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sábado, 8 de dezembro de 2012

Novena Da Imaculada Conceição - Coroada de doze estrelas.

Novena Da Imaculada Conceição
Coroada de doze estrelas

Devoção recomendada por S. José Calazans
Indulgência: 300 dias cada vez, plenária se todo mês (Pio IX)
 
Festa da Imaculada Conceição dia 08.12
 
Rezá-la completamente durante 9 dias consecutivos. 

Ave-Maria Purissima, concebida sem pecado!
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Louvemos e demos graças à Trindade Augusta de Deus que nos mostrou a Virgem vestida de sol, calçada de lua e coroada de doze estrelas. Pai-Nosso...

Louvemos e demos graças ao Pai Eterno que escolheu Maria para Filha Glória ao Pai...

1) Louvado seja o Pai Eterno que predestinou Maria para Mãe do seu Filho Ave-Maria...
2) Louvado seja o Pai Eterno que preservou Maria de toda a culpa Ave-Maria...
3) Louvado seja o Pai Eterno que adornou Maria com todas as virtudes Ave-Maria
4) Louvado seja o Pai Eterno que deu a Maria por esposo o purissimo São José Ave-Maria...

 Louvemos e demos graças ao Filho de Deus, que escolheu Maria Para sua Mãe Glória ao Pai...

5) Louvado seja o Filho de Deus que se encarnou e habitou em Maria Santíssima Ave-Maria...
6) Louvado seja o Filho de Deus que nasceu de Maria sempre Virgem Ave-Maria...
7) Louvado seja o Filho de Deus que deu a Maria todo poder Ave-Maria...
8) Louvado seja o Filho de Deus que nos deu Maria por Mãe Ave-Maria...

Louvemos e demos graças ao Espírito Santo que escolheu Maria por sua esposa Glória ao Pai...

9) Louvado seja o Espírito Santo por quem Maria foi Virgem e Mãe Ave-Maria...
10) Louvado seja o Espírito Santo por quem Maria foi templo da SS. Trindade Ave-Maria...
11) Louvado seja o Espírito Santo por quem Maria foi assunta ao Céu Ave-Maria...
12) Louvado seja o Espírito Santo por quem Maria foi medianeira de todas as graças Ave-Maria...

 V/ Bendita seja a Santa e Imaculada Conceição.
R/ Da Bem-aventurada Virgem Maria.

V/ Ó Maria concebida sem pecado.
R/ Rogai por nós que recorremos a Vós.

Oração da Missa (8 de dezembro):

Ó Deus, que pela Imaculada Conceição da Virgem preparastes para Vosso Filho digna morada, nós Vos suplicamos humildemente que, assim como, em atenção aos merecimentos desse mesmo Filho, Vos dignastes preservá-la de toda mácula, nos concedais igualmente, por sua intercessão, a graça de chegarmos a Vós limpos do pecado.
Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.

Oração composta por São Pio X:

Virgem santa que agradastes ao Senhor a ponto de tornar-se sua Mãe, Virgem Imaculada em vosso corpo, em vossa alma, em vossa fé, em vosso amor, olhai com bondade os infelizes que imploram vossa poderosa proteção.
A serpente infernal contra a qual foi lançada a primeira maldição continua a combater e a tentar os pobres filhos de Eva.
Vós, nossa Mãe abençoada, nossa rainha, nossa advogada, vós que esmagastes a cabeça do inimigo desde o primeiro instante de vossa Conceição, recebei nossas orações e, nós vos suplicamos, unidos num único coração, apresentai-as diante do trono de Deus, para que nunca nos deixemos cair nas armadilhas que nos são preparadas, mas que cheguemos todos ao porto da Salvação e que, no meio de tantos perigos, a Igreja e a sociedade cristã cantem mais uma vez o hino da liberdade, da vitória e da paz. Amém
 

