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sexta-feira, 29 de março de 2013

Novena da Divina Misericórdia - Inicio na Sexta-Feira Santa

A DIVINA MISERICÓRDIA
(Festa: 1º. Domingo após a Páscoa)

 

A devoção à Divina Misericórdia foi pedida por Jesus à Irmã Faustina Kowalska, na Polônia.

 

As formas dessa devoção, de extrema eficácia à salvação das almas, são:

 

A Imagem,

A Festa (1º domingo depois da Páscoa),

A Novena,

O Terço, e

A Hora da Misericórdia Divina (às três horas da tarde).

 



A Hora da Misericórdia

 

Em 1933, Deus ofereceu a Irmã Faustina uma impressionante visão de Sua Misericórdia. A Irmã nos conta:  "Vi uma grande luz, e nela Deus Pai. Entre esta luz e a Terra vi Jesus pregado na Cruz de tal maneira que Deus, querendo olhar para a Terra, tinha que olhar através das chagas de Jesus. E compreendi que, somente por causa de Jesus, Deus está abençoando a Terra."

 

Jesus disse à Irmã Faustina:

 

"Às três horas da tarde implora à Minha Misericórdia, especialmente pelos pecadores, e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a hora de grande Misericórdia para o mundo inteiro."

"Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir em nome da Minha Paixão."

"Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-a e glorificando-a. Invoca a sua onipotência em favor do mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento ela está largamente aberta para cada alma. Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Naquela hora, o mundo inteiro recebeu uma grande graça: a Misericórdia venceu a Justiça. Procura rezar nessa hora a Via-Sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes rezar a Via-Sacra, entra ao menos por um momento na capela, e adora a meu Coração, que está cheio de Misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento."

 


 

O TERÇO À DIVINA MISERICÓRDIA

Em 13 de setembro de 1935, Irmã Faustina escreve:

 

"Eu vi um anjo, o executor da cólera de Deus... a ponto de atingir a terra ... Eu comecei a implorar  intensamente a Deus  pelo mundo, com palavras que ouvia interiormente. À medida em que assim rezava, vi que o anjo ficava desamparado, e não mais podia executar a justa punição..."

 

No dia seguinte, uma voz interior lhe ensinou esta oração nas contas do rosário:

o Terço da Misericórdia.

 

Disse Jesus a Irmã Faustina:

 

"Pela recitação desse Terço agrada-me dar tudo que Me pedem. Quando o recitarem os pecadores empedernidos, encherei suas almas de paz, e a hora da morte deles será feliz.'

"....Quando rezarem este Terço junto aos agonizantes, Eu me colocarei entre o Pai e a alma agonizante, não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso".

 

 

O Terço da Misericórdia

        Como rezar:

            Para ser rezado nas contas do terço.

            "No começo: Pai Nosso..., Ave Maria..., e o Creio...

           

            A seguir, nas contas grandes (do Pai-Nosso), rezamos:

            Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade do Vosso Diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro.

 

         Nas contas pequenas (da Ave-Maria), rezamos:

            Pela Sua dolorosa Paixão; tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

 

         E no final do terço rezamos três vezes:

            Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteito.




A NOVENA À DIVINA MISERICÓRDIA
(Do DIÁRIO de santa Irmã Faustina)

            "NOVENA à Misericórdia Divina que Jesus me mandou escrever e rezar antes da Festa da Misericórdia, Começa na sexta-feira Santa. (A Festa da Misericórdia Divina acontece no primeiro domingo após a Páscoa.)

            Desejo que, durante estes nove dias, conduzas as almas à fonte da Minha misericórdia, a fim de que recebam força, alívio e todas as graças de que necessitam nas dificuldades da vida e, especialmente na hora da morte. Cada dia conduzirás ao Meu Coração um grupo diferente de almas e as mergulharás nesse oceano da Minha misericórdia. Eu conduzirei todas essas almas à Casa de Meu Pai. Procederás assim nesta vida e na futura. Por Minha parte, nada negarei àquelas almas que tu conduzirás à fonte da Minha misericórdia. Cada dia pedirás a Meu Pai, pela Minha amarga Paixão, graças para essas almas.


    Primeiro Dia – (Sexta-feira Santa).

Hoje, traze-Me a Humanidade inteira, especialmente todos os pecadores e mergulha-os no oceano da Minha misericórdia. Com isso Me consolarás na amarga tristeza em que Me afunda a perda das almas.

Ó onipotência da misericórdia divina,
Socorro para o homem pecador,
Vós sois o oceano de misericórdia a de amor,
E ajudais a quem Vos pede humildemente.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para toda Humanidade, encerrada no Coração compassivo de Jesus, mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão mostrai-nos a Vossa misericórdia, para que glorifiquemos a onipotência da Vossa misericórdia, pelos séculos dos séculos. Amém.


   Segundo Dia – (Sábado Santo).

Hoje, traze-Me as almas dos sacerdotes e religiosos e mergulha-as na Minha insondável misericórdia. Elas Me deram força para suportar a amarga Paixão. Por elas, como por canais, corre para a humanidade a minha Misericórdia.

A fonte do amor divino
Mora nos corações puros,
Banhados no mar da misericórdia ,
Brilhantes como as estrelas, luminosos como a aurora.

Eterno Pai, dirigi o olhar da Vossa misericórdia para a porção eleita da Vossa vinha:
para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da Vossa bênção e,
pelos sentimentos do Coração de Vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da Vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação, e juntamente com eles cantar a glória da Vossa insondável misericórdia, pelos séculos eternos. Amém.


    Terceiro Dia – (Dia de Páscoa).

Hoje, traze-Me todas as almas piedosas e fiéis e mergulha-as no oceano da Minha misericórdia. Estas almas consolaram-Me na Via-sacra; foram aquela gota de consolações em meio ao mar de amarguras.

As maravilhas da misericórdia são insondáveis;
Nem o pecador nem o justo as entenderá;
Para todos olhais com o olhar da compaixão
E a todos atraís para o Vosso amor.

Eterno Pai, olhai com o olhar da Vossa misericórdia para as almas fiéis, como a herança do Vosso Filho. Pela Sua dolorosa Paixão concedei-lhes a Vossa bênção e cercai-as da Vossa incessante proteção, para que não percam o amor e o tesouro da santa fé, mas com toda multidão dos Anjos e dos Santos glorifiquem a Vossa imensa misericórdia, por toda a eternidade. Amem.


