São Berardo e companheiros mártires
Em 1219, São Francisco enviou esses missionários para a Espanha, que
estava tomada por mouros. Passaram por Portugal a pé, com dificuldades.
Dependendo da Divina Providência, chegaram a Sevilha. Ali começaram a
pregar, principalmente como testemunho de vida. Eram 3 sacerdotes e dois
irmãos religiosos que incomodaram muitas pessoas ao anunciar o
Evangelho. Acompanhado pelo testemunho, teve quem abrisse o coração para
Cristo e as conversões começaram a acontecer.
Pregaram até para o rei
mouro, porque, também ele merecia conhecer a beleza do Santo Evangelho.
Porém, anunciar o Evangelho naquele tempo, como nos dias de hoje,
envolve riscos e eles foram presos por isso. Por influência do rei
mouro, eles foram deportados para Marrocos e, ao chegarem lá,
continuaram evangelizando; uma pregação sobre o reino de Deus, sobre o
único amor que pode converter.
Graças a Deus, devido aos sinais, principalmente àquele tão concreto
de Deus, que é a conversão e a mudança da mentalidade, as pessoas
começaram a seguir Cristo e a querer o batismo. Mas isso incomodou
também o rei mouro que, influenciado por fanáticos, prendeu os cinco
franciscanos, depois os açoitou e decapitou.
Os santos mártires que, em 1220, foram mortos por causa da verdade, hoje, intercedem por nós.
São Francisco, ao saber da morte dos seus filhos espirituais, exultou
de alegria, pois eles tinham morrido por amor a Jesus Cristo.
São Berardo e companheiros mártires, rogai por nós!
São Marcelo I
No início do ano 304 com a morte do Papa Marcelino, a Igreja viveu
um longo e confuso período de sua história, recheado de incertezas e de
perseguições, que a desorganizou, inclusive internamente. Neste quadro,
apareceu a singela figura de Marcelo I, confundido por muitos anos com o
próprio Marcelino pois, alguns biógrafos acreditaram que eram a mesma
pessoa e outros historiadores afirmaram, que ele havia sido apenas um
padre. Vejamos como tudo se esclareceu e a relevância deste Papa e
Santo, para a Igreja.
Os anos trezentos, também para o Império Romano não foram nada
agradáveis, pois já se delineava a sua queda histórica. O imperador
Diocleciano que se mostrava um tirano insensato e insano, também já não
governava por si mesmo, era comandado pelo "vice" Gelásio. Foi a mando
dele, que Diocleciano decretou a mais feroz, cruel e sangrenta
perseguição aos cristãos, estendida para todos dos domínios do Império. E
continuou, após a sua morte, sob o patrocínio do novo imperador
Maxêncio.
A Cátedra de São Pedro vivia num período de "vicatio", como é chamado o
tempo de ausência entre a eleição legítima e a entrada de um novo
pontífice. Foi uma época obscura e de solavancos para toda a Igreja, que
agonizava com a confusão generalizada provocada pelas heresias e pelos
"lapsis", esta figura sombria que surgira em conseqüência das
perseguições.
Em 27 de maio de 308, foi eleito o Papa Marcelo I, um presbítero de
origem romana, humilde, generoso, de caráter firme e fé inabalável. Ele
assumiu a direção da Igreja, após quatro anos da morte do seu
predecessor e se ocupou da difícil tarefa de sua reorganização.
O seu pontificado, ao contrário do que se imaginava, ficou muito bem
atestado pelas fontes da época. Nestes relatos se constatou o
comportamento pós-perseguição que a Igreja teve com os "lapsis" ou
"renegados", como eram chamados os cristãos que, por medo, haviam
publicamente renunciado a Fé em Cristo.
A esse respeito, existe o registro de um elogio feito ao papa Marcelo I
pelo papa Damásio I em 366, com muita justiça. Enquanto muitos bispos do
Oriente pediam a excomunhão destes cristãos, especialmente para os que
faziam parte do clero, ele se mostrou rigoroso mas menos radical.
Severo, decidiu que a Igreja iria acolhê-los, depois de um período de
penitência. Também, determinou que nenhum concílio podia ser convocado
sem a prévia autorização do papa.
Mas acabou sendo preso por ordem do imperador Maxêncio, que o exilou e
obrigou a trabalhar na sua própria igreja, a qual fôra transformada em
estábulo. Morreu em conseqüência dos maus tratos recebidos, no dia 16 de
janeiro de 309.
A Igreja declarou Marcelo I santo e mártir da fé, para ser festejado
nesta data . As suas relíquias estão guardadas na Cripta dos Papas no
cemitério de Santa Priscila, em Roma.
São Marcelo I, rogai por nós!
São Tamaro
Sabemos que no século cinco houve a grande invasão dos vândalos no
norte da África liderados pelo rei Genserico. Eles promoveram a
separação entre a nova população vândala e os cidadãos romanos. Em
conseqüência, muitos padres acabam expulsos da África, incluindo
Tammaro.
Os registros mostram que após de serem ameaçados os sacerdotes foram
embarcados num navio que ficaria à deriva até atracar próximo da costa
sul da Itália. Alí os sobreviventes desembarcaram e iniciaram uma
caminhada de pregação do Evangelho ao longo dessa península.
Segundo a tradição, o sacerdote Tammaro foi um aluno da escola de Santo
Agostinho, embora não haja registros que comprovem esse fato. E ainda,
segundo os estudiosos, Tammaro se tornou um monge eremita na região de
Caserta. Devido à sua sabedoria e solidariedade, o povo o teria aclamado
bispo.
São muitos os registros da veneração que o povo tinha por esse
religioso, principalmente os calendários litúrgicos antigos, além das
inúmeras igrejas erguidas em sua homenagem.
Mesmo tendo deixado poucos dados e testemunhos de sua vida, a recordação
e veneração de seu nome se mantiveram vigorosos ao longo dos séculos
chegando aos nossos dias.
Sabe-se que o seu culto teria surgido na região do Benevento,
especificamente onde hoje está a cidade de Nápoles. No século dezessete,
os habitantes o proclamaram como seu padroeiro difundindo amplamente o
seu culto.
Tammaro morreu por volta do ano 490, com a idade já avançada, na Vila
Literno e foi sepultado na Catedral de Benevento, Itália. As relíquias
foram colocadas em uma urna de mármore a qual resistiu ao bombardeio que
destruiu a igreja onde estava para salvaguarda durante a Segunda
Guerra Mundial.
Hoje, uma parte dessas relíquias encontra-se em Grumo Nevano, na
Basílica dedicada à Santo Tammaro, que é venerado em 16 de janeiro.
São Tamaro, rogai por nós!