástica e pôs-se a caminho, sem um destino preciso, visto ser por natureza inclinado à vida errática. Onde quer que se detivesse, dava origem a novos mosteiros. Destes, o mais famoso é precisamente o de Camaldoli, até hoje oásis de recolhimento religioso para os que — embora por curto espaço de tempo — desejam escapar do bulício do mundo.

Nesse recanto da província de Arezo, os beneditinos camaldulenses seguem um gênero de vida eremítica que conjuga a austera solidão dos monges orientais com o estilo de vida cenobítica observado no Ocidente pela regra de são Bento.

Contudo, nem mesmo o eremitério de Camaldoli teve o condão de deter o errático monge. Numerosas foram as etapas de seu eterno peregrinar. Renunciou, novamente, à função de abade, que lhe fora confiada pelo imperador Oto III, que o admirava.

Por fim, após haver convencido o pai a tornar-se monge na abadia de São Severo, procurou para si um refúgio mais seguro — primeiramente em Monte Cassino, a seguir em Verghereto, Lemo, Roma, Fontebuona, Valumbrosa e, ao final, Val de Castro, onde o colheu a morte. Mas, mesmo depois desta, como vimos, não teve moradia permanente.

São Romualdo, rogai por nós!

 

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

1º de janeiro - Santo do Dia

Santo Fulgêncio 


Fábio Cláudio Gordiano Fulgêncio nasceu em Cartago, na atual Tunísia, África, no ano 465. Nasceu numa rica família cristã , seu pai era um senador romano e a mãe era de uma família local influente. Teve uma formação intelectual excelente, com caráter firme, espírito de liderança e habilidade para os negócios. Na juventude se destacou na administração dos bens da família, o que o levou a ocupar altos postos no setor público. Fulgêncio era muito culto e educado, interessava-se tanto pela religião quanto pelas artes e literatura. Freqüentava um mosteiro vizinho, onde orava com os monges e vasculhava sua biblioteca. Os biógrafos afirmam que após ler os comentários de Santo Agostinho sobre o salmo 36, decidiu-se pela vida de austeridade e de solidão.

A África romana do seu tempo, era reino o dos Vassalos, com a capital em Cartago, o que vale dizer que os arianos dominavam e os católicos eram súditos. A convivência era difícil e o rei Trasamundo havia recomeçado as perseguições. Fulgêncio tentou ir para o Egito ao encontro dos monges do deserto, mas o navio que o transportava teve de ancorar em Siracusa, onde as notícias dos conflitos da igreja egipciana o fizeram desistir. Em 500, foi a vez de Roma decepcioná-lo, na época governada por Teodorico, onde os cristãos também estavam submissos. Voltou para a África.

Foi na sua pátria que Fulgêncio se ordenou sacerdote. Em 510, o rei que desejava a extinção total da Igreja, proibiu que houvesse sucessor para os bispos falecidos. Mas os cristãos os elegeram em segredo, e um deles foi Fulgêncio, designado para a diocese de Ruspe, na Tunísia mesmo.O rei soube e mandou exilar todos, sessenta, na ilha italiana da Sardenha, que pertencia aos seus domínios. Pelo menos lá, os cristãos viviam em paz.

No mosteiro do exílio, Fulgêncio se tornou professor dos bispos, padres, monges, e conselheiro e pacificador entre a população. Tornou-se, dentro da sua humildade, um líder, uma figura que nem mesmo o rei podia ignorar. De fato, o rei mandou que viesse para a capital, onde o deixou livre para o ministério sacerdotal, pedindo que o ajudasse no esclarecimento das questões da fé, ou seja, respeitava muito Fulgêncio. Tanto que o mandou de volta para a Sardenha, para acalmar os súditos arianos radicais.

Durante os anos em que ali permaneceu, escreveu muito. Além de tratados religiosos, manteve uma vasta correspondência com seus discípulos e superiores, bem como com as maiores autoridades da Igreja de então, Só quando o rei morreu, Fulgêncio pode retornar para sua pátria e sua sede episcopal em Ruspe. Foi recebido em triunfo, reorganizou a diocese, restabeleceu a ordem e a disciplina. Morreu no dia primeiro de janeiro de 533, aos sessenta e oito anos, pregando a caridade como "o caminho que conduz ao céu".