   Quarto Dia

Hoje, traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não Me conhecem e nos quais pensei na Minha amarga Paixão. O seu futuro zelo consolou o Meu Coração. Mergulha-os no mar da Minha misericórdia. Misericordiosíssimo Jesus, que sois a luz de todo o mundo, aceitai ma mansão do Vosso compassivo Coração as almas dos pagãos que ainda não vos conhecem. Que os raios da Vossa graça os iluminem para que também eles, juntamente conosco, glorifiquem, as maravilhas de Vossa Misericórdia e não os deixeis sair da mansão do Vosso compassivo Coração.

Que a luz do Vosso amor
Ilumine as trevas das almas!
Fazei que essas almas Vos conheçam
E glorifiquem a Vossa misericórdia, juntamente conosco!

Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos pagãos e daqueles que ainda não Vos conhecem e que estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Atraí-as à luz do Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é amar-Vos. Fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da Vossa misericórdia, por toda a eternidade. Amém.


    Quinto Dia

Hoje traze-me as almas dos cristãos separadas da unidade da Igreja e mergulha-as no mar da Minha misericórdia. Na minha amarga Paixão dilaceravam o meu Corpo e o meu Coração, isto é, a minha Igreja. Quando voltam à unidade da Igreja, cicatrizam-se as minhas Chagas e dessa maneira eles aliviam a minha Paixão.

Mesmo para aqueles que rasgaram o manto da Vossa Unidade
Flui do Vosso Coração uma fonte de compaixão;
A onipotência da Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode tirar também essas almas do erro.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos nossos irmãos separados que esbanjaram os Vossos bens e abusaram das Vossas graças, permanecendo teimosamente nos seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor do Vosso Filho e para sua amarga Paixão, que suportou por eles, pois também eles estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Fazei com que também eles glorifiquem a Vossa misericórdia por todos os séculos eternos. Amém


    Sexto Dia

Hoje, traze-me as almas mansas e humildes, assim como as almas das criancinhas e mergulha-as na Minha misericórdia. Estas almas são as mais semelhantes ao meu Coração. Elas reconfortaram-Me na minha amarga Paixão da minha agonia. Eu as vi quais anjos terrestres que futuramente iriam velar junto aos meus altares. Sobre elas derramo torrentes de graças. Só a alma humilde é capaz de aceitar a minha graça; às almas humildes favoreço com a minha confiança.

A alma verdadeiramente humilde e mansa
Já respira aqui na terra o ar do paraíso,
E o perfume do seu coração humilde
Encanta o próprio Criador.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas mansas, humildes e para as almas das criancinhas, que estão encerradas na mansão compassiva do Coração de Jesus. Estas almas são as mais semelhantes a Vosso Filho. O perfume destas almas eleva-se da Terra e alcança o Vosso Trono. Pai de misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e predileção que tendes para com estas almas: abençoai o mundo todo, para que todas as almas cantem juntamente a glória à Vossa misericórdia, pelos séculos eternos. Amém


    Sétimo Dia

Hoje, traze-Me as almas que veneram e glorificam de maneira especial a Minha misericórdia e mergulha-as na Minha misericórdia. Estas almas foram as que mais sofreram por causa da minha Paixão e penetraram mais profundamente no meu espírito. Elas são a imagem viva do meu Coração compassivo. Estas almas brilharão com especial fulgor na vida futura. Nenhuma delas irá ao fogo do Inferno; defenderei cada uma delas de maneira especial na hora da morte.

A alma que glorifica a bondade do Senhor
É por Ele especialmente amada;
Ela está sempre próxima da fonte viva
E bebe as graças da misericórdia divina.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que glorificam e honram o Vosso maior atributo, isto é, a Vossa insondável misericórdia. Elas estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Estas almas são o Evangelho vivo e as suas mãos estão cheias de obras de misericórdia; suas almas repletas de alegria cantam um hino da misericórdia ao Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a Vossa misericórdia segundo a esperança e a confiança que em Vós colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que disse: As almas que veneram a Minha insondável misericórdia, Eu mesmo as defenderei durante a sua vida, e especialmente na hora da morte, como Minha glória. Amém


    Oitavo Dia

Hoje, traze-Me as almas que se encontram na prisão do Purgatório e mergulha-as no abismo da Minha misericórdia; que as torrentes do meu Sangue refresquem o seu ardor. Todas estas almas são muito amadas por Mim, pagam as dívidas à minha Justiça. Está em teu alcance trazer-lhes alívio. Tira do tesouro da minha Igreja todas as indulgências e oferece-as por elas. Oh, se conhecesses o seu tormento, incessantemente oferecerias por elas a esmolas do espírito e pagarias as suas dívidas à minha Justiça.

Do terrível ardor do fogo do purgatório
Ergue-se um lamento das almas a Vossa misericórdia;
E recebem consolo, alívio e conforto
Na torrente derramada do Sangue e da Água.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que sofrem no Purgatório e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Suplico-Vos que, pela dolorosa Paixão de Jesus, Vosso Filho, e por toda a amargura de que estava inundada a sua Santíssima Alma, mostreis Vossa misericórdia às almas que se encontram sob o olhar da Vossa justiça. Não olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de Jesus, Vosso Filho muito amado, porque nós cremos que a Vossa bondade e misericórdia são incomensuráveis. Amém


    Nono Dia – (Sábado, vigília da Festa da Misericórdia)

Hoje, traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo da Minha misericórdia. Estas almas ferem mais dolorosamente o meu Coração. Foi da alma tíbia que a minha Alma sentiu repugnância no Horto. Elas levaram-Me a dizer: Pai afasta de Mim este cálice, se assim for a vossa vontade. Para elas, a última tábua de salvação é recorrer a minha Misericórdia.

O fogo e o gelo não podem ser unidos,
Porque ou o fogo se apaga, ou o gelo se derrete;
Mas a Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode auxiliar indigências ainda maiores.

Eterno Pai, olhai com Vossa misericórdia para as almas tíbias e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-Vos pela amargura da Paixão de Vosso Filho e por Sua agonia de três horas na Cruz, permiti que também elas glorifiquem o abismo da Vossa misericórdia... Amém" (Diário 1209-1228).

 

Na NOVENA: "O Senhor me disse para rezar o Terço [da misericórdia] por nove dias antes da Festa da Misericórdia (...)

 

Através desta novena concederei às almas toda espécie de graças" (Diário 796).


