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domingo, 14 de abril de 2013

14 de abril - Santo do dia

São Benezet, ou pequeno Bento


Benezet, nascido em 1163 na região da Savóia, na França, era um humilde, mas alegre, pastor de ovelhas de doze anos. Diz a tradição que ele ouviu, de repente, uma voz conversando com ele e dizendo ser Jesus. Como não enxergasse nada à sua volta, de imediato ficou apreensivo, mas depois permaneceu confiante. Vejamos como tudo isso aconteceu, no início do segundo milênio, cheio de superstições e perseguições aos cristãos.

Para Benezet, ou pequeno Bento, como era chamado, ter ouvido aquela voz não seria nada se não fosse a natureza da ordem que veio com ela. Deveria erguer uma ponte sobre o rio Ródano, do qual nunca tinha ouvido falar, além de ter de abandonar a profissão que tanto amava. Porém o chamado tinha sido tão real que Benezet não pensou duas vezes e se pôs a caminho. Ele também não estranhou quando, centenas de metros adiante, um jovem veio a seu encontro e simplesmente lhe comunicou que o acompanharia em sua empreitada na construção da ponte.

Ao chegar, finalmente, às margens do rio determinado, na cidade de Avignon, Benezet assustou-se com o seu volume d'água. Orientado pelo novo amigo, que na verdade era um anjo que depois desapareceria, procurou o bispo, contando-lhe a missão que recebera. Foi ignorado. Procurou, então, o prefeito, e este, julgando tratar-se de um louco, disse que o ajudaria se removesse uma pedra que atrapalhava a cidade e a usasse como alicerce para a gigantesca obra a ser erguida.

Dizem os devotos que tudo mudou a partir desse momento. Benezet apenas fez o sinal da cruz sobre a pedra e, depois de levantá-la com facilidade, levou-a nos ombros até onde deveria ficar. Enquanto fazia isso, dezoito doentes teriam tocado a sua túnica e se curado imediatamente. Diante desse prodígio e graças, tanto o prefeito quanto o bispo assumiram a construção da obra que ajudou o desenvolvimento de toda a região. O pequeno Bento acabou falecendo antes da conclusão da ponte, que levou onze anos para terminar.

A ponte resistiu quinhentos anos antes de ruir. Foi reconstruída e trata-se do marco da cidade de Avignon, que tem, como seu padroeiro, são Benezet, ou o pequeno Bento, como querem os devotos, que nunca mais deixaram de pedir por sua intercessão e de festejá-lo no dia 14 de abril.

São Benezet, rogai por nós!  

Santa Liduína


Lidvina ou Liduína, como costuma ser chamada por nós, nasceu em Schiedan, Holanda, em 1380, numa família humilde e caridosa. Ainda criança, recolhia alimentos e roupas para os pobres e doentes abandonados. Até os quinze anos, Liduína era uma menina como todas as demais. Porém, no inverno daquele ano, sua vida mudou completamente. Com um grupo de amigos foi patinar no gelo e, em plena descida da montanha, um deles se chocou violentamente contra ela. Estava quase morta com a coluna vertebral partida e com lesões internas. Imediatamente, foi levada para casa e colocada sobre a cama, de onde nunca mais saiu, até morrer.

Depois do trágico acidente, apareceram complicações e outras doenças, numa seqüência muito rápida. Apesar dos esforços, os médicos declararam que sua enfermidade não tinha cura e que o tratamento seria inútil, só empobrecendo ainda mais a família.

Os anos se passavam e Liduína não melhorava, nem morria. Ficou a um passo do desespero total, quando chegou em seu socorro o padre João Pot, pároco da igreja. Com conversas serenas, o sacerdote recordou a ela que: "Deus só poda a árvore que mais gosta, para que produza mais frutos; e aos filhos que mais ama, mais os deixa sofrer". E pendurou na frente da sua cama um crucifixo. Pediu que olhasse para ele e refletisse: se Jesus sofreu tanto, foi porque o sofrimento leva à glória da vida eterna.

Liduína entendeu que sua situação não foi uma fatalidade sem sentido, ao contrário, foi uma benção dada pelo Senhor. Do seu leito, podia colaborar com a redenção, ofertando seu martírio para a salvação das almas. E disse ao padre que gostaria de receber um sinal que confirmasse ser esse o seu caminho. E ela o obteve, naquela mesma hora. Na sua fronte apareceu uma resplandecente hóstia eucarística, vista por todos, inclusive pelo padre Pot.

A partir daquele momento, Liduína nunca mais pediu que Deus lhe aliviasse os sofrimentos; pedia, sim, que lhe desse amor para sofrer pela conversão dos pecadores e pela salvação das almas. Do seu leito de enferma ela recebeu de Deus o dom da profecia e da cura pela oração aos enfermos. Após doze anos de enfermidade, também começou a ter êxtases espirituais, recebendo mensagens de Deus e da Virgem Maria.

Em 1421, as autoridades civis publicaram um documento atestando que nos últimos sete anos Liduína só se alimentava da sagrada eucaristia e das orações. Sua enfermidade a impossibilitava de comer e de beber, e nada podia explicar tal prodígio. Nos últimos sete meses de vida, seu sofrimento foi terrível. Ficou reduzida a uma sombra e uma voz que rezava incessantemente. No dia 14 de abril de 1433, após a Páscoa, Liduína morreu serena e em paz. Ao padre e ao médico que a assistiam, pediu que fizessem de sua casa um hospital para os pobres com doenças incuráveis. E assim foi feito.

Em 1890, o papa Leão XII elevou santa Liduína ao altar e autorizou o seu culto para o dia da sua morte. A igreja de Schiedan, construída em sua homenagem, tornou-se um santuário, muito procurado pelos devotos que a consideram padroeira dos doentes incuráveis.


Santa Liduína, rogai por nós! 

sábado, 13 de abril de 2013

Santo do dia - 13 de abril

São Hermenegildo                                                                     
Hermenegildo talvez seja a vítima mais conhecida da invasão da Espanha católica pelos visigodos, por volta do ano 459. Era filho do rei visigodo, mas despertou a ira do pai ao tornar-se católico por causa de sua esposa, uma princesa francesa.

