Santa Elisabete Ana Bayley Seton
Fazia parte da Congregação das Irmãs de São José, com o objetivo de formar as crianças numa fé cristã e católica
Seja bem-vindo! Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões. Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
Santo Antônio de Sant'Anna Galvão
Religioso franciscano (1739-1822)
O
brasileiro Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em 1739, em
Guaratinguetá, São Paulo. Seu pai era Antônio Galvão de França,
capitão-mor da província e terciário franciscano. Sua mãe era Isabel
Leite de Barros, filha de fazendeiros de Pindamonhangaba. O casal teve
11 filhos. Eram cristãos caridosos, exemplares e transmitiram esse
legado ao filho.
Quando tinha 13 anos, Antônio foi enviado para
estudar com os jesuítas, ao lado do irmão José, que já estava no
Seminário de Belém, na Bahia. Desse modo, na sua alma estava plantada a
semente da vocação religiosa. Aos 21 anos, Antônio decidiu ingressar na
Ordem franciscana, no Rio de Janeiro. Sua educação no seminário tinha
sido tão esmerada que, após um ano, recebeu as ordens sacerdotais, em
1762. Uma deferência especial do papa, porque ele ainda não tinha
completado a idade exigida.
Em 1768, foi nomeado pregador e
confessor do Convento das Recolhidas de Santa Teresa, ouvindo e
aconselhando a todos. Entre suas penitentes encontrou a irmã Helena
Maria do Sacramento, figura que exerceu papel muito importante em sua
obra posterior.
Irmã Helena era uma mulher de muita oração e de
virtudes notáveis. Ela relatava suas visões ao frei Galvão. Nelas, Jesus
lhe pedia que fundasse um novo Recolhimento para jovens religiosas, o
que era uma tarefa difícil, devido à proibição imposta pelo marquês de
Pombal em sua perseguição à Ordem dos jesuítas. Apesar disso,
contrariando essa lei, frei Galvão, auxiliado pela irmã Helena, fundou,
em fevereiro de 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da
Divina Providência.
No ano seguinte, morreu irmã Helena, e os
problemas com a lei de Pombal não tardaram a aparecer. O convento foi
fechado, mas frei Galvão manteve-se firme na decisão, mesmo desafiando a
autoridade do marquês. Finalmente, devido à pressão popular, o convento
foi reaberto e o frei ficou livre para continuar sua obra. Os 14 anos
seguintes foram dedicados à construção e ampliação do convento e também
de sua igreja, inaugurada em 1802. Quase um século depois, essa obra
tornar-se-ia um "patrimônio cultural da humanidade", por decisão da
UNESCO.
Em 1811, a pedido do bispo de São Paulo, fundou o
Recolhimento de Santa Clara, em Sorocaba. Lá, permaneceu 11 meses para
organizar a comunidade e dirigir os trabalhos da construção da Casa.
Nesse meio tempo, ele recebeu diversas nomeações, até de guardião do
Convento de São Francisco, em São Paulo.
Com a saúde
enfraquecida, recebeu autorização especial para residir no Recolhimento
da Luz. Durante sua última enfermidade, frei Galvão foi morar num
pequeno quarto, ajudado pelas religiosas que lhe prestavam algum alívio e
conforto. Ele faleceu com fama de santidade em 23 de dezembro de 1822.
Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja
do Recolhimento da Luz, que ele mesmo construíra.
As Pílulas de Frei Galvão: inúmeras graças alcançadas
Certa ocasião, Frei Galvão foi à Guaratinguetá para pedir recursos para a construção do Mosteiro da Luz. Terminada sua missão, tinha que regressar por causa de compromissos no convento. Nisso, alguns homens vieram pedir que ele fosse até uma fazenda distante rezar por um amigo deles que estava padecendo com uma pedra no rim há dias. O homem estava quase morrendo. Impossibilitado de ir até lá, Frei Galvão teve uma inspiração: escreveu num pedacinho de papel uma frase do ofício de Nossa Senhora: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós”. Frei Galvão embrulhou o papelzinho em forma de pílula e deu aos amigos do doente dizendo que ele tomasse aquilo em clima de oração, rezando o terço de Nossa Senhora.
