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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Santo do dia - 28 de janeiro

São José Freinademetz


José Freinademetz nasceu no dia 15 de abril de 1852, na cidade de Oites, no Tirol do Sul, que na ocasião era território austríaco, mas a cidade hoje se chama Alta Badia e pertence a Itália. Seus pais eram camponeses muito pobres, tiveram treze filhos e formaram uma família muito cristã.

O pequeno José, desde a infância queria ser um missionário. Estudou no seminário diocesano de Bressanone, onde foi ordenado sacerdote em 1875. Depois de três anos de ministério em São Martino, na Alta Badia, com autorização de seu Bispo, ingressou na Sociedade do Verbo Divino, em Steyl, na Holanda, para ser um missionário.

Em 1879, recebendo a cruz dos verbitas, foi enviado para a missão da China. Ficou dois anos em Hong Kong, para adaptação dos costumes, e depois foi enviado para a primeira missão católica em Shandong do Sul, junto com um companheiro da Ordem, o holandês João Batista Anzer.

Os dois missionários encontraram uma comunidade minúscula de cristãos, com menos de duzentos fiéis. Começaram a evangelização com visitas pastorais em todas as vilas, contatando as pessoas e as famílias, pois o total de habitantes era de nove milhões.

Aos poucos o povo se afeiçoou ao caridoso, ativo e incansável Padre José, a quem deram o nome chinês de Padre Fu Shen Fu, que significa Padre Feliz. Com muita oração, fé na Divina Providência e extremo zelo missionário, conseguiram construir a Igreja, o seminário, o orfanato, a tipografia e a escola.

Até que em 1898, Padre José adoeceu e teve de se distanciar de sua querida Shandong, aliás ele só o fez esta única vez. Viajou para Nagasaki, no Japão, para tratar de uma tuberculose que iniciara. Mas retornou logo, mesmo sem estar totalmente curado.

Em 1900, quando a China viveu a rebelião dos Boxer, e os cristãos eram perseguidos por seus integrantes, Padre José permaneceu firme ao lado do seu rebanho, rezando e sofrendo com eles. Recusou viajar para a Holanda e participar das celebrações do jubileu de prata da Congregação do Verbo Divino, que, por sinal, coincidiam com o de sua ordenação.

Sete anos depois o governo chinês declarou uma epidemia de tifo. Padre José, à frente no atendimento e socorro às vitimas, contraiu a moléstia e morreu no dia 28 de janeiro de 1908, em Taikia.

Nesta ocasião, a diocese já contava com quarenta mil adultos convertidos e cento e cinqüenta mil crianças batizadas. A sua entrega à vida missionária no segmento de Cristo e seu amor ao povo chinês ele expressou nesta declaração à um irmão verbita: "Se pudesse reaver a juventude, escolheria outra vez a minha vocação, escolheria ser missionário no sul de Shandong".

Canonizado no ano 2003, pelo Papa João Paulo II, São José Freinademetz é festejado no dia de sua morte, sendo reconhecido o "Padre fundador da Igreja do Sul da província de Shandon". 


São José Freinademetz, rogai por nós!


São Tomás D'Aquino
Doutor da Igreja, professor de teologia, filosofia e outras ciências nas principais universidades do mundo em seu tempo; frei caridoso, estudioso dos livros sagrados, sucessor na importância teórica de São Paulo e Santo Agostinho. Assim era Tomás d'Aquino, que não passou de um simples sacerdote. Muito se falou, se fala e se falará deste Santo, cuja obra perdura atualíssima ao longo dos séculos. São dezenas de escritos, poesias, cânticos e hinos até hoje lidos, recitados e cantados por cristãos de todo o mundo.

Tomás nasceu em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal italiana dos condes de Aquino. Possuía laços de sangue com as famílias reais da Itália, França, Sicília e Alemanha, esta ligada à casa de Aragão. Ingressou no mosteiro beneditino de Montecassino aos cinco anos de idade, dando início aos estudos que não pararia nunca mais. Depois, freqüentou a Universidade de Nápoles, mas, quando decidiu entrar para a Ordem de São Domingos encontrou forte resistência da família. Seus irmãos chegaram a trancá-lo num castelo por um ano, para tentar mantê-lo afastado dos conventos, mas sua mãe acabou por libertá-lo e, finalmente, Tomás pôde se entregar à religião. Tinha então dezoito anos. Não sendo por acaso a sua escolha pela Ordem de São Domingos, que trabalha para unir Ciência e Fé em favor da Humanidade. Este sempre foi seu objetivo maior.

