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sábado, 12 de agosto de 2023

Santo do Dia - 12 de agosto

São Guido de Anderlecht



Nascido em Brabante, Bélgica, Guido de Anderlecht viveu entre os séculos X e XI. Desde a infância, já demonstrava seu desapego pelos bens terrenos, tanto que, na juventude, distribuiu aos pobres tudo o que possuía e ganhava. Na ânsia de viver uma vida ascética, Guido abandonou a casa dos pais, que eram bondosos cristãos camponeses, e foi ser sacristão do vigário de Laken, perto de Bruxelas, pois assim poderia ser mais útil às pessoas carentes e também dedicar-se às orações e à penitência.

Quando ficou órfão, decidiu ser comerciante, pois teria mais recursos para auxiliar e socorrer os pobres e doentes. Mas seu navio repleto de mercadorias afundou nas águas do Sena. Então, o comerciante Guido teve a certeza de que tinha escolhido o caminho errado, de modo que se convenceu do equívoco cometido ao abandonar sua vocação religiosa para trabalhar no comércio, mesmo que sua intenção fosse apenas ajudar os mais necessitados.

Sendo assim, Guido deixou a vida de comerciante, vestiu o hábito de peregrino e pôs-se novamente no caminho da religiosidade, da peregrinação e assistência aos pobres e doentes. Percorreu, durante sete anos, as inseguras e longas estradas da Europa para visitar os maiores santuários da cristandade.

Depois da longa peregrinação, que incluiu a Terra Santa, Guido voltou para o seu país de origem, já fraco e cansado. Ficou hospedado na casa de um sacerdote na cidade de Anderlecht, perto de Bruxelas, de onde herdou o sobrenome. Pouco tempo depois, morreu, com fama de santidade. Foi sepultado naquela cidade e sua sepultura tornou-se um polo de peregrinação. Assim, com o passar do tempo, foi erguida uma igreja dedicada a ele, para guardar suas relíquias.

Ao longo dos séculos, a devoção a são Guido de Anderlecht cresceu, principalmente entre os sacristãos, trabalhadores da lavoura, camponeses e cocheiros. Aliás, ele é tido como protetor das cocheiras, em especial dos cavalos. Diz a tradição que Guido não resistiu a uma infecção que lhe provocou forte desarranjo intestinal, muito comum naquela época pelos poucos recursos de saneamento e higiene das cidades. Seu nome até hoje é invocado pelos fiéis para a cura desse mal.

A sua festa litúrgica, tradicionalmente celebrada no dia 12 de setembro, traz uma carga de devoção popular muito intensa. Na cidade de Anderlecht, ela é precedida por uma procissão e finalizada com uma bênção especial, concedida aos cavalos e seus cavaleiros. 

Saiba Mais

São Guido de Anderlecht, rogai por nós!



Santa Joana Francisca de Chantal


Filha de um político bem posicionado na França, Joana recusou matrimônio com um fidalgo milionário, por ser ele protestante calvinista. Casou-se, então, com o barão de Chantal, católico fervoroso, com quem levou uma vida profundamente religiosa e feliz.

Joana nasceu em Dijon, França, em 28 de janeiro de 1572, filha de Benigno Frèmiot, presidente do parlamento de Borgonha. Após seu casamento, foi morar no castelo de Bourbillye, e sua primeira ordem na nova casa sinalizou qual seria o estilo de vida que se viveria ali. Mandou que, diariamente, fosse rezada uma missa e que todos os servidores domésticos participassem. Ocupou-se, pessoalmente, da educação religiosa dos serviçais, ajudando-os em todas as suas necessidades materiais.

Quando o barão feriu-se gravemente durante uma caçada, no castelo só se rezava por sua saúde. Mas logo veio a falecer. Joana ficou viúva aos 28 anos de idade, com os filhos para criar. Dedicou-se inteiramente à educação das suas crianças, abrindo espaço em seus horários apenas para a oração e o trabalho. Nessa época, conheceu o futuro são Francisco de Sales, então bispo de Genebra. Escolheu-o para ser seu diretor espiritual e fez-se preparar para a vida de religiosa.

Passados nove anos de viuvez e depois de ter muito bem casado as filhas, deixou o futuro barão de Chantal, então um adolescente de 15 anos, com o avô Benigno no castelo de Dijon e retirou-se em um convento. No ano seguinte, em 1610, junto com Francisco de Sales, fundou a Congregação da Visitação de Santa Maria, destinada à assistência aos doentes. Nessa empreitada juntaram-se, à baronesa de Chantal, a senhora Jacqueline Fabre e a senhorita Brechard.

Joana, então, professou os votos e foi a primeira a vestir o hábito da nova Ordem. Eleita a madre superiora, acrescentou Francisca ao nome de batismo e dedicou-se exclusivamente à Obra, vivendo na sua primeira  sede, em Anecy. Fundou mais 75 Casas para suas religiosas com toda a sua fortuna. Mas não sem dificuldades e sofrimentos, e sofrendo muitas perseguições em Paris, sem nunca esmorecer.

Depois de uma dura agonia motivada por uma febre que pôs fim à sua existência, morreu em Moulins no dia 13 de dezembro de 1641. Atualmente, as Irmãs da Visitação estão espalhadas em todos os continentes e celebram, no dia 12 de agosto, santa Joana Francisca de Chantal, que foi canonizada em 1767 para ser venerada como modelo de perfeição evangélica em todos os estados de vida. 

 

Minha oração

“Santa Madre, que, aos moldes de Virgem da visitação, aprende a acolher e amar a todos, que possamos por sua intercessão seguir seus passos e desenvolver a arte do acolhimento. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém


Santa Joana Francisca de Chantal, rogai por nós!

 Conheça 10 fatos sobre Santa Joana Francisca de Chantal. Assista ao vídeo!


 

                                          São João Berchmans



Fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual aceitou com alegria

Hoje, lembramos o jovem que viveu, durante apenas vinte e dois anos, numa total entrega e amor ao Cristo. São João Berchmans nasceu na Bélgica, em 1599, de família pobre, porém, rica na vida e nas virtudes cristãs.

Tocado pelo testemunho de paciência heróica da mãe diante da fatal enfermidade e, motivado pelo pai viúvo, o qual abraçou o Sacerdócio Católico, ele começou a estudar em um Colégio dos Jesuítas até entrar na Companhia. Ao ser encaminhado para os estudos de Filosofia e Teologia de Malines para Roma, João mostrou com a vida seu amor a Mãe de Deus lutando contra o pecado: “Antes, mil vezes morrer, do que cometer o mais leve pecado ou transgredir uma regra da Ordem”.