O Concílio Vaticano II, no decreto sobre a atividade missionária da Igreja, faz menção ao pensamento de São Fulgêncio expresso em uma carta ao rei Trasamundo. Este Santo, comemorado anteriormente no dia 12 de janeiro, continua ensinado através dos séculos. A Igreja determinou a festa de São Fulgêncio para o dia de sua morte.

 
Santo Fulgêncio,  rogai por nós!  


São Vicente Maria Strambi

Vicente Maria Strambi, nasceu no dia 1 de janeiro de 1745, em Civitavechia, na Itália, onde seu pai era dono de uma farmácia. Estudou no seminário desde a infância. Aos quinze anos, venceu a resistência dos pais ingressando no noviciado da Ordem menor dos capuchinhos.

Foi ordenado sacerdote em 1767. Um ano depois o jovem sacerdote, ingressou na Congregação Passionista, que acabava de ser fundada. Foi discípulo perfeito do seu fundador, Paulo da Cruz. Professou a fé e recebeu o hábito dos passionistas em 1769.

Eminente diretor espiritual, excelente missionário e excepcional catequista, percorreu a Itália central proclamando com fervor e competência os tesouros que encontramos em Cristo, especialmente na Sua Paixão. Assistiu à morte do fundador e, como postulador da causa dos passionistas, escreveu a sua primeira biografia, obra fundamental para o conhecimento de São Paulo da Cruz. Foi Provincial da Apresentação e Consultor Geral.

A 5 de julho de 1801, Vicente Maria, que já era o consultor geral da congregação, foi nomeado bispo de Macerata e Tolentino. Nos movimentos revolucionários do seu tempo, foi intrépido defensor da liberdade da Igreja. Recusou prestar juramento de fidelidade a Napoleão Bonaparte, que invadira e usurpara os Estados Pontifícios. Em conseqüência, foi exilado para Novara e Milão, durante sete anos.

Em 1814, ano em que o imperador Napoleão foi deposto, ele regressou à sua sede episcopal, onde ficou por mais nove anos. Estando já idoso e enfraquecido, renunciou ao bispado em 1823. O papa Leão XII, acatou sua decisão, porém o chamou como seu conselheiro e diretor espiritual. Assim, sem esquecer as suas ocupações habituais, continuou a pregar missões, como tinha feito antes, em Roma.

Em primeiro de novembro deste mesmo ano, o papa Leão XII ficou gravemente doente. Ele ofereceu sua vida a Deus para que o Papa não morresse, rezando e fazendo penitência. Aos poucos ele se restabeleceu completamente, alguns meses depois, monsenhor Vicente Maria morreu, era o dia 1 de janeiro de 1824.

Foi canonizado em 1950. A comemoração de São Vicente Maria Strambi acontece no dia de sua morte, recebendo homenagens especiais em Macerata, onde os seus restos mortais descansam na igreja de São Felipe, desde 1957. 


São Vicente Maria Strambi, rogai por nós!


quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Proporção de católicos cai no mundo, mas cresce na África e Ásia onde há mais perseguições - Bruna Komarchesqui

Gazeta do Povo

 
Anuário da Igreja
 

Católicos da Nicarágua celebrando as festividades de São Jerônimo, no ano passado, sem sair em procissão nas ruas, por causa da perseguição do regime de Daniel Ortega à Igreja Católica| Foto: EFE/ Stringer


O número total de católicos cresceu no mundo, acompanhando a média populacional, mas a porcentagem de fiéis caiu ligeiramente no período de um ano. É o que mostra o novo "Anuário Estatístico da Igreja", publicado na última semana pela Agência Fides, com dados atualizados até 31 de dezembro de 2021. Na média dos continentes, sacerdotes, bispos e religiosos também aparecem em menor quantidade agora. Por outro lado, o catolicismo está aumentando na África e na Ásia, os dois continentes onde há mais perseguição religiosa aos cristãos.

