Seja bem-vindo! Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões. Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
quarta-feira, 22 de maio de 2013
Oração a Santa Rita de Cássia
Oração a Santa Rita de Cássia
Ó poderosa e gloriosa Santa Rita,
eis a vossos pés um alma desamparada que,
necessitando de auxílio,
a vós recorre com a doce esperança
de ser atendida por vós
que tendes o incomparável título
de SANTA DOS CASOS IMPOSSÍVEIS E DESESPERADOS.
Ó cara Santa, interessai-vos pela minha causa,
intercedei junto a Deus
para que me conceda a graça
de que tanto necessito (dizer a graça que deseja).
Não permitais que tenha de me afastar
dos vossos pés sem ser atendido.
Se houver em mim algum obstáculo
que me impeça de obter a graça que imploro,
auxiliai-me para que o afaste.
Envolvei o meu pedido
em vosso preciosos méritos
e apresentai-o a vosso celeste esposo, Jesus,
em união com a vossa prece.
Ó Santa Rita,
eu ponho em vós toda a minha confiança;
por vosso intermédio,
espero tranquilamente a graça que vos peço.
Santa Rita, advogada dos impossíveis, rogai por nós.
22 de maio - Santo do dia
Santa Catarina de Gênova
No século XV, os partidos guelfi e ghibellini eram os dominantes em Gênova, alternando-se no governo da cidade por meio de lutas sangrentas. Mas quando Catarina Fieschi nasceu, no ano de 1447, as famílias da nobreza que pertenciam a essas facções políticas já conviviam em paz, que era mantida pelos casamentos acordados entre si. Ela também teve de submeter-se a essa situação, pois seus pais, Tiago e Francisca, fidalgos dos guelfi, a deram em casamento ao jovem Juliano, da aristocrata família Adorno, dos ghibellini.
A união foi chamada de bizarra. Juliano era muito rico, mas irresponsável, desregrado, jogador e de caráter duvidoso, enquanto Catarina, com apenas dezesseis anos, era religiosa, sensível e muito caridosa, que, em vez de casar, desejava poder ter seguido a vida religiosa como sua irmã Limbânia o fizera.
Ela viveu sob a influencia negativa do marido, dividida entre as futilidades da corte e as obras de caridade. Um verdadeiro conflito entre os pecados e o remorso. Aos vinte e seis anos de idade, depois de visitar a irmã Limbânia no mosteiro, quando tudo lhe parecia perdido, sem solução e salvação, Catarina resolveu viver no seguimento de Jesus, para dedicar-se aos pobres e aos doentes.
Sua conversão foi tão sincera, radical e transparente que Juliano se converteu também. Colocando todo o seu patrimônio à disposição dos necessitados e deixando os palácios suntuosos, os dois ingressaram na Ordem Terceira Franciscana e foram morar no hospital de Pammatone. Nessa época, devido às freqüentes invasões de conquistadores, os soldados haviam trazido a sífilis e a peste, que se tornaram epidemias crônicas, atingindo toda a população, rica e pobre. Catarina e Juliano passaram a cuidar desses doentes.
Catarina realizou o seu desejo de renovação espiritual praticando a caridade entre os mais contaminados e desenganados. Juliano, depois de alguns anos morreu, em 1497. Ela continuou cada vez mais despojada de tudo, servindo a Deus na total entrega aos pobres mais doentes e abandonados.
Ao seu redor se juntou um grupo de seguidores, entre os quais o humanista genovês Heitor Vernazza. Ela a todos dizia: "Não se encontra caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro para a nossa salvação do que esta nupcial e doce veste da caridade". Enquanto isso, a fama de sua santidade corria entre os fiéis.
Catarina, nessa íntima comunhão com Deus, foi premiada com dons especiais da profecia, conselho e cura. Em 1507, com o físico enfraquecido e por causa do constante contato com os mais contaminados, adoeceu e nunca mais se recuperou. Morreu no dia 15 de setembro de 1510.
Logo o seu culto se propagou, sendo confirmado pelo papa Clemente XII em 1737, quando canonizou santa Catarina Fieschi Adorno, mais conhecida como santa Catarina de Gênova. Ela é festejada pela diocese de Gênova no dia 12 de setembro. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de maio.
Júlia nasceu no século V, em Cartago. Viveu feliz até que, um dia, os vândalos, chefiados pelo sanguinário rei Genserico, invadiram sua cidade e a dominaram. Os pagãos devastaram a vida da comunidade como um furacão.
Mataram muitos católicos, profanaram os templos, trucidaram os sacerdotes e venderam os cidadãos como escravos. A vida de Júlia passou do paraíso ao inferno de forma rápida e terrível. De jovem cristã, nobre e belíssima, que levava uma vida tranqüila e em paz com Deus, viu-se condenada às mais terríveis privações. Mas, mesmo vendo trocadas a fortuna pela miséria, a veneração pelo desprezo, a independência pela obediência, enfim, a liberdade pela escravidão, Júlia não se abalou.
A tradição conta que ela foi vendida para Eusébio, um negociante sírio. Mas a bondade e a resignação da moça, que encontrava na fé cristã o bálsamo para todas as dores, comoveram seu amo, que passou a respeitá-la e exigir o mesmo de todos, nunca permitindo que fosse molestada. Chegou a autorizar até que ela dedicasse algumas horas do dia às orações e leituras espirituais.
Certa vez, ele viajou para a Europa e, entre os vários escravos que o acompanharam, estava a bela e inteligente Júlia. Na ilha francesa da Córsega realizavam-se festas pagãs quando a comitiva de Eusébio chegou. Ele e todos os demais se dirigiram a um templo dos deuses locais para prestar suas homenagens, mas Júlia recusou-se a entrar. Ajoelhou-se à porta do templo e passou a rezar para que Deus mostrasse aos pagãos a Palavra de Jesus, caminho da verdade.
A atitude chamou a atenção e chegou aos ouvidos do governador Félix,que convidou Eusébio para um banquete e propôs comprar a escrava Júlia por um preço absurdo, ou trocá-la pelas quatro mais belas escravas do seu palácio. Contudo o comerciante recusou. Enraivecido pela paixão que Júlia despertara, embebedou o comerciante, cercou-o de mulheres exuberantes e tomou a escrava à força, enquanto Eusébio dormia.
Júlia se manteve firme e não se curvou. Recusou a liberdade oferecida pelo governador em troca do sacrifício aos deuses e de ceder aos seus desejos. Félix, irado, esbofeteou-a até que sangrasse abundantemente pelo nariz, depois mandou que fosse flagelada e, por fim, crucificada como Cristo e atirada ao mar. Quando Eusébio acordou, era tarde.
Ela aceitou o sofrimento como uma forma de demonstrar a Deus seu amor, contribuindo para que o cristianismo crescesse e desse frutos, sem renegar a sua fé em Cristo, morrendo como seu Mestre. O seu corpo foi encontrado, ainda pregado na cruz, boiando no mar, pelos monges do convento da ilha vizinha de Gorgona. Depois eles o transportaram para a ilha, tiram-no da cruz, ungiram-no e o colocaram num sepulcro.
Júlia não ficou esquecida ali, seu culto se difundiu e chegou à Itália. No ano 762, a rainha Ansa, esposa do rei lombardo Desidério, mandou trasladar as relíquias de santa Júlia para Brescia, propagando ainda mais sua veneração entre os féis. Um ano depois, o papa Paulo I consagrou a ela uma igreja naquela cidade. A festa litúrgica de santa Júlia, a mártir da Córsega, ilha da qual é a padroeira, ocorre no dia 22 de maio.
Santa Júlia, rogai por nós!
Rita nasceu no ano de 1381, na província de Umbria, Itália, exatamente na cidade de Cássia. Rita, ainda na infância, manifestou sua vocação religiosa. Diferenciando-se das outras crianças, ao invés de brincar e aprontar as peraltices da idade, preferia ficar isolada em seu quarto, rezando.
Para atender aos desejos de seus pais já idosos, Rita casou-se com um homem de nome Paulo Ferdinando, que, a princípio, parecia ser bom e responsável. Mas, com o passar do tempo, mostrou um caráter rude, tornando-se violento e agressivo. A tudo ela suportava com paciência e oração. Tinha certeza de que a penitência e a abnegação conseguiriam convertê-lo aos preceitos de amor a Cristo. Um dia, Paulo, finalmente, se converteu sinceramente, tornando-se bom marido e pai. Entretanto suas atitudes passadas deixaram um rastro de inimizades, que culminaram com seu assassinato, trazendo grande dor e sofrimento ao coração de Rita.
Dedicou-se, então, aos dois filhos ainda pequenos, que na adolescência descobriram a verdadeira causa da morte do pai e resolveram vingá-lo, quando adultos. Rita tentou, em vão, impedir essa vingança. Desse modo, pediu a interferência de Deus para tirar tal idéia da cabeça dos filhos e que, se isso não fosse possível, os levasse para junto dele. Assim foi. Em menos de um ano, os dois filhos de Rita morreram, sem concretizar a vingança.