Mais tarde, espalhou-se a notícia da cura daquele doente. Tempos depois, o Frei foi procurado por um homem aflito. Sua esposa estava em trabalho de parto há quase um dia e corria risco de morte. O religioso fez três pílulas e deu ao homem com as mesmas recomendações. O homem levou as pílulas para a esposa, que as tomou e conseguiu dar à luz um filho com saúde. Daí em diante, a fama das pílulas de Frei Galvão se espalhou. O povo começou a procurá-las de tal maneira, que ele teve que pedir às irmãs do Recolhimento que produzissem as pílulas. Depois, ele as abençoava e as irmãs distribuíam para o povo. Desde esse tempo, há inúmeros relatos de graças alcançadas através das Pílulas de Frei Galvão.
Depois, o
Recolhimento do frei Galvão tornou-se o conhecido Mosteiro da Luz, local
de constantes peregrinações dos fiéis, que pedem e agradecem graças por
sua intercessão. Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em
25 de outubro de 1998, e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa
Bento XVI, em São Paulo, Brasil.
Santo Antônio de Sant'Anna Galvão, rogai por nós!
Oração:
Deus, pai de misericórdia, que fizeste do bem-aventurado Frei Antônio de Sant’Anna Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia. Por Nosso Senhor Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Referência:
Devocionário a Santo Frei Galvão – Editora Canção Nova.
Bispo (+410)
Gaudêncio
pode bem enumerar-se entre os grandes personagens do século IV, ao lado
de santo Ambrósio, são Jerônimo e santo Agostinho.
“Tu
tens um talento tão vivo”, escreve-lhe Rufino de Aquiléia, “e uma tal
gentileza de espírito, que é necessário colocar por escrito e publicar
tudo o que dizes nas conversas normais ou na pregação na igreja”.
Todavia, Gaudêncio não se considerava um escritor, tampouco teria
empunhado a pena, não fosse instado pelo amigo Benévolo, que — impedido
por uma doença e não podendo dirigir-se à igreja para escutar suas
lições sobre as Sagradas Escrituras — pediu-lhe uma cópia dos dez
sermões. Gaudêncio o satisfez e, dado que o escrito era estritamente
reservado ao amigo enfermo, aproveitou para redigir um longo prefácio.
Nele, discorreu sobre o providencial desígnio divino que, a partir da
dor física ou moral, sabe tirar um grande bem espiritual.
Benévolo
não se contentou em ler e guardar os sermões para si. Mandou tirar
cópias deles, enviando-os a alguns amigos. E um dos novos destinatários
dirigiu-se ao bispo para pedir alguns esclarecimentos.
Assim
Gaudêncio se tornou um escritor contra sua vontade, como contra sua
vontade foi eleito bispo de Bréscia e retirado de sua solidão do cenóbio
de Cesaréia da Capadócia.
Ao
que parece, santo Ambrósio precisou recorrer a um subterfúgio para
fazê-lo aceitar suceder ao bispo Filástrio, morto em 387. Foi o próprio
Ambrósio que o consagrou bispo em Bréscia e depois o levou consigo a
Milão para que houvesse um ciclo de homilias em sua igreja.
Em
405, Gaudêncio foi enviado pelo papa Inocêncio I a Constantinopla, para
defender a causa do patriarca João Crisóstomo, mandado ao exílio pela
intrigante imperatriz Eudóxia. Mal acolhida a delegação, Gaudêncio foi
direto para o cárcere. São Crisóstomo, em tal ocasião, escreveu-lhe uma
bela carta de consolação.
Gaudêncio morreu em Bréscia, em 410, data infausta para a sorte do Império Romano.
São Gaudêncio, rogai por nós!
Nasceu
em Mira, na Ásia Menor. Crescente chorou muitas vezes quando percebeu
pessoas que se entregando a religiões politeístas, de muitas divindades,
longe daquele que é o único Senhor e Salvador: Jesus Cristo.
Seu esforço era o de levar a sua experiência. Primeiro, através de uma oração de intercessão constante pela conversão de todos.