 


 

A Festa da Misericórdia

 

O Diário de Irmã Faustina contém pelo menos quinze ocasiões nas quais se refere ao pedido do Senhor para que fosse estabelecida em toda a Igreja, oficialmente, a "Festa da Misericórdia". Ele disse:

 

"Desejo que a Festa de Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Nesse dia estão abertas as entranhas da minha Misericórdia. Derramo todo o mar de graças nas almas que se aproximarem da fonte da minha Misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e castigos. (indulgência plenária) Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças.

Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como escarlate... A Festa da Misericórdia saiu das minhas entranhas... Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa. A humanidade não terá paz enquanto não se voltar à fonte da minha Misericórdia." (Diário nº.699)

 

Jesus também pediu que a Festa da Divina Misericórdia fosse precedida por uma Novena à Divina Misericórdia, a ser iniciada na Sexta-Feira Santa. Ele deu a Irmã Faustina uma intenção pela qual rezar a cada dia da Novena. Em seu diário, Irmã Faustina relata que Jesus lhe disse:

 

"Em cada dia da novena, conduzirás ao Meu coração um grupo diferente de almas, e as mergulharás no oceano da minha Misericórdia. Eu conduzirei todas as almas à casa do meu Pai... Por minha parte, nada negarei a nenhuma daquelas almas que tu conduzirás à fonte da minha Misericórdia. Cada dia pedirás a meu Pai, pela minha amarga Paixão, graças para essas almas." (Diário nº.1209)

 

INDULGÊNCIA PLENÁRIA
NA FESTA DA MISERICÓRDIA.


DECRETO DO VATICANO.
 

Anexadas indulgências aos atos de culto, realizados em honra da Misericórdia Divina.
 

"A tua misericórdia, ó Deus, não conhece limites e é infinito o tesouro da tua bondade... (Oração depois do Hino "Te Deum") e "Ó Deus, que revelas a tua onipotência sobretudo com a misericórdia e com o perdão..." (Oração do Domingo XXVI do Tempo Comum), canta humilde e fielmente a Santa Mãe Igreja. De fato, a imensa condescendência de Deus, tanto em relação ao gênero humano no seu conjunto como ao de cada homem individualmente, resplandece de maneira especial quando pelo próprio Deus onipotente são perdoados pecados e defeitos morais e os culpados são paternalmente readmitidos na sua amizade, que merecidamente perderam.
 

Os fiéis com profundo afeto da alma são por isto atraídos para comemorar os mistérios do perdão divino e para os celebrar plenamente, e compreendem de maneira clara a máxima conveniência, aliás o dever de que o Povo de Deus louve com fórmulas particulares de oração a Misericórdia Divina e, ao mesmo tempo, cumpra com sentimentos de gratidão as obras pedidas e tendo cumprido as devidas condições, obtenha vantagens espirituais derivadas do Tesouro da Igreja. "O mistério pascal é o ponto culminante desta revelação e atuação da misericórdia, que é capaz de justificar o homem, e de restabelecer a justiça como realização daquele desígnio salvífico que Deus, desde o princípio, tinha querido realizar no homem e, por meio do homem, no mundo" (Carta enc. Dives in misericordia, 7).
 

Na realidade, a Misericórdia Divina sabe perdoar até os pecados mais graves, mas, ao fazê-lo, estimula os fiéis a conceber uma dor sobrenatural, não meramente psicológica, dos próprios pecados, de forma que, sempre com a ajuda da graça divina, formulem um firme propósito de não voltar a pecar. Tais disposições da alma obtêm efetivamente o perdão dos pecados mortais quando o fiel recebe frutuosamente o sacramento da Penitência ou se arrepende dos mesmos mediante um ato de caridade e de sofrimento perfeitos, com o propósito de retomarem o mais depressa possível a prática do próprio sacramento da Penitência: de fato, Nosso Senhor Jesus Cristo na parábola do filho pródigo ensina-nos que o pecador deve confessar a sua miséria a Deus dizendo: "Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho" (Lc 15, 18-19), admoestando que isto é obra de Deus: "estava morto e reviveu; estava perdido e encontrou-se" (Ibid., 15, 32).
 

Por isso, com providencial sensibilidade pastoral, o Sumo Pontífice João Paulo II, a fim de infundir profundamente na alma dos fiéis estes preceitos e ensinamentos da fé cristã, movido pela suave consideração do Pai das Misericórdias, quis que o segundo Domingo de Páscoa fosse dedicado a recordar com especial devoção estes dons da graça, atribuindo a esse Domingo a denominação de "Domingo da Misericórdia Divina" (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto Misericors et miserator, 5 de Maio de 2000).
 

O Evangelho do segundo Domingo de Páscoa descreve as maravilhas realizadas por Cristo Senhor no próprio dia da Ressurreição na primeira aparição pública: "Na tarde desse dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se achavam juntos, com medo dos judeus, veio Jesus pôr-Se no meio deles e disse-lhes: "A paz seja convosco". Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se os discípulos, vendo o Senhor. E Ele disse-lhes de novo: "A paz seja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós". Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: "Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 19-23).
 

Para fazer com que os fiéis vivam com piedade intensa esta celebração, o mesmo Sumo Pontífice estabeleceu que o citado Domingo seja enriquecido com a Indulgência Plenária, como será indicado a seguir, para que os fiéis possam receber mais amplamente o dom do conforto do Espírito Santo e desta forma alimentar uma caridade crescente para com Deus e o próximo e, obtendo eles mesmos o perdão de Deus, sejam por sua vez induzidos a perdoar imediatamente aos irmãos.
 

Desta forma, os fiéis observaram mais perfeitamente o espírito do Evangelho, acolhendo em si a renovação ilustrada e introduzida pelo Concílio Ecumênico Vaticano II: "Lembrados das palavras do Senhor: Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros (Jo 13, 35), os cristãos não podem formular desejo mais vivo do que servir os homens do seu tempo com uma generosidade cada vez maior e mais eficaz... A vontade do Pai é que reconheçamos e amemos efetivamente Cristo nosso Irmão, em todos os homens, com a palavra e as obras" (Const. past. Gaudium et spes, 93).
 

Por conseguinte, o Sumo Pontífice animado pelo fervoroso desejo de favorecer o mais possível no povo cristão estes sentimentos de piedade para com a Misericórdia Divina, devido aos riquíssimos frutos espirituais que disto se podem esperar, na Audiência concedida a 13 de Junho de 2002 aos abaixo assinados Responsáveis da Penitenciaria Apostólica, dignou-se conceder-nos Indulgências nos seguintes termos:
 

Concede-se a Indulgência plenária nas habituais condições (Confissão sacramental, Comunhão eucarística e orações segundo a intenção do Sumo Pontífice) ao fiel que no segundo Domingo de Páscoa, ou seja, da "Misericórdia Divina", em qualquer igreja ou oratório, com o espírito desapegado completamente da afeição a qualquer pecado, também venial, participe nas práticas de piedade em honra da Divina Misericórdia, ou pelo menos recite, na presença do Santíssimo Sacramento da Eucaristia, publicamente exposto ou guardado no Tabernáculo, o Pai-Nosso e o Credo, juntamente com uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso (por ex., "Ó Jesus Misericordioso, confio em Ti").
 