Foi para Colônia e Paris estudar com o grande Santo e doutor da Igreja, Alberto Magno. Por sua mansidão e silêncio foi apelidado de "boi mudo", por ser também, gordo, contemplativo e muito devoto. Depois se tornou conselheiro dos papas Urbano IV, Clemente IV e Gregório X, além do rei São Luiz da França. Também, lecionou em grandes universidades de Paris, Roma, Bologna e Nápoles e jamais se afastou da humildade de frei, da disciplina que cobrava tanto de si mesmo quanto dos outros e da caridade para com os pobres e doentes.

Grande intelectual, vivia imerso nos estudos, chegando às vezes a perder a noção do tempo e do lugar onde estava. Sua norma de vida era: "oferecer aos outros os frutos da contemplação". Sábios e políticos tentaram muitas vezes homenageá-lo com títulos, honras e dignidades, mas Tomás sempre recusou. Escrevia e publicava obras importantíssimas, frutos de seus estudos solitários desfrutados na humildade de sua cela, aliás seu local preferido. Seus escritos são um dos maiores monumentos de filosofia e teologia católica.

Tomás D'Aquino morreu muito jovem, sem completar os quarenta e nove anos de idade, no mosteiro de Fossanova, a caminho do II Concílio de Lion, em 07 de março de 1274, para o qual fora convocado pelo papa Gregório X. Imediatamente colégios e universidades lhe prestaram as mais honrosas homenagens. Suas obras, a principal, mais estudada e conhecida, a "Summa Teológica", foram a causa de sua canonização, em 1323. Disse sobre ele, nessa ocasião, o papa João XXII: "Ele fez tantos milagres, quantas proposições teológicas escreveu". É padroeiro das escolas públicas, dos estudantes e professores.

No dia 28 de janeiro de 1567, o papa São Pio V lhe deu o título de "doutor da Igreja", e logo passou a ser chamado de "doutor angélico", pelos clérigos. Em toda a sua obra filosófica e teológica tem primazia à inteligência, estudo e oração; sendo ainda a base dos estudos na maioria dos Seminários. Para isso contou, mais recentemente, com o impulso dado pelo incentivo do papa Leão XIII, que fez reflorescer os estudos tomistas.

A sua festa litúrgica é celebrada no dia 28 de janeiro ou no dia 07 de março. Seus restos mortais estão em Toulouse, na França, mas a relíquia de seu braço direito, com o qual escrevia, se encontra em Roma.


São Tomás D'Aquino, rogai por nós!

 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Santo do dia - 27 de janeiro

Santa Ângela de Mérici


Ângela Mérici nasceu em 1470, na cidade de Desenzano, no norte da Itália. O período histórico era o do Renascimento e da Reforma da Igreja, provocada pela doutrina luterana. Os pais eram camponeses pobres e muito religiosos. E desde pequena, ela teve seu coração inclinado pela vida religiosa, preferindo a leitura da vida dos Santos.

De fato, sua provação começou muito cedo, na infância, quando ficou órfã de pai. Logo em seguida perdeu a mãe e a irmãzinha, com quem se identificava muito. Assim, ela foi viver na casa de um tio, que a havia adotado, mas que também veio a falecer. Voltou à terra natal. Depois de passar dias e dias chorando, com apenas treze anos, pediu para ingressar num convento, entrando para a Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

Ângela tinha apenas o curso primário e chegou a ser "conselheira" de governadores, bispos, doutores e sacerdotes. Os seus sofrimentos, sua entrega à Deus e a vida meditativa de penitência lhe trouxeram, através do Espírito Santo, o dom do conselho, que consiste em saber ponderar as soluções adequadas para todas as situação da vida.

Ela também, percebeu que naquele momento histórico, as meninas não tinham quem as educassem e livrassem dos perigos morais, e que as novas teorias levavam as pessoas a querer organizar a vida como se Deus não existisse. Para lutar contra o paganismo, era preciso restaurar a célula familiar. Inspirada pela Virgem Maria, fundou a Comunidade das irmãs Ursulinas, em homenagem a santa Úrsula, a mártir do século IV, que dirigia o grupo das moças virgens, que morreram por defender sua religião e sua castidade.

Ângela acabou se tornando a portadora de uma mensagem inovadora para sua época. Organizou um grupo de vinte e oito moças, para ensinar catecismo em cada bairro e vila da região. As "Ursulinas" tinham como finalidade a formação das futuras mães, segundo os dogmas cristãos. Ângela teve uma concepção bastante revolucionária para sua época, quando se dizia que uma sólida educação cristã para as moças só seria possível dentro das grades de uma clausura.

