São Graciano
Tudo começou no ano 249, quando Graciano chegou a Tours, local que o papa Fabiano, agora santo, lhe designara para exercer o cargo de bispo. A cidade não possuía igreja, os pobres eram maltratados e os enfermos, marginalizados; era dominada, completamente, pelo paganismo. Desde o início, como representante do catolicismo, passou a ser perseguido pelos infiéis, que não queriam deixar a adoração dos falsos deuses.
Em certos períodos, a perseguição era tanta e tão feroz que Graciano precisava esconder-se em lugares solitários. Lá, reunia os cristãos e os interessados em converter-se para poder celebrar os sacramentos, a missa e pregar a palavra de Cristo.
Mas o bispo perseverou e o grupo de cristãos foi crescendo. Os pobres da cidade, pela primeira vez, começaram a receber atenção e ajuda comunitária. Ele fundou, até, um hospital para os doentes abandonados, que antes não existia para eles. Esse árduo e fecundo apostolado durou cinquenta anos.
Segundo a tradição, o próprio Jesus teria aparecido ali para avisar o bispo Graciano que a sua morte se aproximava. De fato, logo depois ele morreu, numa data imprecisa, mas no ano 301. Seu corpo foi sepultado no cemitério cristão que ele mesmo implantara nos arredores da cidade.
Mais tarde, suas relíquias foram transferidas para a antiga Catedral de Tours, que era dedicada a são Martinho e, atualmente, é dedicada a são Graciano. Por isso ela é chamada, pela população francesa, de "La Gatienne". A festa do primeiro bispo de Tours foi fixada pela Igreja no dia 18 de dezembro.
São Graciano, rogai por nós!
Vunibaldo dedicou sua vida à oração contemplativa e ao apostolado.
Preferia ficar retirado na solidão, mas colocava-se sempre disponível
para difundir o Evangelho. Era um príncipe da realeza dos Kents, nascido
em 701. Antes dessa importância e riqueza material, porém, teve o
privilégio de descender de uma família de santos, pois era filho de são
Ricardo, rei da Inglaterra meridional, irmão de são Vilibaldo e de santa
Valburga.
Em 720, partiu com o pai e o irmão em peregrinação para a Terra Santa,
passando, antes, por Roma. Mas seu pai adoeceu durante a viagem e morreu
na cidade italiana de Luca. Os dois irmãos ficaram juntos em Roma, por
dois anos. Depois se separaram, Vilibaldo partiu para a Palestina e ele
ficou ali, estudando, por mais dezesseis anos.
Seu tio Bonifácio era, então, o bispo da Alemanha, e estava empenhado na
evangelização da região, para o que solicitou sua ajuda. Em 738,
Vunibaldo foi ordenado sacerdote e foi auxiliar a missão do tio no
interior das terras germânicas. Cinco anos depois, foi chamado para a
Corte, por solicitação do duque Odilon.
Por mais algum tempo, ficou acompanhando o tio na sua obra apostólica.
Porém, cada vez mais, ansiava pela vida monástica e pela contemplação na
solidão. Resolveu construir um mosteiro. Comprou o terreno em
Heidenheim, para onde se retirou com alguns companheiros, para
cultivarem, enquanto também construíam o mosteiro. Na época, seu irmão e
futuro santo, Vilibaldo, era bispo de Eichestat, e o ajudou a
estabelecer-se.
Contudo o tempo para os estudos e a contemplação foi curto, porque logo
foi nomeado abade. Nesse cargo, dedicava-se ao apostolado para reforçar a
fé da população, que recaía, sempre, no paganismo. Os habitantes eram
supersticiosos, e viviam nos prazeres mundanos. Vunibaldo combateu com
muita firmeza tais vícios, comprometendo a integridade física dos monges
e do próprio mosteiro, pois sofriam constantes ameaças de morte e de
incêndio.
Sonhando, ainda, com a paz do retiro, decidiu acabar os seus dias no
Mosteiro de Monte Cassino. Escreveu ao abade e aos monges de lá pedindo
para ser acolhido pela comunidade. A resposta veio através de um
caloroso convite. Mas Vunibaldo estava muito doente e teve de desistir
do projeto. Quando já não conseguia mais caminhar até a igreja, pediu
para colocarem um pequeno altar em sua cela, ficando, na quietude da
oração, a contemplar o Santíssimo Sacramento. Pouco tempo depois morreu,
em 18 de dezembro de 761.
A sua veneração só fez aumentar, pois já tinha fama de santidade em
vida. Seu culto difundiu-se, principalmente, entre os povos germânicos,
que o festejam neste dia. A biografia de são Vunibaldo foi escrita por
sua irmã, santa Valburga, que relatou com detalhes os prodígios que
aconteciam com sua simples presença, prodígios também confirmados por
outros registros, e pela tradição oral, divulgada entre os cristãos
através dos tempos.
São Vunibaldo, rogai por nós!
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