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domingo, 31 de março de 2013

DOMINGO DA PÁSCOA NA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

DOMINGO DA PÁSCOA

Antífona: Salmo 138,18.5-6 - Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo: pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável, aleluia!


Oração do Dia: Ó Deus, por vosso filho unigênito, vencedor da morte, abristes hoje para nós as portas da eternidade. Concede que, celebrando a ressurreição do Senhor, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos na luz da vida nova. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!
LEITURAS:
Primeira Leitura: At 10,34a.37-43
Comemos e bebemos com ele depois que ressuscitou dos mortos.
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: “Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judéia, a começar pela Galiléia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele. E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. 
Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos.
Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”. - Palavra do Senhor.

 
Comentando a Liturgia: O capítulo 10 de Atos dos Apóstolos constitui uma página de especial importância. Lucas (o mesmo autor do evangelho) revela uma de suas intenções fundamentais: a salvação trazida por Jesus Cristo é para todos os povos. Pedro, depois de um processo de relutância e discernimento, aceita o convite para entrar na casa de um pagão, centurião romano, chamado Cornélio. É a porta de entrada para o mundo dos gentios, missão que será assumida integralmente por Paulo. 
É significativo o fato de ser Pedro aquele que primeiro rompe a barreira do judaísmo exclusivo para dialogar com os estrangeiros. É recebido por Cornélio com muita reverência. Lucas enfatiza a autoridade de Pedro, representante dos apóstolos. Quer fortalecer a fidelidade à tradição apostólica. A atitude de Pedro na casa de um romano legitima a abertura para todos os povos. Jesus é o Salvador universal. 
Cornélio revela-se extremamente receptivo à pessoa e à mensagem de Pedro. De fato, a resistência ao anúncio do evangelho é perceptível muito mais entre os judeus do que entre os gentios. O próprio Pedro manifesta dificuldade em desvencilhar-se do exclusivismo judaico e da lei de pureza. Converte-se à medida que se insere no lugar social dos estrangeiros, a ponto de comer com eles. É na casa de Cornélio que ele se abre verdadeiramente para o plano divino de salvação universal: “Dou-me conta de verdade que Deus não faz acepção de pessoas, mas que, em qualquer nação, quem o teme e pratica a justiça lhe é agradável” (10,34-35). O critério de pertença ao povo de Deus já não é a raça ou o cumprimento da Lei, e sim a prática da justiça. Por esse caminho, dá-se a inclusão de todos os povos, sob a ação do Espírito Santo. As comunidades cristãs primitivas concretizaram esse ideal. Formadas por pessoas de culturas diferentes, reuniam-se nas casas, ao redor da mesma mesa e unidas na mesma fé. 
O discurso de Pedro constitui um resumo da catequese primitiva. É a síntese do querigma apostólico. Apresenta Jesus de Nazaré, desde o seu batismo, passando pela sua missão de resgate da vida e dignidade de todas as pessoas, pela sua morte de cruz, culminando com a sua ressurreição. O anúncio de Pedro é fundamentado em seu próprio testemunho e no de várias outras pessoas: “Nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez” (v. 39); “Nós comemos e bebemos com ele, após sua ressurreição dentre os mortos” (v. 39). O discurso termina com a confissão de fé em Jesus como juiz dos vivos e dos mortos, constituído por Deus e anunciado pelos profetas. E finalmente: “Todo aquele que nele acreditar receberá a remissão dos pecados” (v. 43). [Celso Lorashi, Mestre em Teologia Dogmática, Vida Pastoral, n.277, Paulus].


Salmo: 117,1-2.16ab-17.22-23 (R.24)
Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! / “Eterna é a sua misericórdia!” / A casa de Israel agora o diga:/ “Eterna é a sua misericórdia!”
A mão direita do Senhor fez maravilhas, / a mão direita do Senhor me levantou. / Não morrerei, mas, ao contrário, viverei / para cantar as grandes obras do Senhor!
A pedra que os pedreiros rejeitaram / tornou-se agora a pedra angular. / Pelo Senhor é que foi feito tudo isso; / Que maravilhas ele fez a nossos olhos!


