Evangelho Cotidiano
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
2º Domingo da Quaresma
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
Seja bem-vindo! Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões. Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
Nascido
no ano 390, o monge Romano era discípulo de um dos primeiros mosteiros
do Ocidente, o de Ainay, próximo a Lion, na França. No século IV, quando
nascia a vida monástica no Ocidente, com o intuito de propiciar
elementos para a perfeição espiritual assim como para a evolução do
progresso, ele se tornou um dos primeiro monges franceses.
Romano
achava as regras do mosteiro muito brandas. Então, com apenas uma
Bíblia, o que para ele era o indispensável para viver, sumiu por entre
os montes desertos dos arredores da cidade. Ele só foi localizado por
seu irmão Lupicino, depois de alguns anos. Romano tinha se tornado um
monge completamente solitário e vivia naquelas montanhas que fazem a
fronteira da França com a Suíça. Aceitou o irmão como seu aluno e
seguidor, apesar de possuírem temperamentos opostos.
A eles se
juntaram muitos outros que desejavam ser eremitas. Por isso teve de
fundar dois mosteiros masculinos, um em Condat e outro em Lancome.
Depois construiu um de clausura, feminino, em Beaume, no qual Romano
colocou como abadessa sua irmã. Os três ficaram sob as mesmas e severas
regras disciplinares, como Romano achava que seria correto para a vida
das comunidades monásticas. Romano e Lupicino se dividiam entre os dois
mosteiros masculinos na orientação espiritual, enquanto no mosteiro de
Beaume, Romano mantinha contato com a abadessa sua irmã, orientando-a
pessoalmente na vida espiritual.
Consta nos registros da Igreja
que, durante uma viagem de Romano ao túmulo de São Maurício, em Genebra,
ele e um discípulo que o acompanhava, depois também venerado pela
Igreja, chamado Pelade, tiveram de ficar hospedados numa choupana onde
havia dois leprosos. Romano os abraçou, solidarizou-se com eles e, na
manhã seguinte, os dois estavam curados.
A tradição, que a Igreja
mantém, nos narra que este foi apenas o começo de uma viagem cheia de
prodígios e milagres. Depois, voltando dessa peregrinação, Romano viveu
recluso, na cela de seu mosteiro e se reencontrou na ansiada solidão.
Assim ele morreu, antes de seu irmão e irmã, aos 73 anos de idade, no
dia 28 de fevereiro de 463.
O culto de São Romano propagou-se
velozmente na França, Suíça, Bélgica, Itália, enfim por toda a Europa.
As graças e prodígios que ocorreram por sua intercessão são numerosos e
continuam a ocorrer, segundo os fieis que mantêm sua devoção ainda muito
viva, nos nossos dias.
São Gabriel de Nossa Senhora das Dores
Nicéforo
era um cidadão de Antioquia, atual Síria, nascido no ano 260. Discípulo
e irmão de fé do sacerdote Sabrício, tornaram-se amigos muito unidos e
viveram nos tempos dos imperadores Eutiquiano e Caio.
Não se sabe
exatamente o porquê, mas Nicéforo cometeu algum mal com relação a
Sabrício que nunca mais o desculpou. Pediu perdão muitas vezes, diga-se
inclusive que ainda existem os registros desses seus pedidos. Mas,
Sabrício nunca o concedeu, contrariando a própria religião cristã, da
qual era sacerdote. Ele levou até o fim esta falta de solidariedade,
apesar de Nicéforo ter chegado a se ajoelhar para implorar sua
absolvição.
Um dia, Sabrício foi denunciado e processado por ser
católico e compareceu ao tribunal. Em princípio parecia disposto a
qualquer martírio, cheio de coragem e determinação. Assumiu ser
sacerdote cristão, recusou-se a sacrificar aos deuses pagãos e resistiu
às mais bárbaras torturas. Mas, ao ser condenado à morte e receber a
ordem de se ajoelhar para ter a cabeça cortada, aceitou render
homenagens aos deuses pagãos em troca de liberdade. Nicéforo, que
assistira ao julgamento e chegara a pedir novamente perdão ao padre,
dizendo que com isso ele teria o apoio de Deus para enfrentar as dores
que o aguardavam, escandalizou-se com a infidelidade do estimado
sacerdote.