Rita ficou sozinha no mundo e decidiu dar um novo rumo à sua vida. Determinada, resolveu seguir a vocação revelada ainda na infância: tornar-se monja agostiniana. As duas primeiras investidas para ingressar na Ordem foram mal-sucedidas. Segundo a tradição, ela pediu de forma tão fervorosa a intervenção da graça divina que os seus santos de devoção, Agostinho, João Batista e Nicolau, apareceram e a conduziram para dentro dos portões do convento das monjas agostinianas. A partir desse milagre ela foi aceita.
Ela se entregou, completamente, a uma vida de orações e penitências, com humildade e obediência total às regras agostinianas. Sua fé era tão intensa que na sua testa apareceu um espinho da coroa de Cristo, estigma que a acompanhou durante quatorze anos, mantido até o fim da vida em silencioso sofrimento dedicado à salvação da humanidade.
Rita morreu em 1457, aos setenta e seis anos, em Cássia. Sua fama de santidade atravessou os muros do convento e muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão. Sua canonização foi assinada pelo papa Leão XIII em 1900.
A vida de santa Rita de Cássia foi uma das mais sofridas na história da Igreja católica, por esse motivo os fiéis a consideram a "santa das causas impossíveis". O seu culto é celebrado em todo o mundo cristão, sendo festejada no dia 22 de maio, tanto na Igreja do Ocidente como na do Oriente.
Santa Rita de Cássia, rogai por nós!
No século XV, os partidos guelfi e ghibellini eram os dominantes em Gênova, alternando-se no governo da cidade por meio de lutas sangrentas. Mas quando Catarina Fieschi nasceu, no ano de 1447, as famílias da nobreza que pertenciam a essas facções políticas já conviviam em paz, que era mantida pelos casamentos acordados entre si. Ela também teve de submeter-se a essa situação, pois seus pais, Tiago e Francisca, fidalgos dos guelfi, a deram em casamento ao jovem Juliano, da aristocrata família Adorno, dos ghibellini.
A união foi chamada de bizarra. Juliano era muito rico, mas irresponsável, desregrado, jogador e de caráter duvidoso, enquanto Catarina, com apenas dezesseis anos, era religiosa, sensível e muito caridosa, que, em vez de casar, desejava poder ter seguido a vida religiosa como sua irmã Limbânia o fizera.
Ela viveu sob a influencia negativa do marido, dividida entre as futilidades da corte e as obras de caridade. Um verdadeiro conflito entre os pecados e o remorso. Aos vinte e seis anos de idade, depois de visitar a irmã Limbânia no mosteiro, quando tudo lhe parecia perdido, sem solução e salvação, Catarina resolveu viver no seguimento de Jesus, para dedicar-se aos pobres e aos doentes.
Sua conversão foi tão sincera, radical e transparente que Juliano se converteu também. Colocando todo o seu patrimônio à disposição dos necessitados e deixando os palácios suntuosos, os dois ingressaram na Ordem Terceira Franciscana e foram morar no hospital de Pammatone. Nessa época, devido às freqüentes invasões de conquistadores, os soldados haviam trazido a sífilis e a peste, que se tornaram epidemias crônicas, atingindo toda a população, rica e pobre. Catarina e Juliano passaram a cuidar desses doentes.
Catarina realizou o seu desejo de renovação espiritual praticando a caridade entre os mais contaminados e desenganados. Juliano, depois de alguns anos morreu, em 1497. Ela continuou cada vez mais despojada de tudo, servindo a Deus na total entrega aos pobres mais doentes e abandonados.
Ao seu redor se juntou um grupo de seguidores, entre os quais o humanista genovês Heitor Vernazza. Ela a todos dizia: "Não se encontra caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro para a nossa salvação do que esta nupcial e doce veste da caridade". Enquanto isso, a fama de sua santidade corria entre os fiéis.
Catarina, nessa íntima comunhão com Deus, foi premiada com dons especiais da profecia, conselho e cura. Em 1507, com o físico enfraquecido e por causa do constante contato com os mais contaminados, adoeceu e nunca mais se recuperou. Morreu no dia 15 de setembro de 1510.
Logo o seu culto se propagou, sendo confirmado pelo papa Clemente XII em 1737, quando canonizou santa Catarina Fieschi Adorno, mais conhecida como santa Catarina de Gênova. Ela é festejada pela diocese de Gênova no dia 12 de setembro. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de maio.
Santa Catarina de Gênova, rogai por nós!
Santa Júlia
Júlia nasceu no século V, em Cartago. Viveu feliz até que, um dia, os vândalos, chefiados pelo sanguinário rei Genserico, invadiram sua cidade e a dominaram. Os pagãos devastaram a vida da comunidade como um furacão.
Mataram muitos católicos, profanaram os templos, trucidaram os sacerdotes e venderam os cidadãos como escravos. A vida de Júlia passou do paraíso ao inferno de forma rápida e terrível. De jovem cristã, nobre e belíssima, que levava uma vida tranqüila e em paz com Deus, viu-se condenada às mais terríveis privações. Mas, mesmo vendo trocadas a fortuna pela miséria, a veneração pelo desprezo, a independência pela obediência, enfim, a liberdade pela escravidão, Júlia não se abalou.
A tradição conta que ela foi vendida para Eusébio, um negociante sírio. Mas a bondade e a resignação da moça, que encontrava na fé cristã o bálsamo para todas as dores, comoveram seu amo, que passou a respeitá-la e exigir o mesmo de todos, nunca permitindo que fosse molestada. Chegou a autorizar até que ela dedicasse algumas horas do dia às orações e leituras espirituais.
Certa vez, ele viajou para a Europa e, entre os vários escravos que o acompanharam, estava a bela e inteligente Júlia. Na ilha francesa da Córsega realizavam-se festas pagãs quando a comitiva de Eusébio chegou. Ele e todos os demais se dirigiram a um templo dos deuses locais para prestar suas homenagens, mas Júlia recusou-se a entrar. Ajoelhou-se à porta do templo e passou a rezar para que Deus mostrasse aos pagãos a Palavra de Jesus, caminho da verdade.
A atitude chamou a atenção e chegou aos ouvidos do governador Félix,que convidou Eusébio para um banquete e propôs comprar a escrava Júlia por um preço absurdo, ou trocá-la pelas quatro mais belas escravas do seu palácio. Contudo o comerciante recusou. Enraivecido pela paixão que Júlia despertara, embebedou o comerciante, cercou-o de mulheres exuberantes e tomou a escrava à força, enquanto Eusébio dormia.
Júlia se manteve firme e não se curvou. Recusou a liberdade oferecida pelo governador em troca do sacrifício aos deuses e de ceder aos seus desejos. Félix, irado, esbofeteou-a até que sangrasse abundantemente pelo nariz, depois mandou que fosse flagelada e, por fim, crucificada como Cristo e atirada ao mar. Quando Eusébio acordou, era tarde.
Ela aceitou o sofrimento como uma forma de demonstrar a Deus seu amor, contribuindo para que o cristianismo crescesse e desse frutos, sem renegar a sua fé em Cristo, morrendo como seu Mestre. O seu corpo foi encontrado, ainda pregado na cruz, boiando no mar, pelos monges do convento da ilha vizinha de Gorgona. Depois eles o transportaram para a ilha, tiram-no da cruz, ungiram-no e o colocaram num sepulcro.
Júlia não ficou esquecida ali, seu culto se difundiu e chegou à Itália. No ano 762, a rainha Ansa, esposa do rei lombardo Desidério, mandou trasladar as relíquias de santa Júlia para Brescia, propagando ainda mais sua veneração entre os féis. Um ano depois, o papa Paulo I consagrou a ela uma igreja naquela cidade. A festa litúrgica de santa Júlia, a mártir da Córsega, ilha da qual é a padroeira, ocorre no dia 22 de maio.
Santa Júlia, rogai por nós!
Santa Rita de Cássia
Rita nasceu no ano de 1381, na província de Umbria, Itália, exatamente na cidade de Cássia. Rita, ainda na infância, manifestou sua vocação religiosa. Diferenciando-se das outras crianças, ao invés de brincar e aprontar as peraltices da idade, preferia ficar isolada em seu quarto, rezando.
Para atender aos desejos de seus pais já idosos, Rita casou-se com um homem de nome Paulo Ferdinando, que, a princípio, parecia ser bom e responsável. Mas, com o passar do tempo, mostrou um caráter rude, tornando-se violento e agressivo. A tudo ela suportava com paciência e oração. Tinha certeza de que a penitência e a abnegação conseguiriam convertê-lo aos preceitos de amor a Cristo. Um dia, Paulo, finalmente, se converteu sinceramente, tornando-se bom marido e pai. Entretanto suas atitudes passadas deixaram um rastro de inimizades, que culminaram com seu assassinato, trazendo grande dor e sofrimento ao coração de Rita.
Dedicou-se, então, aos dois filhos ainda pequenos, que na adolescência descobriram a verdadeira causa da morte do pai e resolveram vingá-lo, quando adultos. Rita tentou, em vão, impedir essa vingança. Desse modo, pediu a interferência de Deus para tirar tal idéia da cabeça dos filhos e que, se isso não fosse possível, os levasse para junto dele. Assim foi. Em menos de um ano, os dois filhos de Rita morreram, sem concretizar a vingança.