Segundo o levantamento, há 1,37 bilhão de católicos no planeta (16 milhões a mais do que em 2020), o que representa 17,67% da população mundial (0,06% a menos do que no ano anterior). O maior aumento ocorreu na África (+8,3 milhões), seguida pela América (+6,6 milhões), Ásia (+1,48 milhão) e Oceania (+55 mil). Na Europa, houve uma queda de 244 mil católicos, proporcional à queda populacional de 224 mil pessoas.

Os pastores do rebanho também estão em menor quantidade na média mundial. No total, a Igreja Católica conta com 5.340 bispos (23 a menos que no ano anterior), 407.872 padres (-2.347), 49.774 religiosos (-795) e 608.958 religiosas (-10.588). Enquanto a Europa perdeu 3.632 sacerdotes e um ano e a América outros 963, a África ganhou 1.518 e a Ásia, 719. Estes dois continentes também tiveram um incremento em religiosos, com 205 e 25 a mais respectivamente, e em religiosas. Enquanto a presença de mulheres consagradas à vida religiosa encolheu significativamente na Europa (-7.804) e na América (-5.185), cresceu na África (+2.275) e na Ásia (+187).

Os diáconos permanentes, por outro lado, cresceram em todas as localidades e agora totalizam 49.176. Enquanto isso, os catequistas diminuíram de maneira expressiva nos continentes (o recorde foi a América, com uma baixa de 9,4 mil), exceto nos dois com maior perseguição religiosa (são 4,5 mil novos catequistas africanos e 2,7 mil asiáticos). Já o número de seminaristas maiores [que já terminaram o ensino médio e estão aptos a cursar Filosofia e Teologia] caiu em todos os continentes, exceto na África (+187), totalizando quase dois mil a menos que no ano anterior.

Um mapa da perseguição aos cristãos, elaborado pela organização Portas Abertas, mostra que a classificação “extrema” e “severa” predomina em países da África e Ásia. Dados da entidade relativos a um período próximo ao do Anuário da Fides (outubro de 2020 a setembro de 2021) mostravam 360 milhões de cristãos vivendo em nações com altos níveis de fiscalização ou discriminação. Isso equivale a 1 em cada 7 cristãos no mundo, a 1 em cada 5 na África, 2 em cada 5 na Ásia e um em cada 15 na América Latina. Dos 50 países com maior perseguição naquele ano, 18 países ficavam na África; 29, na Ásia; 10, no Oriente Médio; 4, na Ásia Central e 3, na América Latina.
Famílias são esteio espiritual

Autor do livro ‘O Enigma do Vaticano II’, o doutor em Filosofia Joathas Bello analisa que o crescimento numérico dos católicos advém do incremento populacional, com o movimento natural de pais batizarem os filhos, enquanto o decréscimo percentual de fiéis é fruto de uma falha no apostolado de evangelização, que “tem a ver com a própria visão da Igreja no último pontificado”. “Desde o Vaticano II, há essa tentativa de compor o diálogo inter-religioso com a missão mais clássica da Igreja, que é a conversão. Tanto João Paulo II como Bento XVI dão importância ao diálogo, mas privilegiam a missão clássica. Já Francisco, embora escreva internamente sobre temas doutrinais, tem um acento maior na missão diplomática, pacificadora, pacifista. Trata-se de um diálogo muito diplomático e pouco preambular à conversão, acredito que essa seja uma das causas do decaimento [proporcional de fiéis]”, aponta.

Para ele, esse também é o motivo do florescimento da Igreja na África. Ao contrário da Europa, cujos cardeais se abriram ao “joio progressista” do caminho sinodal alemão, “com pouco interesse na evangelização” e distorções “para agradar o mundo e o relativismo reinante nas ideologias”, ele aponta que os cardeais africanos “realmente ortodoxos e guardiões da doutrina, como o cardeal Sarah, que é um expoente do conservadorismo doutrinário” proporcionam o cenário para “um catolicismo ainda vibrante”. “Isso condiz com a situação de perseguição. O cristianismo cresce com o enfrentamento hostil fisicamente e não só moral, que acontece em todo o mundo. Esse caráter heroico, de ser perseguido e resistir, atrai”, afirma Bello.