Mesmo sem ter sido acusado ou convocado ao tribunal,
Nicéforo apresentou-se de livre e espontânea vontade como cristão,
disposto a morrer no lugar daquele que renegara sua fé em Cristo.
Minutos depois, foi executado. Os registros e a tradição narram que sua
cabeça rolou na arena e acabou depositada justamente aos pés do
insensível sacerdote Sabrício.
O Martirológio Romano registra
outro santo com esse nome, que viveu mais de seis séculos depois e cuja
atuação em defesa da unidade da Santa Mãe, a Igreja, não foi menos
corajosa e eficiente. Por isso o culto à esse primeiro mártir permanece
firme, vivo e constante ao longo do tempo e junto aos devotos,
principalmente no mundo católico do Oriente.
São Nicéforo, rogai por nós!
Santo Alexandre do Egito
Porfírio
teve muitos fatos prodigiosos em sua vida que começou em Tessalônica,
na Grécia, onde nasceu no ano 347. Ele já era formado nas ciências
quando, aos trinta e um anos, decidiu viver no deserto de Scete, no
Egito onde se tornou um eremita e ficou por cinco anos. Depois visitou
os lugares santos de Jerusalém e se estabeleceu às margens do rio
Jordão, por outros cinco anos. Nessa ocasião conheceu o discípulo Marcos
e se juntou à ele na evangelização. Mas a caverna onde residia era tão
insalubre que Porfírio ficou muito doente, tendo que voltar a Jerusalém.
Recebeu
então a notícia da morte dos pais, de quem tinha grande herança para
receber. Mas, ele decidiu continuar pobre e mandou que todos os bens
fossem divididos entre os pobres de sua terra natal. Depois, Porfírio
teve um desmaio em Jerusalém e, de repente, viu-se frente a frente com
Cristo crucificado, tendo ao seu lado o bom ladrão, Dimas. Jesus mandou
que este levantasse Porfírio do chão, depois desceu Ele mesmo da cruz e
deu-a ao santo, ordenando-lhe que cuidasse dela. Ao voltar do desmaio,
Porfírio estava curado. A ordem recebida na visão foi aplicada por João,
bispo de Jerusalém, que nomeou Porfírio como "guarda do santo lenho".
As
notícias sobre as graças e prodígios que aconteciam com ele se
espalharam e os sacerdotes de Gaza, após a morte do bispo, pediram que
Porfírio assumisse o posto. A sua modéstia o impedia de aceitar, mas
tantos foram os pedidos e a insistente atuação dos pagãos idólatras era
tão intensa na cidade, que ele acabou concordando. Existia em Gaza um
grande templo para adoração das divindades pagãs. Os infiéis, sabendo da
decisão de Porfírio de combatê-los, planejaram matá-lo. Entretanto, o
bispo acabou vencendo todos os inimigos pela fé.
Uma seca
violenta assolou a região e os agricultores, desesperados, faziam muitos
sacrifícios nesse templo, pedindo chuva aos deuses pagãos. Nenhuma gota
de água caía do céu. Porfírio ordenou então, um dia de jejum. Depois
comandou uma procissão de penitência à uma capela situada na periferia
da cidade. Mal terminou a procissão, a chuva começou a cair, abençoada e
insistente. A partir daí, a maioria dos pagãos passou a se converter.
Porém,
sobraram ainda alguns poucos pagãos para tramar a morte do bispo
Porfírio. Aconteceu, porem, que o imperador também passou a ficar contra
os pagãos e o bispo conseguiu autorização para derrubar o templo pagão
que estava instalado na diocese de Gaza. Ficou na cidade apenas uma
última estátua pagã, a da deusa Vênus. Certo dia, o bispo colocou-se
diante dela e a estátua desmoronou sozinha, formando dezenas de pedaços.
Era o que faltava para que mais pagãos se convertessem.