Segunda Leitura: Cl 3,1-4
Esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo.
Irmãos, se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 
Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória - Palavra do Senhor.
Comentando a Liturgia: A comunidade cristã da cidade de Colossas, na Ásia Menor, manifestava certo distanciamento das verdades fundamentais da fé. Influenciadas por tendências da época (por exemplo, a importância dada às forças cósmicas, depositando nelas toda a confiança), havia pessoas que observavam práticas religiosas, dietas e exercícios de ascese (2,16-23) levadas por “vãs e enganosas filosofias”. Havia também pessoas levadas pela “fornicação, impureza, paixão, desejos maus e a cobiça de possuir” (v. 5). O autor da carta preocupa-se com essa situação e, por isso, escreve aos colossenses no intuito de orientá-los para uma vida coerente com a fé em Jesus Cristo, único mediador entre Deus e as criaturas. 
Nessa pequena leitura deste domingo de Páscoa, encontramos quatro pontos do querigma cristão que fundamentam a fé das primeiras comunidades: a morte de Jesus, sua ressurreição, sua exaltação à direita de Deus e sua volta. Cada um desses pontos é indicativo de atitudes que caracterizam o novo modo de viver dos cristãos. 
A fé na morte de Jesus Cristo implica a morte de nossos maus comportamentos. Para os cristãos colossenses, implicava morrer para as práticas religiosas que contradiziam a fé cristã; implicava passar de uma mentalidade idolátrica para o mergulho na vida divina, seguindo a Jesus Cristo: “Vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. 
A fé na ressurreição e na ascensão de Jesus Cristo implica discernir o que realmente edifica o ser humano em comunidade: “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto...”. Quem permanece com o pensamento e o coração mergulhados em Deus vive dignamente. A fé na volta de Jesus nos motiva a viver na esperança militante, com a certeza de estarmos com ele: “Quando Cristo, que é vossa vida, se manifestar, então vós também com ele sereis manifestados em glória”. [Celso Lorashi, Mestre em Teologia Dogmática, Vida Pastoral, n.277, Paulus].
Evangelho: Jo 20,1-9
Ele devia ressuscitar dos mortos.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: "Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram". 
Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte.
Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. De fato, eles ainda não tinham compreendido a escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos. - Palavra da Salvação.
Comentando o Evangelho: (Antônio Carlos Santini) Madrugada de domingo. Ainda está “meio escuro”. Mas todos parecem ter pressa... Depois do silêncio e da imobilidade do Sábado Santo, quando os corações estavam de luto pela morte do Senhor, os primeiros boatos sobre a Ressurreição injetam adrenalina e mobilizam os músculos... das pernas! É hora de correr!
De fato, Madalena corre até Simão Pedro para anunciar que o túmulo estava vazio. Pedro e o outro discípulo (João, que narra a cena) também correm. Correm juntos, diz o texto do Evangelho: duo simul, traduziu São Jerônimo.
Temos aqui dois tópicos para nossa reflexão. Se nosso cristianismo estacionou no Cristo morto da Sexta feira Santa, adotaremos todos uma atitude estática, morna, rotineira. Deixaremos as coisas como estão. Teremos as pernas pesadas. Mas se ouvimos a boa notícia da Ressurreição do Senhor, de imediato moveremos as pernas e nos poremos a caminhar. No mínimo, nos moveremos para “verificar” a boa notícia. E, uma vez verificada, nós seremos os missionários que o Senhor deseja. Madre Teresa de Calcutá confirma: “Se queremos ser missionários, precisamos mover as pernas!”
O segundo ponto é que Pedro e João – isto é, a instituição e o carisma – corriam juntos. E se João, muito mais moço, chega primeiro, tem o cuidado e a reverência de aguardar por Simão Pedro. Este entrará primeiro no túmulo vazio. E ambos – juntos – contemplarão vazio o casulo formado pelas bandagens que antes envolveram o corpo do Senhor. Os 32kg de aromas (mirra em pó e aloés líquido) com que José de Arimatéia envolvera o cadáver de Jesus, produziram, após algumas horas, uma crosta sólida que manteve o formato do “casulo” depois que Jesus, ao ressuscitar, abandonou seu invólucro temporário. Foi isto que levou o discípulo a ver e crer (v. 8).
Nossa Igreja precisa levar em conta esta lição: a Instituição precisa do ânimo novo do Carisma e não pode sufocá-lo. Este, por sua vez, depende da estabilidade e do discernimento da Hierarquia. Como ensina o Concílio Vaticano II, o Espírito Santo “dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos”. (Cf. Lumen Gentium, 4.)
Inaugurando um novo tempo pascal, qual o novo trajeto que devemos caminhar? Como estamos procurando harmonizar nossos carismas com a instituição eclesial?

Fonte: Blog Católicos com Jesus

31 de março - Santo do dia

Santo Amós 


Entre os grandes profetas de Deus, Amós foi o primeiro a deixar suas mensagens por escrito, encabeçando uma lista onde se sucedem: Oséias, Isaías, Jeremias e outros. Com o desenvolvimento e a popularização da escrita se desenrolando em toda a cultura mundial, no século VIII a.C., as profecias passaram a ser registradas e distribuídas com maior rapidez e eficiência do que com o método oral, expandindo a comunicação da palavra do Criador.

Profetas são pessoas com os pés no chão, profundamente conhecedoras da vida de seu povo e de sua realidade. Conhecem e vivem a realidade, mas são extremamente sensíveis a Deus. Por isso são escolhidos e se tornam anunciadores da vontade de Deus para aquele momento histórico. E por isso denunciam tudo aquilo que fere a vontade de Deus.

