Contestados dentro da igreja nas décadas passadas se tornam santos com outros cinco religiosos
O papa Francisco canonizou neste domingo (14), no Vaticano, Paulo 6º e dom Óscar Romero.
Retrato de Óscar Romero e Paulo VI que foram canonizados pelo papa Francisco neste domingo (14)
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"Declaramos e consideramos santos Paulo 6º e Óscar Arnulfo Romero Galdámez", diz em latim o papa Francisco.
É terceiro antecessor que o argentino canoniza desde 2013. Antes de Paulo 6º, Francisco tinha tornado santos João 23, que morreu em 1963, e João Paulo 2º, que morreu em 2005.
Tanto Romero, que foi morto a tiros em 24 de março de 1980 durante a celebração de uma missa em San Salvador, quanto Paulo 6º, que guiou a Igreja até a conclusão do modernizado Concílio Vaticano 2º de 1962 a 1965, foram figuras que ficaram famosas dentro e fora da Igreja. Cerca de cinco mil peregrinos salvadorenhos viajaram a Roma para a cerimônia e dezenas de milhares de pessoas passaram a noite do lado de fora da catedral de San Salvador, onde os restos mortais de Romero estão sepultados, para assistir à missa.
A morte de Romero comoveu o país e sua imagem só não foi mais divulgada devido à forte oposição no Vaticano e entre conservadores da igreja na América Latina. Os conflitos em El Salvador de 1980 a 1992 deixou 75 mil mortos e 8.000 desaparecidos.
"Seu martírio continuou (mesmo depois de sua morte). Ele foi difamado, caluniado... até mesmo por seus próprios irmãos no sacerdócio e no episcopado", disse Francisco em 2015.. "Ele foi atingido pela pedra mais dura que existe em o mundo: a língua."
Já Paulo 6º, apesar da oposição a métodos contraceptivos, também desagradou à parte mais conservadora da Igreja Católica, por se aproximar de outras religiões, em especial dos judeus. Foi ele quem se tornou o primeiro papa nos tempos modernos a viajar para fora da Itália para ver os fiéis, introduzindo uma prática que se tornou sinônimo do papado, e que permitiu que a missa fosse celebrada na língua local, e não mais só em latim.
Paulo 6º, que ficou mais conhecido pela encíclica Humane Vitae (de 1968), em que a Igreja se opôe ao controle de natalidade, foi eleito papa em 1963 e se manteve no cargo até a morte, em 1978.
Francisco também canonizou neste domingo os religiosos Francisco Spinelli, Vicente Romano, María Catalina Kasper, Nazaria Ignacia de Santa Teresa de Jesús e Nuncio Sulprizio, que atuaram na Europa nos séculos 18 e 19.
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