Exército vai cuidar da segurança em eventos com presença do papa no Rio
Vigília e
missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude devem atrair 1,5 milhão
de católicos
Inicialmente, 2 mil agentes privados seriam contratados; coordenador
militar considerou que havia pouco tempo para a seleção e o treinamento
Depois de
passar para a prefeitura do Rio a responsabilidade pelo serviço de atendimento
médico da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o que motivou uma ação civil pública movida
pelo Ministério Público Estadual (MPE), a Arquidiocese do Rio transferiu
para o Exército a tarefa de garantir a segurança dos fiéis dentro do Campo da
Fé, em Guaratiba, na zona oeste. Perguntamos: se fosse um chefe de Estado em visita ao Brasil o
Ministério Público iria questionar que a segurança daquela autoridade ficasse
por conta das Forças Armadas? o Papa Francisco além de chefe da Igreja Católica
é também chefe de Estado.
O terreno
vai receber a vigília e a missa de encerramento da JMJ, nos dias 27 e 28 deste mês. Os
dois eventos terão a presença do papa Francisco e devem atrair um público de
mais de 1,5 milhão de católicos. Inicialmente, o serviço de vigilância
dentro do campo seria pago com recursos privados pela Dream Factory Comunicação
e Eventos. A empresa foi contratada pelo Instituto Jornada Mundial da
Juventude, organizador do encontro. Seriam contratados cerca de 2 mil
seguranças privados, que se somariam a 1,3 mil policiais da Força Nacional.
Às Forças Armadas caberia garantir a segurança nos acessos e no entorno do
Campo da Fé, incluindo os 13 quilômetros que serão percorridos a pé pelos
peregrinos.
Com mais
essa tarefa das Forças Armadas, subiu para 10,2 mil o número de militares que
serão mobilizados durante a Jornada. Inicialmente, seriam 8,5 mil homens, quantidade
que já havia sido aumentada para 9,7 mil, por causa dos protestos nas ruas do
País. O general José Alberto da Costa Abreu, comandante da 1.ª Divisão de
Exército e coordenador de defesa da JMJ, decidiu assumir a responsabilidade
pela segurança dentro do campo há cerca de duas semanas, porque a Dream Factory
não havia contratado uma empresa privada para o serviço. Os militares estavam
preocupados com o tempo exíguo para o processo de seleção, levantamento de
fichas de antecedentes criminais e treinamento dos vigilantes que seriam
empregados. O Exército vai utilizar 1,5 mil homens - que estarão fardados -
no interior do Campo da Fé.
Responsabilidade. Em resposta ao Estado,
a organização da JMJ disse que "a responsabilidade pela segurança do
público sempre foi do Poder Público, especialmente em relação a Guaratiba, onde
será decretada pela presidente Dilma (Rousseff) Garantia da Lei e da Ordem (que
dá poder de polícia às Forças Armadas)". Segundo a assessoria de
imprensa, "nessa situação, apenas as Forças Armadas estão autorizadas a
atuar e coordenar os assuntos relacionados à segurança pública".
Ação contra a JMJ
Saúde Pública é antes de tudo, DEVER do estado
A promotora M. J. A. anuncia hoje uma ação contra a transferência de gastos da Jornada Mundial da Juventude para a prefeitura do Rio de Janeiro.Na semana passada, foi publicado no Diário Oficial do município um aviso de licitação de 7,8 milhões de reais para o atendimento de saúde no evento, que vale sempre lembrar, é privado.
Igreja pede socorro e prefeitura assume a saúde da JMJ
Sem dinheiro para arcar com postos de atendimento, médicos e ambulâncias, organização da JMJ repassa para o município gasto de 7,8 milhões de reais
Os organizadores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2013) pediram socorro à prefeitura do Rio e repassaram para o município todo o atendimento de saúde do evento, que acontece entre os dias 22 e 28 de julho. Oficialmente, o município diz que assumiu a parte médica por ter mais experiência em eventos complexos e de grande porte. No entanto, fontes ligadas à organização da JMJ afirmaram ao site de VEJA que a Igreja e a DreamFactory, contratada para organizar o encontro, não conseguiram encaixar os custos de saúde no orçamento estabelecido para a visita do papa Francisco.No último dia 20 – ou seja, 32 dias antes do início da JMJ - representantes da DreamFactory informaram à prefeitura a incapacidade de organização e execução dos serviços de saúde durante a jornada. A mudança foi discutida nesta quinta-feira durante uma reunião no Ministério Público Estadual.
Com o impedimento apresentado pelos organizadores, a prefeitura do Rio ficou com um problema de difícil solução: como o evento é realizado na cidade, qualquer problema no atendimento de saúde recairia sobre o município, que é quem tem a rede pública de atendimento e as unidades de emergência. A assistência aos peregrinos, as ambulâncias, os profissionais e os postos deveriam correr por conta do evento, que é privado e pretende reunir 2 milhões de pessoas, com concentrações principalmente na Praia de Copacabana, na Zona Sul, e em Guaratiba, Zona Oeste. A prefeitura doou ao evento 26 milhões de reais, mesmo valor entregue pelo governo do estado. Já a União tem previsão de gasto de 111,5 milhões de reais com a JMJ.
Nota dos Editores do Blog da UNR: Entendemos e defendemos o ponto de vista que saúde PÚBLICA é DEVER INALIENÁVEL do Estado, começando pelo ente município, passando ao estado e por fim ao governo federal.
Qualquer evento, realizado em uma cidade, traz benesses para o local - começando pelo aumento do movimento comercial e consequentemente da arrecadação de impostos - e, cabe ao governo municipal assumir as despesas decorrentes da maior presença de consumidores = geradores de impostos = sejam de segurança, atendimento médico e outras similares.
Pedimos desculpas aos nossos leitores por apresentar apenas as iniciais do nome da ilustre promotora, é que consideramos a ação da mesmo mero desejo de atrair holofotes e temos como política não colaborar, ainda que em escala mínima, para divulgação do nome de pessoas que buscam chamar atenção e para ter êxito adotam as medidas mais extravagantes e descabidas.
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