Assim, aconteceu com as profecias de Amós que ficaram para a posteridade e pouco sobreviveu de sua história pessoal. Sabe-se ainda que antes de se entregar totalmente à sua religiosidade, Amós foi pastor de ovelhas em Tácua, nos limites do deserto de Judá, não há sequer razão para considerá-lo um proprietário de grandes proporções. Um pequeno sítio talvez, com condições razoáveis para garantir-lhe sustento, a si e sua gente, onde permaneceu muito tempo, pois nem pertencia à corporação oficial dos profetas.

Teve um curto ministério religioso na região de Betel e Samaria, mas foi expulso de Israel e voltou à atividade anterior. Pregou depois durante o reinado de Jeroboão II, entre os anos 783 e 743 antes de Cristo.

Julgam os historiadores que Amós era ainda muito jovem quando recebeu um chamado irresistível de Deus para proclamar suas mensagens. Os Escritos registram também que seu trabalho espiritual abriu uma esperança para o povo, que sentia o peso do Senhor sobre certos habitantes.

Seu ministério profético aconteceu quando o povo de Israel vivia a divisão entre norte e sul. Amós embora originário do sul profetizou no norte, que viveu anos de instabilidade econômica, alternados com anos de prosperidade. Esta que foi construída por alguns para si mesmos, enquanto que outros foram oprimidos. Por um lado havia luxo e fartura; por outro, empobrecimento e miséria.

E Amós deixa claro que junto à tudo isso, vem a decomposição social, a corrupção religiosa e a falsidade no culto. O culto em sua falsidade encobria na verdade o grande pecado: a injustiça social.

 Santo Amós, rogai por nós!


São Benjamim


Nasceu no ano de 394 na Pérsia e, ao ser evangelizado, começou a participar da Igreja ao ponto de descobrir sua vocação ao diaconato.

Serviu a Palavra e aos irmãos na caridade, chamando a atenção de muitos para Cristo.

Chegou a ser preso por um ano, sofrendo, e se renunciasse ao nome de Jesus, seria solto. Porém, mesmo na dor, na solidão e na injustiça, ele uniu-se ainda mais ao Cristo crucificado.

Foi solto com a ordem de não falar mais de Jesus para ninguém, o que era impossível, pois sua vida e seu serviço evangelizavam.

Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver, muitos leprosos fossem curados e assim muitos corações duvidosos se abriram a Deus.

Foi novamente preso, levado a público e torturado para que renunciasse à fé. Perguntou então ao rei, se gostaria que algum de seus súditos fosse desleal a ele. Obviamente que o rei disse que não. E assim o diácono disse que assim também ele, não poderia renunciar à sua fé, a seu Rei, Jesus Cristo.

E por não renunciar a Jesus, foi martirizado. Isso no ano de 422.

São Benjamim, rogai por nós!
 
 
São Guido 
Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália. Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.

No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.

Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.

Imediatamente, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.

A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exerce-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

São Guido, rogai por nós!

sábado, 30 de março de 2013

SÍMBOLOS DO TRÍDUO PASCAL

SÍMBOLOS DO TRÍDUO PASCAL

QUINTA-FEIRA SANTA

Eucaristia:

A linguagem litúrgica é de um arrojo inaudito. Certas realidades, que não ousaríamos expressar por palavras, nós a vivenciamos através de símbolos do culto cristão. 







Um dos símbolos mais eloqüentes é o pão e o vinho, que no plano da graça querem expressar o que significam no plano natural. Existe no homem o íntimo desejo de comunhão de vida com Deus. Gostaria de estar unido a Ele como a comida e a bebida se tornam um com seu corpo. O homem tem fome e sede de Deus. Não deseja apenas conhecê-lo e amá-lo, mas apoderar-se dele, possuí-lo, consumí-lo, comê-lo e bebê-lo, saciar-se plenamente dele.
 
 Para exprimir que Deus veio ao encontro deste desejo do homem, Cristo, o pão da vida, escolheu o símbolo do pão e do vinho, da comida e da bebida. Pão significa união, alimento, vida. Como o alimento se torna um com o homem, Deus quer unir-se ao homem. Vinho é bebida. Mas não bebida que apenas mata a sede. É bebida que alegra, inebria, faz transbordar de felicidade. Assim Deus constitui a felicidade do homem, a saciedade do homem.
 