O padre Rodrigo Hurtado, diretor do Instituto Católico de Liderança, de São Paulo, concorda que a fé católica se fortalece em ambientes de perseguição mais ferrenha, o que, para ele, impulsiona conversões na África e Ásia, enquanto na Europa e América o movimento é “mais de pai para filho”. “A vida calma é a maior ameaça contra a fé. Quando tudo está sob controle, não se precisa de Deus”, diz.

Apesar disso, ele crê em uma nova primavera da Igreja no Ocidente, por meio de “pequenos grupos de fiéis que vivem a fé com intensidade”. “Minha mensagem para os pais é: juntem-se com outros pais com os mesmos valores, criem grupos de famílias, em que seus filhos possam crescer e fazer bons amigos e não se deixar levar pelo consumismo. Para os padres: promovam grupos de famílias, pastorais familiares, criem grupos de casais, pequenas ilhas onde se possa viver os valores, a fé, assimilar e aprender tudo isso”, afirma o sacerdote.

Joathas Bello acrescenta que “hoje o esteio mais espiritual da Igreja são as famílias e os leigos comprometidos”. Nesse sentido, a geração de católicos tradicionais, “que seguem a doutrina quanto à castidade, à paternidade, tendo os filhos que Deus manda”, pode fazer a diferença “por causa da fecundidade espiritual e biológica”. “Esse acento no matrimônio não compensa as perdas das defecções sacerdotais e religiosas, já que o sacerdote é o exemplo de católico que todo mundo mira, mas, em médio e longo prazo, pode trazer novas vocações. É de lares católicos fiéis e coerentes que saem vocações maduras, porque a maturidade vem da boa formação familiar, do amor dos pais. A graça supõe a natureza”, diz.
“Reduções” fazem parte da História

Para o professor de História e coordenador do Laboratório de Humanidades da Unifesp, Rafael Ruiz, que é estudioso dos jesuítas, olhar a Igreja Católica do ponto de vista simplesmente numérico “parte de uma premissa muito empresarial e humana. “A Igreja não é uma rede de franquias, como McDonald’s ou Nescafé. E também não são os edifícios, nem os padres, nem os bispos, nem mesmo os fiéis assim ‘em número’. A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. E de acordo com o texto dos Evangelhos, esse corpo sempre estará no tempo da História como aquela barca em que parecia que iam naufragar todos e a Igreja desapareceria com o primeiro Papa incluído se afogando...e a mão de Cristo os resgatou. É só olhar para a História. Sempre foi assim ao longo dos tempos.”

Além dessa perspectiva, ele acentua que a Igreja Católica não surgiu no Ocidente, mas no “Oriente Próximo” e “durante séculos, foi uma religião oriental e africana”. “Em muitos momentos da História, houve ‘reduções’ de número. Se levarmos em conta, os primeiros séculos, muitos morreram perseguidos e torturados, se olharmos para a Idade Média muitos nem sabiam ler, nem sabiam quase nada de nada da doutrina, se olharmos para a Modernidade, metade do cristianismo se dividiu com o papel de Lutero e, antes disso, também houve uma cisão com os orientais e a Igreja Ortodoxa. Isso por não falar em anti-Papas, Papas simultâneos e Papas sem a menor condição moral”, completa Ruiz, recordando um texto em que o Papa Bento XVI fala sobre o futuro da Igreja.

“Ele dizia mais ou menos que a Igreja diminuirá mesmo, que seremos minoria, mas que isso será muito bom, porque ganharemos em força interior, em espiritualidade, em liberdade de consciência, porque aqueles que forem católicos serão mesmo católicos. E o que a Igreja precisa é disso, de gente verdadeiramente unida a Cristo, que é a Cabeça do Corpo da Igreja”, defende.
Educação e caridade

De acordo com o Anuário, a Igreja Católica gere 74,3 mil jardins de infância (com 7,5 milhões de alunos), mais de 100 mil escolas primárias (34,7 milhões de alunos) e quase 50 mil escolas secundárias (19,5 milhões de alunos). Além disso, 2,5 milhões de estudantes de ensino médio e 3,9 milhões de universitários são atendidos pela Igreja.
 