Solenidade da Imaculada Conceição

No dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição, professando que a Mãe de Jesus foi concebida sem o pecado original, herança com que todos nascemos. A festa é celebrada no tempo litúrgico do Advento, de preparação para o Natal. Neste tempo, é importante lembrar-se também daquela que foi escolhida por Deus para ser a mãe do Verbo Encarnado; o Filho de Deus vem até nós através de uma mulher.
CHEIA DE GRAÇA - Para ser a mãe de Cristo, Deus escolheu uma mulher santa e pura, cheia de graça. Por isso, como afirma o Concílio Vaticano II, na constituição “Lumen gentium”, Maria, “desde o primeiro instante de sua existência, é enriquecida com uma santidade surpreendente, absolutamente única.” (LG 56) É esse o mistério que celebramos no dia 8 de dezembro: para ser digna Mãe do Verbo, Deus preservou Maria do pecado original e a fez cheia de graça, a fez imaculada desde sua concepção.
REMIDA POR CRISTO - A doutrina da santidade original de Nossa Senhora se firmou inicialmente no Oriente, por volta do século VI ou VII, daí passou para o Ocidente. No século XIII, Duns Scott, teólogo franciscano de inteligência brilhante, defendia que Maria havia sido concebida sem o pecado original, afirmando que ela foi remida por Cristo como todas as pessoas humanas, mas antes de contrair o pecado original, em previsão dos méritos do Redentor que lhe são aplicados também.
DOGMA DE FÉ - Séculos mais tarde, o Papa Pio IX, com a bula “Ineffabilis Deus”, de 8 de dezembro de 1.854, proclamou o dogma da Imaculada Conceição: “Maria foi imune de toda mancha da culpa original desde o primeiro instante de sua concepção, em vista dos méritos de Cristo.” Quatro anos mais tarde, em 1.858, Nossa Senhora confirmava essa verdade. Aparecendo a Bernadete, na cidade francesa de Lurdes, apresentou-se: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
MODELO DE VIDA - A Mãe do Salvador se revela como exemplo de fé, de oração, de escuta da palavra divina, de amor-doação. Nossa devoção deve sempre lembrar a moça que soube dizer sim ao chamado para ser mãe, que se deslocou por caminhos difíceis para servir sua prima Isabel, que na festa de Caná estava servindo e preocupada com a felicidade dos noivos. Maria é a pessoa simples, pobre, que pertencia aos excluídos de sua época. É a mulher firme na condução dos passos de seu Menino, forte ao pé da cruz, exultante na ressurreição de seu Filho.
MÃE DOS CRISTÃOS - Sua existência é uma plena comunhão com o Filho, uma entrega total a Deus. Ela é a mãe imaculada dos cristãos. Como afirma o Papa João Paulo II, Maria é “a primeira e a mais completa realização das promessas divinas. Sua espiritual beleza nos convida à confiança e à esperança. A Virgem toda pura e toda santa nos anima a preparar os caminhos do Senhor e a endireitar seus caminhos.”
CAMINHO PARA BELÉM - A celebração da Imaculada dentro do Advento – tempo de preparação para o Natal de Jesus Cristo – deve nos levar até o presépio de Belém, descobrindo a humildade e a pobreza de nosso Deus e de sua mãe, comprometendo-nos com os pobres e excluídos, os que tiveram o privilégio de receber primeiro o convite para irem adorar o Menino que nasceu.

Em 1854, o Papa Pio IX definiu o dogma da Imaculada Conceição da Virgem Maria, através da bula Ineffabilis Deus.
As raízes dessa devoção se reportam ainda aos primeiros séculos da Cristandade. Já os Padres da Igreja do Oriente, de fato, ao exaltar a Mãe de Deus, usavam expressões que a colocavam acima do pecado original.
 
No entanto, qual é exatamente o significado desse dogma e como não confundi-lo com outros títulos referentes a Maria? A seguir, confira a explicação do mariólogo padre Stefano De Fiores.
 
Padre StefanoÉ preciso evitar um equívoco: o de confundir a Imaculada Conceição, que diz respeito à pessoa de Maria, no primeiro instante de sua existência, com a virgindade de Maria, que, ao contrário, é uma decisão na sua vida, quando está consciente, portanto, quando já cumpriu um bom caminho de anos, ao menos até a sua adolescência.
E poderíamos dizer que a Imaculada Conceição é isso: não é um privilégio que distancia Maria de nós, porque, antes das diferenças, está a igualdade. A igualdade está nisso: tanto Maria quanto nós somos redimidos em Cristo. Nós somos redimidos mediante a libertação do pecado, enquanto, para Maria, trata-se de uma preservação do pecado original, isto é, Jesus foi perfeitíssimo mediador para Maria enquanto não esperou que ela caísse em pecado para depois absolvê-la, mas a sua graça redentora foi tão forte a ponto de impedir que Maria caísse no pecado.
 
Pergunta: Como compreender, portanto, neste sentido, o livre arbítrio de Maria?
Padre Stefano: Maria foi protegida pela graça de maneira toda especial, mas essa graça não tolhe a liberdade, porque Deus não pode tratar a nós – por Ele criados livres – como se não fôssemos livres! E, de fato, a Maria é pedido o consenso para a Encarnação do Filho de Deus. Ela teria podido dizer ‘não’: sustentada pela graça, pôde dar aquele sim completo, total, perfeito de disponibilidade “sem qualquer peso de pecado”, diz o Concílio Vaticano II. E, portanto, com a plenitude da sua humanidade, pôde aderir a Deus entregando toda a sua vida à Palavra de Deus, à promessa que Deus havia feito de torná-la Mãe do Filho de Deus.
 
Pergunta: De que modo ler, viver a presença desta festividade na imediata proximidade do natal?
Padre Stefano: No Advento, nós temos a preparação que vem do profeta Isaías com o seu invencível otimismo, que nos leva a trabalhar por um mundo novo, por um mundo de paz. Depois, vem João Batista, que nos faz ver que é a via da conversão que pode verdadeiramente levar-nos à salvação; enfim, eis que vem Maria como a preparação radical para a vinda do Messias. De fato, Maria ensina-nos a plena disponibilidade, portanto, Maria é a preparação mais perfeita para que possamos acolher verdadeiramente o Verbo de Deus que se fez carne. Assim, como diz Bento XVI, agora não podemos mais fazer teologia sem mariologia, porque o nosso Deus é o Deus encarnado no ventre da Virgem Maria por obra do Espírito.