Concede-se a Indulgência parcial ao fiel que, pelo menos com o coração contrito, eleve ao Senhor Jesus Misericordioso uma das invocações piedosas legitimamente aprovadas.
 

Também aos homens do mar, que realizam o seu dever na grande extensão do mar; aos numerosos irmãos, que os desastres da guerra, as vicissitudes políticas, a inclemência dos lugares e outras causas do gênero, afastaram da pátria; aos enfermos e a quantos os assistem e a todos os que, por uma justa causa, não podem abandonar a casa ou desempenham uma atividade que não pode ser adiada em benefício da comunidade, poderão obter a Indulgência plenária no Domingo da Divina Misericórdia, se com total detestação de qualquer pecado, como foi dito acima, e com a intenção de observar, logo que seja possível, as três habituais condições, recitem, diante de uma piedosa imagem de Nosso Senhor Jesus Misericordioso, o Pai-Nosso e o Credo, acrescentando uma invocação piedosa ao Senhor Jesus Misericordioso (por ex., "Ó Jesus Misericordioso, Confio em Ti").
 

Se nem sequer isto pode ser feito, naquele mesmo dia poderão obter a Indulgência plenária todos os que se unirem com a intenção de espírito aos que praticam de maneira ordinária a obra prescrita para a Indulgência e oferecem a Deus Misericordioso uma oração e juntamente com os sofrimentos das suas enfermidades e os incômodos da própria vida, tendo também eles o propósito de cumprir logo que seja possível as três condições prescritas para a aquisição da Indulgência plenária.
 

Os sacerdotes, que desempenham o ministério pastoral, sobretudo os párocos, informem da maneira mais conveniente os seus fiéis desta saudável disposição da Igreja, disponham-se com espírito imediato e generoso a ouvir as suas confissões, e no Domingo da Misericórdia Divina, depois da celebração da Santa Missa ou das Vésperas, ou durante uma prática piedosa em honra da Misericórdia Divina, guiem, com a dignidade própria do rito, a recitação das orações acima indicadas: por fim, sendo "Bem-aventurados e misericordiosos, porque encontrarão misericórdia" (Mt 5, 7), ao ensinar a catequese estimulem docemente os fiéis a praticar todas as vezes que lhes for possível obras de caridade ou de misericórdia, seguindo o exemplo e o mandato de Jesus Cristo, como é indicado na segunda concessão geral do "Enchiridion Indulgentiarum".
 

Este Decreto tem vigor perpétuo. Não obstante qualquer disposição contrária.
 

Roma, Sede da Penitenciaria Apostólica, 29 de Junho de 2002, solenidade dos santos Apóstolos Pedro e Paulo.

 

D. Luigi de MAGISTRIS Pró-Penitenciário-Mor
 

Gianfranco GIROTTI, O.F.M. Conv. Regente

Sexta-feita Santa - Sexta-feira da Paixão - O Relógio da Paixão de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

O RELÓGIO DA PAIXÃO
DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
APRESENTAÇÃO:
Estar com JESUS.

 

Há momento na vida de cada pessoa. O próprio Jesus deu especial atenção e  particular importância a determinadas situações de sua peregrinação terrena.


“Não vejo a hora de ser batizado num batismo...” Lc. 12,50. Por mais que o sofrimento e morte Lhe repugnassem, suspirou por eles, pois manifestavam o quanto DEUS nos ama.

Dirigindo-se ao Pai pede e suplica poder glorificá-lo: Jo 17,1-2. Por isso assumiu um corpo: para oferecer-se como vítima de propiciação. Através dela, manifesta sua justiça, ou seja, ação divina pela qual o pecado é santificado gratuitamente: Rm 3,25. Temos a santificação precisamente por meio da obediência que levou Cristo ao sacrifício de Seu Corpo (Hb 10, 9-10)


O “Relógio da Paixão” é uma oportunidade para estarmos com Nosso Senhor nos momentos mais importantes de Sua vida. Estar com Jesus supõe caminhar meditando em cada cena, em cada acontecimento.

 

As últimas 24 horas de JESUS.

 

Eis que subimos a Jerusalém. Tudo o que foi escrito pelos profetas a respeito do Filho do Homem será cumprido. (Lc 18,31)

EU sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas. Ninguém a tira de mim a Minha vida, mas eu a dou livremente. (Jo 10,11.18)

 

Aos discípulos daquele tempo e a nós hoje...



“... Como? Não fostes capazes de passar uma hora comigo? Vigiai e orai para não cairdes em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”: Mt 26,40.

Estas foram as queixas e as recomendações dadas pelo Senhor aos seus discípulos. Estavam com Ele, mas não Lhe eram verdadeiramente companhia. É dado aos discípulos de hoje vigiar com o Mestre, vivendo com Ele e como Ele os últimos momentos que passou em Sua vida terrena.




14:00 ÀS 15:00 hs.  JESUS MORRE NA CRUZ.
 

Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. (Is 53, 4-5)

 

A QUINTA PALAVRA

 

Estendo para vós os braços; minha alma, como terra árida, tem sede de vós. Apressai-vos em me atender, Senhor, pois estou a ponto de desfalecer... (Sal 142, 6-7)

 

Em seguida, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir plenamente a Escritura, disse: Tenho sede. (Jo 19,28)

 

O VINAGRE

 

Na Minha sede deram-ME vinagre” (Sal 69, 22)

 

Havia ali um vaso cheio de vinagre. Os soldados encheram de vinagre uma esponja e, fixando-a numa vara de hissopo, chegaram-lhe à boca. (Jo 19, 29)

 

 

A SEXTA PALAVRA

 

“... e por meio Dele o desígnio de DEUS há de triunfar”. (Is 53, 10)

 

Havendo Jesus tomado do vinagre, disse: Tudo está consumado. (Jo 19, 30)

 

RASGOU O VÉU DO TEMPLO

 

Cristo, Sumo Sacerdote dos bens vindouros... Com seu próprio sangue, entrou de uma vez por todas no santuário, adquirindo-nos uma redenção eterna. (Heb 9, 11-12)

 

O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes. (Mc 15, 38)

 

A SÉTIMA PALAVRA DE JESUS NA CRUZ

 

Mas eu, confiado na vossa justiça, contemplarei a vossa face; ao despertar, saciar-me-ei com a visão de vosso ser. (Sal 16, 15)

 

“Jesus deu então um grande brado e disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lc 23, 46)

 

 

A MORTE DE JESUS

 

...Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados - o Justo pelos injustos - para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne..  (1 Ped 3, 18)

 

Jesus de novo lançou um grande brado, e entregou a alma. (Mt 27, 50)

 

“Nisto conhecemos o amor: ELE deu a sua vida por nós.” (1 Jo 3, 16)

 

“Inclinou a cabeça e rendeu o espírito.” (Jo 19, 30)

 

 

Pai Nosso..., Ave Maria..., Glória ao Pai...