São João Berchmans que fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual aceitou com alegria; por isso deitou-se no chão, em sinal de humildade e recebeu os últimos Sacramentos. Testemunha-se que – com o crucifixo, o livro da Regra e o terço apertados sobre o peito – disse: “São estes os meus três tesouros, em cuja companhia quero morrer”, desta maneira é que despedido de todos, foi para a Eternidade repetindo: “Jesus! Maria!”.

São João Berchmans, rogai por nós!


sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Santo do Dia - 11 de agosto





Santa Clara de Assis

 Destacou-se desde cedo pela sua caridade e respeito

para com os pequenos
“Clara de nome, mais clara de vida e claríssima de virtudes!” Neste dia, celebramos a memória da jovem inteligente e bela que se tornou a
‘dama pobre’.

Clara nasceu em Assis, no ano 1193, no seio de uma família da nobreza italiana, muito rica, onde possuía de tudo. Porém o que a menina mais queria era seguir os ensinamentos de Francisco de Assis. Aliás, foi Clara a primeira mulher da Igreja a entusiasmar-se com o ideal franciscano. Sua família, entretanto, era contrária à sua resolução de seguir a vida religiosa, mas nada a demoveu do seu propósito.

No dia 18 de março de 1212, aos 19 anos de idade, fugiu de casa e, humilde, apresentou-se na igreja de Santa Maria dos Anjos, onde era aguardada por Francisco e seus frades. Ele, então, cortou-lhe o cabelo, pediu que vestisse um modesto hábito de lã e pronunciasse os votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência.

Depois disso, Clara, a conselho de Francisco, ingressou no Mosteiro Beneditino de São Paulo das Abadessas, para ir se familiarizando com a vida em comum. Pouco depois, foi para a Ermida de Santo Ângelo de Panço, onde Inês, sua irmã de sangue, juntou-se a ela.

Pouco tempo depois, Francisco levou-as para o humilde Convento de São Damião, destinado à Ordem Segunda Franciscana, das monjas. Em agosto, quando ingressou Pacífica de Guelfúcio, Francisco deu às irmãs sua primeira forma de vida religiosa. Elas, primeiramente, foram chamadas de "Damianitas", depois, como Clara escolheu, de "Damas Pobres", e finalmente, como sempre serão chamadas, de "Clarissas".

Em 1216, sempre orientada por Francisco, Clara aceitou para a sua Ordem as regras beneditinas e o título de abadessa. Mas conseguiu o "privilégio da pobreza" do papa Inocêncio III, mantendo, assim, o carisma franciscano. O testemunho de fé de Clara foi tão grande que sua mãe, Ortolana, e mais uma de suas irmãs, Beatriz, abandonaram seus ricos palácios e foram viver ao seu lado, ingressando também na nova Ordem fundada por ela.

A partir de 1224, Clara adoeceu e, aos poucos, foi definhando. Em 1226, Francisco de Assis morreu, e Clara teve visões projetadas na parede da sua pequena cela. Lá, via Francisco e os ritos das solenidades do seu funeral que estavam acontecendo na igreja. Anteriormente, tivera esse mesmo tipo de visão numa noite de Natal, quando viu, projetado, o presépio, e pôde assistir ao santo ofício que se desenvolvia na igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, que pareciam filmes projetados numa tela, santa Clara é considerada Padroeira da Televisão e de todos os seus profissionais.

Depois da morte de são Francisco, Clara viveu mais 27 anos, dando continuidade à obra que aprendera e iniciara com ele. Outro feito de Clara ocorreu em 1240, quando, portando nas mãos o Santíssimo Sacramento, defendeu a cidade de Assis do ataque do exército dos turcos muçulmanos.

No dia 11 de agosto de 1253, algumas horas antes de morrer, Clara recebeu das mãos de um enviado do papa Inocêncio IV a aguardada bula de aprovação canônica, deixando, assim, as sua "irmãs clarissas" asseguradas. 

Na hora de sua morte ela disse: Vá segura, minha alma, porque você tem uma boa escolha para o caminho. Vá, porque Aquele que a criou também a santificou. E, guardando-a sempre como uma mãe guarda o filho, amou-a com eterno amor. E Bendito sejais Vós, Senhor que me criastes.

Dois anos após sua morte, o papa Alexandre IV a proclamou santa Clara de Assis. 

      Oração a Santa Clara

 Clara, santa cheia de claridade, Irmã de São Francisco de Assis,
Intercede pelos teus devotos Que querem ser puros e transparentes.
Teu nome e teu ser Exalam o perfume das coisas inteiras
E o frescor do que é novo e renovado.
Clareia os caminhos tortuosos Daqueles que se embrenham
Na noite do próprio egoísmo E nas trevas do isolamento.
Clara, irmã de São Francisco, Coloca em nossos corações
A paixão pela simplicidade, A sede pela pobreza,
A ânsia pela contemplação.Te suplico, Irmã Lua,
Que junto ao Sol de Assis  No mesmo céu refulge,
Alcança-nos a graça que, Confiantes vos pedimos.
Santa Clara, ilumina os passos Daqueles que buscam a claridade!

Amém!

Santa Clara de Assis, rogai por nós!

Conheça 10 fatos sobre Santa Clara de Assis. Assista ao vídeo!

 


  Santa Filomena

"Filomena era filha dos reis de um pequeno Estado da Grécia. Ela nasceu após seus pais converterem-se ao cristianismo, no dia 10 de janeiro. Foi uma bênção de Jesus, pois a rainha era estéril. No batismo, recebeu o nome de Filomena, que significa 'filha da luz da fé'. Aos 12 anos, fez os votos de virgindade e tornou-se esposa de Jesus.

Tinha 13 anos quando o imperador romano Diocleciano declarou guerra a seu pai. O rei decidiu viajar para Roma, com a esposa e a filha, e suplicar ao imperador pelo seu povo. O imperador encantou-se com a beleza da jovem e prometeu desistir da guerra se o rei lhe desse a linda filha em casamento. Os reis, com alegria, logo aceitaram, mas Filomena contestou, porque já tinha compromisso com Jesus, seu divino esposo. E  ninguém conseguiu convencê-la do contrário. O imperador, humilhado, mandou prendê-la e torturá-la com chicotadas durante 37 dias. 