A instituição também administra 5.405 hospitais; 14.205 dispensários, principalmente na África (5.061) e na América (3.523); 567 lares para pessoas com lepra; 15.276 lares para idosos, pessoas com deficiência ou doenças crônicas, sobretudo na Europa (8.149); 9.703 orfanatos, a maioria na Ásia (3.230), mais de 10 mil creches e mais de 10 mil centros de aconselhamento matrimonial, a maior parte na Europa (5.390) e na América (2.609); 3.287 centros de reabilitação social, boa parte deles na América (1.421); e 35.529 outros tipos de institutos, principalmente na América (13.697) e na Europa (16.841).
 
 Bruna Komarchesqui - Gazeta do Povo 
 
 
 
 
 
 

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Shoenstatt - 18 de outubro

Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Shoenstatt

Na Capelinha de São Miguel, no vale de Schoenstatt, em Valendar junto ao Reno, a 18 de Outubro de 1914, o Padre José Kentenich fez uma conferência à Congregação Mariana do Seminário de Schoenstatt, em que revelou uma “secreta ideia predilecta”. A “ideia predilecta”, que ele considerou “quase demasiado ousada para o público, mas não demasiado audaz” para a pequena comunidade da Congregação, era na sua essência a seguinte: “Não seria possível que a Capelinha da nossa Congregação chegue a ser ao mesmo tempo o nosso Tabor, onde  se manifeste a glória de Maria? Acção apostólica maior não poderia sem dúvida realizar, nem aos nossos vindouros, herança mais preciosa legar, do que mover Nossa Senhora e Soberana a estabelecer aqui dum modo especial o seu trono, para distribuir os seus tesouros e operar milagres de graça”.

Com estas palavras o Padre Kentenich apresentou aos jovens membros da Congregação o programa de oração e sacrifício “para fazer suave violência” à Mãe de Deus, a fim de que Ela se digne eleger a Capelinha de São Miguel como seu lugar de graças, origem e centro de um Movimento de Renovação e de Educação religioso-moral.

Como chegou o Padre Kentenich a esta ideia? Nela influíram a sua fé convicta e um facto concreto. A sua fé convicta dizia que a missão e a acção da Mãe de Deus não terminaram com a sua vida terrena, mas continuam até ao fim dos tempos. Mesmo após a sua passagem para a Santíssima Trindade, Maria continua, na sua qualidade de “companheira e colaboradora permanente de Cristo em toda a Obra da Redenção”, como mais tarde o Padre Kentenich viria a designá-la, a participar activamente com toda a sua pessoa e poder de intercessão na Obra Salvífica do seu divino Filho. Como a História da Igreja o demonstra Ela desenvolve a sua acção, de preferência, em lugares por Ela escolhidos como seus lugares de graças, e por meio de pessoas, que instrumentalmente se põem à sua disposição.

O facto concreto foi a fundação do lugar de peregrinação Valle di Pompei, em Itália, da qual o Padre Kentenich teve conhecimento pormenorizado no Verão de 1914. Se a fé e o sacrifício do advogado Bartolo Longo moveram a Mãe de Deus a fazer de Valle di Pompei um lugar da sua particular acção, não poderia suceder outro tanto em Schoenstatt, se surgissem pessoas animadas duma atitude abnegada e apostólica semelhante?

A “ideia predilecta” ateou-se nos corações dos congregados. Eles viram nela não uma ideia meramente humana, mas uma iniciativa da própria Mãe de Deus, que Maria lhes comunicou por meio do Padre Kentenich. Pela Consagração de congregados e sob a orientação do Padre Kentenich eles tomaram a iniciativa, puseram-se ao serviço da Mãe de Deus e, pela auto-educação na vida diária, entregaram-se por completo à concretização dessa “ideia predilecta”.