Decidiu que era a hora de fazer a comunidade se tornar uma Congregação religiosa.Consta, pela tradição, que antes de ir à Roma para dar início a esse projeto, quis fazer uma peregrinação em Jerusalém. Assim que chegou, ficou cega. Visitou os Lugares Sagrados e os viu com o espírito, não com os olhos. Só recobrou a visão, na volta, quando parou numa pequena cidade onde existia um crucifixo milagroso, foi até ele, rezou e se curou. Anos depois, foi recebida pelo papa Clemente VII, durante o Jubileu de 1525, que deu início ao processo de fundação da Congregação, que ela desejava.

Ângela a implantou na Bréscia, dez anos depois, quando saiu a aprovação definitiva. E alí, a fundadora morreu aos setenta e cinco anos, em 27 de janeiro de 1540 e foi canonizada, em 1807. Santa Ângela de Mérici, atualmente, recebe as homenagens no dia de sua morte.



Santa Ângela de Mérici, rogai por  nós!


domingo, 26 de janeiro de 2020

Evangelho do Dia

Evangelho Cotidiano 

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

3º Domingo do Tempo Comum

Anúncio do Evangelho (Mt 4,12-23)

  — O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.

Ao saber que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia, no território de Zabulon e Neftali, para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: ”Terra de Zabulon, terra de Neftali, caminho do mar, região do outro lado do rio Jordão, Galileia dos pagãos! O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz, e para os que viviam na região escura da morte brilhou uma luz”.  Daí em diante Jesus começou a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”.

Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”.  Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram. Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai Zebedeu consertando as redes. Jesus os chamou. Eles imediatamente deixaram a barca e o pai, e o seguiram.  Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Santo do dia - 26 de janeiro

Santa Paula Romana

Paula nasceu no ano de 347 em Roma, descendia de tradicional família da nobreza desta corte. Aos quinze anos casou-se com Taxozio, que embora pagão, tolerava os cristãos. Ela era riquíssima e vivia no esplendor da opulência da aristocracia romana. Porém esta condição social não afetou seu caráter, não era uma pessoa orgulhosa o que a fazia ser amada e respeitada por todos, ricos ou pobres.

Teve cinco filhos todos educados dentro da religião cristã. Sua vocação religiosa sempre foi muito forte, sentindo-se atraída pelo ideal ascético de outras damas da corte que, em Aventino, viviam em comunidade na casa de Marcela, hoje Santa. Ela transformara sua moradia quase num convento, onde se dedicavam às orações, caridade, penitência e a aprenderem a Palavra de Deus.

Em 379, Paula ficou viúva . Ao lado da filha Eutóquio, cujo nome escreve-se assim mesmo, decidiu ingressar na comunidade de Marcela, que então já era orientada por Jerônimo, Bispo de Hipona, que depois se tornou um Santo e Doutor da Igreja e cujo pensamento continua a influenciar o rumo da Igreja de Roma.

Não demorou muito tempo, Paula e a filha transformaram sua casa num mosteiro. Nela hospedou Epifanio, Bispo de Constança, que junto com Jerônimo e Paulino, Bispo da Antioquia chegaram em Roma para o sínodo de 382. Com ele, Paula pode conhecer melhor a vida monástica dos eremitas egípcios. Depois, os dois bispos partiram e Jerônimo ficou em Roma como secretário do Papa Dâmaso. Então ele passou a guiar pessoalmente o mosteiro de Marcela orientando espiritualmente as religiosas e formulando as regras da nova comunidade.

Mais tarde com a morte do Papa, Jerônimo voltou para sua diocese no Oriente, acompanhado por Paula, Eutóquio e outras religiosas. Elas foram peregrinar na cidade santa da Palestina e por todos os outros lugares Santos. Quando chegaram em Belém, Paula decidiu fixar sua residência ali.

Logo ela construiu dois mosteiros, um hospital e uma pousada para peregrinos dedicando-se ao ensinamento litúrgico e ao estudo da Palavra de Deus. A vida era rústica e Paula se tornou o exemplo na oração, penitência e caridade, executando os serviços mais humildes e atendendo os pobres e doentes. Para estes, ela dispôs de todos os seus bens e sua vida. Patrocinou inclusive muitos religiosos, especialmente Jerônimo, que graças à Paula pôde completar sua grandiosa obra de comentários e versões.

Ela morreu no ano 404 em Belém, e foi sepultada na Gruta de São Jerônimo na Igreja da Natividade nesta cidade, na Palestina. Seu culto se difundiu por todo o mundo católico, graças à São Jerônimo que escreveu sua biografia. A igreja confirmou a festa de Santa Paula Romana que se realiza no dia 26 de janeiro. 


 Santa Paula Romana, rogai por nós!


São Timóteo

O calendário da Igreja volta a homenagear Timóteo, agora juntamente com Tito, por terem ambos vivenciado toda a experiência de São Paulo, escolhendo por este motivo, o dia após a celebração da conversão do apóstolo. Os dois têm suas páginas individuais, destacando suas vidas.