 
Cristo se tornou para nós pão e vinho. Podemos comê-lo e bebê-lo, isto é, podemos tornar-nos um com Ele na saciedade inebriante da vida feliz. Este pão torna-se para nós garantia da imortalidade. No pão e no vinho existe também muito de humano. O pão para ser pão passa por um longo processo. Igualmente o vinho. Por isso podemos dizer que o pão e o vinho quando usado no Sacramento da Eucaristia adquirem um tríplice sentido. Eles representam nossa vida e todas as coisas criadas por Deus. Toda a criação constitui objeto de ação de graças a Deus. E o homem a oferece a Deus como rei da criação. Em segundo luga, o pão e o vinho significam o trabalho, a capacidade de criar do homem, sendo também nisto semelhante a Deus. Em terceiro lugar - e isto é algo inaudito e nós o aceitamos porque Cristo no-lo revelou- o pão e o vinho significam nossa comunhão de vida com Deus, onde Cristo se torna comida e bebida no Banquete Eucarístico. Deus vem ao encontro do homem no seu desejo de comunhão de vida com Ele.

Pão e Vinho, símbolos de comida e bebida, exprimem pois a nossa vida, como também a nossa ação, a indústria do homem, seu domínio sobre a natureza que ele trabalha e transforma. Significam, outrossim, o próprio Cristo no mistério de sua Morte e Ressurreição.
Com Ele nós damos inteiramente, com todas as nossas qualidades e capacidades, todo o nosso trabalho e nossas realizações, toda a nossa vida relacionada com Cristo, vivida na maior intensidade possível a serviço do próximo.

A preparação destas ofertas não constitui ainda o sacrifício como tal. O pão e o vinho querem recordar, recolher toda essa realidade humana em Cristo. A serviço dessa preparação está toda a Liturgia da Palavra que quer dar maior sentido à nossa vida, aumentando a nossa fé, avivando a nossa esperança e intensificando o nosso amor. Quando, pois, representantes da assembléia apresentam as ofertas, levam a nossa vida, o nosso trabalho, as nossas realizações e conquistas, unidos a Cristo. Podemos deizer que, de certa maneira, nós nos colocamos sobre o altar para sermos transformados em Cristo e por Ele apresentados ao Pai. O homem aparece na presença de seu Deus, que o agraciou com a existência e o cumulou com a nova vida da graça. Toma daquilo que Deus lhe deu e que ele realizou pelo seu trabalho para dizer que tudo lhe pertence, tornando-se, desta forma, o pão e o vinho sinal do homem mesmo, daquilo que ele é e daquilo que ele faz. 
 
Deus, por sua vez, aceita este dom, o homem mesmo, representado pelos símbolos do pão e do vinho. Não só os aceita, mas os transforma, os assume pela ação de graças.   Em resposta à oferta de nossa existência, em conformidade com a sua santíssima vontade, Deus mesmo se dá em alimento. Ali se realiza aquele desejo do homem de participar da vida e da imortalidade de Deus, não pelo orgulho como no caso de Adão e Eva, mas pela humildade, reconhecendo a sua condição de criatura mortal. 
 
Lava-Pés: 
 

É o memorial do grande mandamento realizado na Quinta-feira Santa. Nos primeiros séculos celebrado nos mosteiros pelo Abade, nas Catedrais pelo Bispo e nas cortes pelos príncipes. Houve Santos Padres que atribuíram caráter sacramental a este rito. Atualmente ele é realizado na missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, após a Liturgia da Palavra. Não tem caráter obrigatório. Se razões pastorais o aconselharem, será realizado. Há regiões onde se realiza o rito do lava-pés em assembléia especial; às vezes até ao ar livre. Constitui, sem dúvida, um rito de grande plasticidade. Pode ser grandemente valorizado na linha da iniciação à prática do grande mandamento no interior da comunidade paroquial. 
 
Alguns elementos podem ajudar para que o rito incida realmente na vida da comunidade. Seja celebrado em hora conveniente, de modo que a comunidade paroquial possa de fato estar presente. Pode-se realizar o rito com alguma lembrança aos "apóstolos" como, por exemplo, um pãozinho. As toalhas para enxugar os pés poderão ostentar símbolos de vivência cristã. Bom seria que após o rito toda a comunidade realizasse um gesto de generosidade em favor da comunidade. Seria o caso de se fazer uma coleta com fim bem determinado.

SEXTA-FEIRA SANTA

Adoração da Cruz:

A Cruz está plantada em toda parte. Encontramo-la nas igrejas, nas casas, nas praças, em repartições públicas, à beira das estradas e nos cimos das montanhas. Com ela deparamos desde o nascer até o pôr-do-sol; do nascimento até a morte. Caminha conosco em horas de alegria e de tristeza. Junto ao batistério por ela fomos marcados e a mortalha é por ela encimada. Encontramo-la na natureza e na arte. Não apenas a encontramos; ela está e cresce em cada homem; ela nos reveste. 
 