Nossa Senhora apareceu-lhe na prisão e revelou que dentro de três dias voltaria com seu amado Filho e a levariam para o céu. O imperador, cada  vez mais cego pelo ódio, mandou flechá-la, mas as flechas voltaram e mataram os arqueiros; então ele mandou jogá-la no rio Tibre com uma âncora no pescoço, mas veio um anjo e cortou a corda. Diante disso, o tirano ordenou que ela fosse decapitada. E assim sua alma voou gloriosamente para o céu, no dia 10 de agosto, numa sexta-feira, às 3 horas da tarde, como seu divino esposo Jesus."
Este relato está no livro "Revelações", de madre Maria Luiza de Jesus, fundadora da Ordem Religiosa das Irmãs da Imaculada e de Santa Filomena.

Entretanto, o corpo de santa Filomena só foi encontrado nas escavações  das catacumbas de Priscila, em Roma, no dia 25 de maio de 1802. A sepultura estava intacta, fato realmente raríssimo, e foi aberta na presença de autoridades civis, religiosos da Igreja e peritos leigos. Durante as escavações, ainda encontraram três placas de terracota com as seguintes inscrições: "Paz te Cum Fi Lumena", ou seja "A paz esteja contigo, Filomena". O caixão tinha os entalhes de uma palma, três flechas, uma âncora, um chicote e um lírio, indicando a forma de seu martírio e morte. Dentro dele estavam as relíquias do corpo de uma jovem e um pequeno frasco com um líquido vermelho ressequido. Os peritos verificaram que o corpo era de uma jovem com cerca de 13 anos, que tinha o crânio fraturado e que teria vivido no século IV. Assim, finalmente, foram encontradas as relíquias da jovem mártir santa Filomena, que ficaram sob os cuidados da Igreja Católica.

Essas relíquias foram transferidas para a Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Nápoles, onde muitas graças e milagres foram alcançados por intercessão da santa, bem como ocorreram em muitas outras partes do mundo cristão. O seu santuário tornou-se um centro de intensa e frequente peregrinação.

O dominicano monsenhor Mastai Ferretti, que se tornou o papa Pio IX em 1849, foi ao santuário de Santa Filomena, em Nápoles, e celebrou uma missa na igreja em agradecimento à graça e intercessão da santa, que o curou de uma doença grave. Outros pontífices declararam-se fiéis devotos de santa Filomena, entre eles o papa Leão XII, que a proclamou "a grande milagrosa do século XIX". Foi o papa Gregório XVI que a nomeou "Padroeira do Rosário Vivente" e escolheu o dia 11 de agosto para a sua festa.

Entretanto as sequências dos estudos e descobertas posteriores mostraram que a sepultura de santa Filomena havia sido utilizada, ao longo dos séculos, para abrigar outros mártires. Diante de tal conclusão, a Igreja, durante a reforma universal dos ritos litúrgicos, em 1961, suprimiu-a do calendário. Mas os reconhecimentos oficiais dos milagres por intercessão de santa Filomena, a legião de fiéis e peregrinos, a própria devoção particular de papas e muitos santos continuam dando vida a esta celebração como marca da grande e intensa manifestação de fé que o povo tem pelo Redentor.

Santa Filomena, rogai por nós!

 


quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Santo do Dia - 10 de agosto

São Lourenço, Diácono e Mártir


Nem chicotes, algozes, chamas, tormentos e correntes puderam contra sua fé e amor ao Cristo

São Lourenço que sofreu o martírio em 258, não parava de interceder por todos


Seu martírio, diz o poeta Prudêncio, assinalou o declínio dos deuses de Roma. Sinal, portanto, de que a morte do jovem diácono Lourenço provocara na cidade uma grande impressão, a ponto dos pagãos — vendo tão serena coragem diante da tortura — começarem a se interrogar sobre a religião professada pelo heroico mártir.

Sua imagem, cingida de lenda (o relato da paixão de São Lourenço, que data de um século após sua morte, é pouco confiável) já na obra dos escritores próximos a sua época, como Prudêncio, Dâmaso e Ambrósio, está ligada à sua tortura. O mártir, posto em uma grelha sobre carvões ardentes, encontra um modo de gracejar: "Vede, deste lado já estou bem  cozido; virai-me do outro". Mas a maioria dos escritores modernos julga que Lourenço tenha sido decapitado como o papa Sisto II — do qual era diácono e o havia precedido por três dias no martírio.


O papa Dâmaso, por outro lado, parece convalidar a tradição dos carvões ardentes e recorda o heroico testemunho de fé com eficaz síntese: "Verbera, carnífices, flammas, tormenta, catenas..."- açoites, carrascos, chamas, tormentos, cadeias, nada prevaleceu contra sua fidelidade a Cristo.


Ele fora, de fato, encarregado de dirigir outros diáconos de Roma. Pode-se, pois, julgar que, na iminência da prisão, o papa o tenha encarregado de distribuir aos pobres o pouco que a Igreja possuía.

Quando o imperador Valeriano — lê-se na paixão — impôs-lhe a entrega do tesouro do qual ouvira falar, Lourenço teria reunido diante dele um grupo de mendigos: "Eis o nosso tesouro", disse-lhe, "podeis encontrá-lo por toda a parte". Foi sepultado na via


Mas ao lado desta imagem de sofrimento aceito, há outra, de modo algum lendária, referente ao diácono encarregado de distribuir aos pobres a coleta dos cristãos 
Tiburtina, no Campus Veranus — Verano —,e sobre seu sepulcro foi erigida a basílica que leva seu nome, a primeira das igrejas que Roma dedicou ao seu popular mártir.

Sentindo-se iludido, o prefeito sujeitou o santo a diversos tormentos, até colocá-lo sobre um braseiro ardente; São Lourenço que sofreu o martírio em 258, não parava de interceder por todos, e mesmo assim encontrou no Espírito Santo força para dizer no auge do sofrimento na grelha: “Vira-me que já estou bem assado deste lado”.

A Roma cristã venera o santo espanhol com a mesma veneração e respeito com que honra seus primeiros Apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estevão em Jerusalém, isso mesmo o foi São Lourenço em Roma.

Minha oração 

“São Lourenço, que nunca desanimastes na fé em Deus, dai-nos o desejo e a força de enfrentar as dificuldades por amor e seguir o Evangelho. Amém!”

 

São Lourenço, rogai por nós!


quarta-feira, 9 de agosto de 2023

ADPF 442 - CNBB convoca a maior das armas contra a legalização do aborto - Gazeta do Povo

Vozes - Marcio Antonio Campos

Dom Bruno Elizeu Versari, bispo de Campo Mourão (PR) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB, assina carta pedindo a todos os bispos que convoquem orações pela rejeição da ADPF 442.| Foto: Victória Holzbach/CNBB

A ADPF 442 vem aí. Pode não ser hoje nem amanhã, mas virá logo. Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal e relatora da ação   não pautou a ADPF ano passado para não dar munição aos conservadores no período eleitoral, mas agora é diferente.
 Como em outubro ela chega aos 75 anos e se aposenta compulsoriamente, deve colocar o tema na pauta do plenário da corte antes que ela deixe o STF, para que assim o seu voto fique registrado.