Rita ficou sozinha no mundo e decidiu dar um novo rumo à sua vida. Determinada, resolveu seguir a vocação revelada ainda na infância: tornar-se monja agostiniana. As duas primeiras investidas para ingressar na Ordem foram mal-sucedidas. Segundo a tradição, ela pediu de forma tão fervorosa a intervenção da graça divina que os seus santos de devoção, Agostinho, João Batista e Nicolau, apareceram e a conduziram para dentro dos portões do convento das monjas agostinianas. A partir desse milagre ela foi aceita.
Ela se entregou, completamente, a uma vida de orações e penitências, com humildade e obediência total às regras agostinianas. Sua fé era tão intensa que na sua testa apareceu um espinho da coroa de Cristo, estigma que a acompanhou durante quatorze anos, mantido até o fim da vida em silencioso sofrimento dedicado à salvação da humanidade.
Rita morreu em 1457, aos setenta e seis anos, em Cássia. Sua fama de santidade atravessou os muros do convento e muitos milagres foram atribuídos à sua intercessão. Sua canonização foi assinada pelo papa Leão XIII em 1900.
A vida de santa Rita de Cássia foi uma das mais sofridas na história da Igreja católica, por esse motivo os fiéis a consideram a "santa das causas impossíveis". O seu culto é celebrado em todo o mundo cristão, sendo festejada no dia 22 de maio, tanto na Igreja do Ocidente como na do Oriente.
Santa Rita de Cássia, rogai por nós!
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terça-feira, 21 de maio de 2013
21 de maio - Santo do dia
Santo André Bóbola
Santo do século XVII, ele nasceu na Polônia e ficou conhecido como “caçador de almas”.
Santo André Bóbola pertenceu à Companhia de Jesus como sacerdote jesuíta dedicado aos jovens e ao anúncio da Palavra de Deus num tempo dos cismas, quando a fé católica não era obedecida.
Viveu também dentro de um contexto onde politicamente existia um choque entre a Polônia e a Rússia. Certa vez, com a invasão dos soldados cossacos, ou seja russos na Polônia, os cismáticos aproveitaram a ocasião para entregar o santo.
Ele, que tinha sido instrumento para muito se voltarem ao Senhor, foi preso injustamente e sofreu na mão dos acusadores. Foi violentado, mas não renunciou a sua fé. Renunciou a própria vida, mas não a vida em Deus.
No ano de 1657, morreu mártir. O “caçador de almas” hoje intercede para que nós.
Santo André Bóbola, rogai por nós.
Carlos José Eugênio de Mazemod, esse era seu nome de batismo. Ele nasceu na bela cidade Aix-en-Provance, sul da França, em diia 1o de agosto de 1782. Seu pai era um nobre e presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe pertencia a uma família burguesa muito rica. Teve duas irmãs: Antonieta e Elisabete, que morreu aos cinco anos de idade.
Sua infância foi tranqüila até 1790, quando a família teve de fugir da Revolução Francesa, deixando todos os bens e indo para a Itália, onde permaneceram durante onze anos, vivendo de cidade em cidade. Nesse período, seus pais também se separam. A mãe deixou Eugênio com o pai na Itália e foi para a França, tentar reaver os bens confiscados.
Tudo isso influenciou a personalidade do menino, de maneira tanto positiva como negativa, cujo reflexo foi uma séria crise de identidade na adolescência. Embora Eugênio, antes do exílio, tivesse dado mostras de sua vocação religiosa, ela foi sufocada por esses problemas e pela lacuna existente na sua formação intelectual, devido à falta de uma moradia fixa. Mas seu caráter forte permaneceu por toda a vida, sendo sua marca pessoal.
Foi por meio do padre Bartolo Zinelli, durante o período que morou em Veneza, entre 1794 e 1797, que Eugênio teve contato concreto com a vida de fé. E ao retornar para a França, em 1802, então com vinte anos de idade, amadureceu a idéia de ingressar na vida religiosa, seguindo sua vocação primeira. Em 1808, entrou no Seminário de São Sulpício, em Paris, recebendo a ordenação em Amiens três anos depois.
Retornou para sua cidade natal, dedicando seu apostolado à pregação. Levou a Palavra de Cristo aos camponeses pobres, aos prisioneiros e aos doentes abandonados, a todos dando os sacramentos como único meio de recompor os valores cristãos, num momento novo para o país tão desgastado e sem rumo. Outros padres se juntaram a ele nessa missão, por isso decidiu, em 1816, fundar a Sociedade dos Missionários da Provença, que depois mudou o nome para Oblatos de Maria Imaculada, recebendo todas as aprovações da Igreja.
Eugênio foi, então, nomeado vigário-geral da diocese de Marselha, da qual, depois, foi nomeado bispo, cargo que exerceu durante trinta e sete anos. Foram muitos os problemas com as autoridades que governaram Paris, com a elite social e até com alguns membros eclesiásticos que não concordavam com as regras de vida em comum estabelecidas por ele.
Mas o povo pobre o queria, amava e respeitava. Assim, continuou governando a diocese e os oblatos, que se desenvolveram e foram pregar a Palavra de Cristo fora dos domínios da Europa, nos Estados Unidos, Canadá e México, depois também na África e na Ásia, levando o carisma missionário da congregação.
Eugênio de Mazemod morreu no dia 21 de maio de 1861, na sua querida Marselha. Muitas foram as graças atribuídas à sua intercessão. O papa João Paulo II declarou-o santo em 1995. A solenidade contou com a presença de representantes dos sessenta e oito paises onde os oblatos já estavam fixados.
Santo Eugênio de Mazemod, rogai por nós!
Santo do século XVII, ele nasceu na Polônia e ficou conhecido como “caçador de almas”.
Santo André Bóbola pertenceu à Companhia de Jesus como sacerdote jesuíta dedicado aos jovens e ao anúncio da Palavra de Deus num tempo dos cismas, quando a fé católica não era obedecida.
Viveu também dentro de um contexto onde politicamente existia um choque entre a Polônia e a Rússia. Certa vez, com a invasão dos soldados cossacos, ou seja russos na Polônia, os cismáticos aproveitaram a ocasião para entregar o santo.
Ele, que tinha sido instrumento para muito se voltarem ao Senhor, foi preso injustamente e sofreu na mão dos acusadores. Foi violentado, mas não renunciou a sua fé. Renunciou a própria vida, mas não a vida em Deus.
No ano de 1657, morreu mártir. O “caçador de almas” hoje intercede para que nós.
Santo André Bóbola, rogai por nós.
Santo Eugênio de Mazemod
Carlos José Eugênio de Mazemod, esse era seu nome de batismo. Ele nasceu na bela cidade Aix-en-Provance, sul da França, em diia 1o de agosto de 1782. Seu pai era um nobre e presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe pertencia a uma família burguesa muito rica. Teve duas irmãs: Antonieta e Elisabete, que morreu aos cinco anos de idade.
Sua infância foi tranqüila até 1790, quando a família teve de fugir da Revolução Francesa, deixando todos os bens e indo para a Itália, onde permaneceram durante onze anos, vivendo de cidade em cidade. Nesse período, seus pais também se separam. A mãe deixou Eugênio com o pai na Itália e foi para a França, tentar reaver os bens confiscados.
Tudo isso influenciou a personalidade do menino, de maneira tanto positiva como negativa, cujo reflexo foi uma séria crise de identidade na adolescência. Embora Eugênio, antes do exílio, tivesse dado mostras de sua vocação religiosa, ela foi sufocada por esses problemas e pela lacuna existente na sua formação intelectual, devido à falta de uma moradia fixa. Mas seu caráter forte permaneceu por toda a vida, sendo sua marca pessoal.
Foi por meio do padre Bartolo Zinelli, durante o período que morou em Veneza, entre 1794 e 1797, que Eugênio teve contato concreto com a vida de fé. E ao retornar para a França, em 1802, então com vinte anos de idade, amadureceu a idéia de ingressar na vida religiosa, seguindo sua vocação primeira. Em 1808, entrou no Seminário de São Sulpício, em Paris, recebendo a ordenação em Amiens três anos depois.
Retornou para sua cidade natal, dedicando seu apostolado à pregação. Levou a Palavra de Cristo aos camponeses pobres, aos prisioneiros e aos doentes abandonados, a todos dando os sacramentos como único meio de recompor os valores cristãos, num momento novo para o país tão desgastado e sem rumo. Outros padres se juntaram a ele nessa missão, por isso decidiu, em 1816, fundar a Sociedade dos Missionários da Provença, que depois mudou o nome para Oblatos de Maria Imaculada, recebendo todas as aprovações da Igreja.
Eugênio foi, então, nomeado vigário-geral da diocese de Marselha, da qual, depois, foi nomeado bispo, cargo que exerceu durante trinta e sete anos. Foram muitos os problemas com as autoridades que governaram Paris, com a elite social e até com alguns membros eclesiásticos que não concordavam com as regras de vida em comum estabelecidas por ele.
Mas o povo pobre o queria, amava e respeitava. Assim, continuou governando a diocese e os oblatos, que se desenvolveram e foram pregar a Palavra de Cristo fora dos domínios da Europa, nos Estados Unidos, Canadá e México, depois também na África e na Ásia, levando o carisma missionário da congregação.
