Militares vão usar armas
letais e não letais nos acessos ao Campus Fidei e avisam que, se
necessário, poderão prender manifestantes que insistirem em usar
cartazes ou gritarem palavras de ordem diante do papa
"Vamos convidar que se retirem porque lá não é local de se manifestar.
Temos que ter educação nessa hora e sabe respeitar a personalidade
mundial que é o papa. Pedimos que a população colabore”, afirma o
general Abreu.
“Isso (levantar cartaz) não será permitido, nós vamos retirar esse pessoal e eventualmente prendê-los por desacato. Vamos convidar que se retirem porque lá não é local de se manifestar. Temos que ter educação nessa hora e saber respeitar a personalidade mundial que é o papa. Pedimos que a população colabore”, afirma o general Abreu. O Exército, que atuará dentro do Campus Fidei, onde o papa celebrará a missa para 2 milhões de fiéis, terá apoio da polícia. A partir do momento em que um militar do Exército, que terá poder de polícia, der uma ordem de prisão, o detido será encaminhado por um policial à delegacia móvel montada atrás do palco. “Temos uma missão a cumprir: não permitir que o papa e o evento sejam prejudicados”, diz o general Abreu.
Antes de as manifestações se espalharem pelo país, as Forças Armadas já trabalhavam com a possibilidade de alguma mobilização em Guaratiba de grupos favoráveis ao aborto ou ao uso de preservativos, por exemplo. Mas, segundo Abreu, qualquer ato não deve ser de grandes proporções por dois motivos: a distância do local em relação a outros pontos da cidade e o "respeito às Forças Armadas". “As pessoas sabem que as Forças Armadas estão fazendo a segurança de Guaratiba. É diferente. Eles respeitam as Forças Armadas”, defende.
Controle - A segurança feita pelo Exército tentará barrar os manifestantes antes de eles chegarem ao terreno onde estará o papa. A organização da JMJ vai fechar os acessos para os veículos chegarem ao Campus Fidei, o que obrigará os peregrinos a caminharem 13 quilômetros. Ao longo desse percurso e nos pontos em que ônibus e carros não poderão mais seguir em frente estarão cerca de 4 000 militares. Grupos organizados, que não sejam peregrinos, ou mascarados, serão vetados nos acessos ou no caminho a ser feito a pé. “Se os manifestantes chegarem ostensivamente, não passarão”, afirma o general. “Trabalharemos em cima de inteligência, percebendo as pessoas com atitudes hostis ou suspeitas. Ou seja, será uma ação preventiva. Se passarem e se infiltrarem, agiremos dentro dos limites da lei e, se preciso, usaremos a força”, acrescenta.
Dentro do Campus Fidei, em caso de um protesto intenso ou espalhado pela área, duas tropas, que ficarão de prontidão, poderão ser acionadas: o batalhão de Choque da Polícia Militar, com 100 PMs, e o Batalhão de Guarda, com 500 militares. Dentro do campus, o Exército não estará com armamento – nem não letal. Apenas os sargentos e oficiais estarão equipados. Já o Choque e o Batalhão de Guarda, se chamados, chegarão com granada de som e luz, gás lacrimogênio, spray de pimenta e bala de borracha. Do lado de fora, todos estarão municiados com os dois tipos de armamento.
Em todo o perímetro dos dois terrenos haverá duas linhas de proteção compostas pela Brigada Paraquedista fazendo contenção e bloqueio. Na parte interna será montado um centro de comando e controle do Exército, também atrás do palco, perto da delegacia, de onde os militares poderão ter acesso às imagens das 94 torres de observação espalhadas pelo terreno e dos três helicópteros que sobrevoarão a região. No total, as Forças Armadas trabalharão com doze helicópteros para fazer reconhecimento aéreo e para transportar, em caso de necessidade, tropas antiterror, pessoas feridas e suprimentos.
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