Seu pai era Leovigildo, um impiedoso rei, conquistador de nações e exterminador de inimigos. Após conquistar a terra, ele tratava de acabar com a cultura e a fé locais, para dominar completamente os povos submetidos ao seu poder.

Hermenegildo foi educado, junto com o irmão Recaredo, para pôr em prática esse plano do pai e, para isso, foram ambos nomeados príncipes de Sevilha e Toledo, respectivamente. Mas Hermenegildo casou-se com Ingonda, uma princesa católica de origem francesa, e esta mudou os planos traçados para ele.

Ingonda era profundamente cristã. Suas orações e explicações do Evangelho converteram Hermenegildo. Leovigildo, irado, ameaçou cassar seu cargo se não abandonasse a nova fé, porém ele não se dobrou. Sua resposta está registrada para a posteridade: "Nada me custa renunciar à coroa terrestre, se já tenho garantida a celeste".
O pai dirigiu, pessoalmente, o cumprimento da ameaça, liderando enorme exército que marchou contra Sevilha.

Prendeu o filho, esperando que os suplícios do cárcere o fizessem abandonar o catolicismo, mas nada conseguiu. Mandou decepar a cabeça de Hermenegildo, que pouco antes se recusara a receber a santa eucaristia das mãos de um bispo ariano, em 13 de abril de 585.

Entretanto o crime contra o próprio filho acabou por encher Leovigildo de profundo remorso. Revendo suas posições anos depois, converteu-se também, e a Igreja da Espanha alcançou, definitivamente, a paz.

Em 1586, o papa Sixto V declarou a festa de são Hermenegildo para o dia do seu martírio e o indicou como padroeiro da Espanha.

São Hermenegildo, rogai por nós! 


Santa Ida
 
Ida nasceu em 1040, descendente do grande conquistador francês Carlos Magno, filha de Godofredo, duque de Lorraine, e de Doda, também oriunda da nobreza católica reinante. Assim sendo, recebeu educação cristã, mas também teve de cumprir obrigações sociais da corte, e só por esse motivo não seguiu a vida inteiramente dedicada à Deus, vestindo o hábito de religiosa.

Por vontade dos pais, teve de casar-se aos dezessete anos com Eustáquio II, conde de Bolonha, também católico praticante. Juntos, tiveram muitos filhos: Eustáquio III, herdeiro do condado de Bolonha; Godofredo de Bulhão, que conquistou e foi rei de Jerusalém; e Balduíno, que sucedeu o irmão no trono da Terra Santa. Tiveram também filhas, uma das quais tornou-se imperatriz ao casar-se com o imperador Henrique IV.

Entretanto, além da formação nas atividades políticas e sociais, Ida e seu marido educaram todos os filhos dentro dos rigorosos preceitos cristãos. O que surtiu um bom efeito, pois, tornaram-se bons exemplos, promoveram dezenas de obras de caridade, à altura das posses que tinham, socorrendo doentes, pobres abandonados, estrangeiros, viúvas e órfãos.

O grande passatempo de Ida era fazer, com as próprias mãos, as toalhas e enfeites dos altares e ornamentos sacros para os sacerdotes. Enquanto Eustáquio era vivo, o casal restaurou quase todas as igrejas de seus estados e domínios, inclusive o célebre santuário de Nossa Senhora de Bolonha. Seu diretor espiritual era o sacerdote Alberto, naquela época chamado, ainda, de monge de Bec, região da Normandia, porque, mais tarde, também foi elevado aos altares da Igreja.

Ao se tornar viúva, Ida diminuiu sua participação nas atividades sociais, porém na vida da Igreja só fez aumentá-la. Ela vendeu parte de seus bens e fundou vários mosteiros com o dinheiro arrecadado, como o de Santo Wulner de Bolonha; o de Wast, a duas milhas da cidade; o de Nossa Senhora da Capela, perto de Calais; e o mosteiro de Samer, que se encontrava praticamente destruído e arruinado, mas foi totalmente recuperado, voltando à franca atividade nas mãos dos beneditinos.

Há relatos de muitas graças realizadas por ela ainda em vida. Sentindo aproximar-se o fim, santa Ida previu a data exata de sua morte: 13 de abril de 1113. Os milagres e graças por intercessão de seu nome continuaram a acontecer com as crescentes romarias ao seu túmulo. Seu culto foi autorizado para o dia do seu trânsito, em 1808, quando suas relíquias foram transferidas da catedral de Arras para a de Bayeux.


Santa Ida, rogai por nós!    
                                                                    

                                                                     São Martinho


O papa Martinho I sabia que as conseqüências das atitudes que tomou contra o imperador Constante II, no século VII, não seriam nada boas. Nessa época, os detentores do poder achavam que podiam interferir na Igreja, como se sua doutrina devesse submissão ao Estado. Martinho defendeu os dogmas cristãos, por isso foi submetido a grandes humilhações e também a degradantes torturas.

Martinho nasceu em Todi, na Toscana, e era padre em Roma quando morreu o papa Teodoro, em 649. Eleito para sucedê-lo, Martinho I passou a dirigir a Igreja com a mão forte da disciplina que o período exigia. Para deixar isso bem claro ao chefe do poder secular de então, assumiu mesmo antes de ter sua eleição referendada pelo imperador.

Um ano antes, Constante II tinha publicado o documento "Tipo", que apoiava as teses hereges do cisma dos monotelistas, os quais negavam a condição humana de Cristo, o que se opõe às principais raízes do cristianismo. Para reafirmar essa posição, o papa convocou, ainda, um grande Concílio, um dos maiores da história da Igreja, na basílica de São João de Latrão, para o qual foram convidados todos os bispos do Ocidente. Ali foram condenadas, definitivamente, todas as teses monotelistas, o que provocou a ira mortal do imperador Constante II.