Rosa Weber é um dos três votos certos em favor da ADPF, ao lado de Luís Roberto Barroso (que assume a presidência do Supremo em outubro) e Edson Fachin – o trio já deixou isso claro quando sequestrou o julgamento de um habeas corpus para médicos e funcionários de uma clínica de aborto. Cármen Lúcia provavelmente também será favorável, a julgar pelo teor de uma carta que assinou no início de 2022. Hoje, eu diria que o único voto garantido em defesa do nascituro seria o de André Mendonça, já que Ricardo Lewandowski se aposentou – deixando de lado todo o resto da sua lamentável obra no STF em defesa dos corruptos, temos de admitir que Lewandowski deu muitos bons votos em defesa da vida e da família, e foi um dos dois únicos ministros contrários à liberação do aborto de anencéfalos em 2012.

Um julgamento que parte de um provável 4 a 1 contra a vida já começa bem difícil. 
Por isso a CNBB quer que todo o país se una em oração para que a ADPF 442 seja derrotada no Supremo. 
Nesta terça-feira, uma carta enviada a todos os bispos do Brasil, mas endereçada também às lideranças de Pastoral Familiar e às equipes de liturgia, faz um pedido para as missas deste segundo domingo de agosto, início da Semana Nacional da Família e dia dos pais. A CNBB propõe que, nas orações dos fiéis, após a profissão de fé, que seja incluída uma invocação pela rejeição da ADPF 442; e que, antes da bênção final, seja rezada a Oração do Nascituro.



Aqui, a Oração do Nascituro e a sugestão para a invocação no momento das preces:

"Nós vos louvamos, Senhor Deus da Vida; bendito sejais, porque nos criaste por amor; vossas mãos nos moldaram desde o ventre materno"

Oração do Nascituro

Nós vos louvamos, Senhor Deus da Vida.
Bendito sejais, porque nos criaste por amor.
Vossas mãos nos moldaram desde o ventre materno.
Nós vos agradecemos pelos nossos pais
e todas as pessoas que cuidam da vida
desde o seu início, até o fim.

Em Vós somos, vivemos e existimos.
Abençoai todos que zelam pela vida humana e a promovem.
Abençoai as gestantes e todos os profissionais da saúde.
Dai às pessoas e às famílias o pão de cada dia,
a luz da fé e do amor fraterno.

Nossa Senhora Aparecida,
intercedei por nossos nascituros,
nossas crianças, nossos jovens,
nossos adultos e nossos idosos,
para que tenham vida plena em Jesus,
que ofereceu sua vida em favor de todos.

Amém!


A carta é um pedido, ou seja, não obriga os bispos a nada, mas quero muito acreditar que nenhum dos bispos brasileiros seria capaz de recusar algo tão simples e ao mesmo tempo tão essencial. 

Que neste próximo fim de semana cheguem a Deus as preces de um país inteiro unido em favor da vida humana, porque, como diz a carta, “estamos em uma situação que requer muita atenção e oração”.


“Mas é só isso?”

Espero que nenhum católico tenha feito essa pergunta – se tiver, bem, eu diria que esse leitor ainda precisa aprender uma ou duas coisinhas básicas sobre a sua fé, por exemplo sobre como um convento de freiras de clausura faz muito mais pela Igreja e pelo mundo que uma dúzia de gente bem “zelosa” xingando muito no Instagram.

Mas a resposta é “não, não é ‘só’ isso”. A CNBB já participou das audiências públicas que Rosa Weber convocou para discutir sobre a ADPF. 
Sim, ela foi muito desonesta quando:
-  1. chamou muito mais participantes favoráveis que contrários à legalização e 
- 2. convocou quase que apenas entidades religiosas para defender o nascituro, um truque para deixar subentendido que a posição pró-vida era uma convicção religiosa, e não ético-filosófica, com fundamento científico (aliás, leia nosso magnífico especial repleto de argumentos pelos quais seria absurdo o STF legalizar o aborto). 
Mas nem por isso a CNBB deixaria de aproveitar a chance de fazer sua voz ser ouvida, certo? 
O site da conferência está repleto de manifestações, seja da direção nacional da entidade, seja de regionais, seja de bispos individualmente, contrárias à ADPF 442. Nesta quinta-feira, dia 10, dom Ricardo Hoepers, secretário-geral da CNBB, participa de um seminário sobre o tema na Câmara dos Deputados. E estou certo de que deve haver outras movimentações de bastidores às quais não temos acesso.

Pior que uma Igreja que não se ajoelha é uma Igreja que não deixa ajoelhar

Falando em xingar muito no Instagram, o leitor provavelmente já viu as imagens, ou ao menos ficou sabendo do caso em que dom Joaquim Mol, bispo auxiliar de Belo Horizonte, negou a comunhão a uma jovem que quis receber a Eucaristia de joelhos na missa em que ela foi crismada. No início houve uma confusão sobre quando é que isso teria acontecido, mas depois o próprio bispo publicou uma explicação e ficamos sabendo que o episódio ocorreu neste último domingo, dia 6.

    “Na Igreja há espaço para todos”, disse o papa Francisco em Lisboa. Pois que também não se fechem as portas a quem quer demonstrar sua devoção a Jesus Eucarístico da forma que julga mais apropriada e que a Igreja considera legítima

O problema é que a explicação do bispo não para em pé. Se a preocupação do bispo é com a pandemia (que já acabou), medo de pegar ou transmitir Covid, ele nem deveria estar dando a comunhão para ninguém, porque afinal é aquela coisa de mão pega hóstia, mão bota hóstia em outra mão, mão coloca a hóstia na boca... e, se formos nos apoiar mesmo em ciência-ciência-ciência, há motivos bastante razoáveis para supor que a comunhão na boca é mais segura que a comunhão na mão, e eu os expliquei em minha coluna de ciência e fé ainda antes que mandassem fechar tudo aqui no Brasil. Além disso, as normas da Igreja, reiteradas pela CNBB, deixam claro que o fiel tem o direito de escolher como deve receber a Eucaristia. 

A frase “jamais se obrigará algum fiel a adotar a prática da comunhão na mão. Deixar-se-á a liberdade de receber a comunhão na mão ou na boca, em pé ou de joelhos” aparece em seguidas edições do Guia Litúrgico-Pastoral e do Diretório Litúrgico da CNBB.