Certa
vez, numa festa pagã aos deuses, ele se fez presente e movido pelo
Espírito Santo, começou a evangelizar. Inimigos da fé cristã o levaram a
um juiz, que propôs que ele “apenas” expressasse exteriormente o culto
às divindades pagãs, com o objetivo de preservar sua vida.
Crescente desprezou a proposta, e foi martirizado por não negar a Jesus Cristo.
São Crescente, rogai por nós!
Sacerdote [1840 – 1889]
Berço agrícola
Josef de Veuster-Wouters nasceu
no dia 3 de janeiro de 1840, numa pequena cidade da Bélgica, num lar
católico de pequenos proprietários agrícolas, foi o mais novo entre sete
irmãos. Ele viu duas irmãs e seu irmão mais velhos tornarem-se
religiosos, esse último da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e
de Maria.
O chamado é mais forte
Contrariando a expectativa do
pai, que queria que ele se tornasse seu sucessor nos negócios
familiares, Josef sentiu o chamado à vida religiosa. Sonhava ser
missionário em terras longínquas, como São Francisco Xavier, por quem
nutria grande devoção. Tendo ingressado na mesma congregação de seu
irmão, recebeu o nome religioso de Damião.
Ide
Com 21 anos, Damião estava em
Paris, terminando seus estudos teológicos, quando ouviu a palestra de um
bispo do Havaí, em que ele falava dos problemas da região e tentava
conseguir missionários para ir até o local. Uma epidemia de febre
tifoide atingiu o colégio. E seu irmão, que se candidatara para ir em
missão, adoeceu e não pôde ir. Damião, que ainda nem havia sido ordenado
sacerdote, pediu insistentemente que fosse enviado para o Havaí,
chegando ao ponto de escrever uma carta ao superior da Ordem do Sagrado
Coração, que permitiu sua partida.
Ordenação e missão
Foi ordenado sacerdote e partiu numa
viagem complicada, que durou quase cinco meses, um prenúncio do calvário
que seria a sua vida a partir de então. Após oito anos de uma
experiência desafiadora, mas fecunda entre os nativos do Havaí, algo de
novo mudaria sua vida completamente.
Por amor às almas, enfrentou a lepra
Naquela época, havia uma grande
disseminação de lepra no arquipélago do Havaí, possivelmente oriundo dos
imigrantes chineses que chegavam à região. Os nativos polinésios não
tinham nenhuma resistência à bactéria que causa a lepra, doença
considerada incurável na época e normalmente associada – de maneira
completamente equivocada – à pobreza e aos hábitos morais reprováveis.
Temendo uma proliferação em todo o território, o governo local tomou uma
decisão duríssima: os leprosos do Havaí seriam todos confinados à força
numa ilha à qual somente seria possível chegar ou sair de navio.
Preocupado com as almas daqueles doentes, o bispo local sondou os
sacerdotes para saber se alguém se voluntariava para ir à ilha Molokai,
sabendo que quem se dispusesse estava assinando uma sentença de morte,
já que o contágio era inevitável.
Cenário infernal
Quatro sacerdotes se
apresentaram, dentre eles, Damião, que foi escolhido para ir primeiro.
Uma vez lá, ele se deparou com um cenário verdadeiramente infernal.
Abandonados à própria sorte, quase mil leprosos – esse número variou
muito ao longo dos anos – viviam na completa pobreza material e moral,
entregues à devassidão, às drogas e ao crime. O primeiro ato do padre
Damião foi celebrar uma Missa, numa capela ainda inacabada, com a
participação de apenas dois leprosos. À medida que o tempo foi passando,
o padre Damião foi tomando consciência do imenso desafio que tinha pela
frente. Movido pelo amor a Deus e pelo desejo de salvação das almas,
ele foi, para aqueles leprosos, médico, carpinteiro, pedreiro,
cozinheiro, professor e, principalmente, sacerdote, pai, pastor de
almas.