A fama
de santidade acompanhou o bispo Porfírio até sua morte, em 26 de
fevereiro 420, aos setenta e três anos de idade, quando, depois dos
vinte e cinco anos de episcopado, quase não havia pagãos na sua querida
diocese de Gaza.
São Porfírio de Gaza, rogai por nós!
Valburga nasceu em Devonshire, na Inglaterra meridional em 710. Era
uma princesa dos Kents, cristãos que desde o século III se sucediam no
trono. Ela viveu cercada de nobreza e santidade. Seus parentes eram
reverenciados nos tronos reais, mas muitos preferiram trilhar o caminho
da santidade e foram elevados ao altar pela Igreja, como seu pai, são
Ricardo e os irmãos Vilibaldo e Vunibaldo.
Valburga tinha completado dez anos quando seu pai entregou o trono ao
sobrinho, que tinha atingido a maioridade e levou a família para viver
num mosteiro. Poucos meses depois, o rei e os dois filhos partiram em
peregrinação para Jerusalém, enquanto ela foi confiada à abadessa de
Wimburn. Dois anos depois seu pai morreu em Luca, Itália. Assim ela
ficou no mosteiro onde se fez monja e se formou. Depois escreveu a vida
de Vunibaldo e a narrativa das viagens de Vilibaldo pela Palestina, pois
ambos já eram sacerdotes.
Em 748, foi enviada por sua abadessa à Alemanha, junto com outras
religiosas, para fundar e implantar mosteiros e escolas entre populações
recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas
preces de Valburga, por ela Deus já operava milagres. Naquele país,
foi recebida e apoiada pelo bispo Bonifácio, seu tio, que consolidava um
grande trabalho de evangelização, auxiliado pelos sobrinhos
missionários.
Designou a sobrinha para a diocese de Eichestat onde Vunibaldo que
havia construído um mosteiro em Heidenheim e tinha projeto para um
feminino na mesma localidade. Ambos concluíram o novo mosteiro e
Valburga eleita a abadessa. Após a morte do irmão, ela passou a dirigir
os dois mosteiros, função que exerceu durante dezessete anos. Nessa
época transpareceu a sua santidade nos exemplos de sua mortificação, bem
como no seu amor ao silêncio e na sua devoção ao Senhor. As obras
assistenciais executadas pelos seus religiosos fizeram destes mosteiros
os mais famosos e procurados de toda a região.
Valburga se entregou a Deus de tal forma que os prodígios aconteciam com
freqüência. Os mais citados são: o de uma luz sobrenatural que envolveu
sua cela enquanto rezava, presenciada por todas as outras religiosas e o
da cura da filha de um barão, depois de uma noite de orações ao seu
lado.
Morreu no dia 25 de fevereiro de 779 e seu corpo foi enterrado no
mosteiro de Heidenheim, onde permaneceu por oitenta anos. Mas, ao ser
trasladado para a igreja de Eichestat, quando de sua canonização, em
893, o seu corpo foi encontrado ainda intacto. Além disso, das pedras
do sepulcro brotava um fluído de aroma suave, como um óleo fino, fato
que se repetiu sob o altar da igreja onde o corpo foi colocado.
Nesta mesma cerimônia, algumas relíquias da Santa foram enviadas para a
França do Norte, onde o rei Carlos III, o Simples, havia construído no
seu palácio de Atinhy, uma igreja dedicada a Santa Valburga. O seu
culto, em 25 de fevereiro, se espalhou rápido, porque o óleo continuou
brotando. Atualmente é recolhido em concha de prata e guardado em
garrafinhas distribuídas para o mundo inteiro. Os devotos afirmam que
opera milagres.
Santa Valburga, rogai por nós!
A Igreja celebra uma devoção tão querida do povo católico em todo o mundo, juntamente com a devoção do sagrado Escapulário.
“O Carmo – disse o cardeal Piazza, carmelita – existe para Maria e
Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua
vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual.” Diz o “Livro das instituições” dos
primeiros monges: “Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda
desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se
dirigia para o Carmelo (cf. 1Rs 18,20-45) os monges, no ano 93 da
Encarnação do Filho de Deus, destruíram sua antiga casa e construíram
uma capela sobre o monte Carmelo, perto da fonte de Elias em honra desta
primeira Virgem voltada a Deus.