Imaculada Conceição de Maria

 O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro de nós e que não renunciamos nunca.
 


A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma, foi definida em 1854, pelo papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no Oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII.

A festa não existia, oficialmente, no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia chamado bem-aventurado João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de são Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade.

Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570, foi confirmada e formalizada pelo papa Pio V, na publicação do novo ofício, e, finalmente, no século XVIII, o papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade.

Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se, explicitamente, com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição".

Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus miseriordioso. Foi Deus que concedeu a ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina, permanecesse incontaminada.

Maria, então, foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor, que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos.

Hoje, não comemoramos a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a rainha de todos os santos, a Mãe de Deus.

 Imaculada Conceição de Maria, rogai por nós!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

7 de dezembro - Santo do dia

Santo Ambrósio

Conselheiro e pai espiritual de três imperadores romanos, Graciano, Valentiniano II e Teodósio I, Ambrósio é o símbolo da Igreja nascente, após os sofridos anos de perseguições e vida escondida. Foi graças à sua atuação que a Igreja de Roma conseguiu tratar com o poder público sem servilismo.

Tanto que Ambrósio chegou a repreender asperamente o imperador Teodósio I, obrigando-o a fazer uma penitência pública por ter massacrado a população da Tessalônica para conter uma revolta. A sua figura representa o ideal de bispo pastor, que se deve impor como símbolo de liberdade e de pacificação para o Povo de Deus.

Nasceu em Trèves, atual Alemanha, por volta do ano 339. Era de família cristã: seu pai era alto funcionário do Império Romano, governador de uma província do outro lado dos Alpes, no norte da Itália. Quando o pai morreu, a família foi para Roma, onde Ambrosio estudou direito, retórica e iniciou sua carreira jurídica.

Certa vez, estava em Milão quando o bispo morreu. Bom jurista e funcionário imperial, procurou evitar um conflito nas novas eleições eclesiásticas com um discurso firme e muito sensato. Foi tão sereno e equilibrado que, ao final, a assembléia o aclamou o novo bispo de Milão. Muito surpreso, recusou, dizendo que essa não era a sua intenção, até porque era um pecador, e não era ainda batizado, ainda se preparava para esse sacramento. Mas não adiantou. Logo foi batizado e consagrado.

Desde então, dedicou-se com afinco ao estudo das Sagradas Escrituras. Não era intelectual, mas suas obras litúrgicas, comentários sobre as Escrituras e tratados ascético-morais o fizeram especialista da doutrina cristã e da arte de administrar a comunidade cristã a ele confiada.

A marca do seu apostolado foi impressa pela importância que deu aos valores da virgindade de Maria e dos mártires de Cristo. Considerado o pai da liturgia ambrosiana, recebeu com mérito o título de doutor da Igreja.

Os livros de sua autoria que chegaram até nós são, quase todos, a reprodução de suas pregações e sermões. Agostinho, convertido por ele e um dos seus ouvintes freqüentes, conta que o prestígio dos sermões do bispo Ambrósio de Milão era enorme, graças ao eficaz tom de voz e sua eloqüência com a escolha das palavras. Por isso foi chamado de "o apóstolo da amizade".

Morreu em Milão, em 4 de abril de 397, uma Sexta-Feira Santa. Santo Ambrósio é venerado no dia 7 de dezembro, data em que, no ano 374, foi aclamado pela população bispo de Milão.


Santo Ambrósio, rogai por nós!





Santa Maria Josefa Rossello 

Benedita Rossello era natural da belíssima cidade de Albissola Mariana, em Savona, na Itália. Nasceu no dia 27 de maio de 1811, descendente de uma humilde família de fabricantes de vasilhas e, desde cedo, teve de, literalmente, "colocar a mão na massa" para ajudar o pai com a modelação da argila. Mas trabalhar para a família não era o suficiente para Benedita. O que ela mais queria era trabalhar para o mundo, para os outros, para o próximo.

Inscreveu-se muito jovem na Ordem Terceira de São Francisco e, aos dezenove anos, empregou-se numa residência para dar assistência ao chefe da família em sua doença. Fez um trabalho tão dedicado e confortador que, quando o doente morreu, a viúva quis adotar Benedita.

A oferta foi recusada, pois a jovem buscava uma atividade maior. Tentou inscrever-se numa casa de caridade, mas a falta do dote financeiro suficiente a impediu de concretizar o sonho, deixando-a triste e amargurada. Nesse mesmo tempo, perdeu o pai e uma irmã, tendo de prover a família durante um período.

Pouco tempo depois, o bispado de Mari procurava voluntárias para a implantação de um instituto de educação para meninas pobres e Benedita não perdeu tempo. Uma casa modesta e alugada serviu de semente para o que seria uma grande Obra, de início dirigida por Benedita e com apenas duas companheiras.

Em 1837, fez os votos perpétuos de religiosa, tomando o nome de Maria Josefa. Três anos depois, era a superiora da nova Congregação religiosa: o Instituto das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, que já contava com sete irmãs e algumas noviças.