Sepultou milhares
Quando chegou à Molokai, a
situação era tão calamitosa que os mortos sequer eram enterrados. O
padre Damião cavou e sepultou mais de dois mil leprosos ao longo dos
quinze anos que permaneceu na ilha. Construiu trezentas cabanas, fez
cerca de dois mil caixões, organizou o cemitério, construiu uma
igrejinha de alvenaria, um pequeno hospital, um pequeno canal para fazer
chegar água potável para o povoado. Mais do que as obras, ele devolveu
àquele povo o sentido de viver, tratando os leprosos sempre com amor e
carinho.
Frase do santo
“O corpo corrompe-se rapidamente. Só a alma é importante.”
Vítima da lepra
Após dez anos de apostolado em
Molokai, certa vez, ele derramou água quente no pé e não sentiu nada:
era a comprovação de que havia contraído a lepra. Na homilia do domingo
seguinte, deu a notícia aos seus fiéis leprosos da seguinte forma:
“Nossa verdadeira pátria é o Céu, para onde nós, os leprosos, estamos certos de ir muito em breve […]. Lá não haverá mais nem lepra nem feiura, e seremos transfigurados.”
Clareira no coração da história
São Damião de Veuster ou São Damião de Molokai é “uma clareira no coração da história”, e nos ensina que “nenhum sacrifício é grande demais, se feito por amor a Jesus Cristo”.
Seu exemplo comoveu o mundo, a ponto de membros das mais diversas
denominações religiosas admirarem sua determinação e seu amor pelos
leprosos. A respeito dele, Mahatma Ghandi disse: “É preciso saber de onde tirou este homem a força para tal heroísmo”.
Nós sabemos de onde ele tirou esta força: da Eucaristia, centro da sua
vida, alimento diário, pão dos fortes e sustento dos fracos.
Canonização
Na homilia de sua canonização, ocorrida no dia 11 de outubro de 2009, o Papa Bento XVI diz que São Damião de Veuster, “o
servidor da Palavra que se tornou assim um servo sofredor, leproso com
os leprosos”, “convida-nos a abrir os olhos sobre as lepras que
desfiguram a humanidade dos nossos irmãos e interpelam ainda hoje, mais
do que a nossa generosidade, a caridade da nossa presença servidora”.
A minha oração
“São Damião de Veuster, seu
exemplo me ensina que é possível sair de mim mesmo e ir ao encontro dos
leprosos de nosso tempo, dos marginalizados, daqueles com quem ninguém
se importa. Inspirai-me a doar a minha vida, a ser tudo para todos por
amor a Jesus Cristo.
Ajudai-me a perseverar no serviço e na oração, rogai por mim, para que eu tenha tal amor a Cristo que me desapegue inclusive da minha própria vida.
Ajudai-me a perceber que não há sacrifício grande demais se eu o fizer por amor a Nosso Senhor.
Ajudai-me a nunca parar nas aparências, nunca nutrir preconceitos com quem quer que seja, mas ser sempre o rosto e as mãos amorosas de Cristo para todos aqueles que precisam ser amados e cuidados neste mundo.”
São Damião de Veuster, patrono espiritual dos leprosos e marginalizados, rogai por nós!
Santo Antônio de Sant'Anna Galvão
Religioso franciscano (1739-1822)
O
brasileiro Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu em 1739, em
Guaratinguetá, São Paulo. Seu pai era Antônio Galvão de França,
capitão-mor da província e terciário franciscano. Sua mãe era Isabel
Leite de Barros, filha de fazendeiros de Pindamonhangaba. O casal teve
11 filhos. Eram cristãos caridosos, exemplares e transmitiram esse
legado ao filho.
Quando tinha 13 anos, Antônio foi enviado para
estudar com os jesuítas, ao lado do irmão José, que já estava no
Seminário de Belém, na Bahia. Desse modo, na sua alma estava plantada a
semente da vocação religiosa. Aos 21 anos, Antônio decidiu ingressar na
Ordem franciscana, no Rio de Janeiro. Sua educação no seminário tinha
sido tão esmerada que, após um ano, recebeu as ordens sacerdotais, em
1762. Uma deferência especial do papa, porque ele ainda não tinha
completado a idade exigida.
