Bento 16 não se referiu de forma direta aos casos de abusos sexuais cometidos por religiosos contra crianças.
"Nós cristãos nos últimos tempos temos evitado a palavra penitência, que parecia dura, mas agora, sob os ataques do mundo, que nos falam dos nossos pecados, vemos que poder fazer penitência é uma graça, vemos como é necessário fazer penitência", afirmou o papa durante uma cerimônia na Capela Paulina, no Vaticano.
"Abrir-se ao perdão, preparar-se ao perdão, e se deixar transformar. A dor da penitência, isto é, da purificação e da transformação, esta dor é graça, porque é renovação, obra da Misericórdia divina."
‘Ditaduras’
O papa falou sobre penitência ao refletir sobre a primazia da obediência a Deus, que concedeu a Pedro a liberdade de se opor ao Sinédrio, a corte suprema judia, que tinha a missão de administrar a justiça aplicando a Torá, a Lei de Moisés.
"É preciso obedecer a Deus e não aos homens. A obediência a Deus dá a Pedro a liberdade de se opor à suprema instituição religiosa. Nos tempos modernos, teorizou-se a liberação do homem, inclusive da obediência a Deus, o homem seria livre, autônomo e nada mais. Mas isto é uma mentira, que a chamada autonomia não libera o homem", disse Bento 16.
Na homilia o papa disse que, as "ditaduras nazista e marxista", que não podiam aceitar um Deus sobre o poder ideológico, não existem mais, mas há outras formas de ditaduras.
"Hoje, graças a Deus, não vivemos em ditaduras, mas existem formas mais sutis de ditaduras, um conformismo que leva a agir como agem todos e que pode ser uma verdadeira ditadura", afirmou.
Fonte: BBC Brasil
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