Contudo, desde que Jesus Cristo morreu suspenso a um madeiro, abraçando em seu imenso amor toda a humanidade, as cruzes de todos os tempos e lugares foram iluminadas. Daquele momento a Cruz tornou-se esperança dos homens. A árvore da morte do paraíso transformou-se em árvore da Vida. A figura da serpente levantada no deserto transformou-se em realidade. Jesus Cristo venceu a antiga serpente, transformando a cruz em troféu de vitória. Assim, aos poucos a cruz foi sendo tomada como o sinal do cristão. Os cristãos dos primeiros séculos começaram a identificar a cruz de Cristo em toda parte: no martelo, no machado, na charrua, nas iniciais das palavras Cristo em Grego (XP), no X, no Y, na âncora, no báculo, no candelabro, na palma, no T, nas plantas e na própria figura da pessoa humana. 

 
Primeiramente se usava simplesmente o símbolo da cruz, sem o corpo de Jesus Cristo afixado. Portanto, a cruz e não o crucifixo. 

 
Era natural que a cruz como sinal do Cristão, de sua fé na morte redentora de Cristo, muito cedo entrasse também no uso litúrgico. Assim temos hoje uma presença muito frequente da Cruz nas mais diversas formas de Expressão. 



SÁBADO SANTO

Fogo Novo:


Tirado da pedra virgem na Vigília da Páscoa simboliza Cristo que, saindo do sepulcro de pedra, vai ao encontro de sua glória. O Círio Pascal representa Cristo, princípio de salvação. Cristo é a verdadeira coluna de fogo que serve de guia para o seu povo. 

É na justiça de Cristo que todo cristão é batizado. Nele se infunde o fogo do Espírito Santo. Um fogo purificador do pecado, um fogo que dá nova vida, fogo do amor de Deus que transforma todas as coias.
 
Fonte:
BECKÄUSER, Alberto. Símbolos Litúrgicos. Ed. Vozes: Petrópolis, 1981. 3a Edição.

Sábado Santo

O sábado é o segundo dia do Tríduo Pascal: no chão junto à ele, durante sete dias e e sete noites com Cristo no sepulcro.
"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).


No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.


A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.


É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).


Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".


Vigília Pascal A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiqüíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.
A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:


Breve Lucernário
Abençõa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.


Liturgia da Palavra Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

Liturgia Batismal São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

Liturgia Eucarística Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.

Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.


A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.


O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se os velas para todos os que participem da Vigília.

Qual o significado do Sábado de Aleluia? Onde está escrito que Jesus desceu ao inferno e tomou das mãos do Diabo a chave da vida e da morte?

Qual o significado do Sábado de Aleluia? Onde está escrito que Jesus desceu ao inferno e tomou das mãos do Diabo a chave da vida e da morte?

São duas perguntas que têm um mesmo contexto, o da Paixão e Ressurreição de Cristo.

O Sábado de Aleluia é o Sábado Santo, o dia depois da morte de Cristo. A referência é sobretudo feita à noite do Sábado Santo, quando, na liturgia, se canta o aleluia pascoal, depois de 40 dias, a quaresma, durante os quais o Aleluia é omitido nas celebrações. É a celebração da Ressurreição de Cristo.
 
O tema da descida de cristo à "mansão dos mortos" é um dos temas da fé cristã. Está presente já numa das primeiras profissões de fé, o Símbolo dos Apóstolos. Também Tomás de Aquino, teólogo medieval, dedicou todo um capítulo de sua Suma Teológica (quaestio 52 della Pars 3) a este argumento. Até mesmo Lutero incluiu essa afirmação nos seus preceitos: Como se deve crer que Cristo morreu e foi sepultado por nós, assim também é necessário crer que ele desceu à mansão dos mortos.

Na Bíblia, o texto mais importante, nesse sentido, encontra-se em 1Pedro 3,18: Também Cristo morreu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, a fim de vos conduzir a Deus. Morto na carne, foi vivificado no espírito, no qual foi também pregar aos espíritos em prisão, a saber, aos que foram incrédulos outrora...

Esse texto evoca a profecia de Jesus, testemunhada por Mateus 12,40: Como Jonas esteve no ventre do monstro marinho três dias e três noites, assim ficará o Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra.  Também Atos dos Apóstolos 2,24 diz: Mas Deus o ressuscitou, libertando-o das angústias do Hades, pois não era possível que ele fosse retido em seu poder. Também Efésios 4,9: Que significa "subiu", senão que ele também desceu às profundezas da terra? O que desceu é também o que subiu acima de todos os céus, a fim de plenificar todas as coisas.

O sentido básico dessa expressão teológica é professar que Jesus realmente morreu e que venceu a morte e o Demônio, que tem o poder da morte, como escrito em Hebreus 2,14: Ele participou da mesma condição, a fim de destruir pela morte o dominador da morte, isto é, o diabo.
 
Há várias interpretações muito interessantes sobre esse tema. Bento XVI, hoje, sexta feira da paixão, respondendo a perguntas de expectadores, num programa na televisão italiana, disse que o fato de Jesus ter descido à mansão dos mortos significa que a sua morte abrange toda a humanidade, isto é, dela não são beneficiados apenas aqueles que vivem a partir da época de Cristo, mas também os que nasceram antes de Cristo.