Pela sua dolorosa Paixão; tende Misericórdia de nós e do mundo inteiro.

Meu Jesus, perdão e Misericórdia, pelos méritos de Vossas santas Chagas.



(Silêncio profundo...)

 



            Segundo as Visões de Anna Catharina Emmerich:

 

Quinta, Sexta e Sétima palavras de Jesus na cruz. Morte de Jesus.

 

            Quando a luz voltou, surgiu o corpo de Nosso Senhor, pálido, extenuado, como que inteiramente desfalecido, mais branco do que antes, por causa da grande perda de sangue. Jesus disse ainda, não sei se o percebi só interiormente ou se Ele o disse a meia voz: “Sou espremido como as uvas, que foram pisadas aqui pela primeira vez; devo dar todo o meu sangue, até sair água e o bagaço ficar branco; mas não se fará mais vinho neste lugar”.

 

         Mais tarde vi, numa visão a respeito dessas palavras, que foi nesse lugar que Jafé pela primeira vez pisou as uvas, para fazer vinho, como hei de contar mais tarde.

         Jesus consumia-se de sede e disse com a língua seca: “Tenho sede”. E como os amigos o olhassem com tristeza, disse-lhes: “Não me podíeis dar um gole de água?” Queria dizer que durante a escuridão ninguém os teria impedido. João, muito incomodado, respondeu: “Senhor, esquecemo-lo mesmo”. Jesus disse ainda algumas palavras, cujo sentido era: “Também os amigos mais íntimos deviam esquecer-se e não me dar a beber, para que se cumprisse a Escritura”. Mas esse esquecimento Lhe doeu amargamente.

 

         Ofereceram então dinheiro aos soldados, para Lhe dar um pouco de água; eles recusaram, mas um deles tomou uma esponja em forma de pêra, embebedou-a em vinagre, que havia lá num pequeno barril de casca de árvore e ainda lhe misturou fel. Mas o centurião Abenadar, compadecido de Jesus, tomou a esponja do soldado, espremeu-a e embebeu-a de vinagre puro. Ajustou depois um lado da esponja num pedaço curto de uma haste de hissope, que servia de boquilha para chupar, fincou-o na ponta da lança e levantou-a à altura do rosto de Jesus, aproximando-Lhe dos lábios a esponja.

 

         Nosso Senhor ainda disse: “Quando minha voz não se fizer mais ouvir, falará a boca dos mortos”; ao que alguns gritaram: “Ainda continua blasfemando”. Abenadar, porém, os mandou calar.

 

         Tendo chegado a hora da agonia, Nosso Senhor lutou com a morte e um suor frio cobriu-lhe os membros. João estava sob a cruz e enxugou-Lhe os pés com o sudário. Madalena, esmagada pela dor, encostava-se à cruz no lado de trás. A Santíssima Virgem estava entre a cruz do bom ladrão e a de Jesus, amparada pelos braços de Maria de Cléofas e Salomé, olhando para o Filho, que lutava com a morte. Então disse Jesus: “Tudo está consumado!” e, levantado a cabeça, exclamou em alta voz: “Meu Pai, Em vossas mãos entrego o meu espírito”. Foi um grito doce e forte, que penetrou o Céu e a terra; depois inclinou a cabeça e expirou. Vi a alma de Jesus, em forma luminosa, entrar na terra, ao pé da cruz e descer ao Limbo. João e as santas mulheres prostraram-se com a face na terra.     

 

         O centurião Abenadar, árabe de nascimento, depois, como discípulo, batizado com o nome de Ctesifon, desde que oferecera o vinagre a Jesus, ficara a cavalo junto à elevação onde estavam erigidas as cruzes, de modo que o cavalo tinha as patas dianteiras mais no alto. Profundamente abalado, entregue a séries reflexões, contemplava incessantemente o semblante de Nosso Senhor, coroado de espinhos.

 

         O cavalo baixara assustado a cabeça e Abenadar, cujo orgulho estava domado, não puxava mais as rédeas. Nesse momento pronunciou o Senhor as últimas palavras, em voz alta e forte e morreu dando um grito, que penetrou o Céu, a terra e o inferno. A terra tremeu e o rochedo fendeu-se, deixando uma larga abertura entre a cruz do Senhor e a do ladrão à esquerda. O testemunho que Deus deu de seu Filho, abalou com susto e terror a natureza enlutada. Estava consumado!

 

         A alma de Nosso Senhor separou-se do corpo e ao grito de morte do Redentor moribundo estremeceram todos que O ouviram, junto com a terra que, tremendo, reconheceu o Salvador; os corações amigos, porém, foram transpassados pela espada da dor. Foi então que a graça desceu à alma de Abenadar; estremeceu emocionado, cederam-lhe as paixões e o coração orgulhoso e duro, fendeu-se-lhe como o rochedo do Calvário. Lançou longe de si a lança, bateu no peito com força e exclamou alto, com a voz de um homem novo: “Louvado seja Deus, Todo-poderoso, o Deus de Abraão e Jacó! Este era um homem justo; em verdade, Ele é o Filho de Deus!” E muitos dos soldados, tocados pela palavra do centurião, fizeram o mesmo.

 

         Abenadar, tornado novo homem, salvo pela graça e tendo rendido publicamente homenagem ao Filho de Deus, não quis ficar mais tempo a serviço dos inimigos de Cristo, Dirigiu-se a cavalo ao oficial subalterno, Cássio, também chamado Longinus, apeou-se, apanhou a lança e entregou-lha; disse algumas palavras aos soldados e a Cássio, que então montou a cavalo e tomou o comando. Abendar desceu do Calvário e, atravessando a vele de Gihon, dirigiu-se às cavernas do vale de Hinom, onde estavam escondidos os discípulos; anunciou-lhes a morte do Senhor e voltou de lá à cidade, ao palácio de Pilatos.