Um santo muito antigo, venerado há muitos e muitos séculos, morreu no ano de 97. Timóteo era o "braço direito" do apóstolo Paulo, seu grande amigo e companheiro, sendo considerado, ao lado do mestre, como o primeiro e corajoso pregador do cristianismo. Quase sempre evangelizaram juntos, mas por várias vezes, Paulo o mandou como representante, em quase todos os lugares importantes daquela época, enquanto ele próprio abria novos caminhos.

Timóteo nasceu em Listra, Ásia. Seu pai era grego e pagão, a mãe se chamava Eunice e era judia. Foi educado dentro do judaísmo. Assim, quando o apóstolo Paulo esteve naquela cidade, tanto sua avó, mãe e ele próprio, então com vinte anos, se converteram. A partir daí, Timóteo decidiu que o seguiria e nunca mais se afastou do santo apóstolo.

Fiel colaborador de Paulo, o acompanhou em suas viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e Roma. Exceto quando ele o enviava para algumas missões nas igrejas que tinham fundado, com o objetivo de corrigir erros e manter a paz. Como fez em Tessalônica, com o seu aspecto de rapaz frágil. Porém "que ninguém despreze a tua jovem idade", lhe escreveu Paulo na primeira das duas cartas pessoais. E aos cristãos de Corinto o apresenta assim: "Estou lhes mandando Timóteo, meu filho dileto e fiel no Senhor: manterá em suas memórias os caminhos que lhes ensinei".

Na Palestina, o apóstolo ficou preso durante dois anos e tudo indica que Timóteo foi seu companheiro nessa situação também. Mas ao final deste período, ele foi colocado em liberdade, enquanto Paulo era levado para Roma.

Quando Paulo retornou, por volta do ano 66, Timóteo era o bispo de Éfeso e, com este cargo, foi nomeado pelo apóstolo para liderar a Igreja da Ásia Menor. As epístolas de Paulo, à ele endereçadas, viraram pura literatura cristã e se tornaram documentos preciosos de todos os tempos, como leme e bússola para a Igreja. 


Mas, a sua morte nos ilustra muito bem o que era ser cristão e apóstolo naquela época. Durante uma grande festa onde era adorada a deusa Diana, Timóteo se colocou no centro dos pagãos e, tentando convertê-los, iniciou um severo discurso criticando e repreendendo o culto herege. Como resposta, os pagãos o mataram a pedradas e pauladas.

O apóstolo Paulo, escreveu a segunda carta a Timóteo estando de novo na prisão, a espera de sua morte: "Procure vir para junto de mim". Muitos, de fato, o haviam abandonado; o fiel Tito estava na Dalmácia; o frio o fazia sofrer e ele recomenda a Timóteo; "Traga-me o manto que deixei em Troadi".



São Timóteo, rogai por nós!


São Tito
Tito veio do mundo pagão e Timóteo veio do mundo judeu. Trabalharam com o apóstolo Paulo, que os liderou sem lhes tirar o brilho. E deu à eles "a gloria de uma perene lembrança", como disse Eusébio de Cesarea no primeiro milênio, e será ainda assim nos outros que se seguirão: toda a Igreja os veneram juntos. Mas suas trajetórias foram tão distintas, que são relatadas em páginas individuais.

As únicas informações concretas nos são dadas pelas cartas do apóstolo Paulo. Tito era grego e pagão. Ainda jovem se converteu ao cristianismo e se tornou companheiro e inestimável colaborador do apóstolo. Quando Paulo disse a Tito: "Isto deves ensinar, recomendar e reprovar com toda autoridade", fez surgir um outro grande evangelizador, que permaneceu trabalhando ao seu lado.

Encarregado pelo apóstolo para executar importantes missões, foi uma vez a Jerusalém para entregar a importância duma coleta em favor dos cristãos pobres. . "Meu companheiro e colaborador" como escreveu o apóstolo na segunda carta aos Corintos. Companheiro dos momentos importantes, como a famosa reunião do concílio de Jerusalém, que tratou da necessidade de renovação e diversificação dos ritos devido a evangelização no mundo pagão. Tito, porém, foi também um mediador persuasivo, e entusiasmou Paulo resolvendo uma grave crise entre ele e os Corintos.

Entre os anos 64 e 65, tendo sido libertado da prisão romana o apóstolo Paulo foi com ele para a ilha de Creta, onde fundou uma comunidade cristã, que confiou à Tito. Mais tarde, visitou a Paulo em Nicópolis. Voltou novamente à Ilha de Creta, onde recebeu uma carta do próprio mestre, Paulo, que figura entre os livros sagrados. Depois, retornou à Roma para se avistar com o apóstolo que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso.