Eugênio de Mazemod morreu no dia 21 de maio de 1861, na sua querida Marselha. Muitas foram as graças atribuídas à sua intercessão. O papa João Paulo II declarou-o santo em 1995. A solenidade contou com a presença de representantes dos sessenta e oito paises onde os oblatos já estavam fixados.
Santo Eugênio de Mazemod, rogai por nós!
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segunda-feira, 20 de maio de 2013
20 de maio - Santo do dia
São Bernardino de Sena
Na Itália, Bernardino nasceu na nobre família senense dos Albizzeschi, em 8 de setembro de 380, na pequena Massa Marítima, em Carrara. Ficou órfão da mãe quando tinha três anos e do pai aos sete, sendo criado na cidade de Sena por duas tias extremamente religiosas, que o levaram a descobrir a devoção a Nossa Senhora e a Jesus Cristo.
Depois de estudar na Universidade de Sena, formando-se aos vinte e dois anos, abandonou a vida mundana e ingressou na Ordem de São Francisco, cujas regras abraçou de forma entusiasmada e fiel. Apoiando o movimento chamado "observância", que se firmava entre os franciscanos, no rigor da prática da pobreza vivida por são Francisco de Assis, acabou sendo eleito vigário-geral de todos os conventos dos franciscanos da observância.
Aos trinta e cinco anos de idade, começou o apostolado da pregação, exercido até a morte. E foi o mais brilhante de sua época. Viajou por toda a Itália ensinando o Evangelho, com seus discursos sendo taquigrafados por um discípulo com um método inventado por ele. O seu legado nos chegou integralmente e seu estilo rápido, bem acessível, leve e contundente, se manteve atual até os nossos dias. Os temas freqüentes sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça, traziam palavras duríssimas para os que "renegam a Deus por uma cabeça de alho" e pelas "feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres".
Naquela época, a Europa vivia grandes calamidades, como a peste e as divisões das facções políticas e religiosas, que provocavam morte e destruição. Por onde passava, Bernardino restituía a paz, com sua pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo usando de recursos dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros impróprios, em praça pública. Além disso, como era grande devoto de Jesus, ele trazia as iniciais JHS - Jesus Salvador dos Homens - entalhadas num quadro de madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis após discursar.
As pregações e penitências constantes, a fraca alimentação e pouco repouso enfraqueciam cada vez mais o seu físico já envelhecido, mas ele nunca parava. Aos sessenta e quatro anos de idade, Bernardino morreu no convento de Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Só assim ele parou de pregar.
Tamanha foi a impressão causada por essa vida fiel a Deus que, apenas seis anos depois, em 1450, foi canonizado. São Bernardino de Sena é o patrono dos publicitários italianos e de todo o mundo.
São Bernardino de Sena, rogai por nós!
Na Itália, Bernardino nasceu na nobre família senense dos Albizzeschi, em 8 de setembro de 380, na pequena Massa Marítima, em Carrara. Ficou órfão da mãe quando tinha três anos e do pai aos sete, sendo criado na cidade de Sena por duas tias extremamente religiosas, que o levaram a descobrir a devoção a Nossa Senhora e a Jesus Cristo.
Depois de estudar na Universidade de Sena, formando-se aos vinte e dois anos, abandonou a vida mundana e ingressou na Ordem de São Francisco, cujas regras abraçou de forma entusiasmada e fiel. Apoiando o movimento chamado "observância", que se firmava entre os franciscanos, no rigor da prática da pobreza vivida por são Francisco de Assis, acabou sendo eleito vigário-geral de todos os conventos dos franciscanos da observância.
Aos trinta e cinco anos de idade, começou o apostolado da pregação, exercido até a morte. E foi o mais brilhante de sua época. Viajou por toda a Itália ensinando o Evangelho, com seus discursos sendo taquigrafados por um discípulo com um método inventado por ele. O seu legado nos chegou integralmente e seu estilo rápido, bem acessível, leve e contundente, se manteve atual até os nossos dias. Os temas freqüentes sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça, traziam palavras duríssimas para os que "renegam a Deus por uma cabeça de alho" e pelas "feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres".
Naquela época, a Europa vivia grandes calamidades, como a peste e as divisões das facções políticas e religiosas, que provocavam morte e destruição. Por onde passava, Bernardino restituía a paz, com sua pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo usando de recursos dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros impróprios, em praça pública. Além disso, como era grande devoto de Jesus, ele trazia as iniciais JHS - Jesus Salvador dos Homens - entalhadas num quadro de madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis após discursar.
As pregações e penitências constantes, a fraca alimentação e pouco repouso enfraqueciam cada vez mais o seu físico já envelhecido, mas ele nunca parava. Aos sessenta e quatro anos de idade, Bernardino morreu no convento de Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Só assim ele parou de pregar.
Tamanha foi a impressão causada por essa vida fiel a Deus que, apenas seis anos depois, em 1450, foi canonizado. São Bernardino de Sena é o patrono dos publicitários italianos e de todo o mundo.
São Bernardino de Sena, rogai por nós!
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domingo, 19 de maio de 2013
PENTECOSTES - A Vinda do Espírito Santo
A VINDA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO
Para a santa festa de Pentecostes enfeitaram a sala da última Ceia festivamente, com árvores, grinaldas e flores. Nas vésperas da festa, Pedro benzeu dois pães ázimos, partiu e distribuiu-os aos Apóstolos e à Santíssima Virgem. A cidade, porém, chegaram muitos peregrinos para a festa de Pentecostes, estrangeiros de variadíssimos trajes e costumes estranhos.
Os
Apóstolos e discípulos passaram a noite antes de
Pentecostes, junto com Maria e as santas mulheres, na sala
da última ceia, em oração e silenciosa meditação,
preparando-se para a vinda do Espírito Santo. Estavam
reunidas ao todo mais de cento e vinte pessoas. Todos
desejavam ardentemente a vinda do Consolador prometido, que
os encheria, segundo a promessa de Jesus, de força celeste.
A piedosa serva de Deus descreve esse importante
acontecimento com palavras intuitivas:
“Percebi,
depois de meia-noite, uma maravilhosa intensidade e um
movimento misterioso e benfazejo na natureza inteira, que se
comunicava a todos os presentes. Pareceu-me também que, pela
abertura no teto da sala, se podia ver o céu tornar-se mais
claro. Os Apóstolos tinham-se retirado em silêncio do meio
da sala para junto das paredes, ficando perto das colunas;
por entre eles vi os discípulos nos pórticos laterais,
olhando pelas paredes abertas para dentro da sala. Pedro
estava diante da cortina atrás da qual se guardava o
Santíssimo Sacramento; a Santíssima Virgem, porém, estava na
sala, diante da porta do vestíbulo, no qual se achavam as
santas mulheres.
Estando
assim todos silenciosos, cheios de veemente desejo, com os
braços cruzados sobre o peito, olhos baixos, propagou-se-lhe
a calma e o silêncio por toda a casa. Os discípulos, nos
átrios laterais, se dirigiram todos aos respectivos lugares
e após alguns momentos, reinava o maior silêncio em todo o
redor da casa.
Pela manhã
vi sobre o Monte das Oliveiras, onde Nosso Senhor subira ao
céu, se aproximar uma nuvem luminosa, resplandecente,
prateada, vindo do céu, em direção à casa dos Apóstolos, em
Sião. Vi-a primeiro, a grande distância, como um globo, cujo
movimento acompanhava uma doce e ardente brisa. Ao
aproximar-se, aparecia cada vez maior a nuvem luminosa,
passando como um nevoeiro brilhante sobre a cidade, até que
parou sobre Sião e a casa da última Ceia, concentrando-se
cada vez mais e tomando-se cada vez mais clara e
transparente como um sol brilhante; finalmente desceu, com
crescente sussurro, como uma nuvem de trovoada muito baixa.
Muitos judeus, que ouviram o bramido e viram a nuvem,
correram assustados ao Templo. Toda essa cena tinha alguma
semelhança com uma trovoada que se aproxima rapidamente, mas
em vez de trovão, ouvia-se o zunido, que se sentia, porém,
como uma brisa cálida e profundamente reconfortante.
Quando a
nuvem luminosa pairava muito baixa sobre o Cenáculo e, a par
do crescente ruído, se tornava cada vez mais brilhante, vi
também a casa e os arredores banhados numa luz intensa, mas
os Apóstolos, discípulos e mulheres, cada vez mais
silenciosos e ardentes.
Eram
cerca de três horas da manhã, antes do nascer do sol,
quando vi de repente saírem das nuvem, sussurrante,
torrentes de luz branca, que se cruzavam sete vezes e ao
cruzarem, se dissolviam em raios e gotas ígneas, que caíram
sobre a casa e arredores. O ponto em que as sete torrentes
de luz se cruzaram, era cercado como de um arco-íris, onde
vi formar-se uma figura luminosa e pairar sobre a casa;
parecia-me que essa figura tinha asas estendidas sob os
ombros; mas não posso dizer com certeza se eram asas, pois
tudo parecia emanação de luz. Nesse momento, porém, toda a
casa estava cheia de luz em redor. Não vi mais a luz do
candelabro de cinco braços. As pessoas reunidas estavam
todas como pasmas e extasiadas; levantaram inconscientemente
os rostos; com desejo ardente e vi derramar-se na boca de
todos uma torrente de luz, como pequenas línguas de fogo em
chamas. Era como se respirassem e recebessem ardentemente
esse fogo e como se algo de sua boca, em ardente desejo,
fosse ao encontro dessas chamas. O santo fogo derramou-se
também sobre os discípulos e as mulheres, no vestíbulo e
desta forma se dissolveu a nuvem luminosa gradualmente, como
uma nuvem que derrama chuva de luz. As línguas de fogo
vieram sobre todos, mas com intensidade e cores diferentes.