Entre tantas iniciativas de benemerência, uma ficou marcada: sob a tutela da madre Maria Josefa, o Instituto começou a abrigar escravos africanos, dando asilo, principalmente, a meninas provindas da escravidão humilhante e desumana. Ela, no futuro, ergueria muitas casas iguais, além de um seminário para filhos de operários pobres.

A fundadora morreu em 7 de dezembro de 1880. O papa Pio XII declarou santa Maria Josefa Rossello em 1949. Ela, que dedicou toda sua vida aos doentes e às crianças, mesmo quando ainda não era religiosa, nasceu Benedita, e bendita foi sua dedicação à caridade, deve ser venerada com festa litúrgica no dia de sua morte.


Santa Maria Josefa Rossello, rogai por nós!  

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

6 de dezembro - Santo do dia

São Nicolau

Nicolau é também conhecido por São Nicolau de Mira e de Bari. Venerado, amado e muito querido por todos os cristãos do Ocidente e do Oriente. Sem dúvida alguma, é o santo mais popular da Igreja. Ele é padroeiro da Rússia, de Moscou, da Grécia, de Lorena, na França, de Mira, na Turquia, e de Bari, na Itália, das crianças, das moças solteiras, dos marinheiros, dos cativos e dos lojistas. Por tudo isso os dados de sua vida se misturam às tradições seculares do cristianismo.

Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, provavelmente no ano 250. Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito. Mais tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino, sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo Nicolau esteve presente no primeiro Concílio, em Nicéia, no ano 325.

Foi venerado como santo ainda em vida, tal era a fama de taumaturgo que gozava entre o povo cristão da Ásia. Morreu no dia 6 de dezembro de 326, em Mira. Imediatamente, o local da sepultura se tornou meta de intensa peregrinação. O seu culto se difundiu antes na Ásia, e o local do seu túmulo, fora da área central de Mira, se tornou meta de peregrinação.

O documento mais antigo sobre ele foi escrito por Metódio, bispo de Constantinopla, que em 842 relatou todos os milagres atribuídos a são Nicolau de Mira. Depois, mais de sete séculos passados da sua morte, "Nicolau de Mira" se tornou "Nicolau de Bari". Em 1087, a cidade de Bari, em Puglia, na Itália, sofria a subjugação dos normandos. E Mira já estava sob domínio dos turcos muçulmanos. Setenta marinheiros italianos desembarcaram nessa cidade e se apoderaram das suas relíquias mortais, transferindo-as para Bari. O corpo de são Nicolau foi acolhido, triunfalmente, pela população de Bari, que o elegeu seu padroeiro celestial. E ele não decepcionou: por sua intercessão os prodígios e milagres ocorriam com grande freqüência. Seu culto se propagou em toda a Europa. Então, a sua festa, no dia 6 de dezembro, foi confirmada pela Igreja.

A tradição diz que os pais de Nicolau eram nobres, muito ricos e extremamente religiosos. Que era uma criança com inclinação à virtuosidade espiritual, pois nas quartas e nas sextas-feiras rejeitava o leite materno, ou seja, já praticava jejum voluntário. Quando jovem, desprezava os divertimentos e vaidades, preferindo freqüentar a igreja. Costumava fazer doações anônimas em moedas de ouro, roupas e comida às viúvas e aos pobres. Dizem que Nicolau colocava os presentes das crianças em sacos e os jogava dentro das chaminés à noite, para serem encontrados por elas pela manhã. Dessa tradição veio a sua fama de amigo das crianças. Mais tarde, ele foi incluído nos rituais natalinos no dia 25 de dezembro, ligando Nicolau ao nascimento do Menino Jesus.

Mais tarde, quando já era bispo, um pai, não tendo o dinheiro para constituir o dote de suas três filhas e poder bem casá-las, havia decidido mandá-las à prostituição. Nicolau tomou conhecimento dessa intenção, encheu três saquinhos com moedas de ouro, o dote de cada uma das jovens, para salvar-lhes a pureza. Durante três noites seguidas, foi à porta da casa daquele pai, onde deixava o dote para uma delas. Existem muitas tradições e também lendas populares que se criaram em torno deste santo, tão singelo e singular.

A sua figura bondosa e caridosa, símbolo da fraternidade cristã, mantém-se viva e impressa na memória de toda a cristandade. Agora, também na da humanidade toda, porque perpetuada através dos comerciantes nas vestes de Papai Noel nos países latinos, de Nikolaus na Alemanha e de Santa Claus nos países anglo-saxões. Mesmo sob falsas vestes, são Nicolau nos exemplifica e recorda o seu grande amor às crianças e aos pobres e a alegria em poder servi-los em nome de Deus.


São Nicolau, rogai por nós! 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

São Sabas


Os bárbaros godos são conhecidos, na história, por suas guerras de conquista contra terras e nações cristãs. Pagãos, perseguiram e executaram milhares de católicos, mas não puderam impedir a conversão de várias famílias. Foi numa dessas que nasceu Sabas, no ano 439.

Nascido na Capadócia, Sabas teve uma infância difícil. A disputa dos parentes por sua herança o levou a procurar ajuda num mosteiro, onde foi acolhido apesar de ser ainda uma criança. Apesar de pouca instrução, tornou-se um sábio na doutrina cristã.