Outra interpretação, que merece ser sublinhada, vem do teólogo Von Balthasar. Ele diz que Cristo, descendo à mansão dos mortos, tornou-se o último da humanidade, alcançou os últimos e os redimiu.

Fonte: aBiblia.org

 




30 de dezembro - Santo do dia

São João Clímaco

 

O Monte Sinai está historicamente ligado ao cristianismo. Foi o lugar indicado por Deus para entregar a Moisés as tábuas gravadas com os Dez Mandamentos. É uma serra rochosa e árida que, não só pela sua geografia, mas também pelo significado histórico, foi escolhida pelos cristãos que procuravam a solidão da vida eremítica.

Assim, já no século IV, depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram ali construídos por numerosos monges que se entregavam à vida de oração e contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos preciosos. Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do Monte Sinai, João Clímaco.

João nasceu na Síria, por volta do ano 579. De grande inteligência, formação literária e religiosa, ainda muito jovem, aos dezesseis anos, optou pelo deserto e viajou para o Monte Sinai, tornando-se discípulo num dos mais renomados mosteiros, do venerável ancião Raiuthi. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna da família e a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano feito de oração, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só descia ao vale para recolher frutas e raízes para sua parca refeição e só se reunia aos demais monges nos fins de semana, para um culto coletivo.

Sua fama se espalhou e muitos peregrinos iam procura-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente eram apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois eram os fiéis que queriam uma benção do monge, já tido em vida como santo. Aos sessenta anos João foi eleito por unanimidade abade geral de todos os eremitas da serra do Monte Sinai.

Nesse período ele escreveu muito e o que dele se conserva até hoje é um livro importantíssimo que teve ampla divulgação na Idade Média, "Escada do Paraíso". Livro que lhe trouxe também o sobrenome Clímaco que, em grego, significa "aquele da escada". No seu livro ele estabeleceu trinta degraus necessários à subir para alcançar a perfeição da alma.

Trata-se de um verdadeiro manual, a síntese da doutrina monástica e ascética, para os noviços e monges, onde descreveu, degrau por degrau, todas as dificuldades a serem vividas, a superação da razão e dos sentidos, e que as alegrias do Paraíso perfeito serão colhidas no final dessa escalada, após o transito para a eternidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

João Clímaco morreu no dia 30 de março de 649, amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo celebrado por todos eles no mesmo dia do seu falecimento. 


São João Clímaco, rogai por nós!

sexta-feira, 29 de março de 2013

Papa Francisco celebra a primeira Sexta-Feira Santa de seu pontificado

Não se descarta que o primeiro Papa latino-americano carregue a cruz em alguma das 14 estações da Via Sacra no Coliseu

O papa Francisco celebrou nesta Sexta-Feira Santa a Paixão de Cristo na Basílica de São Pedro, antes de presidir sua primeira Via Sacra como líder da Igreja Católica, realizada no Coliseu romano.

Papa rezou na Basílica do São Pedro nesta Sexta-feira, antes de dar início à encenação Foto: FILIPPO MONTEFORTE / AFP

Sob o ouro e o mármore da Basílica, o pregador da Casa Pontifical, o padre capuchinho Raniero Cantalamessa, comparou a Igreja a um "edifício antigo" e pediu que Francisco a "conduza à simplicidade e à linearidade de suas origens".

 El primer Via Crucis del Papa Francisco

Francisco, com fisionomia grave, vestido com a casula vermelha com as cores da Paixão, ouvia atentamente Cantalamessa, que declarou que esta missão havia sido confiada por Deus no século XIII a São Francisco de Assis, que teve seu nome retomado pelo 266º pontífice da Igreja Católica: "Vá e reforme a minha casa".

- No decorrer dos séculos, para se adaptar às exigências do momento, os velhos edifícios foram enchidos de divisões, de escadas, de salas". Mas as "adaptações" que se sucederam "não correspondem mais às exigências. É preciso ter a coragem de pôr tudo isso abaixo _ disse.

Ele enumerou os obstáculos ao anúncio do Evangelho: _ Os muros divisores (...), o excesso de burocracia, os restos de aparatos, leis e controvérsias passadas, que se tornaram simples detritos.

O Papa beijou o Cristo crucificado, que foi levado a ele, colocando suavemente a sua mão sobre a face de Jesus. Mais tarde, não se descarta que o primeiro Papa latino-americano carregue a cruz em alguma das 14 estações da Via Sacra que coroará as atividades desta Sexta-Feira Santa no Coliseu romano.