O estrondo
semelhante a uma trovoada acordou muitos homens. O Espírito
comoveu muitos fiéis e discípulos que moravam nos arredores.
Depois de acabada a efusão do Espírito, nasceu alegre
coragem em toda a assembléia. Todos estavam comovidos e como
embriagados de alegria e confiança.
Rodeavam a Santíssima Virgem, única que permanecia toda
tranqüila e calma, em seu habitual recolhimento e santo
silêncio, apesar de feliz e confortada. Os Apóstolos, porém,
abraçavam-se uns aos outros, penetrados de uma jubilosa
audácia de falar. Era como se clamassem uns aos outros: Em
que estado estávamos? Que foi feito de nós? – Também as
santas mulheres abraçavam umas as outras; todos os
discípulos, nos corredores, estavam do mesmo modo comovidos.
Os Apóstolos correram para eles e em todos havia, por assim
dizer, nova vida, cheia de alegria, confiança e coragem.
Esse
transporte de iluminação do coração e de conforto terminou
em uma ação de graças. Reuniram-se em oração, dando graças a
Deus, com profunda comoção. No entanto desapareceu
gradualmente a luz. Pedro fez então um discurso aos
discípulos e enviou alguns para os acampamentos de
peregrinos bem-intencionados, vindos para a festa de
Pentecostes.
Havia,
porém, entre o Cenáculo e a piscina de Betesda diversos
barracões e dormitórios abertos, onde os forasteiros que
vinham para a festa, dormiam e guardavam os animais. Estavam
ali muitos dormindo; outros estavam acordados e receberam
também a graça do Espírito Santo; pois passara uma emoção
geral pela natureza. Muitos homens bons receberam iluminação
e a graça da conversão; os maus, porém, ficaram tímidos,
medrosos e ainda mais endurecidos. – A maior parte dessa
gente, que estava acampada naqueles arredores, onde se
reunira a nascente comunidade, estava já ali desde a Páscoa,
porque, pela distância de sua terra, não valia a pena fazer
a viagem de ida e volta entre a Páscoa e Pentecostes. Esses,
pois, por tudo que ouviram e viram, se tornaram mais
familiares e amigos dos discípulos do que os outros. Quando
os discípulos enviados por Pedro os procuraram e lhes
anunciaram o cumprimento da promissão do Espírito Santo,
tornaram-se de diversos modos conscientes de sua própria
conversão e, obedecendo à palavra dos discípulos,
reuniram-se todos em redor da piscina de Betesda, que ficava
próxima.
No entanto
Pedro no Cenáculo impôs as mãos a cinco Apóstolos, que
deviam ajudar a ensinar a batizar na piscina de Betesda. Se
me lembro bem, foram esses Tiago o Menor, Bartolomeu,
Matias, Tomé e Judas Tadeu. Vi nessa ordenação, que o último
tinha uma visão: foi como se o visse abraçar o corpo de
Nosso Senhor.
Antes de
Irem à piscina de Betesda, para benzer a água e batizar,
vi-os ainda receber a benção da SS. Virgem, ajoelhados
diante dela; antes da ascensão de Jesus a recebiam em pé. Vi
os Apóstolos receberem essa bênção sempre, nos dias
seguintes, antes de saírem e depois de voltarem. Nesses atos
de bênção e sempre quando comparecia entre os Apóstolos, em
sua dignidade, a SS. Virgem vestia um longo manto branco, um
véu amarelo sobre o rosto e na cabeça, caindo de ambos os
lados até quase ao chão, uma larga faixa de pano azul
celeste, dobrada sobre a testa um pouco para trás, enfeitada
de bordado e segura na cabeça por uma pequena coroa de seda
branca.
Sermão e batismo na piscina de Betesda
Convidada pelos discípulos reuniu-se uma grande multidão de
povo em redor da piscina de Betesda. Os discípulos contaram
com grande alegria o que sucedera. Pedro enviou os cinco
Apóstolos antes mencionados, que se colocaram nas cinco
entradas da piscina e falaram com entusiasmo ao povo. Esse,
porém, se assustou, porque cada um os ouvia falar em sua
própria língua.
Estavam,
pois, todos atônitos e admiravam-se, dizendo:
“Porventura não se está vendo que todos estes que falam são
galileus? E como os ouvimos falara cada um na língua de
nosso país natal? Partos e Medos e Elamitas e os que
habitavam a Mesopotâmia, a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a
Ásia, a Frigia e o Egito, várias partes da Líbia, que fica
próximo de Cirene e os que vieram de Roma; também Judeus e
prosélitos, Cretenses e Árabes, todos nós os ouvimos narrar
nas nossas línguas as maravilhas de Deus”.
Estavam, pois atônitos e maravilharam-se, dizendo
uns aos outros: “Que quer isto dizer?” Outros, porém,
escarnecendo, diziam: “É porque estão embriagados de vinho
de doce”. (Atos 2, 7-13)
Pedro,
porém, subiu a um púlpito, levantou a voz e disse:
“Homens da Judéia e todos os que habitais em Jerusalém,
sabei e com ouvidos atentos escutar as minhas palavras.
Estes homens não estão tomados de vinho, como pensais, pois
é ainda a hora terceira do dia; mas é o que foi dito pelo
profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor,
que derramarei meu Espírito sobre toda a carne e
profetizarão vossos filhos e vossas filhas e vossos jovens
terão visões e os vossos anciãos sonharão. Sim, naqueles
dias derramarei meu Espírito sobre os meus servos e sobre as
minhas servas e profetizarão; e farei ver prodígios em cima
no céu e sinais em baixo na terra, sangue e fogo e vapor de
fumo. O sol converter-se-á em trevas e a lua em sangue,
antes que venha o grande e ilustre dia do Senhor. E isto
acontecerá: Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será
salvo.
Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus Nazareno, homem
aprovado por Deus entre vós, com virtudes e prodígios e
sinais, que Deus operou por Ele no meio de vós, como bem o
sabeis, depois de vos ser entregue pela decreta vontade e
presciência de Deus, vós, crucificando-O por mãos de
iníquos, lhe tirastes a própria vida; Deus, porém, o
ressuscitou, dissipadas as dores do reino da morte,
porquanto era impossível que por este fosse retido. Pois
Davi diz dEle: Eu via sempre o Senhor diante de mim, porque
está à minha direita, para que eu não seja abalado; por isso
se alegrou o meu coração e se regozijou a minha língua e
além disto, também a minha carne repousará na esperança,
porque não deixarás a minha alma no reino dos mortos, nem
permitirás que o teu Santo experimente corrupção.
Fizeste-me conhecer os caminhos da vida e encher-me-ás de
alegria, mostrando-me a tua face. Irmãos, seja-me permitido
dizer-vos ousadamente do patriarca Davi que ele morreu, foi
sepultado e o seu sepulcro se vê entre nós, até o dia de
hoje. Sendo, pois, um profeta e sabendo que com juramento
lhe havia Deus prometido que do fruto de seu sangue se
assentaria alguém sobre o seu trono, antevendo-o, falou da
ressurreição de Cristo, que nem seria deixado no reino dos
mortos, nem a sua carne veria a corrupção.
Deus o ressuscitou, e todos nós somos testemunhas. Assim é
que, depois que subiu à direita de Deus e havendo recebido
do Pai a promessa do Espírito Santo, O derramou sobre nós,
como vedes e ouvis. Pois Davi não subiu ao céu, mas ele
mesmo disse: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à
minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por
escabelo dos teus pés. Saiba portanto toda a casa de Israel,
com a maior certeza, que Deus o fez não só Senhor, mas
também Cristo, a este Jesus que crucificastes”.
Tendo ouvido estas coisas, ficaram compungidos no coração e
disseram a Pedro e aos mais Apóstolos: “Que devemos fazer,
irmãos”? Pedro então lhes respondeu: “Fazei penitência e
cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para
remissão de vossos pecados e recebereis o dom do Espírito
Santo; porque para vós é a promessa e para vossos filhos e
para todos os que estão longe e quantos chamar a si o Senhor
nosso Deus”. Com outras muitíssimas razões e testificou
ainda e exortava-os, dizendo: “Salvai-vos dessa geração
depravada”. (Atos 2, 14-40).
Batizaram
então durante todo o dia. No entanto ensinavam os Apóstolos,
para preparar o povo à recepção dos santos Sacramentos.
Cerca de três mil homens receberam no dia de Pentecostes o
santo Batismo, inclusive as santas mulheres. Auxiliada por
elas, distribuía Maria as vestes brancas aos batizados.
A Mãe de
Deus foi batizada depois de Pentecostes, sozinhas, na
piscina de Betesda, por João, que celebrou antes a Santa
Missa, como era celebrada naqueles tempos: consagravam-se a
hóstia e o vinho com algumas orações. Fonte: Extraído do Livro "Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus - Anna Catharina Emmerich - Ed. MIR.