Paralelo Ingolstadt-Schoenstatt
No início de 1915, os congregados schoenstattianos tiveram conhecimento da Congregação Mariana de Ingolstadt na Baviera que no séc. XVI, sob a orientação do venerando sacerdote Jacob Rem, S. J., assistiu a um extraordinário florescimento da piedade mariana, exercendo uma acção apostólica considerável. Uma vez que em Schoenstatt aspiravam a algo do género, eles deram ao seu empreendimento, iniciado em 18 de Outubro de 1914, o nome de “Paralelo Ingolstadt-Schoenstatt”. Desta Congregação de Ingolstadt adoptaram eles também o título de “Mãe Três Vezes Admirável”, que deram à Imagem de Maria, colocada na Capelinha de São Miguel, em Abril de 1915. Que este nome foi acertado, viria a confirmá-lo a evolução futura. A partir do novo Santuário, a Mãe de Deus desenvolveu uma acção extraordinária. Com efeito, em Schoenstatt, de modo diferente ao que acontece noutros lugares de peregrinação, Ela concedia não a graça de curas físicas, mas manifestava-se como Mãe e Educadora do “Homem Novo”, na “nova criação em Cristo Jesus”. Ela operava milagres nas almas, como se costuma dizer em Schoenstatt. Quem ia a Schoenstatt devia experimentar uma tríplice graça: a graça do acolhimento, a graça da transformação interior e a graça de fecundidade e missão apostólicas.
 
Na Primeira Guerra Mundial
Alguns dos congregados schoenstattianos entregaram-se de tal modo à “ideia predilecta”, que, nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial, chegaram a oferecer a sua vida como vítimas à Mãe Três Vezes Admirável para a realização do Programa de 18 de Outubro de 1914. Entre eles sobressai em primeiro lugar José Engling que, antes da sua chamada para o serviço militar, tinha sido durante um ano prefeito da Congregação Schoenstattiana. Em 3 de Junho de 1918, na frente da Flandres, ele fez este pedido numa oração de consagração a Nossa Senhora de Schoenstatt: “Se estiver de acordo com os Teus planos, aceita-me como vítima pelas tarefas, que confiaste à nossa Congregação”. Com a sua morte heróica, na tarde de 4 de Outubro de 1918, foi consumada a sua oferta. Próximo do local da sua morte, nas imediações de Cambrai, em França, encontra-se hoje um Santuário de Schoenstatt e um memorial simples, que se tornaram lugar de encontro para franceses e alemães. O processo de beatificação de José Engling foi encerrado em 1964 em Tréves, tendo já dado entrada em Roma.
 
Movimento Apostólico
Com o tempo, os congregados schoenstattianos, como soldados na frente de batalha, na caserna, e no hospital militar, foram ganhando companheiros dispostos a selar a Aliança de Amor com a Mãe Três Vezes Admirável e a abraçar os objectivos pedagógico - apostólicos de Schoenstatt. O Padre Kentenich viu nisso um sinal da Divina Providência. Após o regresso da guerra, fundou com eles, a 20 de Outubro de 1919, a “União Apostólica”, a primeira das comunidades apostólicas de Schoenstatt. Um ano mais tarde, a “União”, que primeiramente só compreendia homens e estudantes, foi aberta também às mulheres. Igualmente em 1920, o Padre Kentenich juntou à “União” a “Liga” que, de modo semelhante, mas com uma organização mais flexível, agrupava membros de todas as idades e profissões, sacerdotes e leigos, homens e mulheres. Em 1926, com a fundação das Irmãs de Maria de Schoenstatt, o Padre Kentenich dava início aos Institutos Seculares de Schoenstatt. Uma década após o acto da fundação de 18 de Outubro de 1914, surgia, da Congregação Mariana do Seminário de Schoenstatt, o “Movimento Apostólico de Schoenstatt”, que chegou a ser contado entre as forças mais vivas da Igreja na Alemanha.
 
Perseguição
A perseguição à Igreja, levada a cabo pelo nazismo entre os anos de 1933 e 1945, atingiu com particular violência o Movimento Apostólico de Schoenstatt. O Fundador, Padre José Kentenich, juntamente com vários sacerdotes colaboradores seus, foi para o campo de concentração de Dachau. Contudo, a perseguição produzia o oposto daquilo que as autoridades de então na Alemanha pretendiam. A Obra de Schoenstatt não sucumbiu, no meio das provações, cresceu em extensão e profundidade. Durante esse tempo, cresce a figura do Pe. Kentenich enquanto Pai Espiritual da Obra de Schoenstatt.

Assim como desde 1934 duas cruzes tumulares, colocadas atrás do Santuário em Schoenstatt, testemunham a coragem heróica da geração fundadora, por ocasião da Primeira Guerra Mundial, também desde 1946 outras duas recordam aí as vítimas do regime nazi, tendo uma delas o nome do Padre Albert Eise que, em 1942, ofereceu em Dachau a sua vida como vítima, e a outra o do Padre Franz Reinisch, que no mesmo ano foi decapitado, morrendo como mártir da liberdade de consciência.