Este talvez seja um dos poucos atos da Semana Santa deste ano que leva a marca de seu antecessor, Bento XVI, que havia encarregado as meditações ao patriarca da Igreja maronita libanesa, Bechara Rai, e este pediu que mais dois jovens participassem de sua redação.
Trata-se de uma forma de destacar o drama vivido no Oriente Médio, com a guerra da Síria, mas também a difícil coexistência entre muçulmanos e cristãos, o crescimento do islã e a fuga de muitos cristãos da região diante da perseguição que sofrem, em particular no Egito.
A mensagem destas meditações encarregadas pelo agora Papa Emérito podem se centrar na defesa da vida, ameaçada por guerras, intolerância, opressão e também, segundo a Igreja, pelas leis (aborto, eutanásia) que não defendem suficientemente os direitos dos mais pobres.

Conceitos que Francisco, que constantemente se declara a favor da "proteção", assume plenamente. Espera-se que estas celebrações, o clímax da Semana Santa, contem neste ano com uma presença de fiéis maior que o habitual pela curiosidade e pelo magnetismo despertados pelo novo Papa. Proximidade com os mais necessitados. Francisco, o primeiro jesuíta que chega ao trono de Pedro, deixou claro em pouco mais de duas semanas de pontificado que deseja uma mudança desta milenar instituição, cuja imagem foi manchada nos últimos anos por lutas internas de poder, abusos sexuais de menores por sacerdotes ou pela atividade econômica nebulosa do banco do Vaticano.

No entanto, os analistas preveem que não será fácil alcançar seus objetivos, devido à resistência dos que preferem manter o status quo. Talvez, a mensagem mais contundente tenha sido dada pelo Papa na Quinta-Feira Santa. Demonstrando a importância da proximidade com os mais necessitados, Francisco se dirigiu ao centro de detenção de menores de Roma, "Casal del Marmo", onde celebrou uma missa diante de quase cinquenta jovens - 35 meninos e 11 meninas de 14 a 21 anos - e lavou os pés de 12 deles em uma cerimônia que lembra a última ceia de Jesus com os doze apóstolos. Ajoelhado no chão frio sobre um simples pano branco, Francisco lavou, secou e beijou os pés de dez meninos e duas meninas de diferentes nacionalidades detidos neste centro, dois deles muçulmanos, retirando esta cerimônia simbólica de seu ambiente habitual, a suntuosa basílica de São João de Latrão, na capital italiana, e de seus protagonistas habituais, os sacerdotes. "Quem está no ponto mais alto deve servir aos outros", "ajudar os demais", disse o Papa, levando para o coração da Igreja de Roma um costume que, como cardeal, Jorge Mario Bergoglio costumava realizar na Argentina, sua terra natal.

 Em via-crúcis, papa Francisco pede convivência entre cristãos e islâmicos
O papa Francisco pediu na noite desta sexta-feira a convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos em homilia durante sua primeira via-crúcis como pontífice, no Coliseu, em Roma. No discurso, ele lembrou da importância do significado da cruz para os católicos. 

"Nesta noite, deve permanecer só uma palavra, que é a própria cruz. Ela é a palavra com a qual Deus respondeu ao mal do mundo. Às vezes, parece que Deus não responde ao mal, que fica em silêncio. Mas, na verdade, Deus falou, respondeu, e a sua resposta é a cruz de Cristo: uma palavra que é amor, misericórdia, perdão". 

Em outro ponto do discurso, ele agradeceu a presença das delegações dos países para participar da cerimônia e, em referência ao grupo vindo do Líbano, destacou a convivência entre cristãos e muçulmanos no país árabe, que tem um dos maiores números de católicos do Oriente Médio. "Vimos a beleza e a força da união dos cristãos e a amizade de tantos irmãos muçulmanos e muitos outros. É um símbolo de esperança para o Oriente Médio e para o mundo inteiro", afirmou. 

Ele ainda disse que a cruz é uma resposta aos cristãos ao mal. "Os cristãos devem responder ao mal com o bem, pegando para si a cruz, como Jesus. Agora continuemos essa via-sacra de todos os dias, caminhando juntos na via da cruz, caminhando e levando no coração essa palavra de amor de perdão". A cerimônia foi a segunda atividade de Francisco no dia. Durante a manhã, o papa fez a missa da Paixão de Cristo e, seguindo a tradição, o pontífice se deitou ao rezar ante a cruz. Na quinta, ele celebrou a missa crismal e a do lava-pés, em que lavou, secou e beijou os pés de 12 jovens de um centro de detenção para adolescentes. 

VIA-CRÚCIS
A via-crúcis reproduz as 14 estações da morte de Jesus Cristo e é feita no Coliseu romano desde 1741. O papa a preside da colina do Palatino, onde termina o rito e começa o discurso do papa. As meditações das estações deste ano foram escritas por jovens libaneses, a pedido de Bento 16. 

As mensagens lidas nas estações associam as passagens da morte de Jesus às injustiças dos governantes e à intolerância religiosa. Também foi pedida liberdade religiosa à população do mundo, em especial nos países do Oriente Médio. 