Em 1768, foi nomeado pregador e
confessor do Convento das Recolhidas de Santa Teresa, ouvindo e
aconselhando a todos. Entre suas penitentes encontrou a irmã Helena
Maria do Sacramento, figura que exerceu papel muito importante em sua
obra posterior.
Irmã Helena era uma mulher de muita oração e de
virtudes notáveis. Ela relatava suas visões ao frei Galvão. Nelas, Jesus
lhe pedia que fundasse um novo Recolhimento para jovens religiosas, o
que era uma tarefa difícil, devido à proibição imposta pelo marquês de
Pombal em sua perseguição à Ordem dos jesuítas. Apesar disso,
contrariando essa lei, frei Galvão, auxiliado pela irmã Helena, fundou,
em fevereiro de 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da
Divina Providência.
No ano seguinte, morreu irmã Helena, e os
problemas com a lei de Pombal não tardaram a aparecer. O convento foi
fechado, mas frei Galvão manteve-se firme na decisão, mesmo desafiando a
autoridade do marquês. Finalmente, devido à pressão popular, o convento
foi reaberto e o frei ficou livre para continuar sua obra. Os 14 anos
seguintes foram dedicados à construção e ampliação do convento e também
de sua igreja, inaugurada em 1802. Quase um século depois, essa obra
tornar-se-ia um "patrimônio cultural da humanidade", por decisão da
UNESCO.
Em 1811, a pedido do bispo de São Paulo, fundou o
Recolhimento de Santa Clara, em Sorocaba. Lá, permaneceu 11 meses para
organizar a comunidade e dirigir os trabalhos da construção da Casa.
Nesse meio tempo, ele recebeu diversas nomeações, até de guardião do
Convento de São Francisco, em São Paulo.
Com a saúde
enfraquecida, recebeu autorização especial para residir no Recolhimento
da Luz. Durante sua última enfermidade, frei Galvão foi morar num
pequeno quarto, ajudado pelas religiosas que lhe prestavam algum alívio e
conforto. Ele faleceu com fama de santidade em 23 de dezembro de 1822.
Frei Galvão, a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja
do Recolhimento da Luz, que ele mesmo construíra.
As Pílulas de Frei Galvão: inúmeras graças alcançadas
Certa ocasião, Frei Galvão foi à Guaratinguetá para pedir recursos para a construção do Mosteiro da Luz. Terminada sua missão, tinha que regressar por causa de compromissos no convento. Nisso, alguns homens vieram pedir que ele fosse até uma fazenda distante rezar por um amigo deles que estava padecendo com uma pedra no rim há dias. O homem estava quase morrendo. Impossibilitado de ir até lá, Frei Galvão teve uma inspiração: escreveu num pedacinho de papel uma frase do ofício de Nossa Senhora: “Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós”. Frei Galvão embrulhou o papelzinho em forma de pílula e deu aos amigos do doente dizendo que ele tomasse aquilo em clima de oração, rezando o terço de Nossa Senhora.
Mais tarde, espalhou-se a notícia da cura daquele doente. Tempos depois, o Frei foi procurado por um homem aflito. Sua esposa estava em trabalho de parto há quase um dia e corria risco de morte. O religioso fez três pílulas e deu ao homem com as mesmas recomendações. O homem levou as pílulas para a esposa, que as tomou e conseguiu dar à luz um filho com saúde. Daí em diante, a fama das pílulas de Frei Galvão se espalhou. O povo começou a procurá-las de tal maneira, que ele teve que pedir às irmãs do Recolhimento que produzissem as pílulas. Depois, ele as abençoava e as irmãs distribuíam para o povo. Desde esse tempo, há inúmeros relatos de graças alcançadas através das Pílulas de Frei Galvão.
Depois, o
Recolhimento do frei Galvão tornou-se o conhecido Mosteiro da Luz, local
de constantes peregrinações dos fiéis, que pedem e agradecem graças por
sua intercessão. Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em
25 de outubro de 1998, e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa
Bento XVI, em São Paulo, Brasil.
Santo Antônio de Sant'Anna Galvão, rogai por nós!