 

         Grande espanto apoderou-se dos assistentes, ante o grito de morte de Jesus, quando a terra tremeu e o rochedo do Calvário se fendeu. – Esse terror fez-se sentir em toda a natureza; pois rasgou-se o véu do Templo, muitos mortos saíram das sepulturas, desabaram algumas paredes do Templo, ruíram muitos edifícios e desmoronaram montes em muitas regiões da terra.

 

         Abenadar deu testemunho em alta voz, muitos soldados testemunharam com ele, grande parte do povo presente e também alguns dos fariseus, chegados no fim, se converteram. Muitos bateram no peito e, descendo do monte, voltaram chorando pelo vale para casa; outros rasgaram as vestes e lançaram pó sobre a cabeça. Todo o mundo estava cheio de medo e terror.

 

         João levantou-se e algumas das santas mulheres, que até então tinham ficado afastadas, aproximaram-se da cruz; levantaram a Mãe de Jesus e as amigas, conduziram-nas a alguma distância da cruz, para as confortar.

 

         Quando Jesus, cheio de amor, Senhor de toda vida, pagou pelos pecadores a dolorosa dívida da morte; quando entregou, como homem, a alma a Deus seu Pai e abandonou o corpo, tomou esse santo vaso esmagado a fria e pálida cor da morte; o corpo tremeu-Lhe convulsivamente nas últimas dores e tornou-se lívido e os vestígios do sangue derramado das chagas ficaram mais escuros e distintos. O rosto alongou-se, as faces encolheram-se, o nariz ficou mais delgado e pontiagudo, o queixo caiu, os olhos, cheios de sangue e fechados, abriram-se, meio envidraçados.

 

         O Senhor levantou pela última vez e por poucos momentos a cabeça, coroada de espinhos e deixou-a depois cair sobre o peito, sob o peso dos sofrimentos. Os lábios lívidos e contraídos entreabriram-se, deixando ver a língua ensangüentada. As mãos, antes fechadas sobre a cabeça dos cravos, abriram-se; estenderam-se os braços, as costas entesaram-se ao longo da cruz e todo o peso do santo corpo desceu sobre os pés. Os joelhos curvaram-se, tornando para um lado e os pés viraram-se um pouco em redor do prego que os trespassara.

 

         Então se entesaram as mãos da Mãe Dolorosa, a vista escureceu-se-lhe, palidez de morte cobriu-lhe o rosto, os ouvidos deixaram de escutar, os pés vacilaram e ela caiu por terra; também Madalena, João e os outros se prostraram, com a cabeça velada, entregues à dor.

 

         Quando ergueram a mais amorosa, a mais desolada das mães, dirigindo os olhos à cruz, ela viu o corpo do Filho adorado, concebido na virgindade, por obra e graça do Espírito Santo, carne de sua carne, osso de seus ossos, coração de seu coração, vaso sagrado formado no seu seio pela virtude divina, agora privado de toda a beleza e formosura, separado da alma Santíssima, entregue às leis da natureza que Ele próprio criara e de que os homens tinham abusado pelo pecado, desfigurado-a; viu o corpo do Filho Unigênito esmagado, maltratado, desfigurado, morto pelas mãos daqueles que viera salvar e vivificar.

 

         Ai! O vaso de toda beleza e verdade, de todo amor, pendia da cruz, entre dois assassinos, vazio, rejeitado, desprezado, insultado, semelhante a um leproso. Quem pode compreender toda a dor da Mãe de Jesus, rainha de todos os mártires?

 

         A luz do sol ainda era sombria e nebulosa. O tremor de terra foi acompanhado de calor sufocante; mas seguiu-se-lhe depois um frio sensível. O corpo de Nosso Senhor morto, na cruz, causava um sentimento de respeito e estranha comoção. Os ladrões pendiam em horríveis contorções, como embriagados, ambos estavam no fim calados; Dimas rezava.

 

         Era pouco depois de três horas, quando Jesus expirou. Passando o primeiro terror causado pelo tremor de terra, alguns dos fariseus recobraram a anterior arrogância. Aproximando-se da fenda no rochedo do Calvário, jogaram-lhe pedras e atando várias cordas, amarraram uma pedra fizeram-na entrar na fenda, para medir-lhe a profundidade; quando, porém, não tocaram no fundo, tornaram-se mais pensativos. Também se sentiam inquietos com os lamentos do povo, que batia no peito; e por isso, montando a cavalo, retiraram-se; alguns se sentiam mudados interiormente.

 

         O povo também se retirou em pouco tempo, indo pelo vale para a cidade, cheio de medo e terror. Muitos se tinham convertido. Uma parte dos 50 soldados romanos foi reforçar a guarda da porta, até a chegada dos 500, requeridos por Pilatos. A porta tinha sido fechada; alguns soldados ocuparam outros pontos da vizinhança, para impedir ajuntamento e tumulto. Cássio (Longino) e cerca de cinco soldados ficaram no lugar do suplício. Os parentes de Jesus estavam em redor da cruz ou sentados em frente, chorando. Algumas santas mulheres tinham voltado à cidade. Silêncio e tristeza reinavam em volta do lenho sagrado. De longe, no vale e nas alturas afastadas, se via de vez em quando um ou outro dos discípulos, olhando com curiosidade e receio para a cruz, mas retirando-se timidamente, ao aproximar-se alguém.

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Fonte: Últimas e Derradeiras Graças


29 de março - Santo do dia

São Constantino
   
Rei de uma região da Inglaterra, casou-se, mas não assumiu seriamente esta aliança, tanto que deixou a esposa para se dedicar às guerras militares. Nesta aventura de poder e fama, ele – como São Paulo - 'caiu do cavalo'. Era pagão, converteu-se ao Cristianismo e assumiu seriamente o chamado à santidade.

Entrou para um mosteiro irlandês e descobriu seu chamado ao sacerdócio. Junto com outro santo, percorreu muitas regiões da Inglaterra anunciando o nome de Jesus, que tem o poder de nos dar a vitória sobre o 'homem velho'.

Constantino foi martirizado no ano de 598, atacado por pagãos duros de coração ante o Evangelho.

São Constantino, rogai por nós!