Ele ordenou a seu representante em Ravena, Olímpio, que prendesse o papa Marinho I. Querendo agradar ao poderoso imperador, Olímpio resolveu ir além das ordens: planejou matar Martinho. Armou um plano com seu escudeiro, que entrou no local de uma missa em que o próprio papa daria a santa comunhão aos fiéis. Na hora de receber a hóstia, o assassino sacou de seu punhal, mas ficou cego no mesmo instante e fugiu apavorado. Impressionado, Olímpio aliou-se a Martinho e projetou uma luta armada contra Constantinopla. Mas o papa perdeu sua defesa militar porque Olímpio morreu em seguida, vitimado pela peste que se alastrava naquela época.

Com o caminho livre, o imperador Constante II ordenou a prisão do papa Martinho I pedindo a sua transferência para que o julgamento se desse em Bósforo, estreito que separa a Europa da Ásia, próximo a Istambul, na Turquia. A viagem tornou-se um verdadeiro suplício, que durou quinze meses e acabou com a saúde do papa. Mesmo assim, ao chegar à cidade, ficou exposto, desnudo, sobre um leito no meio da rua, para ser execrado pela população. Depois, foi mantido incomunicável num fétido e podre calabouço, sem as mínimas condições de higiene e alimentação.

Ao fim do julgamento, o papa Martinho I foi condenado ao exílio na Criméia, sul da Rússia, e levado para lá em março de 655, em outra angustiante e sofrida viagem que durou dois meses. Ele acabou morrendo de fome quatro meses depois, em 16 de setembro daquele ano. Foi o último papa a ser martirizado e sua comemoração foi determinada pelo novo calendário litúrgico da Igreja para o dia 13 de abril.


São Martinho, rogai por nós!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Santo do dia - 12 de abril

 São José Moscati


José Moscati era de uma família ilustre e muito rica. Seu pai, Francisco, era presidente do Tribunal de Justiça e sua mãe, Rosa de Luca, pertencia à nobreza. Ele nasceu na cidade de Benevento, Itália, no dia 25 de julho de 1880, e foi batizado em casa num dia de festa, a de santo Inácio de Loyola.

Em 1884, seu pai foi promovido e mudou-se para Nápoles com a família. Lá, o pequeno José fez seu primeiro encontro com Jesus eucarístico, aos oito anos. Naquele dia, foram lançadas as bases de sua vida eucarística, um dos segredos da sua santidade. Devoto de Maria e da Eucaristia, com apenas dezessete anos obrigou-se ao voto de castidade perpétua. Ativo participante da vida paroquial, participava da missa e comungava diariamente. Sua generosidade e caridade eram dedicadas aos pobres e doentes, especialmente aos incuráveis.

Quando seu irmão Alberto passou a sofrer de epilepsia, José passava várias horas cuidando dele. Foi então que decidiu seguir os estudos de medicina. No ambiente universitário, Moscati destacou-se pelo cuidado e empenho e, em 1903, recebeu doutorado de medicina com uma tese brilhante. Desde então, a universidade, o hospital e a Igreja se tornaram um único campo para suas atividades. Tornou-se médico do Hospital dos Incuráveis, onde logo ganhou admiração e o prestígio no domínio científico. Mas o luto atingiu Moscati, quando, em 1904, seu irmão Alberto morreu.

A reputação de Moscati como mestre e médico era indiscutível. Por isso foi nomeado, oficialmente, médico responsável da terceira ala masculina do Hospital dos Incuráveis, justamente a ala daqueles doentes pelos quais ele se empenhava e trabalhava com afinco.

No dia 12 de abril de 1927, como de hábito, depois de ter participado da missa e recebido Cristo eucarístico, foi para o hospital. Voltou para casa à tarde e, enquanto atendia os pacientes, sentiu-se mal e pouco depois morreu serenamente. A notícia de sua morte espalhou-se imediatamente e a dor se espalhou pela cidade.

No dia 16 de novembro de 1975, o papa Paulo VI proclama José Moscati bem-aventurado. A devoção a Moscati vai aumentando cada dia mais. As graças obtidas por sua intercessão são muitas.

De 1o. a 30 de outubro de 1987, em Roma, houve a VII Assembléia do Sínodo dos Bispos, cujo tema era: "Vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo, vinte anos após o Concílio Vaticano II". José Moscati foi um leigo que cumpriu sua missão na Igreja e no mundo. No Sínodo, após longos exames, a Igreja comunicou que ele seria canonizado, como um homem de fé e caridade, que assistia e aliviava os sofrimentos dos incuráveis.

No dia 25 de outubro de 1987, na praça São Pedro, em Roma, o papa João Paulo II colocou, oficialmente, José Moscati entre os santos da Igreja.
Sua festa litúrgica foi indicada para o dia 12 de abril. Seu corpo repousa na igreja do Menino Jesus, em Nápoles, Itália.

 São José Moscati, rogai por nós! 

 São Júlio

O Martirológio Romano enumera nove santos e oito santas com esse nome e quase todos são mártires do primeiro século do cristianismo. Mas, hoje, celebramos Júlio, o primeiro papa a tomar este nome, e que dirigiu a Igreja de 337 a 352.

Júlio era de origem romana, filho de um certo cidadão chamado Rústico. Viveu no período em que a Igreja respirava a liberdade religiosa concedida pelo imperador Constantino, o Magno, em 313. Essa liberdade oferecia ao cristianismo melhores condições de vida e expansão da religião. Por outro lado, surgiram as primeiras heresias: donatismo, puritanismo na moral,e o arianismo, negando a divindade de Cristo.

Com a morte de Constantino, os sucessores, infelizmente, favoreceram os partidários do arianismo. O papa Júlio I tomou a defesa e hospedou o patriarca de Alexandria, Atanásio, o grande doutor da Igreja, batalhador da fé no concílio de Nicéia e principal alvo do ódio dos arianos, que o tinham expulsado da sede patriarcal. O papa Júlio I convocou dois sínodos de bispos em que, com a condenação do semi-arianismo, Atanásio foi reabilitado, recebendo cartas do papa que se felicitava com a Igreja de Alexandria, baluarte da ortodoxia cristã.