Segundo a tradição mais antiga, Tito permaneceu como bispo de Creta até sua morte, que ocorreu em idade avançada, por causa natural e não por martírio. Ele teria conservado a virgindade até a morte. São Paulo o chama repetidamente "meu companheiro e colaborador", e na segunda carta aos Corintos, num momento de especial amargura, diz: "Deus me consolou com a chegada de Tito".

As três cartas escritas pelo apóstolo Paulo a estes dois discípulos têm alto valor, pelo conteúdo exclusivamente pastoral, de tal modo que podem ser consideradas como primeiro guia pastoral dos bispos de todos os tempos. 


São Tito, rogai por nós!
  

sábado, 25 de janeiro de 2020

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO. CONFESSAI-VOS BEM !!! - Parte 2

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO.
CONFESSAI-VOS BEM !!!


 

Parte II.

       2. O funestíssimo “por quê”

 

D. — Diga-me, Padre; qual será o primeiro “por quê” de tantas confissões mal feitas?

M. — Os “por quês” podem ser diversos, mas o principal é sem dúvida “o medo”, ou seja a maldita vergonha pela qual o demônio fecha a boca de muitos, fazendo-os calar ou confessar mal certos pecados ou o número deles. Você sabe como é que o demônio age quando quer induzir alguém ao pecado? Cerca o infeliz de mil maneiras, vai-lhe sugerindo:

 

“— Ora, cometa à vontade esse pecado... Afinal não é assim tão grave. Deus é bom... Ele não o quer castigar... Depois, com uma confissão Ele o perdoa e esta tudo acabado..." E assim, batendo hoje, batendo amanhã, e sempre na mesma tecla, o demônio acaba triunfando, ou seja fazendo cometer e talvez até repetir os pecados. Depois, então, quando o coitado, roído pelo remorso, resolve confessar-se, o demônio muda de tática. Novamente trata de impedir que Deus tome conta dessa alma, dizendo:

 

— “Como ousas confessar esse pecado? O confessor ficará surpreendido, há de ralhar contigo, levá-lo-á a mal e é provável que te negue a absolvição. Ora, vamos, não temas, confessar-te-ás depois... Há tempo de sobra... Há sempre tempo para isso.

— E assim o mais das vezes fecha a boca de quem estaria quase resolvido a falar e induz os pobres infelizes a se calarem e a cometerem


“Como ousas confessar esse pecado?”

 

D. — É esta mesmo a tática do demônio?

M. — Certamente! Ele mesmo o confessou a Santo Antonino, arcebispo de Florença. Um dia, tendo o santo visto o demônio junto do confessionário, perguntou-lhe:

 

O quê fazes aí?

Estou esperando para fazer a restituição.

Qual restituição? Fala, ou ai de ti.

Venho restituir aos pecadores a vergonha e o medo que lhes roubei quando os fiz cometer os pecados. .

 

D. — Se não me engano, parece-me que li que D. Bosco também viu o demônio em circunstâncias análogas.

M. — Justamente! E ouça como foi:

Certa noite, estava o santo confessando no coro da Igreja de São Francisco de Sales em Turim; era grande o número de jovens ali reunidos, esperando que chegasse a sua vez. Pelo confessionário passam dez, passam vinte, e chega finalmente um que, tendo já feito uma parte da confissão, pára de repente.



— Continue, diz-lhe D. Bosco, que por inspiração divina lia na consciência dos seus filhos.

— Continue! E o resto?

— Não há mais nada, Padre, mais nada!

Não temas, meu filho, continua o Santo, o Confessor não ralha, não castiga, perdoa sempre, perdoa sempre, perdoa tudo em nome de Deus; tem coragem... confessa-te bem...

— Não há mais nada! Nada mais!...

Mas por que, meu filho, queres, com uma confissão sacrílega, dar prazer ao demônio... causar tristeza a Jesus, fazê-lo chorar?

— Garanto-lhe Padre, que não tenho mais nada a dizer!

 

D. Bosco que vê o perigo que o infeliz jovem corre, inspirado por Deus, abandona a luta inútil e diz:

— Pois bem, olha quem está atrás de ti!

O rapaz vira-se de repente, solta um grito agudo e, agarrando-se ao pescoço de D. Bosco exclama:

— Sim Padre, eu tenho mais este pecado...

E conta o pecado que não ousava confessar... Os companheiros que estavam na igreja ouviram o grito; assim que saíram, cercaram o rapaz, e, curiosos, queriam saber o que tinha acontecido. E ele sorrindo, apesar de estar ainda um tanto assustado:

Se vocês soubessem... Eu tinha cometido uma falta que não ousava confessar. D. Bosco leu meu coração... e eu vi o demônio que, sob a figura de um gorila de olhos de fogo e garras afiadas, estava pronto para me agarrar!

