Santo Arnaldo Janssen
Arnaldo Janssen nasceu em Goch, na Baixa Renânia, Alemanha, em 05 de
novembro de 1837. Ele era o segundo filho de uma família numerosa de
cristãos fervorosos de classe média e se tornou um gigante por sua obra
de fundador e pela atividade fecunda do seu apostolado, junto aos
pobres, migrantes, clérigos e fiéis.
Após concluir o estudo colegial na diocese de Gaesdonck em 1855, seguiu
para Munster , ingressando na real academia da Prússia para estudar
matemática, ciências naturais e filosofia. Dois anos depois seguiu para a
universidade de Bonn, na Alemanha, onde se diplomou e obteve a
habilitação para lecionar todas as matérias do colegial. Assim, tendo
apenas 20 anos já era professor.
Pouco depois, entrou no Seminário de Munster e se consagrou sacerdote em
05 de agosto de 1861. Por quase doze anos, se dedicou ao ensino na
escola pública e ao Apostolado da Oração como diretor na diocese, em
Munster. Neste período amadureceu a idéia de se dedicar exclusivamente a
obra missionária. Decidiu e renunciou aos cargos de professor e
diretor. Este foi o derradeiro passo para o início de sua atividade de
fundador.
Em 1873 fundou uma revista mensal chamada de "O pequeno mensageiro do
Sagrado Coração", com o objetivo de informar os fiéis da necessidade de
missionários no país e no exterior. Em 1874, conheceu o bispo de Hong
Kong , percebendo que suas angustias eram as mesmas, teve a inspiração
de fundar uma congregação missionária, que pudesse suprir as
necessidades dos clérigos e dos fiéis.
No ano seguinte, instituiu na cidade de Steyl, Holanda, a primeira
comunidade missionária de origem alemã, para a formação de sacerdotes e
irmãos, que recebeu o nome de Sociedade do Verbo Divino. Padre Arnaldo
resolveu que a base de formação sacerdotal teria a Regra da Terceira
Ordem Dominicana. Nos anos que se sucederam, as obras e o apostolado se
expandiram para o Extremo Oriente, América e África.
Depois, fundou a Congregação das Missionárias Servas do Espírito Santo
em 1889, e a das Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua em 1896,
em Steyl. As três congregações foram fundadas na Holanda, porque alí os
cristãos eram menos perseguidos e as chances de um possível fechamento
das casas seria menor.
Mais tarde, este foi o motivo que levou o Padre Arnaldo Janssen a se
refugiar no território holandês, e naquela cidade, onde permaneceu, se
dedicando à sua esplendida obra de fundador e aos migrantes e pobres.
Morreu em 15 de janeiro de 1909, consumido pelo trabalho. A Igreja o
canonizou em 2003 e o proclamou pioneiro do movimento missionário
moderno nos países de língua alemã, holandesa e eslava. Seu culto
litúrgico foi indicado para o dia de sua morte.
Santo Arnaldo Janssen, rogai por nós!
São Plácido
A vida de Plácido está ligada à do seu primo Mauro, também chamado
de Amaro, por várias circunstâncias. Primeiro, porque ambos aos sete
anos de idade foram entregues, pelos pais ao amigo Bento de Nórcia,
celebrado pela Igreja como o "pai dos monges ocidentais", para serem
oblados à Cristo. Depois, porque Amaro o salvou da morte, na infância.
Nesta ocasião, Bento, teve uma visão onde Plácido se afogava dentro de
um lago, por isto mandou o pequeno Amaro correr para impedir o acidente.
De fato, ele o salvou prodigiosamente, andando sobre as águas e o
retirando com vida. Porém, após se tornarem sacerdotes, suas vidas se
separam, e de maneira distinta cada um testemunhou sua fé em Cristo.
Vejamos a trajetória de Plácido.
Plácido nasceu no ano de 514, em Roma. Os pais, nobres e ricos, eram
Tertulo e Faustina, e os irmãos se chamavam Eutíquio, Flávia e Vitório.
Plácido foi entregue a são Bento, que o tomou como discípulo e lhe
dispensou um afeto paterno. O menino cresceu bondoso e assimilou os
ensinamentos do Evangelho e o espírito ecumênico da mensagem beneditina.
Tornou-se sacerdote e foi enviado para a cidade italiana de Messina, na
Sicilia, para construir um mosteiro, do qual foi eleito o abade.
Plácido o construiu fora dos muros da cidade. Ao lado do mosteiro ele
também construiu uma igreja, dedicada a são João Batista.
Plácido, certa vez, recebeu a visita de seus irmãos, os três saudosos,
decidiram ir para Messina, onde ficaram por um longo período,
hospedados no mosteiro. Até que em setembro de 541, os árabes
sarracenos, invadiram o mosteiro, destruindo tudo e matando os monges
que encontravam pela frente. Depois, se voltaram contra os quatro
irmãos, que seriam poupados se renegassem o seu Deus. Plácido falou por
todos: "jamais trairemos a fé em Cristo e por isto estamos prontos para
morrer". Foram arrastados até a praia vizinha e brutamente mortos, tendo
as cabeças decepadas. Os corpos foram recolhidos pelos monges
sobreviventes e sepultados na igreja semidestruída.