Oração:
Deus, pai de misericórdia, que fizeste do bem-aventurado Frei Antônio de Sant’Anna Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia. Por Nosso Senhor Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Referência:
Devocionário a Santo Frei Galvão – Editora Canção Nova.
Bispo (+410)
Gaudêncio
pode bem enumerar-se entre os grandes personagens do século IV, ao lado
de santo Ambrósio, são Jerônimo e santo Agostinho.
“Tu
tens um talento tão vivo”, escreve-lhe Rufino de Aquiléia, “e uma tal
gentileza de espírito, que é necessário colocar por escrito e publicar
tudo o que dizes nas conversas normais ou na pregação na igreja”.
Todavia, Gaudêncio não se considerava um escritor, tampouco teria
empunhado a pena, não fosse instado pelo amigo Benévolo, que — impedido
por uma doença e não podendo dirigir-se à igreja para escutar suas
lições sobre as Sagradas Escrituras — pediu-lhe uma cópia dos dez
sermões. Gaudêncio o satisfez e, dado que o escrito era estritamente
reservado ao amigo enfermo, aproveitou para redigir um longo prefácio.
Nele, discorreu sobre o providencial desígnio divino que, a partir da
dor física ou moral, sabe tirar um grande bem espiritual.
Benévolo
não se contentou em ler e guardar os sermões para si. Mandou tirar
cópias deles, enviando-os a alguns amigos. E um dos novos destinatários
dirigiu-se ao bispo para pedir alguns esclarecimentos.
Assim
Gaudêncio se tornou um escritor contra sua vontade, como contra sua
vontade foi eleito bispo de Bréscia e retirado de sua solidão do cenóbio
de Cesaréia da Capadócia.
Ao
que parece, santo Ambrósio precisou recorrer a um subterfúgio para
fazê-lo aceitar suceder ao bispo Filástrio, morto em 387. Foi o próprio
Ambrósio que o consagrou bispo em Bréscia e depois o levou consigo a
Milão para que houvesse um ciclo de homilias em sua igreja.
Em
405, Gaudêncio foi enviado pelo papa Inocêncio I a Constantinopla, para
defender a causa do patriarca João Crisóstomo, mandado ao exílio pela
intrigante imperatriz Eudóxia. Mal acolhida a delegação, Gaudêncio foi
direto para o cárcere. São Crisóstomo, em tal ocasião, escreveu-lhe uma
bela carta de consolação.
Gaudêncio morreu em Bréscia, em 410, data infausta para a sorte do Império Romano.
São Gaudêncio, rogai por nós!
Na semana passada, em Sokoto, Nigéria, uma jovem estudante universitária cristã foi apedrejada, espancada e queimada até a morte por uma multidão. Deborah Samuel Yakubu foi acusada de blasfêmia por, segundo os agressores, insultar o profeta Maomé em um grupo de discussão do WhatsApp. Alguns colegas da faculdade ficaram indignados por Yakubu agradecer a Jesus por ajudá-la em um exame. Para a multidão, a acusação de blasfêmia justificava matá-la.
Rapidamente, vídeos do ataque começaram a circular nas mídias sociais na Nigéria e em todo o mundo. Diante do atual cenário nacional, com uma eleição conflituosa que acontece no país em 2023 e sequestros generalizados, além de ataques terroristas no norte da Nigéria, o cruel assassinato de Yakubu gera comoção.
Infelizmente, ainda existem defensores dos ataques. Manifestantes violentos em Sokoto vandalizaram e incendiaram igrejas católicas no último sábado, enquanto pediam a libertação dos suspeitos do ataque a Yakubu. Em Maiduguri, no Nordeste do país, outra jovem cristã está enfrentando ameaças depois de ser acusada de postar blasfêmia nas redes sociais.
O mundo precisa conhecer e lembrar o nome de Deborah Yakubu. Ela era uma jovem que tentava obter uma boa formação acadêmica, brutalmente assassinada porque uma multidão não gostou do que ela disse. “Que Deus lhe conceda o descanso eterno e console sua família”, disse o bispo Matthew Hassan Kukah, da Diocese Católica de Sokoto.