Na Bíblia aparece com destaque o Monte Carmelo, que separa a
Palestina da região de Tiro. Sua elevação e beleza é relatada no livro
do Cântico dos Cânticos: “Tua cabeça é como o Carmelo” (Cant. 7,5).
Até
os pagãos veneravam este Monte, pois escritor romano Tácito diz que
havia ali um altar e Suetônio narra que o Imperador Romano Vespasiano aí
ofereceu um sacrifício. No tempo do profeta Elias foi o local de sua
vitória sobre os sacerdotes de Baal. Ali surgiu uma nuvem, sinal da
providencial chuva anunciada por Elias ao rei Acab (1Reis 19,44). Esta
nuvem foi interpretada como o prenúncio da chuva de graças que Maria
faria cair para os que a amam e veneram.
O Monte Carmelo foi morada e refúgio freqüente do profeta Eliseu e
Nossa Senhora é o “Refúgio dos Pecadores”. Os discípulos dos referidos
profetas viveram nas fraldas deste Monte e foram, por assim dizer, os
antecessores dos carmelitas de todas as eras.
Na época das Cruzadas, na Idade Média, para lá se dirigiram muitos
cristãos e através de uma lenta formação deram origem à atual Ordem
carmelita fundada em 1180. Sob a invocação de Santo Elias lá se edificou
um Convento, depois transformado
em Hospital. Quem viaja ao Oriente não deixa de visitar o formoso
mosteiro a quinhentos metros sobre o nível do mar com uma belíssima
Igreja. Debaixo do altar, há uma gruta chamada de Elias onde se celebram
Missas.
Os monges carmelitas foram expulsos pelos sarracenos muçulmanos no
século XIII; eles tinham recebido do patriarca de Jerusalém, santo
Alberto, então bispo de Vercelli, uma regra aprovada em 1226 pelo papa
Honório III; se voltaram, então, para o Ocidente e aí fundaram vários
mosteiros, superando várias dificuldades, nas quais porém, puderam
experimentar a proteção da Virgem. Segundo a tradição carmelita, foi a
16 de julho de 1251 que a Virgem Maria teria aparecido a Simão Stock em
Cambridge, na Inglaterra, lhe entregando o escapulário. Simão Stock era o
superior geral dos Carmelitas, de vida santa e grande atividade
apostólica.
Um acontecimento particular sensibilizou os devotos: “Os irmãos
suplicavam humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A
um deles, Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu
acompanhada de uma multidão de anjos, segurando nas mãos o Escapulário
da ordem e lhe disse: “Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos
do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo.”
Há uma tradição antiga do chamado “privilégio sabatino” de
que as almas devotas do Escapulário, e que morrerem com ele, serão
livres do inferno e livres do purgatório no primeiro sábado após a
morte. Alguns papas recomendaram a devoção ao Escapulário. Numa bula de
11 de fevereiro de 1950, Pio XII convida a “colocar em primeiro lugar,
entre as devoções marianas, o Escapulário que está ao alcance de todos”:
entendido como veste Mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam.
O Escapulário foi inicialmente uma vestimenta de trabalho dos monges
beneditinos e se tornou o símbolo dos frades. Com o surgimento das
Ordens Terceiras, ou seja, Ordens religiosas destinadas a leigos,
agregadas a uma grande ordem monástica, apareceram grandes e pequenos
escapulários como sinal de união àquele grupo religioso. Através da
devoção do Escapulário muitas graças têm sido obtidas: há muitos
testemunhos em todo o mundo de pessoas salvas da morte, de doenças, de
perigos; casas livres de incêndio e assaltos, etc. ; os benefícios
espirituais, a santificação dos devotos, muitas conversões através dos
tempos, mostram que Nossa Senhora se serve deste sacramental para
ajudar e salvar as almas.
É importante dizer que o Escapulário não pode ser usado apenas como
um objeto “mágico” ou como um “amuleto que dá sorte”, mas supõe sempre a
disposição do católico em cooperar com os auxílios da graça de Deus,
evitando o pecado e observando os Mandamentos.