Outro argumento que dom Joaquim usou foi o da locomoção/rapidez, que também não faz sentido. A pessoa não vai ajoelhada do banco ao presbitério, como quem cumpre promessa na passarela de Aparecida. A jovem seguiu normalmente na fila, e só diante do bispo foi se ajoelhar. O que custaria isso, alguns poucos segundos a mais? Mas missa não é pit-stop de Fórmula 1, pelo contrário: quanto mais pressa, maiores as chances de as coisas saírem erradas. No fim, como se vê no vídeo, a insistência de dom Joaquim atravancou a comunhão dos jovens muito mais do que se ele tivesse simplesmente dado a comunhão à garota: ela teria se levantado imediatamente, voltado para o seu lugar e os demais crismados continuariam recebendo a comunhão sem demora.

Por fim, não podia faltar o “tiraram de contexto”. Dom Joaquim reclamou que “manipularam” o vídeo, que “passaram a divulgar que a ela foi negada a comunhão”, e esclareceu que a jovem recebeu, sim, a Eucaristia, mas das mãos do pároco. Isso, para mim, é mero jogo de palavras. Ela recebeu a comunhão? Recebeu. Mas que dom Joaquim não quis lhe dar a Eucaristia, quando era ele quem estava distribuindo o sacramento aos crismados, é mais que evidente.

No seu Introdução ao Espírito da Liturgia, o então cardeal Joseph Ratzinger foi bastante incisivo ao dizer que
uma fé e uma liturgia que já não estão acostumadas ao ajoelhar-se estão profundamente doentes”.  

Se ele diz isso de quem já não se ajoelha, o que não diria de quem não deixa ajoelhar? Rezemos, então, pela cura dessa doença, para que, como afirma Ratzinger, “onde o ato de se ajoelhar se perdeu, precisa ser redescoberto, de forma que, em nossa oração, permaneçamos em comunhão com os apóstolos e mártires, com todo o cosmos, em união com o próprio Jesus Cristo”.

“Na Igreja há espaço para todos. Para todos”, disse o papa Francisco aos jovens reunidos em Lisboa na semana passada. 
Pois que também não se fechem as portas a jovens como essa garota, submetida a um enorme constrangimento sem a menor necessidade porque quis demonstrar sua devoção a Jesus Eucarístico da forma que ela julgava mais apropriada e que a Igreja considera plenamente legítima. Ajoelhar-se não é extravagância, não é exibicionismo, não atravanca nem atrapalha a celebração; ajoelhar-se é apenas tornar realidade o que São Paulo escreveu na Carta aos Romanos 14,11. Não custa conferir de vez em quando.


Marcio Antonio Campos - Coluna no Gazeta do Povo 

 

Santo do Dia - 9 de agosto

São Fermo e São Rústico


Fermo e Rústico foram dois mártires do norte da África. O primeiro teria morrido em Cartago, no tempo do imperador Décio, que empreendeu uma grande e dura perseguição aos cristãos entre os anos de 249 e 251. O segundo teria sido morto, junto com outros, na região da Argélia, durante o império de Valeriano.

As suas relíquias encontram-se na Igreja de São Fermo e São Rústico, em Verona, na Itália. Trata-se de um conjunto arquitetônico muito exótico, formado por duas igrejas, construídas uma sobre a outra, em momentos diferentes. Uma teria sido construída durante o século XIII, e a outra, no século XIV. A magnífica igreja superior guarda as urnas de Fermo e Rústico, que possuem uma história muito interessante, envolta de longínquas tradições cristãs do Oriente e do Ocidente.

Segundo elas, Fermo e Rústico não eram africanos, mas veronenses de origem. Teriam sido mortos decapitados por não renegarem a fé em Jesus Cristo no tempo do imperador Maximiano, entre 286 e 310. Depois disso, seus corpos teriam sido enviados a Cartago, no norte da África, para serem sepultados.

Porém suas relíquias tiveram novamente o rumo da Itália, entre 757 e 774, devido à aclamação do povo. O retorno foi patrocinado pelo bispo de Verona, Annone, que custeou o traslado das relíquias de volta à sua terra natal. Os dois mártires foram acolhidos com grande solenidade, quando os corpos foram depositados nas igrejas, que há muito tempo já haviam sido erguidas em honra de seus nomes.

Essa história está registrada em dois documentos: no "Translatio ss. Firmi et Rustici", da segunda metade do século VII, e no "Il ritmo pipiniano", escrito entre os séculos VIII e IX. Naquela época, o norte da África estava sob domínio dos vândalos de Genserico. Isso provocou uma emigração de cidadãos romanos, fugitivos, de volta à Itália.

Verona era a província que mais acolhia esses fugitivos. Ela teve como bispo o norte-africano Zeno, também um fugitivo, que hoje é festejado como Padroeiro da cidade. Ele é um bom exemplo de como o povo veronense tinha grande veneração pelos mártires africanos. Assim, é bem possível que tenham adotando, também, os santos Fermo e Rústico, muito celebrados como padroeiros de Verona. 


São Fermo e São Rústico, rogai por nós!


Santa Edith Stein (Tereza Benedita da Cruz)

Edith Stein nasceu na cidade de Breslau, Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, em uma próspera família de judeus. Aos 2 anos, ficou órfã do pai. A mãe e os irmãos mantiveram a situação financeira estável e a educaram dentro da religião judaica.

Desde menina, Edith era brilhante nos estudos e mostrou forte determinação, caráter inabalável e muita obstinação. Na adolescência, viveu uma crise: abandonou a escola, as práticas religiosas e a crença consciente em Deus. Depois, terminou os estudos com graduação máxima, recebendo o título de doutora em fenomenologia, em 1916. A Alemanha só concedera esse título a 12 mulheres até a última metade do século XX.

Em 1921, ela leu a autobiografia de santa Teresa d'Ávila. Tocada pela luz da fé, converteu-se e foi batizada em 1922. Mas a mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao catolicismo. A exceção foi sua irmã Rosa, que se converteu e foi batizada no seio da Igreja, após a morte da mãe, em 1936.

Edith Stein começou a servir a Deus com seus talentos acadêmicos. Lecionou numa escola dominicana, foi conferencista em instituições católicas e finalizou como catedrática numa universidade alemã. Em 1933, chegavam ao poder Hitler e o partido nazista. Todos os professores não-arianos foram demitidos. Por recusar-se a sair do país, os superiores da Ordem do Carmelo a aceitaram como noviça. Em 1934, tomou o hábito das carmelitas e o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz. A sua família não compareceu à cerimônia.