Mas Deborah é apenas mais uma vítima das leis de blasfêmia que existem em todo o Norte da Nigéria, aplicadas pelos tribunais da sharia, a lei islâmica. Eles violam os direitos humanos à liberdade de expressão e religião garantidos pelo direito internacional e incentivam a terrível violência da multidão contra as minorias religiosas. Como no Paquistão, por exemplo, a violência na Nigéria é frequentemente coordenada rapidamente por meio das redes sociais para atingir indivíduos acusados de blasfêmia.
O grupo terrorista que atormenta o Nordeste da Nigéria há mais de uma década é o Boko Haram. Junto com sua ramificação, o Estado Islâmico na África Ocidental, são responsáveis pelo sequestro de meninas. Uma delas foi Leah Sharibu, sequestrada em 2018, que nunca foi libertada porque se recusa a negar a fé cristã. Sharibu completou 19 anos no sábado, 14 de maio, ainda em cativeiro.
A organização para a qual trabalho, a ADF International, apoia advogados nigerianos que lutam incansavelmente para livrar os cristãos do sistema judicial da sharia. É uma questão de vida ou morte. Sob a lei islâmica, os cristãos na Nigéria podem enfrentar a pena de morte por qualquer motivo, desde blasfêmia e apostasia até por se recusarem a aceitar casamentos forçados.
No Norte da Nigéria, os cristãos são uma minoria. Outras minorias religiosas também estão severamente ameaçadas. Mubarak Bala, um humanista, foi recentemente condenado a 24 anos de prisão pelo Tribunal Superior do Estado de Kano, por supostamente postar blasfêmias no Facebook, em 2020. Igualmente, Yahaya Sharif-Aminu, cantor sufi, foi condenado à morte por enforcamento, pelo mesmo motivo. Citando irregularidades processuais, a Suprema Corte reteve e anulou a condenação em janeiro de 2021, mas ele ainda luta contra um novo julgamento.
Assassinatos com base em alegações de blasfêmia ocorrem há décadas na Nigéria. No ano passado, Talle Mai Ruwa, um vendedor de água no estado de Bauchi, foi espancado até a morte e queimado.
As leis permitem e incentivam uma cultura de violência em um país cada vez mais dilacerado por tantas tensões. Enquanto a maioria dos muçulmanos, cristãos e outras minorias religiosas simplesmente desejam viver em paz, uma minoria de extremistas encontra cobertura das leis. A ação irregular do governo contra os agressores agrava a crise.
Embora os casos às vezes chamem a atenção do mundo, muitas vezes o Ocidente tende a ignorar as graves violações da liberdade religiosa que são uma característica regular da vida na Nigéria. O Tribunal Penal Internacional tem se arrastado nas investigações e nos processos de atrocidades cometidas no país. O promotor do tribunal foi fortemente criticado depois de se aproximar do governo nigeriano em uma visita ao país africano no mês passado.
Para piorar a situação, o Departamento de Estado dos EUA, sem nenhuma explicação, removeu a Nigéria da lista de países “preocupação especial” no ano passado, apesar das contínuas violações da liberdade religiosa.
A Comissão de Liberdade Religiosa Internacional dos EUA disse estar “chocada” com a decisão do Departamento de Estado e reiterou as críticas quando, em abril, divulgou o relatório anual sobre os piores violadores da liberdade religiosa.
A África Subsaariana é responsável por quase metade de todas as mortes por terrorismo. Apenas nos primeiros três meses deste ano, quase 900 cristãos já foram mortos em ataques violentos.
É hora de prestar atenção ao imenso sofrimento do povo da Nigéria. Quantos mais vão definhar na prisão, ser queimados até a morte ou decapitados antes que a comunidade internacional se levante em defesa da grande maioria dos nigerianos que querem a paz?
Os nigerianos que conheço, incluindo líderes religiosos e sociais, ainda têm esperança e passam seus dias trabalhando pela paz. É fundamental que a comunidade internacional forneça o apoio de que eles precisam para chegar lá.
Tradução de Mariana Braga
National Review