Desde então, transcorreu sua longa vida entre os mosteiros da Palestina. Experimentou a vida monástica cenobítica, ou seja, comunitária; depois passou para o mosteiro dos anacoretas, onde os monges se nutrem na solidão, preferindo esta última. Dividiu tudo o que herdou entre os cristãos pobres e doentes. Trabalhou na conversão de seus conterrâneos e ajudando os cristãos perseguidos em sua pátria. Era, antes de tudo, um caridoso e valente.

Naquela época, havia o decreto de que cristãos, para serem poupados, deveriam comer a carne dos animais mortos aos deuses pagãos. Muitos se utilizavam da estratégia de enganar os guardas, dando de comer aos familiares carnes comuns, e não as desses sacrifícios, salvando os familiares do martírio. Mas Sabas se recusava a mentir, chegando a protestar em público contra tal prática.

Quando as perseguições se acentuaram, Sabas já gozava de muito prestígio, pois tinha fundado uma grande comunidade de monges anacoretas no vale de Cedron, na Palestina, chamada de "grande Laura". Ela começou naturalmente, com os eremitas ocupando as cavernas ao redor daquela em que vivia, isolado com os animais, e construíram um oratório. Foi assim que surgiu o que seria no futuro o Mosteiro de São Sabas.

A fama dos prodígios que alcançava através das orações e também a grande sabedoria sobre a doutrina de Cristo, que tão bem defendia, fizeram essa comunidade crescer muito.A ele se atribui o fim de uma longa e calamitosa seca. Ocupava uma posição de liderança importante dentro da sociedade e do clero. A eloqüência da sua pregação do Evangelho atraía cada vez mais os pagãos à conversão. Sabas, então, já incomodava o poder pagão como autoridade cristã.

Interferiu junto ao imperador, em Constantinopla, a favor dos mais pobres, contra os impostos. Organizou e liderou um verdadeiro e próprio exercito de monges anacoretas para dar apoio ao papa contra a heresia monofisista que agitou a Igreja do Oriente.

Morreu em 5 de dezembro de 532, na Palestina, aos noventa e três anos de idade. São Sabas está presente na relação dos grandes sacerdotes fundadores do monaquismo da Palestina. A festa em sua honra ocorre no dia de sua morte.


São Sabas, rogai por nós! 

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

4 de dezembro - Santo do dia

Santa Bárbara

 
Filha de pais pagãos, Bárbara aprendeu a amar a Deus observando a natureza, o céu, o sol, as estrelas e todas as maravilhas da terra.

Bárbara nasceu na Nicomédia, Bitínia, atual Turquia. Num lar pagão, desde pequena participava dos cultos e homenagens aos deuses. A menina cresceu bela e inteligente e aprendeu os valores cristãos a ponto de apegar-se a eles com toda a força da alma. Assim, instruída no cristianismo às escondidas, recebeu o batismo.

Mas chegou o dia em que seu pai tomou conhecimento disso. A princípio, tentou persuadi-la a voltar aos valores pagãos com argúcia e artimanhas. O tempo foi passando e nada de Bárbara render-se. As pressões sobre ela aumentaram e a sua desobediência também. Até que, um dia, o pai a agrediu fisicamente, com castigos severos. Bárbara resolveu fugir de suas mãos e escondeu-se numa gruta.

Foi encontrada por dois pastores e entregue ao pai, que a maltratou, novamente, de maneira terrível. Estava apenas começando o seu sofrimento e martírio. Nada conseguindo, o pai a entregou ao governador romano Marciano.

Impressionado com a beleza da jovem, o governante, a princípio, evitou maltratá-la. Tentou a tática da conquista, não somente para sua religião como também para si. Nada conseguiu e a jovem começou a ser flagelada sadicamente, várias horas seguidas, durante dias inteiros. Conta-se que jamais se ouviu uma queixa ou lamento.

Segundo a tradição, Bárbara era confortada e tratada à noite por um anjo, de tal modo que no dia seguinte se apresentava a Marciano como se nada lhe tivesse acontecido durante o dia anterior. Tanto foi seu sofrimento que uma outra jovem cristã se ofereceu para tomar o seu lugar. Tinha vinte anos de idade e seu nome era Emiliana. Não conseguiu substituí-la, sendo depois morta no mesmo dia que ela.

Nessa ocasião, foi seu próprio pai que lhe serviu de carrasco. O golpe da espada paterna fez rolar sua cabeça e nesse instante foi fulminado por um raio que caiu sobre ele. Tudo isso transcorreu no século III.

Por isso, até hoje, santa Bárbara é invocada a proteger seus devotos durante as grandes tempestades de raios e trovões. A cristandade do mundo todo a homenageia com a escolha do nome no batismo, também emprestado para várias cidades que a têm como padroeira. A sua tradicional festa acontece no dia 4 de dezembro.

 Santa Bárbara, rogai por nós!