Quatro anos depois, realizou sua profissão solene e perpétua, recebendo o definitivo hábito marrom das carmelitas. A perseguição nazista aos judeus alemães intensificou-se e Edith foi transferida para o Carmelo de Echt, na Holanda. Um ano depois, sua irmã Rosa foi juntar-se a ela nesse Carmelo holandês, pois desejava seguir a vida religiosa. Foi aceita no convento, mas permaneceu como irmã leiga carmelita, não podendo professar os votos religiosos. O momento era desfavorável aos judeus, mesmo para os convertidos cristãos.

A Segunda Guerra Mundial começou e a expansão nazista alastrou-se pela Europa e pelo mundo. A Holanda foi invadida e anexada ao Reich Alemão em 1941. A família de Edith Stein dispersou-se, alguns emigraram e outros desapareceram nos campos de concentração. Os superiores do Carmelo de Echt tentaram transferir Edith e Rosa para um outro, na Suíça, mas as autoridades civis de lá não facilitaram e a burocracia arrastou-se indefinidamente.

Em julho de 1942, publicamente, os bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas e em favor dos judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja Católica local e revidou. Em agosto, dois oficiais nazistas levaram Edith e sua irmã do Carmelo de Echt. No mesmo dia, outros 242 judeus católicos foram deportados para os campos de concentração, como represália do regime nazista à mensagem dos bispos holandeses. As duas irmãs foram levadas em um comboio de carga, junto com outras centenas de judeus e dezenas de convertidos, ao norte da Holanda, para o campo de Westerbork. Lá, Edith Stein, ou a "freira alemã", como a identificaram os sobreviventes, diferenciou-se muito dos outros prisioneiros que se entregaram ao desespero, lamentações ou prostração total. Ela procurava consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e cuidar, do melhor modo possível, das crianças. Assim ela viveu alguns dias, suportando com doçura, paciência e conformidade a vontade de Deus, seu intenso sofrimento e o dos demais.

No dia 7 de agosto de 1942, Edith Stein, Rosa e centenas de homens, mulheres e crianças foram de trem para o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Dois dias depois, em 9 de agosto, foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.

A irmã carmelita Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em Roma, em 1998, pelo papa João Paulo II, que indicou sua festa para o dia de sua morte. A solenidade contou com a presença de personalidades ilustres, civis e religiosas, da Alemanha e da Holanda, além de alguns sobreviventes dos campos de concentração que a conheceram e de vários membros da família Stein. No ano seguinte, o mesmo sumo pontífice declarou santa Edith Stein "co-Padroeira da Europa", junto com santa Brígida e santa Catarina de Sena. 

 

Minha oração 

“Ó Santa Teresa Benedita da Cruz, ajuda-me a ter um encontro verdadeiro com Jesus, a fim de morrer para as coisas deste mundo e viver apenas para Ele. Santa Edith Stein, interceda por mim a Deus Pai, para que logo estejamos todos juntos no paraíso. Amém.”

 

 Santa Edith Stein, rogai por nós!(Tereza Benedita da Cruz)

Conheça 10 fatos sobre Santa Teresa Benedita da Cruz. Assista ao vídeo!




terça-feira, 8 de agosto de 2023

8 de agosto - Santo do Dia

São Domingos de Gusmão

Domingos nasceu em 24 de junho de 1170, na pequena vila de Caleruega, na Velha Castela, atual Espanha. Pertencia a uma ilustre e nobre família, muito católica e rica: seus pais eram Félix de Gusmão e Joana d'Aza e seus irmãos, Antonio e Manes. O primeiro tornou-se sacerdote e morreu com odor de santidade. O segundo, junto com a mãe, foi beatificado pela Igreja.

Nesse berço exemplar, o pequeno Domingos trilhou o mesmo caminho de servir a Deus. Até mesmo o seu nome foi escolhido para homenagear são Domingos de Silos, porque sua mãe, antes de Domingos nascer, fez uma novena no santuário do santo abade. E, como conta a tradição, no sétimo dia ele lhe teria aparecido para anunciar que seu futuro filho seria um santo para a Igreja Católica.

Domingos dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas nunca deixou a caridade de lado. Em Valência, cidade onde se diplomou, surpreendeu a todos ao vender os objetos de seu quarto, inclusive os pergaminhos caros usados nos estudos, para ter um pequeno "fundo" e, com ele, alimentar os pobres e doentes.

Aos 24 anos, sentindo o chamado, recebeu a ordenação sacerdotal. Foi enviado para a diocese de Osma, onde se distinguiu pela competência e inteligência. Logo foi convidado para auxiliar o rei Afonso VII nos trabalhos diplomáticos do seu governo e também para representar a Santa Sé, em algumas de suas difíceis missões.

Durante a Idade Média, período em que viveu, havia a heresia dos albigenses, ou cátaros, surgida no sul da França. O papa Inocêncio III enviou-o para lá, junto com Diego de Aceber, seu companheiro, a fim de combater os católicos reencarnacionistas. Mas, devido à morte repentina  desse caro amigo, Domingos teve de enfrentar a missão francesa sozinho. E o fez com muita eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.

Em 1207, em Santa Maria de Prouille, Domingos fundou o primeiro mosteiro da Ordem Segunda, das monjas, destinado às jovens que, devido à carestia, estavam condenadas à vida do pecado. Os biógrafos narram que foi na igreja desse convento que Nossa Senhora apareceu para Domingos e disse-lhe para difundir a devoção do rosário, como princípio da conversão dos hereges e para a salvação dos fiéis. Por isso os dominicanos são tidos como os guardiões do rosário, cujo culto difundem no mundo cristão através dos tempos.

A santidade de Domingos ganhava cada vez mais fama, atraindo as pessoas que desejavam seguir o seu modelo de apostolado. Foi assim que surgiu o pequeno grupo chamado "Irmãos Pregadores", do qual fazia parte o seu irmão de sangue, o bem-aventurado Manes.

Em 1215, a partir dessa irmandade, Domingos decidiu fundar uma Ordem, oferecendo uma nova proposta de evangelização cristã e vida apostólica. Ela foi apresentada ao papa Inocêncio III, que, no mesmo ano, durante o IV Concílio de Latrão, concedeu a primeira aprovação. No ano seguinte, seu sucessor, o papa Honório III, emitiu a aprovação definitiva, dando-lhe o nome de Ordem dos Frades Predicadores, ou Dominicanos. Eles passaram a ser conhecidos como homens sábios, pobres e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.