Santos Jonas e Barachiso 

A narrativa do martírio sofrido pelos irmãos cristãos, Jonas e Barachiso, persas da cidade de Beth-Asa, em 327, é uma das páginas mais violentas do sofrimento católico. Entretanto, a descrição das torturas infligidas aos irmãos foi registrada por um pagão, o comandante da cavalaria do mandante imperador sanguinário.

Além do martírio, pouco se sabe da vida deles, bem como suas origens. A biografia conhecida dos dois, começa quando visitaram cristãos encarcerados na cidade de Hubahan. A Igreja da Pérsia sofria na época uma das mais cruéis perseguições de que se tem notícia, decretada e comandada pelo imperador Sapor. Jonas e Barachiso resolveram enfrentar os perigos para consolar os cristãos que, dias depois, seriam martirizados. Só naquela prisão, haviam nove condenados à morte.

Por sua atitude, ambos, foram presos e levados à presença do juiz. Aí começou a descrição de todo o terror. Como se negaram a adorar o rei, o sol e a lua, falsos deuses, o juiz mandou separá-los para tentar enganar os irmãos. Barachiso foi colocado no calabouço, enquanto Jonas era barbaramente açoitado. Depois, teve os pés atados e foi jogado nas águas cobertas de gelo.

O juiz chamou então Barachiso e relatou as torturas de Jonas, dizendo-lhe que seu irmão tinha sacrificado aos deuses. Barachiso não acreditou e fez um discurso tão eloqüente em defesa do cristianismo, que o juiz ordenou que seu processo continuasse somente à noite, longe do público, temeroso de que suas palavras acabassem convertendo ali mesmo alguns pagãos. Como castigo, mandou que colocassem ferros em brasa em seus braços. Os torturadores lhe deitaram chumbo derretido pelas narinas e olhos. Foi devolvido ao calabouço, pendurado por um dos pés.

No dia seguinte, o juiz tentou a mesma tática com Jonas, depois de mandar tirá-lo das águas geladas. Disse que Barachiso tinha abandonado sua religião. Este também não acreditou e respondeu com outro discurso fervoroso. Em contrapartida, os torturadores cortaram-lhe as mãos e os pés, arrancaram-lhe a língua e o couro cabeludo, jogaram seu corpo no piche em ebulição, depois cortaram seu corpo em pedaços e jogaram numa cisterna. Quanto a Barachiso, bateram-lhe com ferros pontiagudos, deitaram-lhe piche e enxofre ferventes pela boca, e o maltrataram até que não desse mais sinais de vida.

Realmente, trata-se de uma página chocante do cristianismo dos primeiros tempos, mas importante e cujo registro se faz necessário, para que continue preservada no conhecimento dos católicos dos nossos tempos. De maneira que se compreenda como a fé em Cristo sobrevive a todos os suplícios psicológicos e de sangue através dos séculos para a glória na eternidade de Jesus, o Redentor da Humanidade.

 

São Segundo de Asti

Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século I e profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, quantos pudesse. Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes.

Além disso, Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem que seu amigo político soubesse, Segundo teria estado com o mártir e este encontro foi decisivo para a sua conversão.

Entretanto, esta só aconteceu mesmo durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita. Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.

Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo, que conta como ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia, que lhe fora entregue por Faustino e Jovita para ser dada ao bispo Marciano, antes do martírio. O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras, possui mil e quinhentos metros cúbicos de volume d'água por segundo, nos seiscentos e cinqüenta e dois quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália.

Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas, não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem. Era o dia 30 de março do ano 119.

No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha, cujo culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico que o celebra no dia 29 de março. 


São Segundo de Asti, rogai por nós!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Quinta-Feira Santa - Benção dos Santos Óleos

+ Jesus disse-lhes: Ide pelo mundo inteiro
e proclamai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for baptizado será salvo;
mas quem não acreditar será condenado.
(Mc 16, 15-16)

Benção dos Santos Óleos
Na Quinta-feira Santa, óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo Bispo para ser usado nas celebrações do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordenação.
Sempre que houver celebração com óleo, deve estar à disposição do ministro uma jarra com água, bacia, sabonete e toalha para as mãos.Não se sabe com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos.
Fora de Roma, esta bênção acontecia em outros dias, como no Domingo de Ramos ou no Sábado de Aleluia.
O motivo de se fixar tal celebração na Quinta-feira Santa deve-se ao fato de ser este último dia em que se celebra a missa antes da Vigília Pascal. São abençoados os seguintes óleos:
Óleo do Crisma - Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar "o bom perfume de Cristo". É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também no sacramento do sacerdócio, para ungir os "escolhidos" que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e santificando-o no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.

Óleo dos Catecúmenos - Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, o liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.

Óleo dos Enfermos - É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como "extrema-unção". Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor e, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.

Na véspera da festa da Páscoa, como Jesus sabia que havia chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim (Jo 12, 1).

Caía a noite sobre o mundo, porque os velhos ritos, os antigos sinais da misericórdia infinita de Deus para com a humanidade iam realizar-se plenamente, abrindo caminho a um verdadeiro amanhecer: a nova Páscoa. A Eucaristia foi instituída durante a noite, preparando antecipadamente a manhã da Ressurreição.

Jesus ficou na Eucaristia por amor..., por ti.
- Ficou, sabendo como O receberiam os homens... e como O recebes tu.
- Ficou, para que O comas, para que O visites e Lhe contes as tuas coisas e, chegando junto do Sacrário e na recepção do Sacramento te enamores mais de dia para dia, e faças com que outras almas - muitas! - sigam o mesmo caminho.

Menino bom: como os amantes da terra beijam as flores, a carta, a recordação dos que amam!...
E tu? Poderás esquecer-te alguma vez de que O tens a teu lado..., a Ele!? - Esquecerás... que O podes comer?
- Senhor, que eu não torne a voar colado à terra!, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol - Cristo - na Eucaristia!, que o meu vôo não se interrompa enquanto não alcançar o descanso do teu Coração!
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Quinta-feira Santa - Eucaristia: Sacramento do amor

A celebração da Semana Santa encontra seu ápice no Tríduo Pascal, que compreende a Quinta-feira Santa, a sexta-feira da paixão e morte do Senhor e a solene Vigília Pascal, no sábado à noite. Esses três dias formam uma grande celebração da páscoa memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus.

A liturgia da Quinta-feira Santa nos fala do amor, com a cerimônia do Lava-pés, a proclamação do novo mandamento, a instituição do sacerdócio ministerial e a instituição da Eucaristia, em que Jesus se faz nosso alimento, dando-nos seu corpo e sangue. É a manifestação profunda do seu amor por nós, amor que foi até onde podia ir: "Como Ele amasse os seus amou-os até o fim".