PENTECOSTES
A Ascensão de JESUS e a
Vinda do Divino Espírito Santo.
O Senhor despede-se dos seus.
Na
véspera da ascensão veio Jesus, com cinco discípulos à casa
de Lázaro, em Betânia, onde se encontraram com Maria e as
outras santas mulheres. Muito povo se reuniu em redor da
casa, para ver mais uma vez Jesus e despedir-se dEle. O
Divino Mestre apareceu à gente de fora, benzeu e
distribuiu-lhes muitos pãezinhos; depois se afastaram.
Na casa
tomou Jesus, em pé, um refresco com os discípulos, que
choravam amargamente, porque ia deixá-los. Ele, porém,
disse: “Por quê chorais, queridos irmãos?
Vede esta mulher, que não chora”. Dizendo-o, apontou
para a Mãe Santíssima.
Jesus
despediu-se mais intimamente de Lázaro. Deu-lhe do pão bento
a comer, abençoou-o e apertou-lhe a mão.
Depois se
encaminharam todos, com exceção de Lázaro, que morava
escondido em casa, para Jerusalém, onde Nicodemos e José de
Arimatéia prepararam uma refeição.
“Vi Jesus,
com os Apóstolos, andando por vários caminhos, em redor do
Monte das Oliveiras; os outros grupos O seguiam. Às vezes
parava Jesus, para lhes explicar alguma coisa. Todos estavam
em grande angústia, alguns choravam; outros estavam muito
abatidos. Vi um deles pensando:
“Quando Ele for embora, quem será o mestre? E como se
cumprirá tudo o que foi prometido a respeito do Messias?”
Pedro e
João parecia-me mais calmos e compreendendo tudo melhor.
Muitas vezes faziam perguntas ao Senhor e Ele parava,
explicando-lhes muitas coisas. Assim andaram até à noite. O
Senhor parava freqüentemente, estava muito sério, ao
ensinar-lhes, às vezes desaparecia repentinamente. Então
ficavam muito assustados, mas de repente lhes voltava de
novo. Era como se quisesse prepará-los para a próxima
separação. Vi-os andando por belas campinas, por caminhos
agradáveis e debaixo de árvores. O sol brilhava lindamente à
tarde.
Quando
Jesus e os Apóstolos se aproximaram da casa do banquete, já
o sol se tinha posto. Maria, Nicodemos e José de Arimatéia
vieram-Lhe ao encontro em frente à casa. Jesus entrou ao
lado de sua Mãe. As outras mulheres vieram mais tarde.
Depois de lhes haver dito algumas palavras e de terem
chegado os outros discípulos, Jesus entrou na grande sala do
banquete. Benzeu o peixe, o pão e as verduras e ofereceu a
todos; cada um recebeu um bocado.
Durante o
banquete, Jesus não deixou de ensinar-lhes, com palavras
muito sérias. Vi as palavras saírem-lhe da boca como raios
de luz e entrarem na boca dos Apóstolos, num mais depressa,
noutro mais vagarosamente, conforme o grau de desejo ou sede
de doutrina de Jesus.
No fim da
refeição Jesus benzeu também um cálice de vinho, bebeu e
ofereceu-o aos outros e todos beberam. Mas não foi o
Santíssimo Sacramento.
Depois dos
discípulos se terem levantado do ágape
(refeição),
reuniram-se os outros, que comeram nas salas laterais,
debaixo das árvores, em frente à grande sala; vi Jesus
aproximar-se-lhes, ensinar-lhes por muito tempo e
abençoá-los; depois se afastaram.
Vi então as
outras mulheres, que nesse meio tempo tinham chegado,
entrarem no jardim, debaixo das árvores. A Santíssima Virgem
estava com elas. Jesus aproximou-se-lhes e deu a mão a sua
Mãe. Falou-lhes muito sério. Todas estavam muito comovidas e
senti que Madalena desejava veemente abraçar os pés do
Senhor. Tendo-lhes falado assim por algum tempo e depois de
as haver abençoado, deixou-as Jesus. Choraram muito, mas
silenciosamente, abafando a dor; a Santíssima Virgem, porém,
não a vi chorar, nessa ocasião.
Ao
aproximar-se a meia noite, saiu Jesus com os Apóstolos,
tomando o caminho pelo qual viera à cidade no domingo de
Ramos. Maria seguiu depois dos Apóstolos e após ela, um
grupo de discípulos. Muita gente se lhes aproximou no
caminho e o Senhor falou-lhes.
“Em
companhia dos onze apóstolos, cerca de trinta discípulos, a
Santíssima Virgem e algumas mulheres, dirigiram-se ao
Cenáculo.
Só Jesus,
os onze e Maria penetraram na sala interior; os discípulos
entraram nas salas laterais, onde havia bancos de dormir,
não sei se dormiram ou rezaram. As companheiras de Maria
ficaram no vestíbulo. Foi preparada a mesa da última Ceia e
aceso o candeeiro. Havia na mesa apenas um pão ázimo e um
pequeno cálice. Os Apóstolos revestiram-se das vestes de
cerimônia e Pedro pôs a veste própria de sua dignidade. A
Santíssima Virgem sentou-se em frente ao Senhor. Vi Jesus
fazer o mesmo que fizera na última ceia: marcar o pão,
oferecê-lo a Deus, partir, benzer e dá-lo aos discípulos;
depois beberam também do cálice, sem que o enchessem de
novo. Vi o Santíssimo Sacramento brilhando, ao
pronunciar Jesus as palavras, penetrar como um pequeno corpo
luminoso na boca dos Apóstolos. Na consagração do cálice, se
lhe derramou a palavra sacramental no cálice como um rubro
fulgor de sangue. Madalena, Marta e Maria Cleofé já
tinham recebido o SS. Sacramento nos últimos dias.
No começo
da noite fizeram a oração e cantaram com mais solenidade do
que comumente, à luz do candeeiro. Jesus deu mais uma vez a
Pedro poder sobre os outros.
Impôs-lhe mais uma vez o manto, repetindo o que dissera, ao
aparecer-lhes na praia do lago Tibérias e no cume da
montanha. Ensinou ainda sobre o batismo e a bênção da água.
– durante a oração e a doutrina, já pela manhã, vi ainda
cerca de dezessete discípulos, dos mais íntimos de Jesus,
atrás da SS. Virgem, na sala do Cenáculo.
Antes
de saírem de casa, o Senhor apresentou-lhes a Santíssima
Virgem como centro e intercessora dos fiéis. Pedro e os
outros inclinaram-se diante dela; Maria, porém, abençoou-os.
No momento
em que isso se deu, vi Maria revestida, de um modo
sobrenatural, de um grande manto, de cor azul celeste,
colocada sobre um trono, tendo na cabeça uma coroa.
Era um símbolo de sua dignidade”.
Jesus sobe ao céu
Ao
amanhecer do dia, saiu o Senhor do Cenáculo, conduzindo os
onze Apóstolos pelas ruas de Jerusalém, por todo o caminho
da Paixão. Seguiram-nos Maria e um grupo de discípulos. Onde
se dera uma cena da Paixão, demorava-se alguns momentos,
explicando-lhes a significação do lugar ou um trecho dos
profetas referente a isso. Onde, porém, os judeus tinham
obstruído o lugar, para impedir a veneração dos fieis,
mandou Jesus tirar esses obstáculos.
Assim
saíram da cidade e vieram a um jardim ou lugar de oração,
onde se sentaram à sombra das árvores e Jesus ensinou e
consolou-os. Como no entanto começava a amanhecer,
tornaram-se-lhes os corações um pouco mais alegres, na
esperança de que Jesus ainda ficasse com eles.
Aproximaram-se então muitas turbas de povo. Jesus continuou
o caminho para o monte Calvário e dali para o Monte das
Oliveiras, onde se sentou novamente num jardim, falando
ainda muito tempo com os discípulos, como para terminar a
sua obra.
Já estava
reunida numerosa multidão em redor de Jesus e por toda a
redondeza; em Jerusalém correu o boato do grande concurso de
povo no Monte das Oliveiras, ao qual se juntaram novos
grupos da cidade.
Então se
dirigiu o divino Salvador do Horto de Getsêmani e subiu o
Monte das Oliveiras.
“A multidão
caminhava como em procissão, subindo o monte pelos diversos
caminhos, de todos os lados e muitos grupos passavam pelas
moitas, pelas sebes e cercas.
O Senhor,
porém, tornava-se cada vez mais resplandecente e ligeiro. Os
discípulos seguiam-no, mas não mais podiam alcançá-Lo.
Tendo o Senhor chegado ao cume do monte, brilhava como a luz
branca do sol. Do céu, porém, desceu sobre Ele um circulo
luminoso, que brilhava com todas as cores do arco-íris.
Todos os que O seguiram, ficaram parados, em vasto círculo,
como que ofuscados. O Senhor brilhava ainda mais do que o
esplendor que o cercava. Pousando a mão esquerda sobre o
peito, abençoou com a direita elevada todo o mundo,
virando-se para todos os lados. A multidão ficou
imóvel, vi que todos foram abençoados. Jesus não abençoava
como os rabinos, com a mão aberta para a frente, mas
como os bispos cristãos. Senti com grande felicidade
esse benção sobre todo o mundo.