Em 1217, para atrair a juventude acadêmica para dentro do clero, o fundador determinou que as Casas da Ordem fossem criadas nas principais cidades universitárias da Europa, que na época eram Bolonha e Paris. Ele se fixou na de Bolonha, na Itália, onde se dedicou ao esplêndido desenvolvimento da sua obra, presidindo, entre 1220 e 1221, os dois primeiros capítulos gerais, destinados à redação final da "carta magna" da Ordem.

No dia 8 de agosto de 1221, com apenas 51 anos de idade, ele morreu. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. São Domingos de Gusmão foi sepultado na catedral de Bolonha e é venerado, no dia de sua morte, como Padroeiro Perpétuo e Defensor dessa cidade. 

Minha oração 

“São Domingos de Gusmão, santo mestre, ajuda-me a sempre a espalhar a verdade de Cristo e lutar contra todo tipo de blasfêmia e descrença. Amém.”

 
 São Domingos de Gusmão, rogai por nós!

 

 


segunda-feira, 7 de agosto de 2023

7 de agosto - Santo do Dia

 Santa Afra e suas companheiras


Afra era uma jovem pagã de costumes levianos, que vivia com sua mãe, Hilda, e três criadas: Digna, Eunômia e Eprepria. Orientada por sua mãe, Afra gostava de prestar culto e render homenagens a Vênus, uma das muitas deusas pagãs. Porém o que ela não poderia prever é que seria tocada pela fé cristã. Isso ocorreu quando descobriu que os dois desconhecidos que estavam hospedados em sua casa eram o bispo Narciso e seu diácono Félix.

Na época, ano 304, o imperador romano Diocleciano impunha uma severa perseguição aos cristãos. Esse foi o motivo que levou Narciso e Félix a fugirem da fúria sangrenta que assolava a Espanha, indo parar em Augsburgo, na Baviera, Alemanha, quando foram acolhidos na residência de Afra, que, como sua mãe, nunca os tinha visto. Mas, na hora da refeição, à mesa, os dois começaram uma oração que chamou a atenção das duas e também das criadas ali presentes. Foi então que descobriram que os hóspedes eram cristãos e um deles era bispo da Igreja Católica.

Afra, a princípio, ficou confusa com os estrangeiros cristãos. Depois, mesmo sem conhecer o bispo Narciso, caiu aos seus pés e confessou sua vida de pecados. Ele, percebendo que Afra estava realmente arrependida e que sua alma clamava pelo perdão do Senhor, resolveu absolvê-la, desde que se convertesse e fosse batizada no cristianismo. Ela não só se converteu como ainda animou sua mãe e as outras companheiras para que fizessem o mesmo. Também decidiu ajudar Narciso e Félix a continuarem sua fuga, despistando os soldados do imperador.

Entretanto Afra foi traída e denunciada às autoridades pagãs. Presa, o perdão e a liberdade foram-lhe oferecidos, mas só se voltasse a reverenciar os falsos deuses. Afra negou-se e confirmou sua fé em Jesus  Cristo. Foi levada para a ilha de Lesh, onde a despiram, amarraram-na em um poste e depois a queimaram viva.

O mesmo aconteceu, algum tempo depois, com as suas companheiras e sua mãe. Elas, que já se haviam convertido, tinham ido rezar junto à sepultura de Afra quando foram flagradas pelos soldados do imperador. Hilda, a exemplo de sua filha Afra, recusou-se a abandonar a fé cristã, sendo acompanhada na decisão também pelas três criadas.

Todas morreram queimadas vivas, ali mesmo, junto ao túmulo da mártir Afra. Esta é uma das mais antigas tradições cristãs do povo alemão, que venera santa Afra como Padroeira da cidade de Augsburgo desde a Antiguidade, e que teve seu culto autorizado pela Igreja somente em 1064. A festa de santa Afra em Augsburgo acontece no dia 7 de agosto, embora, em algumas localidades, ocorra em outras datas. 


Santa Afra e suas companheiras, rogai por nós!


São Caetano de Thiene
 
Caetano nasceu em Vicenza, na Itália, em outubro de 1480. Filho do conde Gaspar de Thiene e de Maria do Porto, desde muito jovem mostrava grande preocupação e zelo pelos pobres, abrindo asilos para os idosos e muitos hospitais para os doentes, especialmente para os incuráveis.

Estudou em Pádua, onde se diplomou nas matérias jurídicas, aos 24 anos de idade. Dedicava-se ao estado eclesiástico, mas sem ordenar-se, por considerar-se indigno. Nesse meio tempo, fundou, na propriedade da  família, em Rampazzo, uma igreja dedicada a Santa Maria Madalena, que ainda hoje é a paróquia desta localidade.

Em 1506, estava em Roma, exercendo a função de secretário particular do papa Júlio II. Na qualidade de escritor das cartas apostólicas, fez contato e conviveu com cardeais famosos, aprendendo muito com todos eles. Mas a principal virtude que Caetano cultivava era a humildade para observar muito bem antes de reprovar o mal alheio. Para melhor compreender, basta lembrar que ele viveu no período do esplendor renascentista, no qual o próprio Vaticano não primava pelo exemplo de moralidade e nem brilhava pela santidade dos costumes.

Assim sendo, como homem inteligente e preparado, não se retirou para um ermo; ao contrário, encorajou-se para uma ação reformadora, começando por si mesmo. Costumava dizer que "Cristo espera e ninguém se mexe". Participou do movimento laical Oratório do Divino Amor, que procurava estudar e praticar as Sagradas Escrituras. Só então, depois de muita reflexão, decidiu-se pela ordenação sacerdotal, em 1516.

Tinha 36 anos de idade quando celebrou sua primeira missa na basílica de Santa Maria Maior. Nesta ocasião, ele mesmo relatou depois, Nossa Senhora apareceu-lhe e colocou-lhe nos braços o Menino Jesus. Foi para Veneza em 1520, onde colaborou na fundação do hospital dos incuráveis. Três anos depois, incansável, voltou para Roma, onde, na companhia dos companheiros do Oratório — Bonifácio Colli, Paulo Consiglieri e João Pedro Carafa, bispo de Chiete —, fundou a Ordem dos Teatinos Regulares, que tinha como objetivo a renovação do clero.

Quando o papa Clemente VII aprovou a congregação, Caetano renunciou a todos os seus bens para dedicar-se única e exclusivamente à vida comum. O mesmo ocorreu com o bispo Carafa, que abdicou também da sua vida episcopal. Anos mais tarde, ele veio a tornar-se o papa Paulo IV, um dos grandes reformadores da Igreja.