A Capelinha e as cruzes tumulares junto ao Santuário são um símbolo da lei da vida, segundo a qual Schoenstatt nasceu e continuará a existir: “Nada sem Ti – Nada sem nós”, isto é: Nada sem a Mãe de Deus, sem a Santíssima Trindade e a sua graça, mas também nada sem a ajuda dos colaboradores e instrumentos humanos, que Deus e a Mãe de Deus elegeram para a realização dos seus planos sobre Schoenstatt. De facto, Schoenstatt depende decisivamente da fidelidade e espírito de sacrifício de cada um dos seus membros.

Até à morte do Fundador
Nos anos a seguir a 1945, a Obra de Schoenstatt transpôs as fronteiras da Alemanha, chegando nomeadamente aos países de além-mar. O próprio Fundador empreendeu várias viagens longas pela África, América do Sul e América do Norte, para anunciar aí a mensagem de Schoenstatt, erigir Santuários da Mãe Três Vezes Admirável e procurar aliados para a fundação da Obra de Schoenstatt.

Para o desenvolvimento da Obra, foi de importância decisiva a provação por parte das instâncias da Igreja, do Episcopado alemão e da Santa Sé em Roma que, iniciada em 1949, durou, com algumas interrupções, até 1965. Em virtude desta provação, em 1951 o Padre Kentenich foi afastado da sua Fundação e exilado em Milwaukee (EUA). Como em todas as circunstâncias da sua história, a Família de Schoenstatt também viu, nesta medida, uma condução da Divina Providência. Efectivamente a Obra obteve em 1964, no dia do quinquagésimo aniversário da sua existência, a total aprovação da Igreja. Um ano mais tarde, o Fundador, recebido e louvado pelo Santo Padre, pôde regressar a Schoenstatt na Noite Santa de 1965.

Aqui, durante ainda quase três anos, ele trabalhou, com a maior dedicação e entrega, no aperfeiçoamento da Obra que Deus lhe confiou. Em 15 de Setembro de 1968, festa das sete dores de Maria, ele morreu com quase 83 anos de idade, precisamente após a celebração da Santa Missa na nova Igreja da Adoração, no Monte Schoenstatt. Sobre o seu túmulo, conforme o seu desejo, estão escritas as palavras: “DILEXIT ECCLESIAM” – Amou a Igreja.

Depois da morte do Fundador
Quando o Fundador duma comunidade da Igreja, duma Ordem ou dum Movimento religioso, morre, isso constitui sempre um profundo golpe para a vida da sua fundação. Então põe-se a questão sobre o que se vai passar com a Obra do Fundador.

Desde a morte do seu Fundador, a Obra de Schoenstatt, num crescimento discreto e constante, propagou-se sempre mais pelas diversas partes do mundo. Um sinal visível disto é o incremento por todo o mundo dos Centros de Schoenstatt em torno do Santuário da Mãe Três Vezes Admirável. Neste momento, existe já mais de uma centena destes Santuários, aos quais se junta quase todos os anos um novo.

Também para além da sua morte, a personalidade do Fundador encontra admiração e veneração crescentes. É cada vez maior o número de pessoas que experimentam junto do Padre Kentenich resposta clara e concreta para as questões e debates da vida moderna.

Dois anos após a sua morte, na audiência geral de 8 de Abril de 1970, Paulo VI, perante milhares de peregrinos, referiu-se a ele por mais de uma vez como “Sacerdote e cura de almas insigne” e apresentou-o aos fiéis como modelo de fidelidade e amor à Igreja.

Mais tarde, o Papa João Paulo II, em 17 de Novembro de 1980, na sua homilia, na catedral de Fulda, incluiu o Padre José Kentenich entre as figuras notáveis e exemplares de Sacerdotes do século XX, na Alemanha. Uma semana depois, em Roma, disse acerca dele: “Por ocasião da minha breve visita à Alemanha, reconhecido e grato pelo seu património espiritual, quis mencionar em Fulda especialmente o Padre Kentenich como uma das grandes figuras sacerdotais da história mais recente e, deste modo, honrá-lo duma forma particular”.