O papa Júlio I construiu várias igrejas em Roma: a dos Santos Apóstolos, a da Santíssima Maria de Trastévere, e três mandou construir nos cemitérios das vias Flavínia, Aurélia e Portuense, respectivamente as igrejas de São Valentim, de São Calisto e de São Félix. Cuidou da organização eclesiástica e da catequese catecumenal, ou seja, dos adultos e mais velhos.

Morreu em 352, após quinze anos de pontificado. Foi sepultado no cemitério de Calepódio, na via Aurélia, numa igreja que ele também havia mandado edificar. Sua veneração começou entre os fiéis a partir do século VII. Suas relíquias, segundo a tradição, foram transladadas para a basílica de São Praxedes a pedido do papa Pascoal I. O seu culto, que já fora autorizado, refloresceu em 1505, quando do seu translado para a basílica da Santíssima Maria de Trastévere, em Roma.


 São Júlio, rogai por nós!

 

São Vitor

Nasceu na aldeia de Passos, perto de Braga (Portugal), onde viveu toda sua juventude para Deus. Era catecúmeno, e se preparava para receber a graça do Batismo.

Jovem muito dado, encontrou um grupo de pagãos que prestava culto a um ídolo. Eles o chamavam a adorar este ídolo, e ele se recusou. Então, Vitor foi levado diante do governador e questionado.

Por não renunciar a sua fé, foi preso numa árvore e flagelado. E em seguida, decapitado.

São Vitor foi fiel a Cristo em todos os momentos, entregando-se a Jesus desde a juventude.


São Vitor, rogai por nós!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

11 de abril - Santo do dia

Santo Estanislau

Estanislau foi martirizado por um amigo, por não tê-lo apoiado contra os preceitos católicos, mesmo na condição de rei. Tão disciplinado era o bispo que exigia essa mesma disciplina de seu rebanho, que nem o cargo soberano do infrator o fez calar-se, pagando por isso com a própria vida.

Estanislau era polonês, nasceu na Cracóvia, em Szczepanowa, no ano 1030. Seus pais eram pobres, mas encontraram nos monges beneditinos uma forma de dar educação moral e espiritual ao filho. Assim, quando terminou os estudos básicos, Estanislau conseguiu seguir e concluir o ensino superior na Bélgica, na célebre Escola de Liège.

Voltando à sua terra natal, sua atuação como sacerdote ficou marcada e registrada pelo zelo pastoral e pelas benéficas iniciativas realizadas com caridade e inteligência. A conseqüência natural foi sua designação para o posto de bispo da Cracóvia pelo papa Alexandre II. Decisão que contou com o apoio não só do clero, como também de toda a população, inclusive do próprio rei Boleslau II.

O rei admirava Estanislau e, nos primeiros anos, apoiou-o no trabalho incansável de evangelização em toda a região, assim como na formação do clero local, o qual preparou para substituir os monges beneditinos na administração da Igreja polonesa. Mas Estanislau também apoiava o rei em suas melhores ações.

Afinal, Boleslau também foi descrito, na história, como um soberano que alargou e consolidou as fronteiras do seu jovem país, além de ter valorizado grandemente as terras de sua pátria, com a reforma fundiária que implantou, acompanhada de mudanças políticas e econômicas muito favoráveis ao povo. Entretanto o rei apaixonou-se por uma bela matrona, Cristina, que era casada com Miecislau, outro nome polonês histórico.

Apesar dos conselhos de Estanislau e de sua exigência de que os preceitos católicos do casamento fossem respeitados, Boleslau não se conformou em ficar sem sua amada. Simplesmente, mandou raptá-la. O bispo ameaçou excomungá-lo, mas o rei não recuou. Estanislau cumpriu a ameaça e Boleslau, enfurecido, ordenou a execução do religioso, comandando em pessoa a invasão da igreja de São Miguel, na Cracóvia, onde Estanislau celebrava uma missa.

Porém os guardas, impedidos por uma força misteriosa, não conseguiram se aproximar do bispo, tendo o rei de assassiná-lo com as próprias mãos. Estanislau foi trucidado no dia 11 de abril de 1079. Imediatamente, passou a ver venerado pelo povo polonês, sendo canonizado em 1253. Seu culto, até hoje, é muito difundido na Europa e na América.


Santo Estanislau, rogai por nós!  


Santa Gema Galgani
 
Ao nascer, em 12 de março de 1878, na pequena Camigliano, perto de Luca, na Itália, Gema recebeu esse nome, que em italiano significa jóia, por ser a primeira menina dos cinco filhos do casal Galgani, que foi abençoado com um total de oito filhos. A família, muito rica e nobre, era também profundamente religiosa, passando os preceitos do cristianismo aos filhos desde a tenra idade.

Gema Galgani teve uma infância feliz, cercada de atenção pela mãe, que lhe ensinava as orações e o catecismo com alegria, incutindo o amor a Jesus na pequena. Ela aprendeu tão bem que não se cansava de recitá-las e pedia constantemente à mãe que lhe contasse as histórias da vida de Jesus. Mas essa felicidade caseira terminou aos sete anos. Sua mãe morreu precocemente e sua ausência também logo causou o falecimento do pai. Órfã, caiu doente e só suplantou a grave enfermidade graças ao abrigo encontrado no seio de uma família de Luca, também muito católica, que a adotou e cuidou de sua formação.

Conta-se que Gema, com a tragédia da perda dos pais, apegou-se ainda mais à religião. Recebeu a primeira eucaristia antes mesmo do tempo marcado para as outras meninas e levava tão a sério os conceitos de caridade que dividia a própria merenda com os pobres. Demonstrava, sempre, vontade de tornar-se freira e tentou fazê-lo logo depois que Nossa Senhora lhe apareceu em sonho. Pediu a entrada no convento da Ordem das Passionistas de Corneto, mas a resposta foi negativa. Muito triste com a recusa, fez para si mesma os juramentos do serviço religioso, os votos de castidade e caridade, e fatos prodigiosos começaram a ocorrer em sua vida.