 

D. — D. Bosco era um Santo! Que sorte confessar com um Santo; não é, Padre?

M. — Todos os confessores representam Jesus Cristo e Jesus Cristo é sempre Santo; Ele tudo sabe, Ele vê tudo, tem pena de todos, perdoa tudo!

 

D. — Mas mesmo assim o demônio procura enganar e trair nas confissões?

M. — Justamente; em todas as ocasiões. Assim como o lobo agarra as ovelhas pela garganta para que não gritem, e as carrega e as devora, assim também faz o demônio com certas almas; agarra-as pela garganta afim de que não confessem os pecados e as arrasta miseravelmente para o inferno.

 

D. — Que espertalhão malvado! Mas haverá quem, depois de enganado uma vez, se deixe levar por esse impostor?

M. — Há muitos, muitíssimos, infelizmente! Ai daquele que começa a seguir por esse caminho! São geralmente os que cometem pecados contra a pureza que enveredam por tal caminho!

Geralmente não há dificuldade em confessar os pecados contra a fé, os pecados de blasfêmias, os de profanação dos dias festivos, os de desobediência, de vingança e mesmo os de furto; mas quando se trata de acusar pecados de impureza, ou ter que acrescentar certas circunstâncias que os acompanharam, ou ainda quando se trata de dizer o número bastante considerável dessas faltas, então uma maldita vergonha surge e fecha sacrilegamente a boca do penitente.

 

De mais a mais, a confissão sacrílega geralmente não fica sozinha. Depois de uma vem outras e assim essas almas infelizes continuam durante anos e anos, e além disso acrescentam a essas confissões mal feitas outras tantas Comunhões sacrílegas. E não raro, acontece que aqueles que, tendo começado a esconder pecados graves desde as primeiras confissões, chegam a uma idade avançada sem nunca fazerem uma boa confissão e sem nunca repararem a desordem de suas almas.

 

É inacreditável, nota o Padre da Bérgamo, é inacreditável como o medo e a vergonha são comuns principalmente entre os moços. Daí vem o hábito de continuar a calar os pecados para não sofrer a humilhação, o sacrifício de confessá-los. S. Leonardo afirma ter tido a seus pés pessoas que, mesmo em perigo de morte não puderam vencer a vergonha que lhes fechava a boca.

S. Afonso recomenda aos padres que falem freqüentemente nos seus sermões com calor, com insistência, sobre esse perigo da vergonha que faz calar e insiste para que façam ver ao povo como as confissões mal feitas arruínam as almas, porque essa praga das confissões sacrílegas reina por toda a parte, principalmente nos lugarejos. E, como é comum que fatos e exemplos impressionem o povo, sugere aos padres que contem muitos exemplos de almas que se perderam por causa de pecados não confessados.

 

D. — Conte alguns, Padre!

M. — Com muito prazer!

Conta-se que uma menina de sete anos tinha tido a infelicidade de cometer certos atos impuros. Envergonhada, não ousou confessá-los na ocasião e nem mais tarde. Tendo adoecido gravemente, chamou o confessor, recebeu o Santo Viático, a Extrema-Unção e morreu! Todos, mãe, irmãs, e amigas lamentaram a sua perda, mas era para elas um conforto julgá-la salva e santa.

Porém, três dias depois do enterro, quando o Sacerdote se aproximava do altar para celebrar em sufrágio de sua alma, sentiu que o seguravam pelo braço, e uma voz triste e comovente lhe dizia baixinho:

Padre, não reze por mim porque eu estou condenada! Condenada por certos pecados que ocultei na confissão desde os sete anos.

 

Uma outra menina de 13 anos na ocasião da Páscoa tinha comungado junto com as companheiras: mas eis que, logo depois de recebida a santa partícula tem um estremecimento, contorce-se e cai por terra. Os presentes acodem assustados e a carregam para uma casa vizinha. Acabada a função, o Vigário se apressa a correr à cabeceira da menina que continua a delirar e debater-se; chama-a pelo nome e diz-lhe:

 

— Coragem, confia tudo a Jesus, àquele Jesus que recebeste na Comunhão! Ouvindo essas palavras, ela arregala os olhos e, horrorizada exclama:

A Jesus?!... A Jesus?! Ah não! Eu o recebi mal, eu cometi um sacrilégio escondendo certos pecados na confissão.

— E, continuando a debater-se, expira pouco depois diante dos presentes comovidos e penalizados.

 

M. — O quê me diz desses exemplos?

D.Digo que são terríveis e bastante para demonstrar como é grande o mal das confissões mal feitas.