Então se
lhe uniu o próprio esplendor à luz do alto e notei que se
tornava invisível, a partir da cabeça, dissolvendo-se-lhe a
figura na luz celeste e desaparecia como que subindo. Era
como se um sol entrasse no outro ou como uma chama entrando
numa luz ou uma centelha numa chama. Era como se se fitasse
o sol radioso do meio-dia e ainda mais branco e claro; o
pleno dia parecia escuro, em comparação com aquela luz.
Quando já não se Lhe via mais a cabeça, ainda se podia
distinguir-Lhe os pés resplandecentes, até que desapareceu
inteiramente, no esplendor do céu. Inúmeras almas vieram de
todos os lados, entrando nessa luz e desapareceram no céu
com o Senhor. Não posso dizer que O vi tornar-se cada vez
mais pequeno, como algo que voa no ar; mas vi-O desaparecer
numa nuvem de luz.
Ao aparecer
a nuvem luminosa, caiu, por assim dizer, um orvalho de luz
sobre todos e não podendo mais suportar essa luz, ficaram
todos cheios de espanto e admiração. Os Apóstolos e
discípulos achavam-se mais perto de Jesus; estavam em parte
deslumbrados e olhavam para baixo; muitos se prostraram por
terra. A santíssima Virgem estava logo atrás dos
Apóstolos, olhando tranqüilamente para a frente.
Após alguns
momentos, quando o esplendor diminuiu um pouco, toda a
assembléia, no maior silêncio e nas mais intensas emoções da
alma, olhou para a luz do alto, que ainda ficou por algum
tempo. Nessa luz vi descer duas figuras, no começo
pequenas, crescendo cada vez mais e aparecer, com vestes
longas e brancas e um bastão na mão, como profetas, falando
à multidão; as vozes soavam alto e forte, como a de
trombetas e parecia-me que as deviam ouvir em Jerusalém. Não
se movimentam, mas estavam inteiramente imóveis, ao dizer as
poucas palavras:
“Homens da Galiléia, que estais aí
olhando para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser
arrebatado, para subir ao céu, voltará como o vistes subir
ao céu”. Tendo dito essas palavras,
desaparecerem.
O
esplendor, porém, ficou ainda por algum tempo, até que
afinal se desfez, como do dia se passa à noite. Os
discípulos estavam fora de si, sabiam agora o que lhes tinha
sucedido: O Senhor tinha ido embora para o Pai
Celestial. Muitos caíram por terra de dor e
atordoamento. Enquanto desaparecia o esplendor, recobraram
ânimo e ergueram-se, cercados pelos outros. Muitos formaram
grupos, as mulheres aproximaram-se também e assim se
demoraram ainda, olhando para o céu, pensando e falando
sobre o sucedido; depois voltaram os discípulos a Jerusalém,
seguidos pelas mulheres. Alguns dos mais simples choravam
como crianças, outros se conservavam recolhidos e
pensativos. A Santíssima Virgem, Pedro e João estavam
muito tranqüilos e consolados. Vi, porém, também
muitos outros que não estavam comovidos, mas descrentes e
duvidosos e que apartaram dos outros e se afastaram; pouco a
pouco se dispersou toda a multidão.
No lugar
onde Jesus subiu ao céu, havia uma grande laje, sobre a qual
o Divino Mestre estava ensinado ainda, antes de dar a bênção
e desaparecer nas nuvens luminosa. As pegadas do Senhor
ficaram impressas na pedra e numa outra se imprimiu uma das
mãos da Santíssima Virgem.
Meio dia já
tinha passado, quando toda a multidão acabou de
dispersar-se. Os discípulos e a Santíssima Virgem
dirigiram-se ao Cenáculo. Sentindo a princípio a separação
de Jesus, estavam inquietos e julgavam-se abandonados.
Quando, porém, se acharam reunidos no Cenáculo, encheram-se
todos de consolação, principalmente pela presença
calma da Santíssima Virgem no meio deles e, confiando
inteiramente na palavra de Jesus, de que Maria lhes seria o
centro, a Mãe e intercessora, recuperaram a paz de coração.
Preparação dos Apóstolos e discípulos para a vinda do
Espírito Santo
Os dez
dias entre a ascensão do Senhor e a vinda do Espírito
Santo passaram-nos os Apóstolos reunidos com a
Santíssima Virgem, no Cenáculo. Reuniram-se freqüentemente
para a oração, na sala da última Ceia, em que observavam uma
ordem mais rigorosa do que o grande número de discípulos e
fiéis, também presentes. Demais viviam muito recolhidos,
tremendo também a perseguição dos Judeus.
Um dia
Pedro, estando no meio dos Apóstolos, vestido da vestidura
episcopal, propôs a eleição de um Apóstolo em lugar de
Judas, indicando a José Bársabas e Matias para esse fim.
Ambos nunca tinham pensando nisso, nem desejado tal
dignidade, enquanto muitos dos discípulos que assistiram à
eleição, desejavam ser Apóstolos.
Matias,
apesar de mais delicado e fraco, por possuir maior fortaleza
da alma foi preferido por Deus a Bársabas, que era jovem, na
flor da idade. Como a piedosa Emmerich relata em poucas
palavras apenas esse acontecimento importante, damos a
seguir aqui a bela narração dos Atos dos Apóstolos de S.
Lucas (1, 15-26):
Naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos Irmãos (e
montava a multidão dos que ali se achavam juntos, a quase
cento e vinte pessoas), disse: Irmãos, é necessário que se
cumpra a Escritura, em que o Espírito Santo predisse, pela
boca de Davi, acerca de Judas, que foi o condutor daqueles
que prenderam Jesus; e o qual estava entre nós alistado no
mesmo número e a quem coube parte deste ministério. E este
possui de fato um campo do preço da iniqüidade; e depois de
se enforcar, arrebentou pelo meio e todas as entranhas se
lhe derramaram na terra. E tão notório se fez a todos os
habitantes de Jerusalém este fato, que se ficou chamando
aquele campo, na língua deles, Hacéldama, isto é, campo de
sangue. Porque escrito está no livro dos Salmos: Fique
deserta a habitação dele e não haja quem nela habite e
receba-lhe outro o seu cargo. Convém, pois, que destes
homens, que têm estado juntos na nossa companhia, todo o
tempo em que viveu entre nós o Senhor Jesus, começando desde
o batismo de João, até o dia em que foi arrebatado ao céu,
que um dos tais seja testemunha conosco da ressurreição.
E
propuseram dois: José, que era chamado Bársabas, o qual
tinha por sobrenome o Justo e Matias. E orando, disseram:
Tu, Senhor, que conheces os corações de todos, mostra-nos
destes dois a quem escolheste, para que tome o lugar deste
ministério e apostolado, do qual pela prevaricação decaiu
Judas, para ir ocupar-lhe o lugar. E a respeito lançaram
sortes e caiu a sorte sobre Matias, que foi contado no
número dos Apóstolos.
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Evangelho do Dia
EVANGELHO COTIDIANO
«Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar sobre as maravilhas de Deus» (Act 2,4.11)
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
SOLENIDADE DE PENTECOSTES
Evangelho segundo S. João 14,15-16.23b-26.
«Se me tendes amor, cumprireis os meus mandamentos,
e Eu apelarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco».
Respondeu-lhe Jesus: «Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada.
Quem não me tem amor não guarda as minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que me enviou».
«Fui-vos revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco;
mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.»
e Eu apelarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco».
Respondeu-lhe Jesus: «Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada.
Quem não me tem amor não guarda as minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que me enviou».
«Fui-vos revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco;
mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.»
Comentário do dia: Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 26, 2º para o Pentecostes
Sermão 26, 2º para o Pentecostes
Eis o aniversário do dia em que o Espírito Santo foi enviado aos santos discípulos e a todos os que com eles estavam reunidos, o dia em que nos foi dado esse belo tesouro que tínhamos perdido no Paraíso terrestre, por obra da astúcia do Inimigo e pela claudicação humana [...].
Essa dádiva aconteceu de maneira maravilhosa, a começar já por aquilo que exteriormente se viu; quanto ao mistério escondido e encerrado interiormente em tais maravilhas, não há razão, pensamento ou criatura alguma que o pudesse conhecer, conceber ou dizer. O Espírito Santo é uma grandeza de tal forma imensa, tão incompreensível e tão doce, que toda a grandeza apenas concebível pela razão, por maior que se conceba, [...] nada é ao lado desta. Comparados com ela, o céu e a Terra, assim como tudo aquilo que pudemos ver, nada são [...]. Eis porque tem de ser o próprio Espírito Santo a preparar o lugar onde deve ser recebido, porque deve ser Ele a tudo fazer para tornar o homem capaz de O receber [...]; é o abismo inexprimível de Deus que tem de ser para Ele [...] o Seu lugar e a Sua capacidade de recepção.