Quando rezava, Gema era constantemente vista rodeada de uma luz divina. Conversava com anjos e recebia a visita de são Gabriel, de Nossa Senhora das Dores passionista, como ela desejara ser. Logo lhe apareceram no corpo os estigmas de Cristo, que lhe trouxeram terríveis sofrimentos, mas que era tudo o que ela mais desejava.

Entretanto, fisicamente fraca, os estigmas e as penitências que se auto-infligia acabaram por consumir sua vida. Gema Galgani morreu muito doente, aos vinte e cinco anos, no Sábado Santo, dia 11 de abril de 1903.

Imediatamente, começou a devoção e veneração à "Virgem de Luca", como passou a ser conhecida. Estão registradas muitas graças operadas com a intercessão de Gema Galgani, que foi canonizada em 1940 pelo papa Pio XII, que a declarou modelo para a juventude da Igreja, autorizando sua festa litúrgica para o dia de sua morte.

Santa Gema Galgani, rogai por nós!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Santo do dia - 10 de abril

Santa Madalena de Canossa

Madalena Gabriela Canossa nasceu no dia 1º de março de 1774 na cidade italiana de Verona, que pertencia à sua nobre e influente família. Seu pai faleceu quando tinha cinco anos. Sua mãe abandonou os filhos para se casar novamente. As crianças foram entregues aos cuidados de uma péssima instituição e Madalena adoeceu várias vezes. Por essas etapas dolorosas, Deus a guiou por estradas imprevisíveis.

Aos dezessete anos, desejou consagrar sua vida a Deus e por duas vezes tentou a experiência do Carmelo. Mas sentiu que não era esta a sua vida. Retornou para a família, guardando secretamente no coração a sua vocação. No palácio, aceitou a administração do vasto patrimônio familiar, surpreendendo a todos com seu talento para os negócios. Entretanto, nunca se interessou pelo matrimônio.

Os tristes acontecimentos do século, políticos, sociais e eclesiais, marcados pelas repercussões da Revolução Francesa, bem como as alternâncias dos vários imperadores estrangeiros na região italiana, deixavam os rastros na devastação e no sofrimento humano, enchendo a sua cidade de pobres e menores abandonados.

Em 1801, duas adolescentes pobres e abandonadas pediram abrigo em seu palácio. Ela não só as abrigou como recolheu muitas outras. Pressentiu que este era o caminho do espírito e descobriu no Cristo Crucificado o ponto central de sua espiritualidade e de sua missão. Abriu o palácio dos Canossa e fez dele não uma hospedaria, mas uma comunidade de religiosas, mesmo contrariando seus familiares.

Sete anos depois, superou as últimas resistências de sua família, deixando em definitivo o palácio. Madalena foi para o bairro mais pobre de Verona, para concretizar seu ideal de evangelização e de promoção humana, fundando a congregação das Filhas da Caridade, para a formação de religiosas educadoras dos pobres e necessitados. Seguindo o exemplo de Maria, a Mãe Dolorosa, ela deixou que o espírito a guiasse até os pobres de outras cidades italianas. Em poucos anos as fundações se multiplicaram, e a família religiosa cresceu a serviço de Cristo.

Madalena escreveu as Regras da Congregação das Filhas da Caridade em 1812, as quais, após dezesseis anos, foram aprovadas pelo papa Leão XII. Mas só depois de várias tentativas mal-sucedidas Madalena conseguiu dar andamento para a Congregação masculina, como havia projetado inicialmente. Foi em 1831, na cidade de Veneza, o primeiro oratório dos Filhos da Caridade para a formação cristã dos jovens e adultos.

Ela encerrou sua fecunda existência terrena numa Sexta-Feira da Paixão. Morreu em Verona, assistida pelas Filhas, no dia 10 de abril de 1835. As congregações foram para o Oriente em 1860. Atualmente, estão presentes nos cinco continentes e são chamados de irmãs e irmãos canossianos. Em 1988, o papa João Paulo II proclamou-a santa Madalena de Canossa, determinando o dia de sua morte para seu culto litúrgico.


Santa Madalena de Canossa, rogai por nós!


São Macário da Antioquia


 

Macário recebeu esse nome por causa de seu tio e padrinho de batismo: o bispo de Antioquia. Mas dele não herdou apenas o nome, como também sua religiosidade e o destino: ser líder e ocupar um posto importante na Igreja.

Macário nasceu na Armênia, no final do primeiro milênio, foi educado sob a orientação do tio-padrinho e cresceu preparando-se com esmero para tornar-se um sacerdote, o que aconteceu assim que atingiu a idade necessária. Também não causou nenhuma surpresa sua indicação para suceder o tio como bispo.

Nesse posto, Macário realizou o apostolado que depois seria a causa de sua canonização. Pregava diariamente, visitava todos os hospitais confortando os doentes e dividindo tudo o que tinha com os pobres. O que resultou disso foi a conversão constante de pagãos. Ainda nessa fase, conta a tradição que aconteceu um prodígio presenciado por muitos: Macário, quando se ajoelhava para rezar, ficava tão emocionado que levava constantemente, entre as mãos, um pano para enxugar as lágrimas.

Um leproso teria aplicado esse pano ainda úmido sobre suas feridas e se curado da terrível doença. Bastou para que, diariamente, uma multidão de doentes procurasse a casa do bispo Macário para receber sua bênção. Assim, outras graças se sucederam.

Porém a fama desagradava o humilde bispo. Ele, então, empossou um substituto para a diocese, o padre Eleutério, e buscou a solidão. Na companhia de quatro sacerdotes, viajou como penitente à Terra Santa, peregrinou aos lugares sagrados e passou a pregar. Converteu centenas de muçulmanos e com isso provocou a ira dos poderosos. Preso e torturado, foi deixado à noite pregado por enormes pregos que perfuravam seus pés e mãos, no chão de uma cela, numa espécie de crucificação. Entretanto, durante a noite, um anjo apareceu na cela e libertou Macário dos pregos. As portas da prisão se abriram sozinhas e ele ganhou a liberdade. Assim dizem os escritos da tradição cristã.
Macário ainda evangelizou e praticou curas na Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália.