Prof. Felipe Aquino
São Sérgio
Sérgio, mártir da Cesarea, na Capadócia, por muito pouco não se
manteve totalmente ignorado na história do cristianismo. Nada foi
escrito sobre ele nos registros gregos e bizantinos da Igreja dos
primeiros tempos. Entretanto, ele passou a ter popularidade no
Ocidente, graças a uma página latina, datada da época do imperador
romano Diocleciano, onde se descreve todo seu martírio e o lugar onde
foi sepultado.
O texto diz que no ano 304, vigorava a mais violenta perseguição já
decretada contra os cristãos, ordenada pelo imperador Diocleciano. Todos
os governadores dos domínios romanos, sob pena do confisco dos bens da
família e de morte, tinham de executá-la. Entretanto alguns, já
simpatizantes dos cristãos, tentavam em algum momento amenizar as
investidas. Não era assim que agia Sapricio, um homem bajulador,
oportunista e cruel que administrava a Armênia e a Capadócia, atual
Turquia.
A narrativa seguiu dizendo que durante as celebrações anuais em honra do deus Júpiter, Sapricio, estava na cidade de Cesarea da Capadócia, junto com um importante senador romano. Num gesto de extrema lealdade, ordenou que todos os cristãos da cidade fossem levados para diante do templo pagão, onde seriam prestadas as homenagens àquele deus, considerado o mais poderoso de todos, pelos pagãos. Caso não comparecessem e fossem denunciados seriam presos e condenados à morte.
Poucos conseguiram fugir, a maioria foi ao local indicado, que ficou
tomado pela multidão de cristãos, à qual se juntou Sérgio. Ele era um
velho magistrado, que há muito tempo havia abandonado a lucrativa
profissão para se retirar à vida monástica, no deserto. Foi para
Cesarea, seguindo um forte impulso interior, pois ninguém o havia
denunciado, o povo da cidade não se lembrava mais dele, podia continuar
na sua vida de reclusão consagrada, rezando pelos irmãos expostos aos
martírios. A sua chegada causou grande surpresa e euforia, os cristãos
desviaram toda a atenção para o respeitado monge, gerando confusão. O
sacerdote pagão que preparava o culto ficou irado. Precisava fazer com
que todos participassem do culto à Júpiter, o qual, segundo ele, estava
insatisfeito e não atendia as necessidades do povo. Desta forma, o
imperador seria informado pelo seu senador e o cargo de governador
continuaria com Sapricio. Mas, a presença do monge produziu o efeito
surpreendente de apagar os fogos preparados para os sacrifícios. Os
pagãos atribuíram imediatamente a causa do estranho fenômeno aos
cristãos, que com suas recusas haviam irritado ainda mais o seu deus.
Sérgio, então se colocou à frente e explicou que a razão da impotência
dos deuses pagãos era que estavam ocupando um lugar indevido e que só
existia um único e verdadeiro Deus onipotente, o venerado pelos
cristãos. Imediatamente foi preso, conduzido diante do governador, que o
obrigou a prestar o culto à Júpiter. Sérgio não renegou a Fé, por isto
morreu decapitado naquele mesmo instante. Era o dia 24 de fevereiro. O
corpo do mártir, recolhido pelos cristãos, foi sepultado na casa de uma
senhora muito religiosa. De lá as relíquias foram transportadas para a
cidade andaluza de Ubeda, na Espanha.
São Sérgio, rogai por nós!
São Policarpo de Esmirna
Nascido em uma família cristã da alta burguesia no ano 69, em
Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Os registros sobre sua vida nos
foram transmitidos pelo seu biógrafo e discípulo predileto, Irineu,
venerado como o "Apóstolo da França" e sucessor de Timóteo em Lion.
Policarpo foi discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de
conhecer outros apóstolos que conviveram com o Mestre. Ele se tornou um
exemplo íntegro de fé e vida, sendo respeitado inclusive pelos
adversários. Dezesseis anos depois, Policarpo foi escolhido e consagrado
para ser o bispo de Esmirna para a Ásia Menor, pelo próprio apóstolo
João, o Evangelista.