São João Damasceno

João Damasceno é considerado o último dos santos Padres orientais da Igreja, antes que o Oriente se separasse definitivamente de Roma, no ano 1054. Uma das grandes figuras do cristianismo, não só da época em que viveu, mas de todos os tempos, especialmente pela obra teológica que nos legou.

Seu nome de batismo era João Mansur. Nasceu no seio de uma família árabe cristã no ano 675, em Damasco, na Síria. Veio daí seu apelido "Damasceno" ou "de Damasco". Nessa época a cidade já estava dominada pelos árabes muçulmanos, que acabavam de conquistar, também, a Palestina. No início da ocupação, ainda se permitia alguma liberdade de culto e organização dos cristãos, dessa forma o convívio entre as duas religiões era até possível. A família dos Mansur ocupava altos postos no governo da cidade, sob a administração do califa muçulmano, espécie de prefeito árabe.

Dessa maneira, na juventude, João, culto e brilhante, se tornou amigo do califa, que depois o nomeou seu conselheiro, com o título de grão-visir de Damasco. Mas como era, ao mesmo tempo, um cristão reto e intransigente com a verdadeira doutrina, logo preferiu se retirar na Palestina. Foi ordenado sacerdote e ingressou na comunidade religiosa de São Sabas, e desde então viveu na penitência, na solidão, no estudo das Sagradas Escrituras, dedicado à atividade literária e à pregação.

Saía do convento apenas para pregar na igreja do Santo Sepulcro, para defender o rigor da doutrina. Suas homilias, depois, eram escritas e distribuídas para as mais diversas dioceses, o que o fez respeitado no meio do clero e do povo. Também a convite de João V, bispo de Jerusalém, participou, ao seu lado, no Concílio ecumênico de Nicéia, defendendo a posição da Igreja contra os hereges iconoclastas. O valor que passou para a Igreja foi através da santidade de vida, da humildade e da caridade, que fazia com que o povo já o venerasse como santo ainda em vida. Além disso, por sua obra escrita, sintetizando os cinco primeiros séculos de tentativas e esforços de sedimentação do cristianismo.

Suas obras mais importantes são "A fonte da ciência", "A fé ortodoxa", "Sacra paralela" e "Orações sobre as imagens sagradas", onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas. Por causa desse livro, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.

Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam "são Tomás do Oriente". Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.


São João Damasceno, rogai por nós! 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Duas professoras contra o artigo ‘Conteúdo imoral na escola’‏



Nota do Escola Sem Partido:
A mensagem abaixo - escrita na primeira pessoa do singular, mas assinada por duas professoras -, foi enviada ao ESP sob o título “Direito de resposta ao artigo 'Conteúdo imoral na escola'”, publicado na Gazeta do Povo; em azul, os comentários do coordenador do ESP, Miguel Nagib.
Li a reportagem publicada no jornal Gazeta do Povo, dia 18 de novembro, pelo advogado Miguel Nagib. Fiquei chocada, revoltada, indignada com o que o senhor advogado escreveu sobre a profissão que escolhi. Uma coisa é ficar revoltado com fatos, que digo isolados, outra coisa é generalizar.

1 - Não escrevi nada sobre a profissão que a senhora escolheu. Afinal, ensinar aos filhos dos outros o que é boquete, sexo anal, e coisas do gênero não faz parte das atribuições de um professor. Ao contrário: se fizer isso sem estar autorizado pelos pais dos alunos, o professor estará infringindo o art. 12 da Convenção Americana de Direitos Humanos.

2 - A senhora não pode afirmar que os fatos mencionados no meu artigo sejam isolados. O livro “Mamãe, como eu nasci?”, de onde foram tiradas as frases em destaque no parágrafo seguinte da sua mensagem, foi adotado, por exemplo, pela rede municipal de ensino de Recife. Não me parece que seja pouca coisa. 

3 - Além disso, como é impossível saber o que acontece a cada instante em todas as salas de aula, temos obrigação supor que esses fatos podem estar ocorrendo em muitas escolas, principalmente porque não faltam "especialistas" com a mentalidade do Sr. Marcos Ribeiro, autor do livro "Mamãe, como eu nasci?". Repito o que disse no artigo: “pelos ‘vazamentos’ podemos estimar o volume e a qualidade do esgoto moral que circula pelas tubulações do sistema de ensino”.

4 - Em todo caso, a senhora mesmo reconhece que “grande parte da educação de valores que as crianças têm recebido, quem lhes garante é a escola”. Ou seja, reconhece que a violação ao art. 12 do CADH é uma realidade nas escolas brasileiras; e é isso o que importa.
Concordo que os fatos mencionados no segundo parágrafo da matéria são absurdos:

“... Em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, um professor de Educação Física resolveu fazer uma “brincadeirinha” com seus alunos: quem errasse a jogada tinha de responder a perguntas como “você é virgem”?” ou “já fez sexo oral em Fulano?” Em Recife, crianças de 7 a 10 anos aprendem em sala de aula que “brincar com o pênis e com a vulva é gostoso” e que “o papai acha muito gostoso quando seu pênis fica duro”. Em Contagem (MG), o dever de casa dos alunos do 4.º ano de uma escola municipal – falamos de crianças de 10 anos – é responder “o que é sexo anal”, “o que é boquete“ e “como dois homens fazem sexo”.” Não é a maneira correta, indicada a trabalhar um assunto que é obrigatório e faz parte do currículo escolar que gera tantas dúvidas, tantas perguntas, e é tido ainda como tabu pela maioria das famílias.