A nova congregação começou somente com os quatro, depois passaram para 12, e esse número aumentou bastante em pouco tempo. São os primeiros clérigos regulares. Não são monges, pois são de vida ativa, porém vivendo em obediência: sob uma regra de vida comum, como religiosos, cujos membros renunciam a todos os seus bens terrenos, devendo viver de seu trabalho apostólico e de ofertas espontâneas dadas pelos fiéis, contando apenas com a Providência divina. Carafa foi o primeiro superior geral, embora a ideia da fundação fosse de Caetano de Thiene, que, na sua humildade, sempre se manteve de lado.

Caetano morreu de fadiga, após uma vida de muito trabalho e sofrimento, aos 66 anos de idade, em Nápoles, no dia 7 de agosto de 1547. Foi canonizado em 1671. O seu corpo é venerado no dia de sua morte, na belíssima basílica de São Paulo Maior, mas que é chamada por todos os fieis e peregrinos de basílica de São Caetano, localizada na praça principal da cidade. 


São Caetano de Thiene, rogai por nós!


São Sisto II e companheiros mártires


 Entregaram suas vidas em sinal de fidelidade a Cristo e foram recompensados com o tesouro da eternidade no Céu
Os anos que se seguiram de 250 até 260 foram uns dos mais terríveis e, ao mesmo tempo, gloriosos do Cristianismo; terríveis devido à fúria dos imperadores Décio e Valeriano, e gloriosos por conta da têmpera dos inúmeros mártires, que foram os que mais glorificaram a Deus.

O Santo Papa Sisto II, a quem celebramos neste dia, foi um destes homens que soube transformar o terrível em glória, a partir do seu testemunho de fé, amor e esperança em Cristo Jesus. Pertence à lista de  cinco consecutivos Papas mártires, São Sisto II governou a Igreja durante um ano (257 – 258) e neste tempo semeou a paz e a unidade no  seio da Igreja de Cristo.

Foi Sisto decapitado pela polícia durante uma cerimônia clandestina que ele celebrava num cemitério da via Ápia. Foram ao mesmo tempo executados seis dos sete diáconos que o rodeavam. Só pouparam algum  tempo o diácono Lourenço, seu tesoureiro, a quem deixaram quatro dias para entregar os bens da Igreja. Assim se procedia desde que o imperador Valeriano (+260) estabelecera a pena de morte “sem julgamento, só com verificação de identidade”, contra os Bispos, padres e diáconos da religião cristã.

Desta forma, São Sisto II e seus companheiros mártires entregaram suas vidas em sinal de fidelidade a Cristo e foram recompensados com o tesouro da eternidade no Céu.

A minha oração

“Aos mártires pedimos a fortaleza da fé contra as tentações que vivemos constantemente, além da sabedoria para superar as provações, perseguições e ocasiões de luta. São Sisto, nosso exemplo de pastor, rogamos a intercessão e bênçãos. Amém!


São Sisto II e companheiros mártires, rogai por nós!

 

 

 

domingo, 6 de agosto de 2023

Evangelho do Dia

 Evangelho Cotidiano

 

Transfiguração do Senhor - Festa -  Domingo

Anúncio do Evangelho (Mt 17, 1-9)

Aleluia, Aleluia, Aleluia.

Eis meu Filho muito amado, nele está meu bem-querer, escutai-o, todos vós! (Mt 17,5c)

 PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

 — Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 1Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. 2E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz. 3Nisto apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus. 4Então Pedro tomou a palavra e disse: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se queres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias”. 5Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra. E da nuvem uma voz dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!” 6Quando ouviram isto, os discípulos ficaram muito assustados e caíram com o rosto em terra. 7Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantai-vos, e não tenhais medo”8Os discípulos ergueram os olhos e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. 9Quando desciam da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não conteis a ninguém esta visão até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos”.

- Palavra da Salvação 

— Glória a vós, Senhor.

 

MEDITANDO O EVANGELHO 

«Este é o meu Filho amado»

Hoje, o Evangelho fala-nos da Transfiguração de Jesus Cristo no monte Tabor. Jesus, depois da confissão de Pedro, começou a mostrar a necessidade de o Filho do homem ser condenado à morte e anunciou também a sua ressurreição ao terceiro dia. É neste contexto que devemos situar o episódio da Transfiguração de Jesus. Santo Anastácio Sinaíta escreve que «Ele tinha-se revestido com nossa miserável túnica de pele, hoje colocou a veste divina, e a luz envolveu-o como um manto». A mensagem que Jesus transfigurado nos traz são as palavras do Pai: «Este é o meu Filho amado. (...) Escutai-o!». (Mt 17,5). Escutar significa fazer a sua vontade, contemplar a sua pessoa, imitá-lo, pôr em prática os seus conselhos, tomar a nossa cruz e segui-lo.

Com o propósito de evitar equívocos e más interpretações, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos (cf. Mt 17,9). Os três apóstolos contemplam Jesus transfigurado, sinal da sua divindade, mas o Salvador não quer que se divulgue até depois da sua Ressurreição, quando então se poderá compreender a dimensão deste episódio. Cristo fala-nos no Evangelho e na nossa oração; então podemos repetir as palavras de Pedro: «Rabi, que bem estamos aqui» (Mt 17,4), sobretudo depois de ir comungar.

O prefácio da Missa de hoje oferece-nos um belo resumo da Transfiguração de Jesus. Diz assim: «Porque Cristo, Senhor, tendo anunciado sua morte aos discípulos, revelou a sua glória na montanha sagrada e, tendo também a Lei e os profetas como testemunhas, fê-los compreender que a paixão é necessária para chegar à gloria da ressurreição». Lição que os cristãos nunca devem esquecer. - Rev. D. Joan SERRA i Fontanet (Barcelona, Espanha)

Pensamentos para o Evangelho de hoje

  • «Para penetrarmos na intimidade destes inefáveis e sagrados mistérios juntamente com os eleitos, entre os discípulos inspirados por Deus, ouçamos a voz divina e sagrada que, lá do alto, do cimo do monte, instantemente nos chama» (Anastácio Sinaíta)

  • «Esse corpo que se transfigura diante dos olhos atônitos dos Apóstolos é o corpo de nosso irmão Cristo, mas é também nosso corpo destinado à glória; a luz que o inunda é e será também nossa parte da herança e esplendor» (São Paulo VI)

  • «Para o cristão, crer em Deus é crer inseparavelmente em Aquele que Deus enviou, “no seu Filho muito amado” em quem Ele pôs todas as suas complacências (Mc 1,11). Deus mandou-nos que O escutássemos (...) (Mc9,7)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 151)