A cruz é carregada por religiosos e jovens selecionados pelo Vaticano. Além dos Líbano, foram representados Itália, Índia, China, Nigéria, Síria e o Brasil, com a presença de dois jovens como a representação da Jornada Mundial da Juventude, que acontece em julho no Rio. 

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Papa Francisco faz lava-pés em cárcere de menores em Roma

Foi a primeira vez que isso aconteceu fora das basílicas Vaticana e de São João do Latrão. “Sigam em frente e não percam a esperança”, pediu.

Pela 1a vez, papa inclui mulheres na celebração da 5a Feira Santa

Para reviver a tradição católica, na qual Jesus teria lavado os pés dos apóstolos, na ultima ceia, dando um exemplo de humildade, Francisco inovou e deixou o Vaticano para a celebração do lava-pés em um cárcere de menores em Roma.

Junto com os homens que representam os 12 apóstolos estavam duas mulheres, uma delas de fé muçulmana. Foi a primeira vez que isso aconteceu fora das basílicas Vaticana e de São João do Latrão. Na Argentina, quando era cardeal, Jorge Bergoglio já tinha lavado os pés de duas mulheres.

Ao iniciar o ritual, o Papa falou que os que estão mais no alto devem trabalhar a serviço dos outros. “Lavar os pés quer dizer que eu estou a serviço de vocês”, explicou.

O Papa ajoelhou-se, lavou e beijou os pés dos 12 jovens, e rezou uma missa na capela da prisão para os 50 infratores que cometeram crimes como roubo, violência sexual e até homicídio. “Sigam em frente e não percam a esperança”, pediu Francisco aos detentos.


 Papa Francisco lava los pies a doce presos de una cárcel de menores de Roma


Duas moças estavam entre as 12 pessoas que tiveram os pés lavados e beijados pelo papa Francisco numa tradicional cerimônia da Quinta-Feira Santa, realizada num centro de detenção de menores infratores nos arredores de Roma. É a primeira vez que um papa inclui mulheres no rito. 

A Missa de Lava-Pés evoca um gesto de humildade de Jesus com seus apóstolos na véspera da crucificação. Um porta-voz do Vaticano disse ainda que das 12 pessoas que tiveram os pés lavados, 2 eram internos muçulmanos do centro de detenção, chamado Casal del Marmo. 

O local da celebração também marca outro ineditismo por parte do novo papa. Desde que há registros, a Missa de Lava-Pés sempre foi celebrada pelos papas nas basílicas de São Pedro ou São João de Latrão. Francisco disse que escolheu o reformatório juvenil porque desejava estar perto dos sofredores. 

Na época em que era arcebispo de Buenos Aires, o argentino Jorge Bergoglio - agora papa Francisco - já havia incluído mulheres na celebração do Lava-Pés. Numa homilia breve e improvisada, o papa disse aos jovens internos que todos, inclusive ele, precisavam estar a serviços dos outros. "É o exemplo do Senhor. Ele era o mais importante, mas lavou os pés dos outros. O mais importante deve estar a serviço dos outros", disse ele. 

Numa missa na manhã da quinta-feira no Vaticano, Francisco pediu aos padres católicos que se dediquem aos pobres e sofredores, em vez de se preocuparem em fazer carreira como "administradores" da Igreja. Sua homilia na primeira cerimônia da Quinta-Feira Santa foi mais um sinal desde sua surpreendente eleição, há duas semanas, da sua determinação de colocar a Igreja mais perto dos pobres. "Precisamos sair, então, a fim de experimentar nossa própria unção (como padres) ... até as periferias, onde há sofrimento, derramamento de sangue, a cegueira que anseia por visão, e prisioneiros servos de muitos senhores maus", disse ele em missa na Basílica de São Pedro. 

O argentino de 76 anos assumiu a Igreja Católica após o escândalo resultante do vazamento de documentos que mostravam supostos casos de corrupção e disputas internas na Cúria Romana. Na missa, que marca o início de quatro dias de intensa atividade até a Páscoa, Francisco disse que os padres não devem se acomodar na "introspecção"."Aqueles que não saem por si mesmos, em vez de serem mediadores, gradualmente se tornam intermediários, gestores. Sabemos a diferença: o intermediário, o gestor ... não põe sua própria pele e seu próprio coração na linha de frente, nunca escuta uma palavra calorosa e compungida de agradecimento", disse. 

Dirigindo-se aos cerca de 1.600 padres de Roma presentes à missa, o papa disse que os que não vivem em humildade, perto do povo, correm o risco de se tornar "colecionadores de antiguidades ou novidades - ao invés de serem pastores vivendo com ‘o cheiro das ovelhas'".
Depois de eleito papa, o cardeal Bergoglio assumiu o inédito nome de Francisco em homenagem a são Francisco de Assis, associado à austeridade, simplicidade, caridade e amor pela natureza. Em outras atitudes, ele já deixou claro que pretende tornar o papado e a Igreja mais humildes.