 

M. — Não estranhe, portanto a nossa insistência sobre a sinceridade requerida para as confissões. Eu, que, desde os primeiros anos de Sacerdócio, por graça de Deus, tive a sorte de começar a catequizar e a pregar para jovens e adultos e continuo ainda hoje a exercitar-me nesta obra consoladora e frutuosíssima, nunca perdi o hábito de falar freqüentemente sobre a necessidade da confissão sincera e posso dizer que nunca me arrependi.

Ah! quantos jovens e adultos eu consolei, reconduzi ao bom caminho; quantos eu salvei nos Exercícios Espirituais, nas Missões e mesmo nas simples conferências e palestras!

D. — Tem razão, Padre; de fato, nenhum sermão é ouvido de tão boa vontade como os que versam sobre a confissão.

 

 

3. Ai daquele que começa.

 

 

D. — Padre, se é assim tão fácil encontrar quem se deixe enganar pelo demônio e se cala, renovando o sacrilégio na confissão por quê é que os sacerdotes e os confessores não indagam, não interrogam os penitentes para impedir as confissões mal feitas?

M. — Coitados dos sacerdotes e dos confessores! Infelizmente eles sabem e vêm que algumas almas deixam muito a desejar, mas em geral receiam ser indiscretos interrogando e esclarecendo certas coisas. Até pelo contrário, com certas pessoas, não ousamos, parece-nos imprudência interrogar.

Um pai ou uma mãe gostam de fazer sempre bom juízo dos seus filhos, e ficam penalizados quando têm que duvidar da sua conduta, da sua sinceridade, da sua inocência. Do mesmo modo sente o pobre sacerdote no que diz respeito aos próprios filhos espirituais e penitentes.

 

D. — E então?

M. — E então, continua-se em tal vida até que Deus intervenha com a sua mão providencial.

Eis porque por ocasião dos Exercícios Espirituais, das Missões, da Páscoa e de outras tantas festividades do mesmo gênero encontram-se muitas almas, as quais, tendo tido a desgraça enorme de calar uma vez certos pecados na confissão e continuaram depois com sacrilégios durante anos e anos até o dia em que, tocados por graça especial, podem finalmente abrir os olhos e tranqüilizar a consciência por tanto tempo torturada pelo remorso.

 

Pregavam-se os Exercícios em uma paróquia do Piemonte. Havia já alguns dias que tinham começado as confissões e desde o princípio eu notara uma pessoa de aspecto triste e indizivelmente constrangida que rondava o confessionário. Não fazia, porém, muito caso disso, quando eis que uma noite ela caiu aos meus pés e disse:

— Padre, ajudai-me; eu sou uma infeliz. Há quinze anos que eu me confesso mal; só fui capaz de cometer sacrilégios... e desatou em pranto.

— Pois bem, cria coragem, eu respondi, Deus será misericordioso; para a senhora também Jesus será infinitamente bom. Diga-me: quantos anos tem? Como é que enveredou por esse caminho?

 

— Tenho vinte e sete anos; quando tinha doze apenas, por causa de uma curiosidade ilícita eu cometi um pecado que não ousei confessar. Com tal sacrilégio, aproximei-me da mesa da Comunhão e, desde aquele dia até hoje os pecados e sacrilégios sucederam-se uns aos outros. Rezei muito, chorei muito, fiz romarias mas tudo em vão! Confessava-me todos os meses e até com mais freqüência por ocasião dos Exercícios Espirituais; repetia as confissões gerais mas esses pecados eu sempre os escondi, por pura vergonha.

 

— E a senhora estava satisfeita com as suas Confissões: Comungava tranquilamente?

— Oh, Padre! se soubésseis como os remorsos amargos atormentavam o meu coração, cravando-se nele como espinhos agudos!

— Mas então por quê continuava sempre do mesmo modo?

Porque fui uma tola, eis tudo... Um medo indizível das reprimendas do confessor fechava-me a boca e um exagerado respeito humano das minhas companheiras arrastava-me para a Comunhão nesse estado.

— Há quanto tempo confessou-se pela ultima vez?

— Ah! Padre! confessei-me já três vezes durante esta Missão, com três confessores diferentes, sempre com o firme propósito de acabar com isto de uma vez por todas e dizer tudo. Mas, chegando ao ponto terrível, sentia um nó cruel que me apertava a garganta e assim calava-me.

— E agora, como conseguiu manifestar-se?

Padre, o vosso sermão de hoje sobre a necessidade absoluta da confissão bem feita, aquelas palavras tantas vezes repetidas “experimentem e verão o quanto Jesus é bom”, comoveram-me e foi então que decidi falar, custasse o que custasse.

 

Ajudada pelo confessor ela fez uma confissão geral das mais consoladoras, tendo recebido a absolvição, não parava de repetir:

— Agora chega, Padre, chega de pecados e sacrilégios. Direi a todos que experimentei e que vi como Jesus é bom!...