5 - A senhora acha absurdos os fatos mencionados no artigo, mas muitos dos seus colegas de magistério defendem com unhas e dentes o ensino desse tipo de conteúdo nas escolas. Veja, por exemplo, a opinião da orientadora pedagógica da escola de Contagem-MG.– ‘corrompendoa infância à luz do dia.’


6 - A senhora se engana ao afirmar que esses assuntos são obrigatórios. Ao contrário: obrigatório, de acordo com o art. 12 da Convenção, é NÃO tratar desses assuntos em disciplina obrigatória. Se o governo quiser usar o sistema de ensino para promover uma agenda moral, deve fazer isso por meio de uma disciplina facultativa. 

7 - Os professores não podem ser obrigados por quem quer que seja a transmitir aos alunos conteúdos que se choquem com a sua própria consciência moral: para isso é que existe a garantia constitucional da liberdade de cátedra.

8 - Por outro lado, as famílias têm todo o direito de não querer que esses assuntos sejam abordados em sala de aula. A tentativa de desqualificar essa escolha com o rótulo de “tabu”, além de claramente preconceituosa, é reveladora do quanto você, educadores iluminados, se consideram superiores aos pais dos seus alunos.

Mas caro senhor advogado, não queira citar o referido artigo 12 da Convenção Americana de Direitos Humanos para embasar sua crítica, quando a realidade é justamente o contrário.
Atualmente, grande parte da educação de valores que as crianças têm recebido, quem lhes garante é a escola.


9 - “Garante”? A senhora acha que a escola está fazendo um grande bem às crianças ao usurpar a autoridade moral dos seus pais?

10 - Peço licença para citar a Prof. Olga Pombo, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa: “A educação para valores é um disparate! O grande valor que o professor tem a ensinar é o valor do conhecimento.”


No cotidiano das escolas públicas o que mais encontramos são famílias desestruturadas, e não estou me referido a falta do modelo nuclear de família (pai, mãe, filhos). Refiro-me a falta de condições de saúde, higiene, social, falta de estrutura familiar, onde para seu conhecimento, caro advogado e para quem não é da área, não é incomum encontrarmos crianças que são plateia durante o ato sexual de seus pais.

11 - Ainda que essa fosse a situação de todos os alunos -- e não o é sequer da maioria --, os professores não poderiam usurpar o direito dos pais de dar aos seus filhos a educação moral que esteja de acordo com as suas convicções. 

12 - Faça o seguinte, professora: se a senhora quiser ajudar essas crianças, ensine-as a ler, escrever e fazer conta. Se fizer isso, já está ótimo.

Desta maneira o senhor vem propor que se retire a disciplina (ou conteúdo) de educação sexual?

13 - Na verdade, eu não estou propondo coisa nenhuma; só quero que a lei seja cumprida.

É neste momento que as crianças podem tirar suas dúvidas, já que em casa, mesmo assistindo o ato sexual, elas são proibidas de tocar no assunto.

14 - A senhora acredita mesmo que as crianças precisam de um professor para tirar esse tipo de dúvida? Eu diria que elas precisam de um professor para lhes ensinar Português e Matemática, e que informações sobre sexo elas vão obter de um jeito ou de outro, como nós obtivemos.

15 - A senhora argumenta como se 9 em cada 10 crianças presenciassem regularmente cenas de sexo em casa, e tivessem necessidade de ser esclarecidas a respeito, o que evidentemente não corresponde à realidade. 

16 - Além disso, nem todas as crianças têm o mesmo tipo de dúvida ou curiosidade na mesma época da vida. Assim, ao tratar desses assuntos em sala de aula, o professor está nivelando o conhecimento de todos pela demanda de alguns, e isso, além de caracterizar uma violação ao art. 12 da CADH, configura um desrespeito à individualidade e ao processo de amadurecimento de cada aluno, o que ofende o Estatuto da Criança e do Adolescente.

E, ao contrário do que o senhor advogado afirma, não foram os professores que “decidiram educar nossos filhos por nós”, foram às [sic] famílias, algumas em virtude das obrigações do dia-a-dia de seus trabalhos, outras por puro comodismo, que delegaram estas funções à escola.

17 - A senhora tem tanto direito de presumir que os pais dos seus alunos lhe delegaram a função que lhes cabe na formação moral dos seus filhos, quanto de se apropriar de um objeto que foi confiado à sua guarda.

18 - A única forma legítima de a escola tomar para si essa função inerente ao pátrio poder é perguntar formalmente aos pais dos alunos se eles concordam que esse conteúdo seja ensinado aos seus filhos. Mas antes, é claro, os pais têm direito de conhecer esse conteúdo ponto por ponto. A julgar pela reação da sociedade ao kit gay, eu diria que muitos não vão concordar.