«Encheu toda a casa» (Act 2,2). Esta casa simboliza, em primeiro lugar, a santa Igreja, que é a morada de Deus; mas, em segundo lugar, simboliza cada homem em quem o Espírito Santo habita. Assim como numa casa há muitas divisões, muitos quartos, também o homem possui muitas faculdades, sentidos e diferentes energias; e o Espírito Santo a todas visita de maneira especial. Assim que aparece, Ele insta o homem, excita-o, acorda nele certas inclinações, trabalha-o e ilumina-o. Nem todos os homens sentem da mesma maneira esta visita e esta acção interiores. Ainda que o Espírito Santo habite em todos os homens corajosos, aquele que quer tomar consciência da Sua operação, sentir e saborear a Sua presença, deve recolher-se em si mesmo [...], na calma e no silêncio [...]. Quanto mais o homem se predispuser a esse movimento de recolhimento, mais tomará consciência dessa manifestação interior e sempre crescente do Espírito Santo, que afinal lhe foi dada completamente desde o início.
Essa dádiva aconteceu de maneira maravilhosa, a começar já por aquilo que exteriormente se viu; quanto ao mistério escondido e encerrado interiormente em tais maravilhas, não há razão, pensamento ou criatura alguma que o pudesse conhecer, conceber ou dizer. O Espírito Santo é uma grandeza de tal forma imensa, tão incompreensível e tão doce, que toda a grandeza apenas concebível pela razão, por maior que se conceba, [...] nada é ao lado desta. Comparados com ela, o céu e a Terra, assim como tudo aquilo que pudemos ver, nada são [...]. Eis porque tem de ser o próprio Espírito Santo a preparar o lugar onde deve ser recebido, porque deve ser Ele a tudo fazer para tornar o homem capaz de O receber [...]; é o abismo inexprimível de Deus que tem de ser para Ele [...] o Seu lugar e a Sua capacidade de recepção.
«Encheu toda a casa» (Act 2,2). Esta casa simboliza, em primeiro lugar, a santa Igreja, que é a morada de Deus; mas, em segundo lugar, simboliza cada homem em quem o Espírito Santo habita. Assim como numa casa há muitas divisões, muitos quartos, também o homem possui muitas faculdades, sentidos e diferentes energias; e o Espírito Santo a todas visita de maneira especial. Assim que aparece, Ele insta o homem, excita-o, acorda nele certas inclinações, trabalha-o e ilumina-o. Nem todos os homens sentem da mesma maneira esta visita e esta acção interiores. Ainda que o Espírito Santo habite em todos os homens corajosos, aquele que quer tomar consciência da Sua operação, sentir e saborear a Sua presença, deve recolher-se em si mesmo [...], na calma e no silêncio [...]. Quanto mais o homem se predispuser a esse movimento de recolhimento, mais tomará consciência dessa manifestação interior e sempre crescente do Espírito Santo, que afinal lhe foi dada completamente desde o início.
19 de maio - Santo do dia
Pedro nasceu em Viterbo, em 13 de novembro de 1668, na Itália. Era filho de Ubaldo Fioretti e Márcia, que, viúva, já tinha uma filha. Porém Ubaldo também faleceu logo depois, deixando Pedro órfão ainda muito pequeno. Assim, Márcia, novamente viúva, casou-se com o irmão de Ubaldo, o sapateiro Francisco, do qual as crianças eram muito afeiçoadas. Francisco, assumindo o lugar paterno, encaminhou o menino para estudar na escola dos padres jesuítas e o fez seu aprendiz na sapataria.
Entretanto, Pedro demonstrava uma vocação religiosa muito forte, sendo fervoroso devoto de Jesus Cristo e de Maria. Em 1693, vestiu o hábito dos capuchinhos, tomando o nome de frei Crispim de Viterbo, em homenagem ao santo padroeiro dos sapateiros.
Até 1710, serviu em vários mosteiros de Tolfa, Roma e Albano, quando foi, definitivamente, para Orvietto. Versátil, exerceu várias funções, como cozinheiro, enfermeiro, encarregado da horta e, além disso, passou a esmolar de porta em porta. Foram quarenta anos de vida de humildade, penitência e alegria, contagiando a todos que tiveram a felicidade de sua convivência e conselho.
Era um homem amante da pobreza, contemplativo, gentil e caridoso, sabia encontrar as palavras e atitudes justas quando era preciso advertir quem quer que fosse, agindo como um sábio e mestre. Suas atenções eram para os pequeninos, pecadores, pobres, encarcerados, doentes, velhos e crianças abandonadas.
Sua longa vida foi conduzida para o caminho do otimismo, alegria e amor a Deus e a Nossa Senhora, louvados e cantados de dia e de noite, em todas as circunstâncias, sempre. Era todo repleto do Espírito Santo. São tão vastos seus ditos, poemas e orações que se perpetuaram entre os devotos, como este que ensinava aos jovens: "Filhinhos, trabalhai quando ainda são jovens, e sofrei com boa vontade, porque, quando alguém é velho, não lhe resta senão a boa vontade". E ainda o que exortava a todos : "Amai a Deus e não fracassareis, fazei por bem e deixai que falem".
Aos oitenta e dois anos de idade, muito doente, sofrendo de artrite nas mãos e pés, além de um grave mal que lhe atingiu o estômago, foi enviado para Roma, onde morreu em 19 de maio de 1750, pedindo perdão aos irmãos caso os tivesse ofendido. Uma de suas frases resume bem o seu carisma de vida: "Quem ama a Deus com pureza de coração, vive feliz e, depois, contente morre!"
Os milagres por sua intercessão foram muitos e a devoção popular se propagou por todo o mundo católico, onde as famílias franciscanas estão instaladas. Foi beatificado em 1806, pelo papa Pio VII, que marcou sua festa para o dia de sua morte. Depois, em 1982, são Crispim de Viterbo foi canonizado pelo papa João Paulo II, tornando-se o primeiro santo que esse papa alçou à veneração dos altares da Igreja.
São Crispim de Viterbo, rogai por nós!
Santo Ivo Hélory de Kermartin
Os próximos doze anos foram dedicados aos estudos de teologia e filosofia na escola de são Boaventura e de direito civil e canônico, cursados na cidade de Orleans, junto ao famoso jurista Peter de la Chapelle. Era muito respeitado no meio acadêmico, por sua aplicação nos estudos e devido à sua vida de piedade muito intensa. Dessa forma, atender o chamado do Senhor pelo sacerdócio seria apenas uma questão de tempo para Ivo.
Atuou como destacado advogado, tanto na corte civil quanto na corte eclesiástica. Aos vinte e sete anos, passou a trabalhar para o diaconato da diocese de Rennes, onde foi nomeado juiz eclesiástico. Pouco tempo depois, o bispo o convocou para trabalhar junto dele na mesma função, mas antes o consagrou sacerdote.
Ivo, aos poucos, se despojou de tudo para se conformar de maneira radical a Jesus Cristo, exortando os seus contemporâneos a fazerem o mesmo, por meio de uma existência diária feita de santidade, no caminho da verdade, da justiça, do respeito pelo direito e da solidariedade para com os mais pobres.
Seus conhecimentos legais estavam sempre à disposição dos seus paroquianos, defendendo a todos, ricos e pobres, com igual lisura. Foi o primeiro a instituir, na diocese, a justiça gratuita para os que não podiam pagá-la. A fama de juiz austero, que não se deixava corromper, correu rapidamente e Ivo se tornou o melhor mediador da França, sempre tentando os acordos fora das cortes para diminuir os custos legais para ambas as partes.
Essa sua dedicação na defesa dos fracos, inocentes, viúvas e pobres lhe conferiu o título de "advogado dos pobres". Muitos foram os casos julgados por ele, registrados na jurisprudência, que mostraram bem seu modo de agir. Ficou constatado que, quando lhe eram denunciados roubos de carneiros, bois e cavalos, com a desculpa de impostos não pagos, Ivo ia pessoalmente aos castelos recuperar os animais. Famosa também era sua caridade.
Contam os devotos que ele tirava a roupa do corpo, mesmo no inverno, e ia distribuindo aos pobres e mendigos, indo para sua casa muitas vezes só com a camisa. Diz a tradição que, certa vez, deu sua cama a um mendigo que dormia na porta de uma casa e foi dormir onde dormia o mendigo.
Por tudo isso, sua saúde ficou comprometida. Em 1298, a doença se agravou e ele se retirou no seu castelo, o qual transformara num asilo para os mendigos e pobres ali tratados com conforto, respeito e fervor. Morreu em 19 de maio de 1303, aos cinqüenta anos de idade. O papa Clemente VI declarou-o santo 1347. Ele é o padroeiro da Bretanha, dos advogados, dos juízes e dos escrivães.
São Pedro Celestino
Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos. Segundo os escritos, decidiu que seria religioso aos seis anos de idade, quando revelou esse desejo à mãe. Cresceu estudando com os beneditinos de Faifoli. Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.
Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Entrou para a Ordem beneditina e, com licença do abade, voltou para a vida de eremita. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.
Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Rapidamente, sob a direção de Pedro, o convento abrigava cada vez mais seguidores. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada "dos Celestinos", conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.
Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.
Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.
Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou exatamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.
A Ordem dos Celestinos continuou se espalhando e crescendo, chegando a atingir, além da Itália, a França, a Alemanha e a Holanda. Mas, depois da Revolução Francesa, sobraram poucos conventos da Ordem na Europa.
São Pedro Celestino, rogai por nós!
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