Cinco anos depois, o Papa João Paulo II prestou uma outra e mais significativa homenagem ao Padre Kentenich, quando em 1985, juntamente com representantes da Família de Schoenstatt de todas as partes do mundo e na presença de numerosos Bispos e Cardeais, presidiu em Roma à festa do 100º aniversário do Padre Kentenich.

Assim se compreende que a 10 de Fevereiro de 1975 tenho sido aberto pelo Bispo de Tréves o processo de beatificação do Padre Kentenich.

Querida  Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, rogai por nós!

 


domingo, 15 de outubro de 2023

Santo do Dia - 15 de outubro

 

Santa Teresa de Ávila

C

Carmelita e Doutora da Igreja (1515-1582)


Conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz 

Teresa de Cepeda y Ahumada, nascida em uma nobre família de Ávila, na Castela Velha, começou cedo a dar prova de temperamento vivaz, fugindo de casa aos 7 anos para buscar o martírio entre os mouros da África, por amor de Cristo. Mas, aos 16 anos, começou a se embelezar por amor a um simples mortal. E o pai, por um compreensível ciúme e para protegê-la, confiou-a a um convento de freiras.

Aos 20 anos, contrariando os planos paternos, decidiu ser freira. Houve poucos anos de vida regular, pois ela também cedeu a certa moda. As vozes interiores não lhe deram tréguas e ela sentiu um desejo sempre mais insistente de retornar ao primitivo rigor dos carmelitas, sendo objeto de extraordinárias experiências místicas, traduzidas depois, por obediência, em vários tratados de oração mental, citados entre os clássicos da literatura espanhola.

Aos 40 anos, ocorre a primeira grande virada na vida desta imprevisível santa de ideias generosas. Depois das aflições interiores, dos escrúpulos e daquilo que, na mística, é chamado de “noite dos sentidos” — ou trevas interiores, a prova mais dura que uma alma deve superar —, dá-se o encontro iluminador com dois santos, Francisco de Borja e Pedro de Alcântara. Estes a repõem no bom caminho, na via da total confiança em Deus.

Em 1562, ela funda, em Ávila, o convento reformado sob o patrocínio de são José. Cinco anos depois, um outro decisivo encontro: João da Cruz, o príncipe da Teologia Mística. Os dois foram feitos para se entenderem. Inicia, assim, aquele singular conúbio, em meio a ardentíssimos arrebatamentos místicos e ocupações práticas do dia a dia, que fazem dela a 'santa do bom senso', uma contemplativa imersa na realidade.

Ela possui a chave para entrar no Castelo interior da alma, “cuja porta de ingresso é a oração”, mas ao mesmo tempo sabe tratar egregiamente de matérias econômicas. “Teresa”, diz ela argutamente, “sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma força; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência”. Viaja pela Espanha de alto a baixo (era chamada a “freira viajante”) para erigir novos conventos reformados e revela-se uma hábil organizadora.

Minha oração

“Ó doutora da oração, ensinai aqueles que te procuram uma vida verdadeiramente contemplativa que alcança a cada um em sua própria realidade. Convocai as almas para se entregarem verdadeiramente na intercessão, assim como novas vocações carmelitas. Que através da oração possamos encontrar a vontade de Deus. Amém.”

Escreve a história da própria vida, um livro de confissões extraordinariamente sinceras: “Como me mandaram escrever o meu modo de fazer oração e as graças que o Senhor me fez, eu queria que me tivessem concedido o poder de contar minuciosamente, e com clareza, os meus grandes pecados”. Morre pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Em 1970, Paulo VI proclamou-a Doutora da Igreja.

 Santa Teresa de Ávila, rogai por nós!

Oração: “Ó Santa Teresa de Jesus, vós sois a mestra da genuína oração e nos ensinais a rezar conversando com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ó Santa Teresa, ajudai-nos a rezar com fé e confiança, sem nunca duvidar da bondade divina. Ajudai-nos a rezar com inteira conformidade de nossa vontade com a vontade de Deus, com insistente perseverança até alcançarmos aquilo que necessitamos.”

Amém