E me espanto com sua opinião a cerca [sic] da escola, respeitado advogado, ao comparar a escola com um esgoto. Ao que se ensina, com lixo. O que vaza das escolas, os vazamentos das redes de ensino... Muito fácil é criticar a roupa da vizinha, que está suja, mas esquece-se de olhar para sua janela e verificar que, na realidade, é sua vidraça que se encontra imunda.

19 - Por favor, professora, leia de novo o meu texto, e veja se eu comparei escola com esgoto, e o que se ensina com lixo. Agora, se o problema for de má-fé, esqueça.

Em todas as profissões encontramos bons e maus profissionais, mas isso não quer dizer que todos cometem o mesmo erro. Quando um médico comete um erro em uma operação quer dizer que todos os médicos são relapsos? Ou quando um advogado passa a perna ou engana um cliente, quer dizer que todos são de índole duvidosa ou desonestos?
Mas, muito fácil, prático, e lucrativo para alguns, é propor processos, multas. Se vamos processar que comecemos então pelos pais negligentes com a saúde de seus filhos, com a educação deles... Para quando houver 100% de pais presentes, que levem seus filhos ao dentista por causa daquela dor de dente que vem sendo informada há duas semanas pela escola, ao pediatra quando lhes é informado sobre caroços com mau cheiro na cabeça de seus filhos, aí sim pensem em processar os professores/escolas por algo que foi dito, ou feito em sala.
Até porque, se cada professor que fosse ofendido em nosso país abrisse um processo certamente faltariam respeitados advogados para representar e acompanhar esses processos.

20 - Não é uma questão de bons ou maus profissionais; é uma questão de limites. Os pais têm direito de dar aos seus filhos a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. Os professores não podem usurpar esse direito.
Até então, os professores têm exercido outros papéis além do de professores. Têm sido muito mais psicólogos que professores. Têm sido muito mais assistentes sociais que professores.

21 - E têm falhado vergonhosamente em ser apenas... professores! Basta ver o desempenho dos estudantes brasileiros.
Ou, vamos nós professores, começar a ajuizar ações contra os pais de nossos alunos, por negligencias em diversos aspectos, propondo multas por não levarem seus filhos à escola, por não levarem ao médico, por não levarem ao dentista, por não levarem ao psicólogo, neurologista, fonoaudiólogo, oftalmologista... E assim por diante. Seria justo, já que, seremos processados e/ou multados por ensinar o que os pais se recusam a fazer em casa.

22 - Nunca lhe ocorreu que se os pais se recusam a ensinar certas coisas aos seus filhos é porque acham que não devem fazê-lo?
Só quem está em uma sala de aula com mais de 30 alunos, sabe como é difícil o nosso trabalho. Pessoas que nunca tiveram [sic] nessa situação não podem falar muito, mas seria bom se todas as pessoas pudessem passar alguns dias em uma sala de aula para depois poder da [sic] sua opinião, até porque toda versão sempre tem dois lados.

23 - Ninguém precisa entrar numa sala de aula para saber o que está escrito no art. 12 da CADH. Aliás, ninguém precisa ter lido o art 12 da CADH para saber que cabe aos pais dar aos seus filhos a formação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. Isso é um direito natural, inerente, como eu disse, ao pátrio poder.

24 - A propósito, gostaria de citar mais uma frase da Prof. Olga Pombo:
«Fechar a porta de uma sala e ter lá dentro 20 ou 30 crianças e um professor mais velho é um fenômeno muito estranho, em que muito pouca gente pensa. (...) Portanto, eu sou completamente contrária à ideia de abrir a escola ao meio e a toda essa conversa fiada que, em última análise, só serve para desmantelar esse lugar mágico que é a sala de aula.» 

O que nossa sociedade está esquecendo é que para formar todos os profissionais existentes, e para que as pessoas possam refletir e escrever aquilo que quiserem em uma folha de papel, ela precisou do auxilio de um professor que sem nenhuma valorização, sendo ofendido diariamente por pais, alunos e sociedades, que leva nas costas a responsabilidade por uma sociedade que está em pleno caos e vivendo em uma época de barbárie, mas que apesar de tudo isso, com muita dedicação, amor e respeito, possibilita aquisição desse conhecimento.

Fica aqui registrado não só a minha, mas a indignação de muitos profissionais que fazem o possível e o impossível pela educação desse país.


25 - Confesso que suas palavras não me comovem. Não sou especialmente grato pelo trabalho dos professores. Que eu saiba, ele é remunerado. Tive bons e maus professores. Mais maus do que bons, infelizmente. Meus filhos também. Socialmente falando, o resultado do trabalho de vocês é vergonhoso, para dizer o mínimo. Cito apenas um dado: quase 40% dos estudantes universitários brasileiros “não dominam habilidades básicas de leitura ou escrita. Ou seja: são analfabetos funcionais.”

26 - Repito, professora: se a senhora realmente deseja ajudar seus alunos, principalmente os mais pobres, ensine-os a ler, escrever e fazer conta. E deixe que o resto eles aprendem sozinhos ou com seus pais.

Clique aqui e leia o artigo: conteúdo imoral nas escolas

Miguel Nagib, advogado, é coordenador do grupo EscolaSem Partido.