Especialistas são unânimes em dizer que o Papa Francisco ficou vulnerável, exposto a riscos desnecessários. O fato de o carro do chefe da Igreja ficar preso no trânsito é considerado um erro grave pelas normas de segurança internacional de autoridades, explicou o coronel do Exército Diógenes Dantas, doutor em Aplicações e Planejamento de Segurança de Grandes Eventos. O consultor internacional de segurança Hugo Tisaka também afirmou que “uma autoridade não pode ficar presa no trânsito como o Pontífice ficou”.
Multidão se aproxima do veículo do Papa na Avenida Presidente Vargas -
Agência O Globo
Segundo Dantas, cabe ao veículo da frente, chamado de carro
varredura, desobstruir, com os batedores, o caminho da comitiva. Se
houver imprevistos, como foi o caso, explica, é preciso prever uma rota
de fuga. Com os ônibus ocupando uma pista e a multidão do outro lado,
como visto na Avenida Presidente Vargas, o comboio deveria subir o
canteiro, disse o consultor, improvisando rampas com madeiras, a fim de
passar para a pista central, que estava livre. — Não sei se o
motorista do carro varredura errou o caminho, mas o correto é, diante de
imprevistos, criar uma alternativa rápida. A princípio, o comboio é
uno, indivisível, e não para, principalmente quando a via é totalmente
policiada. A desobstrução da via deve sempre ser pensada. O desembarque
dos agentes de segurança foi correto, mas houve um ponto vulnerável na
segurança do Papa. Isso tem de ser avaliado e consertado. Se houvesse um
vândalo infiltrado entre os fiéis, ele poderia lançar uma pedra ou algo
pior — disse Dantas, ressaltando que o risco seria maior se o roteiro
tivesse sido previamente divulgado.
O tenente-coronel da reserva da PM do Rio Milton Corrêa da Costa também concorda que o Pontífice poderia ter sido vítima de um atentado: — O Papa Francisco, que se deslocava com o vidro do carro aberto, ficou em situação de vulnerabilidade, podendo ser vítima não só de um atentado a curtíssima distância como ficar ferido pelo ímpeto de um fiel mais afoito tentando tocá-lo.
Para Tisaka, o Papa ficou ficou em uma situação de risco desnecessária. Ele lembrou ainda a hipótese de ocorrer um acidente grave, devido ao fato de os fiéis se arriscarem entre os ônibus e os carros. Em sua opinião, houve um planejamento ou execução mal realizados. O plano B, no caso, outra rota, deveria ter sido colocado em prática ao se perceber que o trânsito poderia fechar em determinado ponto. — Lidar com multidões é muito complexo, ainda que seja um grupo que aparentemente não era hostil — disse Tisaka. — A princípio, me parece que faltou coordenação entre as partes envolvidas, com destaque para a CET-Rio, além de uma quantidade insuficiente de agentes.
A equipe de engenharia de trânsito do município também foi criticada pelo professor de Engenharia de Transporte da Coppe/UFRJ Paulo Cezar Ribeiro. Ele disse ainda que faltou comunicação da segurança que acompanha o Papa com o Centro de Operações da prefeitura: — Aquele engarrafamento na Avenida Presidente Vargas não surgiu de uma hora para outra. O Centro de Operações têm câmeras espalhadas pelo Centro e devia ter avisado para mudar a rota do Papa — explicou Ribeiro, ressaltando que o princípio de tumulto ocorrido revelou despreparo na operação do trânsito. — O que aconteceu foi perigoso demais e não podia ter acontecido. O Papa não pode ser exposto a um erro desses. Foi um problema de falta de engenharia de tráfego.
A mudança de trajeto em cima da hora, na opinião do professor da Coppe, exige que a segurança seja mais ágil e preparada, principalmente por ser um chefe de Estado tão popular como o Papa Francisco: — É preciso ter um planejamento maior, já que o Papa costuma quebrar o protocolo.
O planejamento do trânsito pela prefeitura também foi duramente criticado por Eva Vider, especialista em trânsito e professora da Escola Politécnica da UFRJ: — O roteiro do Papa foi mal planejado. Os pontos de interdições não funcionaram. É inconcebível que o Papa ou qualquer autoridade como ele, que necessite de um trajeto livre, fique preso em um engarrafamento.
O tenente-coronel da reserva da PM do Rio Milton Corrêa da Costa também concorda que o Pontífice poderia ter sido vítima de um atentado: — O Papa Francisco, que se deslocava com o vidro do carro aberto, ficou em situação de vulnerabilidade, podendo ser vítima não só de um atentado a curtíssima distância como ficar ferido pelo ímpeto de um fiel mais afoito tentando tocá-lo.
Para Tisaka, o Papa ficou ficou em uma situação de risco desnecessária. Ele lembrou ainda a hipótese de ocorrer um acidente grave, devido ao fato de os fiéis se arriscarem entre os ônibus e os carros. Em sua opinião, houve um planejamento ou execução mal realizados. O plano B, no caso, outra rota, deveria ter sido colocado em prática ao se perceber que o trânsito poderia fechar em determinado ponto. — Lidar com multidões é muito complexo, ainda que seja um grupo que aparentemente não era hostil — disse Tisaka. — A princípio, me parece que faltou coordenação entre as partes envolvidas, com destaque para a CET-Rio, além de uma quantidade insuficiente de agentes.
A equipe de engenharia de trânsito do município também foi criticada pelo professor de Engenharia de Transporte da Coppe/UFRJ Paulo Cezar Ribeiro. Ele disse ainda que faltou comunicação da segurança que acompanha o Papa com o Centro de Operações da prefeitura: — Aquele engarrafamento na Avenida Presidente Vargas não surgiu de uma hora para outra. O Centro de Operações têm câmeras espalhadas pelo Centro e devia ter avisado para mudar a rota do Papa — explicou Ribeiro, ressaltando que o princípio de tumulto ocorrido revelou despreparo na operação do trânsito. — O que aconteceu foi perigoso demais e não podia ter acontecido. O Papa não pode ser exposto a um erro desses. Foi um problema de falta de engenharia de tráfego.
A mudança de trajeto em cima da hora, na opinião do professor da Coppe, exige que a segurança seja mais ágil e preparada, principalmente por ser um chefe de Estado tão popular como o Papa Francisco: — É preciso ter um planejamento maior, já que o Papa costuma quebrar o protocolo.
O planejamento do trânsito pela prefeitura também foi duramente criticado por Eva Vider, especialista em trânsito e professora da Escola Politécnica da UFRJ: — O roteiro do Papa foi mal planejado. Os pontos de interdições não funcionaram. É inconcebível que o Papa ou qualquer autoridade como ele, que necessite de um trajeto livre, fique preso em um engarrafamento.
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