Foi por essa época que teria apagado um incêndio em Malines, Bélgica, ao fazer o sinal da cruz. Terminou seus dias no convento dos agostinianos de São Bavo, em Ghent, também na Bélgica, mas decidiu que morreria em sua terra natal. Mesmo gravemente doente, conseguiu fazer a viagem de volta enfrentando pelo caminho a peste, que dizimava populações. Sua história se fecha com outro fato prodigioso: comunicou aos companheiros que seria a última vítima da peste. E tudo aconteceu como ele dissera.

Depois que o bispo Macário morreu, em 10 de abril de 1012, ninguém mais perdeu a vida por causa daquele mal contagioso. Sua festa litúrgica ocorre no dia do seu trânsito, sendo considerado o padroeiro das grandes epidemias. 


São Macário da Antioquia, rogai por nós! 

terça-feira, 9 de abril de 2013

9 de abril - Santo do dia

São Leopoldo Mandic


O santo de hoje foi um herói dos confessionários. Nasceu na Dalmácia (ex-Iugoslávia) no ano de 1866, dentro de uma família croata, que o formou bem para a vida com Deus e para o amor aos irmãos.

Foi discernindo sua vocação, e aos 16 anos tomou uma decisão: queria servir a Deus promovendo a reconciliação, a reunificação dos cristãos ortodoxos na Igreja Católica. E o Espírito Santo o encaminhou para entrar na vida franciscana.

Leopoldo tinha a saúde muito fragilizada e, ao mesmo tempo, aquele desejo de ir para o Oriente e promover a comunhão dos cristãos.

Ingressou na Ordem Franciscana em 1884 e em 1890 já era sacerdote. Seu pedido era insistente a seus superiores, para que o enviasse para essa missão de unificação, mas dentro do discernimento e de sua debilidade física, ele tinha que obedecer e ir de convento em convento, até que em 1909 chegou em Pádua, na Itália, no Convento de Santa Cruz.

Esse frade descobriu em cada alma o seu 'Oriente'. E por obediência e amor, atendia-os por horas, sempre em espírito de oração e de abertura aos carismas do Espírito Santo.

Com 76 anos partiu para o Céu, e hoje intercede por nós.

São Leopoldo Mandic, rogai por nós!
 

Santa Maria de Cleofas


Maria de Cléofas, também chamada "de Cléopas", ou ainda "Clopas". É destas três formas que consta dos evangelhos o nome de seu marido, Cléofas Alfeu, irmão do carpinteiro José. Maria de Cléofas era, portanto, cunhada da Virgem Maria e mãe de três apóstolos: Judas Tadeu, Tiago Menor e Simão, também chamados de "irmãos do Senhor", expressão semítica que indica também os primos, segundo o historiador palestino Hegésipo.
Por sua santidade, ela uniu-se à Mãe de Deus também na dor do Calvário, merecendo ser uma das testemunhas da ressurreição de Jesus (Mc 16,1): "E passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo". O mensageiro divino anunciou às piedosas mulheres: "Por que procuram o vivo entre os mortos?"

Esse é um fato incontestável: nas Sagradas Escrituras vemos Maria de Cléofas acompanhando Jesus em toda a sua sofrida e milagrosa caminhada de pregação. Estava com Nossa Senhora aos pés da cruz e junto ao grupo das "piedosas mulheres" que acompanharam seus últimos suspiros. Estava, também, com as poucas mulheres que visitaram o túmulo de Cristo para aplicar-lhe perfumes e ungüentos, constatando o desaparecimento do corpo e presenciando, ainda, o anjo anunciar a ressurreição do Senhor.

Assim, Maria de Cléofas tornou-se uma das porta-vozes do cumprimento da profecia. Tem, portanto, o carinho e um lugar singular e especial no coração dos católicos, neste dia que a Igreja lhe reserva para a veneração litúrgica. 


 Santa Maria de Cleofas, rogai por nós!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Santo do dia - 8 de abril

Santo Alberto
 
Nasceu na Itália no ano de 1150. Foi dizendo 'sim' a vontade do Senhor. Tornou-se religioso na Ordem Agostiniana, depois padre e superior de uma Comunidade. De 'sim' em 'sim' foi caminhando na vontade do Senhor, que o queria servindo a Igreja de Cristo e ao povo de Deus no Episcopado. Foi enviado como missionário para a Terra Santa, em Jerusalém.
Homem de oração, de vida sacramental, mariano. Apaixonado por Deus, por sua Igreja, pela verdade e pelo mistério pascal.

Entre os cristãos e não-cristãos haviam aqueles que o perseguia, até que no dia da Exaltação da Santa Cruz, ele estava com todo o Clero, e foi apunhalado por um fanático anti-cristão.

Morreu perdoando e unindo o seu sangue ao Sangue de Cristo.

Santo Alberto, rogai por nós!

Santa Júlia  Billiart

Na cidade de Cuvilly, França, em 12 de julho de 1751, nasceu Maria Rosa Júlia Billiart, filha de Francisco e Maria Antonieta, pobres e muito religiosos, que a batizaram no mesmo dia. Júlia fez a primeira comunhão aos sete anos. Desde então, Jesus foi o único alimento para sua vida. Aprendeu apenas a ler e a escrever, porque ajudava a sustentar a família.
Aos treze anos, Júlia sofreu sérios problemas e, subnutrida, ficou, lentamente, paraplégica, por vinte e dois anos. Durante esse tempo aprendeu os mistérios da vida mística, do calvário, da glória e da luz. Sempre engajada na catequese da paróquia, preocupava-se com a educação dos pobres. Cultivava amizades na família, com os religiosos, com as carmelitas, com as damas da nobreza que lhe conseguiam os donativos.

Nesta época, decidiu ingressar na vida religiosa, com uma meta estabelecida: fundar uma congregação destinada a educar os pobres e a formar bons educadores. Mesmo não sendo letrada, possuía uma pedagogia nata, aprendida na escola dos vinte e dois anos de paralisia, nos contatos com as autoridades civis e eclesiásticas e com os terrores da destruição da Revolução Francesa e de Napoleão Bonaparte. Assim, ainda paralítica, em 1804 fundou a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora.