Foi amigo de fé e pessoal de Inácio Antioquia, que esteve em sua casa
durante seu trajeto para o martírio romano em 107. Este escreveu cartas
para Policarpo e para a Igreja de Esmirna, antes de morrer, enaltecendo
as qualidades do zeloso bispo. No governo do papa Aniceto, Policarpo
visitou Roma, representando as igrejas da Ásia para discutirem sobre a
mudança da festa da Páscoa, comemorada em dias diferentes no Oriente e
Ocidente. Apesar de não chegarem a um acôrdo, se despediram celebrando
juntos a liturgia, demonstrando união na fé, que não se abalou pela
divergência nas questões disciplinares.
Ao contrário de Inácio, Policarpo não estava interessado em
administração eclesiástica, mas em fortalecer a fé do seu rebanho. Ele
escreveu várias cartas, porém a única que se preservou até hoje foi a
endereçada aos filipenses no ano 110. Nela, Policarpo exaltou a fé em
Cristo, a ser confirmada no trabalho diário e na vida dos cristãos.
Também citou a Carta de Paulo aos filipenses, o Evangelho, e repetiu as
muitas informações que recebera dos apóstolos, especialmente de João.
Por isto, a Igreja o considera "Padre Apostólico", como foram
classificados os primeiros discípulos dos apóstolos.
Durante a perseguição de Marco Aurélio, Policarpo teve uma visão do
martírio que o esperava, três dias antes de ser preso. Avisou aos amigos
que seria morto pelo fogo. Estava em oração quando foi preso e levado
ao tribunal. Diante da insistência do pro cônsul Estácio Quadrado para
que renegasse a Cristo, Policarpo disse: "Eu tenho servido Cristo por 86
anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu
Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"!
São Policarpo de Esmirna, rogai por nós
É com alegria que hoje nós queremos conhecer um pouco mais a riqueza do significado da cátedra, do assento, da cadeira de São
Pedro que se encontra na Itália, no Vaticano, na Basílica de São Pedro. Embora a Sé Episcopal seja na Basílica de São João de Latrão, a catedral de todas as catedrais, a cátedra com toda a sua riqueza, todo seu simbolismo se encontra na Basílica de São Pedro.Fundamenta-se na Sagrada Escritura a autoridade do nosso Papa: encontramos no Evangelho de São Mateus no capítulo 6, essa pergunta que Jesus fez aos apóstolos e continua a fazer a cada um de nós: “E vós, quem dizei que eu sou?” São Pedro, em nome dos apóstolos, pode assim afirmar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus então lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está no céus, e eu te declaro: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; eu te darei a chave dos céus tudo que será ligado na terra serás ligado no céu e tudo que desligares na terra, serás desligado nos céus”.
Logo, o fundador e o fundamento, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado que ressuscitou, a Verdade encarnada, foi Ele quem escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e o capacitou pelo Espírito Santo com o carisma chamado da infalibilidade. Esse carisma bebe da realidade da própria Igreja porque a Igreja é infalível, uma vez que a alma da Igreja é o Espírito Santo, Espírito da verdade.
Enfim, em matéria de fé e de moral a Igreja é infalível e o Papa portando esse carisma da infalibilidade ensina a verdade fundamentada na Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição e a serviço como Pastor e Mestre.
De fato, o Papa está a serviço da Verdade, por isso, ao venerarmos e reconhecermos o valor da Cátedra de São Pedro, nós temos que olhar para esses fundamentos todos. Não é autoritarismo, é autoridade que vem do Alto, é referência no mundo onde o relativismo está crescendo, onde muitos não sabem mais onde está a Verdade.
Nós olhamos para Cristo, para a Sagrada Escritura, para São Pedro, para este Pastor e Mestre universal da Igreja, então temos a segurança que Deus quer nos dar para alcançarmos a Salvação e espalharmos a Salvação.
Essa vocação é do Papa, dos Bispos, dos Presbíteros, mas também de todo cristão.
São Pedro, rogai por nós!