Este mosteiro e a igreja foram destruídos e reconstruídos várias vezes
por conta destes bárbaros. Só em 1099, a paz voltou a reinar na Sicília,
com a sua expulsão definitiva . O então imperador Rugero, católico,
mandou reconstruir tudo. No final da construção do grande edifício, o
mosteiro foi elevado à condição de Priorado Geral. Mas o fato
sensacional, ocorreu em 1588, quando o superior do mosteiro,vendo que o
interior da igreja não tinha ventilação nem luz, mandou abrir três
grandes portas. Para isto, tiveram que deslocar o altar maior, e foi aí
que encontraram as relíquias dos quatro irmãos. A festa foi grande
porque ao retirarem o corpo de são Plácido surgiu de improviso uma fonte
de água puríssima, que os devotos atribuíram como milagrosa.
A igreja e o mosteiro foram totalmente destruídos, em 1918, quando
ocorreu o maior terremoto de Messina. Mas as relíquias de são Plácido já
estavam guardadas pelos beneditinos na Cripita da Capela do mosteiro
de Montecassino, onde também estão as de seu primo.
A Igreja, em 1962, determinou que os dois primos sejam festejados no
mesmo dia 15 de janeiro. Entretanto, o culto a são Plácido é muito
intenso e os devotos o celebram também em 5 de outubro, data que lhe era
dedicada anteriormente.
São Plácido, rogai por nós!
São Romédio
Remédio pertencia a uma rica família dos primeiros nobres do norte
da Itália. Ele era o jovem senhor do castelo de Thaur, no vale do
Trento. Jovem poderoso, tinha nas mãos o poder econômico e político. Era
proprietário das ricas salinas daquele vale e possuía muitos homens a
seu serviço. Com a morte dos pais sua fortuna aumentou, entretanto,
nada o satisfazia. Foi procurar seu amigo Virgílio, bispo de Trento, que
mais tarde se tornou santo, e doou tudo para a sua igreja. Alguns dias
depois, voltou, com uns poucos amigos, pedindo sua benção e aprovação
para uma peregrinação com destino a Roma. O grupo seguiu a pé, levando
um documento do bispo para o papa, que os recebeu e abençoou.
Voltando para Trento, juntos decidiram prosseguir a experiência
religiosa comunitária vivida durante a peregrinação. Foram para um velho
castelo em ruínas, situado no pico de um penhasco rochoso. Neste
ambiente pitoresco, Romédio viveu em estimulante confronto com Deus, com
suas criaturas e com si mesmo; através da austeridade, penitência e
oração. Quando era rico, Romédio não vivia nesta plenitude, pois
explorava a terra e os homens a seu serviço. Vivendo na pobreza, ele se
reencontrou em plena comunhão com Deus e com as suas criaturas.
Os montanheses do vale aprenderam a conhece-lo e a estima-lo, paravam
para rezar junto à cruz que Romédio tinha colocado dentro de uma gruta e
conversavam com ele. A sua fama de ermitão se espalhou, como os seus
prodígios. Romédio fez muitos discípulos, dentre eles havia um chamado
Davi, que a tradição lembra por uma passagem singular. Contam que
Romédio, velho e cansado, desejava encontrar com o amigo bispo Virgílio,
por isto mandou o seu jovem discípulo Davi selar o cavalo. Ele foi, mas
encontrou um urso esfomeado estraçalhando o cavalo. Quando soube,
Romédio disse ao jovem: "Não tenha medo! Coloque a sela no urso. Ele me
servirá de cavalo". Davi obedeceu. Receoso se aproximou da fera bravia,
mas para sua surpresa o urso mansamente se deixou selar. Com a cabeça
baixa, como se pedisse perdão por ter comido o cavalo, o urso foi até
Romédio e este o acariciou e montou sobre a sela, concluindo o seu
prodígio na cidade, onde foi recebido por Virgílio e pela população
surpresa.
Quando Romédio morreu, com a idade bem avançada. Foi sepultado dentro da
gruta onde costumava rezar, e o local se tornou meta de peregrinação.
Assim, por volta do ano 1000 foi construída uma igreja, onde iniciou o
culto a São Romédio e se tornou um Santuário belíssimo erguido sobre
rochas. Dois séculos depois, o culto já consolidado foi reconhecido
oficialmente pelo bispo de Trento e se ampliou com a distribuição das
relíquias para as igrejas de toda a região do Trento e dos Alpes
austríacos, alemães, suíços. O papa Pio X confirmou em 1907, o seu culto
"imemorável".
São Romédio, rogai por nós!