Júlia foi incapaz de amarrar sua instituição aos limites das exigências das fundações de seu tempo. Sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus a curou. Depois de trinta anos, voltou a caminhar. A Mãe de Deus era sua grande referência e modelo, e a eucaristia era o centro de sua vida de fé inabalável. Mas viver com ela não era fácil. Era um desafio constante, devido à firmeza de metas foi considerada teimosa e temperamental. Principalmente por não aceitar que a congregação fosse só diocesana, ou seja, sem superiora geral. Custou muito para que tivesse Tal direito, mas, por fim, foi eleita superiora geral.

Júlia abriu, em Amiens, a primeira escola gratuita e depois não parou mais. Viajava pela França e pela Bélgica fundando pensionatos e escolas, pois naqueles tempos de miséria a necessidade era muito grande. Não aceitava qualquer donativo que pudesse tirar a independência da congregação. Para ter recursos, criava pensionatos e, ao lado deles, a escola para pobres. Perseguida e injustiçada pelo bispo de Amiens, foi por ele afastada da congregação. Todas as irmãs decidiram seguir com ela para a cidade de Namur, na Bélgica, onde se fixaram definitivamente.

Júlia, incansável, continuou criando pensionatos, fundando escolas, formando crianças e educadores, ficando conhecidas como as "Irmãs da Nossa Senhora de Namur". Ali a fundadora consolidou a diretriz pedagógica da congregação: a educação como o caminho da plenitude da vida. Morreu em paz no dia 8 de abril de 1816 na cidade de Namur.

"Por meio do seu batismo, de sua consagração religiosa e por sua vida inteira de fé em Deus, que é bom, Júlia foi colocada na trilha da opção divina pelos pobres." Foram as palavras do papa Paulo VI para declarar santa, em 1969, Maria Rosa Júlia Billiart, que no dia 8 de abril deve receber as homenagens litúrgicas. 


Santa Júlia  Billiart, rogai por nós!

domingo, 7 de abril de 2013

Hora da Misericórdia

Há fatos que nos marcam de um modo significativo, indelével, deixando registrados em nossa memória até mesmo o lugar e a hora exata em que ocorreram (cf. Jo 1,39). 


Certamente na sua vida você poderia elencar ao menos um episódio deste gênero (uma vitória alcançada ou uma tragédia vivenciada, um amor que chega ou se vai etc.), e não é diferente na história da salvação. O tempo cronológico (“krónos”) é santificado pela presença do Filho de Deus entre nós (“na plenitude do tempo” – Gl 4,4; cf. Mc 1,15; Ef 1,10), de modo que se tornou “breviátum” (1Cor 7,29) e o seu fim a cada dia mais próximo (“própe” – Ap 22,10; cf. Rm 13,11s). No ventre de Maria, a partir do seu “faça-se” (“fiat”), inaugura-se a autêntica nova era, i.e., o tempo (“kairòs”) “aceitável” ou o “dia da salvação” (2Cor 6,2), pois em Jesus o eterno “entrou” no tempo cósmico e histórico, e assim cada instante de que dispomos está carregado de um maravilhoso sentido (cf. Hans Urs Von Balthasar, Teologia della storia, Morcelliana, 1964, p. 33).
 
             Na correria do mundo moderno – ou pós-moderno – é perigoso perdermos de vista o valor eterno de cada momento que vivenciamos. Quem é mais antigo talvez se recorde dos sinos que badalavam indicando algumas horas e convidando os trabalhadores a voltarem o seu coração para os Céus, ao menos por uns instantes. Tal costume ainda persiste em muitos lugares, e pode muito nos ajudar a viver aquilo que o sábio já dizia: “Há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ecle 3,1). O toque do sino e a oração da manhã e à tarde se encontra pela 1ª vez na Itália (Monte Cassino e arredores) no século XIII; o toque ao meio-dia é mencionado em Praga no ano de 1386; no século XVIII o uso de badalar o sino três vezes ao dia se tornou geral (cf. Bihlmeyer-Tuechle, História da Igreja, vol. 2, Ed. Paulinas, 1964, p. 451). De fato, os cristãos, desde os primórdios, procuraram paulatinamente santificar as diversas horas do dia (uma tradição de origem judaica), e por isso, por exemplo, a Escritura nos relata que “Pedro e João subiam ao templo à hora da oração, às quinze horas” (At 3,1).

             Uma das categorias mais importantes que encontramos na Sagrada Escritura – ao lado de “aliança”, “misericórdia” etc. – é justamente “memória”. Deus não se esquece do ser humano e o ser humano é convidado a não se esquecer daquilo que o Senhor realizou em seu favor, transformando estas lembranças em fonte para a espiritualidade e as celebrações, tanto individual como coletiva. “A memória tem muitas maneiras de prolongar no presente a eficácia do passado. Em hebraico, os sentidos do verbo zkr, em suas várias formas, dão disso uma idéia: lembrar-se, recordar, mencionar, mas também conservar e invocar, ações todas essas que desempenham um papel mais importante na vida espiritual e na liturgia”, constata Jean Corbon (Vocabulário de teologia bíblica, Vozes, 6ª. ed., 1999, col. 571). É por isso que os grandes momentos da história da salvação – a Páscoa do povo hebreu e a Páscoa de Cristo – incluem um claro apelo: “Este dia será para vós um memorial...” (Êx 12,14); “Fazei isto em minha memória” (“anámnesin”: Lc 22,19). Dentre todos os instantes da história, certamente um merece ser recordado – segundo nosso calendário e os estudos atuais, era o dia 8 de abril do ano 30 d.C., às 3 horas da tarde, fora dos muros de Jerusalém... 