 

D. — São fatos que consolam, não é Padre?... E ainda bem que reconhecem suas faltas!

M.Mas quantos não as reconhecem mesmo em ponto de morte! É uma coisa muito triste, mas infelizmente verdadeira; não raro há moribundos que às portas da morte, teimam em esconder os pecados não confessados ou mal confessados desde a juventude, nesse estado deplorável passam para a eternidade.


 

“Tirem da minha frente este Cristo, não preciso dele!”

 

D. — Coitados!

M. — Pode chamá-los desgraçados! Ai de quem começa.

 

D. — Mas a misericórdia infinita de Deus não vem em auxílio?

M. — Você pode supor que Deus queira sempre, na hora da morte, usar de misericórdia com quem durante toda a vida abusando dessa misericórdia, injuriou-O com sacrilégios? E além disso na maioria dos casos, nem invocam essa misericórdia; pelo contrário, muitas vezes a desprezam. Aqui também quero persuadi-lo com fatos.

 

O Padre dal Rio conta que uma jovem empregada se confessava freqüentemente, pois que a patroa exigia, mas por vergonha e teimosia calava os pecados desonestos. Uma ocasião ela caiu gravemente enferma; sempre por causa da solicitude da patroa, confessou-se, e mais de uma vez, sacrílegamente. Depois que a curaram com muitos cuidados, chegava até a caçoar com as amigas pondo em ridículo o zelo da patroa e do confessor para induzi-la a fazer uma boa confissão.

Tendo adoecido pela segunda vez e mais gravemente do que da primeira, a patroa tornou a chamar o sacerdote o qual acudiu com presteza. Com toda a piedade e paciência que Deus concede em casos análogos, o padre procurou induzir a infeliz a uma sincera e dolorosa confissão. Mas tudo em vão! Sempre teimosa, perseverou durante a longa agonia no propósito de se esquivar e de se calar, recusando-se até a repetir a jaculatória e as invocações sugeridas pelo confessor; mostrava-se aborrecida com tudo aquilo e com a presença do Padre.

 

E, quando por fim vendo que chegava o momento da morte, o sacerdote lhe pediu que beijasse o crucifixo, ela com um esforço supremo o afastou com maus modos e olhando-o com desprezo disse:

—Tirem da minha frente este Cristo, não preciso dele!

— E voltou-se para o outro lado; assim com um suspiro horrível expirou aquela alma impenitente e sacrílega. Ai daquele que começa!

 

O Padre Agostinho de Fusignano conta-nos um fato análogo, que se deu na sua presença. Uma mulher infeliz escondia na confissão os pecados mais graves. Apesar dos sermões ouvidos contra essa vergonha sacrílega, apesar das mais amorosas exortações, apesar do mais agudo remorso da consciência ela não soube aproveitá-los. Cansada a misericórdia de Deus de esperar, feriu-a com uma doença violenta que a pos em ponto de morte. O confessor foi chamado prontamente, mas a infeliz assim que o viu, exclamou:

— Padre, chegastes a tempo para ver uma mentirosa penitente ir para o inferno. Eu me confessava com freqüência, mas deixava sempre os pecados mais graves.

— Pois bem, confesse-os agora, respondeu o confessor.

— Não posso, não posso, gritou desesperada a infeliz. O tempo da misericórdia já passou; é chegado o momento da justiça!



E, delirando e contorcendo-se raivosamente, expirou, deixando em todos os presentes a mais triste e horrível impressão. Aqui também não será demais repetir: Ai daquele que começa!

 

Santo Afonso conta o caso de um senhor cuja conduta era aparentemente boa; fazia, porém, más confissões. Tendo adoecido gravemente, foi visitado pelo Vigário o qual suplicou-lhe que recebesse os sacramentos pois estava em perigo de vida. Mas o enfermo recusava-se a confessar.

— E por que meu caro senhor não quer confessar-se? Ah! respondeu o doente, é porque estou condenado! E Deus, para castigar os meus sacrilégios, tira-me a vontade e a força de repará-los.

Dito isto, começou a morder a língua, a debater-se desesperadamente, gritando: “Maldita língua, maldito silêncio, malditos sacrilégios”. Não foi possível convencê-lo, até que miseravelmente morreu.

 

D. — Chega Padre! São coisas que arrepiam a gente. Eu por mim não quero cometer sacrilégios.

M. — Mantenha essa santa resolução. Por que deixar-se dominar pelo demônio mudo, pisar o Sangue de Jesus Cristo, mudar o remédio em veneno e obrigá-lo a nos condenar, quando pelo contrário, Ele quer a nossa salvação?