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sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Por que os católicos ainda devem jejuar antes de comungar?
Um
jejum eucarístico significativo demonstra nosso respeito a Jesus Cristo
e o desejo que temos de recebê-lo como o mais importante alimento da
nossa vida.
Embora se fale muito pouco do assunto hoje em dia, a ascese (ou seja, a prática da abnegação) é um elemento inegociável da espiritualidade católica
e, portanto, da vida espiritual dos casais e das famílias. Todos nós,
pecadores sempre necessitados de purificação, temos de examinar nossas
consciências, fazer penitência e preparar-nos com diligência para
receber os sacramentos.
O pior problema dos tempos modernos, já deplorado pelo Papa Pio XII, é a perda da noção de pecado. O problema, contudo, torna-se ainda mais grave devido à perda de muitos costumes que faziam os católicos lembrar-se de que são pecadores e precisam fazer penitência: abstinência de carne todas as sextas-feiras do ano;
jejum diário ao longo da Quaresma inteira, e não só na Quarta-feira de
Cinzas e na Sexta-feira Santa; e o jejum eucarístico a partir da
meia-noite, depois reduzido a três horas e, por fim, a somente uma hora.
Quando, em 1953, Pio XII reduziu o jejum eucarístico da meia-noite em
diante para três horas antes da Missa, o gesto foi aclamado como uma
memorável concessão da Igreja às necessidades modernas. E poderíamos,
sim, reconhecer que o ato foi apropriado, dadas as circunstâncias da
época.
Mas, em 1964, o Papa Paulo VI reduziu de três para uma hora antes da
comunhão o jejum eucarístico, o que, na maiorias das vezes, quer dizer: fique sem comer pelo menos a caminho da igreja para a Missa de domingo. Ficou tão fácil observar a nova lei que, como irônica consequência, muitos católicos simplesmente a ignoram, já que, como observou Aristóteles, “parece não ser nada o pequeno desvio que faz errar o alvo”.
Um jejum eucarístico significativo demonstra nosso respeito a
Jesus Cristo e o desejo que temos de recebê-lo como o mais importante
alimento da nossa vida. Impõe-nos também uma obrigação moral
que ajuda a salientar o dever de recebê-lo dignamente: lembra-te,
cristão, do que estás prestes a fazer; pondera com cuidado se estás em
estado de graça, de modo que possas aproximar-te do Senhor Jesus e
comungá-lo da maneira mais devota. O antigo jejum de três horas tinha em
mira, ao mesmo tempo, o Senhor, a fim de honrá-lo, e a nós, a fim de fazer-nos refletir sobre a nossa condição. Era uma disciplina que desencorajava comunhões “sociais”, indiferentes e impensadas.
O ambiente em que se vive num número não desprezível de paróquias é mais do que suficiente para acabar com a fé no Santíssimo Sacramento,
que a Igreja confessa ser o Corpo, o Sangue, a Alma e a Divindade de
Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem devemos estar unidos, em comunhão de
fé e caridade, antes de o comungarmos, na união de uma só carne.
O novo lecionário da Missa deixa totalmente de fora a exortação de S.
Paulo a que todos examinem a própria consciência antes de receber a
Eucaristia (cf. 1Cor 11, 27-29), antes presente em múltiplas passagens do lecionário tradicional. Leigos, homens e mulheres, distribuem hoje o Santíssimo Sacramento com toda informalidade. Músicas insossas e carregadas de sentimentalismo são incapazes de ressaltar o caráter sagrado
dos mistérios e de suscitar nos fiéis a resposta de uma humilde
adoração. A disciplina atual do jejum, como dissemos, é levíssima. Preparar-se para a Missa e dar ação de graças após comungar são práticas quase varridas do mapa.
Tudo isso, somado, torna tão banal e vulgar a recepção da Sagrada Comunhão que parece quase impensável que se possa negá-la a quem quer que seja.
Em algumas comunidades afeitas à Missa tradicional em latim, os fiéis
costumam estar mais atentos ao dever de examinar a própria consciência
e, se estiverem conscientes de algum pecado mortal, confessar-se antes
de receber o Santíssimo Sacramento.
Nessas mesmas comunidades, as confissões costumam acontecer antes e
durante a Missa, ao menos aos domingos e dias de guarda — um esquema bem
adequado às necessidades espirituais de um católico comum. Nestes
casos, há um padre a celebrar a Missa, enquanto outro atende as
confissões. (Durante a consagração, as confissões são momentaneamente
interrompidas; na hora da comunhão, o confessor auxilia o celebrante a
distribuir as hóstias.)
Ali não se vêem multidões levantadas, formando filas banco após banco. Os que estão prontos
para aproximar-se do banquete místico vão na frente, ajoelham-se em
sinal de reverente adoração e recebem na língua, das mãos consagradas do
sacerdote, o Corpo de Cristo. E tudo é feito com jeito, delicadeza e cuidado:
é o homem que se dirige a Deus e, após ter removido os obstáculos que
estava em suas mãos remover, implora a Ele o dom inestimável de sua
própria vida divina.
O amor de quem sabe esperar
Estará a nossa falta de prática (na ausência de melhor termo) na
“temperança eucarística” e na reverência devida ao Corpo do Senhor relacionada à destruição da virtude da castidade,
assim como a falta desta está ligada à destruição do matrimônio (pois a
falta de temperança sexual leva à perda de respeito pelo corpo do
cônjuge)?
De fato, assim como a muitos parece não ser preciso esperar e pedir a graça de ser digno do dom de si
que o Senhor nos faz na comunhão, assim também parece não haver
necessidade de preparar-se, esperar e rezar para ser digno de receber o
dom de outra pessoa e oferecer-se a ela como dom recíproco num matrimônio indissolúvel.
Na nossa sociedade e, infelizmente, até mesmo em certos grupos
católicos, as pessoas não vêem nenhuma necessidade em ser castas antes
ou durante o casamento. Tudo se resume ao “amor livre”. Mas um amor livre é barato e falso.
Não acontecerá o mesmo com a comunhão eucarística? Trata-se da suprema entrega mútua
de amor: de Cristo a mim e do meu próprio ser a Cristo. Mantenho-me
“casto” como preparação para esse matrimônio místico com o Salvador, e
“casto” no sentido de não ter nenhum outro senhor de minha alma? Estou
disposto a dar-me por inteiro a Ele, obedecendo-lhe aos
mandamentos e ensinamentos? Não há dúvida de que Ele é e sempre será
digno do meu amor; mas serei eu digno do dele?
Recuperar a disciplina do jejum, abolir o costume (existente em
alguns lugares) de motivar toda a assembléia a levantar-se para comungar
e reintroduzir o hábito de comungar de joelhos e na língua diretamente
das mãos do sacerdotes: eis algumas medidas óbvias para combater essa irreverência epidêmica e a praga de tantas comunhões indignas.
São medidas que, com o passar do tempo, podem levar os casais a
pensarem de outra maneira sobre si e seus corpos, sobre o cuidado e o
respeito que todos devemos ter com o corpo de qualquer cristão, templo
do Espírito Santo, e sobre a reverência — livre e sem manipulações — que
se deve ao corpo do esposo. A intimidade matrimonial, ao fim e ao cabo,
diz respeito à mútua abnegação sob os ditames da lei de Deus, e não a um consentido “egoísmo a dois”.
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