A hora da misericórdia divina por excelência!                  
             Após 3 anos de intenso ministério, e após 3 horas de intensa agonia, Nosso Senhor Jesus Cristo consumou a sua obra de misericórdia em prol do gênero humano. Esta é a “Hora” de Jesus por excelência, tão desejada por Ele, conforme se lê pelo menos 10 vezes em S. João: “Ainda não chegou a minha hora” (Jo 2,4; cf. 4,23; 7,30; 8,20); “É chegada a hora de ser glorificado o filho do homem” (Jo 12,23; cf. 12,27; 13,1; 16,4; 16,32; 17,1). Aquele momento foi extraordinário, com repercussões também no mundo físico: “Chegada a hora sexta [12h] houve trevas sobre a terra inteira até a hora nona [15h]” (Mc 15,33) – ao dar um grande grito: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46), expirou – e então o véu do Templo se rasgou, as rochas se fenderam e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram (Mt 27,51s). Certamente cada ato realizado por Jesus carrega um valor infinito, mas o seu nascimento e a sua morte constituem os atos mais belos deste drama humano-divino, e por conseguinte merecem ser celebrados pelos seus discípulos – particularmente esta “hora” em que Jesus entrega ao Pai o seu espírito humano e nos doa o Espírito divino (Catecismo, n. 730; cf. 2746).

             A história da Igreja está repleta de homens e mulheres que procuravam viver intensamente os mistérios da vida de Jesus. Dentre elas, modernamente se destaca Santa Faustina Kowalska (+1938), que foi associada pelo próprio Jesus ao seu mistério pascal como raramente se encontra na hagiografia cristã (outros exemplos seriam o de S. Gema Galgani, S. Padre Pio etc.). Ele deixou claro que a meditação sobre a sua Paixão é uma fonte inesgotável de bênçãos para o indivíduo: “Concedo as graças mais abundantes às almas que meditam piedosamente sobre a Minha Paixão” (D 737). Deste modo, a hora da sua entrega por nós na cruz – 3 horas da tarde – foi-se tornando um elemento distintivo na espiritualidade da santa polonesa e assim no movimento que, sem saber, estava-se iniciando. Ao longo de 4 anos (1935-1938) o próprio Jesus lhe foi instruindo a respeito desta hora sagrada:

  • Em 1935 descreve uma belíssima vivência mística: “Na Sexta-feira Santa, às três horas da tarde, quando entrei na capela, ouvi estas palavras: Desejo que a Imagem seja venerada publicamente. Então vi Jesus agonizando na cruz em grandes dores, e do Seu Coração saindo os mesmos dois raios, tal como na Imagem” (D 414).
  • Em 1936 se lê: “Sexta-feira Santa. Às três horas vi Jesus crucificado, que olhou para mim e disse: Tenho sede. — Então, vi que do Seu lado saíam os mesmos dois raios que estão na Imagem. Então, senti na alma um desejo de salvar almas e de aniquilar-me pelos pobres pecadores. Ofereci-me em sacrifício ao Pai Eterno pelo mundo inteiro, com Jesus agonizante” (D 648).
  • Em 1937, também na Sexta-feira Santa: “Às três horas rezei, com os braços estendidos, pelo mundo todo. Jesus já estava terminando Sua vida como mortal. Ouvi Suas sete palavras, depois olhou para mim e disse: Querida filha do Meu Coração, tu és Meu alívio em meio aos terríveis tormentos” (D 1058).
  • No final daquele ano, Jesus pediu:
Às três horas da tarde, implora à Minha misericórdia especialmente pelos pecadores e, ao menos por um breve tempo, reflete sobre a Minha Paixão, especialmente sobre o abandono em que Me encontrei no momento da agonia. Esta é a Hora de grande misericórdia para o Mundo inteiro. Permitirei que penetres na Minha tristeza mortal. Nessa hora nada negarei à alma que Me pedir pela Minha Paixão...” (D 1320).
  • No ano da morte de S. Faustina (1938), o Senhor completou a sua instrução sobre a hora da misericórdia:
Lembro-te, Minha filha, que todas as vezes que ouvires o bater do relógio, às três horas da tarde, deves mergulhar toda na Minha misericórdia, adorando-A e glorificando-A. Implora a onipotência dela em favor do Mundo inteiro e especialmente dos pobres pecadores, porque nesse momento foi largamente aberta para toda a alma. Nessa hora, conseguirás tudo para ti e para os outros. Nessa hora, realizou-se a graça para todo o Mundo: a misericórdia venceu a justiça. Minha filha, procura rezar, nessa hora, a Via-sacra, na medida em que te permitirem os teus deveres, e se não puderes fazer a Via-sacra, entra, ao menos por um momento na capela e adora o Meu Coração, que está cheio de misericórdia no Santíssimo Sacramento. Se não puderes sequer ir à capela, recolhe-te em oração onde estiveres, ainda que seja por um breve momento. Exijo honra à Minha misericórdia de toda criatura, mas de ti em primeiro lugar, porque te dei a conhecer mais profundamente esse mistério” (D 1572).

             Destes ensinamentos se pode depreender que Jesus deseja que às 3 horas da tarde: 1) façamos uma parada para clamar a misericórdia divina pelos pecadores do mundo inteiro (naturalmente nos incluindo nesta oração!); 2) recordemos na fé o seu sofrimento por nós (físico, psicológico e espiritual), e ipso facto a sua cruz; 3) não apenas devemos pedir a misericórdia, mas glorificar este excelentíssimo atributo divino; 4) este momento de oração pode ser realizado em qualquer lugar em que estivermos, e quem o puder procure rezar numa igreja ou oratório; 5) recomenda-se explicitamente a Via-Sacra, mas pode ser utilizada qualquer oração, como p. ex. o terço da divina misericórdia.

             É verdade que em todo momento e lugar podemos prestar honra à divina misericórdia (D 1), mas Jesus nos propõe fazermos memória (zikkaron) da sua entrega suprema às 3 horas da tarde. Portanto, caro irmão e irmã, onde quer que esteja (programe o seu relógio para disparar também às 15h!), una-se a nós neste momento de adoração, ação de graças, reparação e súplica à divina misericórdia, com confiança na sua imensa generosidade para conosco!

Fonte: Portal da Divina Misericórdia