A Eucaristia é o amor maior, que se exprime mediante tríplice exigência: do sacrifício, da presença e da comunhão. O amor exige sacrifício e a Eucaristia significa e realiza o sacrifício da cruz na forma de ceia pascal. Nos sinais do pão e do vinho, Jesus se oferece como Cordeiro imolado que tira o pecado do mundo: "Ele tomou o pão, deu graças, partiu-o e distribuiu a eles dizendo: isto é o meu Corpo que é dado por vós.


Fazei isto em memória de ' mim. E depois de comer, fez o mesmo com o cálice dizendo: Este cálice é a nova aliança em meu sangue, que é derramado por vós" (Lc 22,19-20). Pão dado, sangue derramado pela redenção do mundo. Eis aí o sacrifício como exigência do amor.

O amor, além do sacrifício, exige presença. A Eucaristia é a presença real do Senhor que faz dos sacrários de nossas Igrejas centro da vida e da oração dos fiéis.


A fé cristã vê no sacrário de nossas igrejas a morada do Senhor plantada ao lado da morada dos homens, não os deixando órfãos, fazendo-lhes companhia, partilhando com eles as alegrias e as tristezas da vida, ensinando-lhes o significado da verdadeira solidariedade: "Estarei ao lado de vocês como amigo todos os momentos da vida". Eis a presença, outra exigência do amor.


A Eucaristia, presença real do Amigo no tabernáculo de nossos templos, tem sido fonte da piedade popular como demonstra o hábito da visita ao Santíssimo e da adoração na Hora Santa. Impossível crer nessa presença e não acolhê-la nas situações concretas do dia-a-dia.

Vida eucarística é vida solidária com os pobres e necessitados. Não posso esquecer a corajosa expressão de Madre Teresa de Calcutá que, com a autoridade do seu impressionante testemunho de dedicação aos mais abandonados da sociedade, dizia: "A hora santa diante da Eucaristia deve nos conduzir até a hora santa diante dos pobres. Nossa Eucaristia é incompleta se não levar-nos ao serviço dos pobres por amor."


O amor não só exige sacrifício e presença, mas exige também comunhão. Na intimidade do diálogo da última Ceia, Jesus orou com este sentimento de comunhão com o Pai e com os seus discípulos: "Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti... que eles estejam em nós" (Jo 17,20-21).


Jesus Eucarístico é o caminho que leva a esta comunhão ideal. Comer sua carne e beber seu sangue é identificar-se com Ele no modo de pensar, nos senti mentos e na conduta da vida. Todos que se identificam com Ele passam a ter a mesma identidade entre si: são chamados de irmãos seus e o são de verdade, não pelo sangue, mas pela fé. Eucaristia é vida partilhada com os irmãos. Eis a comunhão como exigência do amor.


Vida eucarística é amar como Jesus amou. Não é simplesmente amar na medida dos homens o que chamamos de filantropia. É amar na medida de Deus o que chamamos de caridade. A caridade nunca enxerga o outro na posição de inferioridade. É a capacidade de sair de si e colocar-se no lugar do outro com sentimento de compaixão, ou seja, de solidariedade com o sofrimento do outro. Caridade é ter com o outro uma relação de semelhança e reconhecer-se no lugar em que o outro se encontra...


Na morte redentora na cruz, Cristo realiza a suprema medida da caridade "dando sua vida" e amando seus inimigos no gesto do perdão: "Pai, perdoai-lhes pois eles não sabem o que fazem." A Eucaristia não deixa ficar esquecido no passado esse gesto, que é a prova maior do amor de Deus por nós. Para isso, deixa-nos o mandamento: "Façam isso em minha memória".


Caridade solidária é o gesto de descer até o necessitado para tirá-lo da sua miséria e trazê-lo de volta a sua dignidade. A Eucaristia é o gesto da caridade solidária de Deus pela humanidade. "Eu sou o Pão da vida que desceu do céu. Quem come deste Pão vencerá a morte e terá vida para sempre".


Por:  Dom Eduardo Koaik
Bispo Emérito de Piracicaba

Reflexão para Quinta-feira Santa

O Evangelho de João, utilizado para a missa da tarde, mostra que a Páscoa de Jesus não está relacionada com a Páscoa judaica. João não menciona essa páscoa e nem Jerusalém. Para João, a verdadeira Páscoa é a celebrada por Jesus com sua morte.

Ao sentar-se à mesa com seus discípulos, Jesus explicita partilha de vida e de ideais. Isso deveria vir à nossa mente e ao nosso coração quando nos dirigimos a alguma celebração eucarística. Só posso celebrá-la se minha vida é uma constante partilha não só daquilo que tenho, mas principalmente daquilo que sou, partilha de mim mesmo como dom.


João inicia falando da “hora” de Jesus, do amor extremo do Senhor pelos seus e imediatamente mostra que esse amor é concreto e culmina com a cruz.  Jesus ensina que o serviço é amor e quem mais serve é porque mais ama. Ele assume o papel que era atribuído ao escravo gentio e vai lavar os pés de seus discípulos. Pedro, chocado com o que vê, reage peremptoriamente, mas Jesus lhe diz: ou deixa que eu lave seus pés e aceita a nova sociedade onde o súdito é igual ao patrão, ou você não participará do projeto de Deus, da adesão ao Jesus-servo.
Ser cristão é ser servo dos outros! 


Pedro precisa mudar sua cabeça. Apesar de servo, tem cabeça de patrão. Está inserido na sociedade classista onde o maior deverá ser servido pelo menor, onde há superiores e inferiores. Cristo inaugura a nova sociedade, a dos filhos de Deus, a dos irmãos em Cristo.
Jesus volta à mesa, isto é, retoma a posição de homem livre - só os livres se sentam à mesa -, mas não retira o avental. O símbolo do servo, o avental, ele o conserva sob o manto. Jesus comenta o que fez, assume que é o Mestre e Senhor de todos e proclama a ordem da nova sociedade: lavar os pés uns dos outros.


Jesus concluirá o lava-pés na cruz, quando de fato nos purificará, nos possibilitará a entrada na Casa do Pai. O entregar-se vai muito além do simples serviço. Entregar-se é dar-se como dom, como dom de si para o outro. 


Nisso está o amor. De fato, a entrega de Jesus na cruz para a nossa Redenção – sacrifício que estamos para celebrar – é expressão máxima do Amor de Deus por todos nós.


Rádio Vaticana