Santo Eleutério
Eleutério nasceu no ano de 456 na cidade de Tournai, França. São
Gregório de Tours, que foi um dos primeiros historiadores da Igreja da
França, narrou que na infância enquanto Eleutério brincava com os
amiguinhos, um deles lhe disse que iria chegar a ser um bispo. Não foi
um aviso profético. Certamente foi um gracejo maldoso, pois na sua
época, as responsabilidades desta função geralmente incluíam ameaças de
morte.
Ele viveu num período conturbado da história da França, que ainda estava
sendo evangelizada, e sentia o domínio dos povos do norte europeu. Foi
alvo de sucessivas invasões, ora dos visigodos ora dos burgundis, ainda
não pagãos, que só obedeciam à força militar, identificada na pessoa do
rei ou dos generais. Assim, tornou-se, em parte, um território dos
Francos, cujo rei era Clodoveo, ainda pagão.
Eleutério seguiu a carreira eclesiástica, desenvolvendo sua ação pastoral neste campo.
Chegou de fato a ser eleito bispo, o primeiro da diocese de Tournai, da
qual foi o desbravador, que com imenso sacrifício, mas vencendo as
dificuldades, fixou as bases para a futura grandeza daquela diocese.
Somou-se ao incessante esforço da Igreja da França pela conversão dos
povos recém-migrados, começando com o rei Clodoveo e a rainha Clotilde,
que ele conseguiu converter com ajuda do amigo, também santo, bispo
Remígio, de Reims.
Naquela época, era muito difícil organizar uma diocese com estruturas
mínimas de clero, igrejas, centro de evangelização. O trabalho mais
árduo era criar o espírito pacífico entre os habitantes da região, que
viveram grande parte do tempo em confrontos por um pedaço de terra onde
sobreviver. Além disto, havia a complicada questão das conversões em
massa, que se desencadeava a partir da conversão do rei. Confundindo
nação com religião, a maioria da população queria se converter também.
Deste modo, as conversões não eram bem feitas, a maioria era puramente
exterior, ou apenas uma questão de política, não modificavam o interior
das pessoas.
Mas, o bispo Eleutério conseguiu com poucos padres e monges, fazer uma
evangelização sólida e bem feita, durante os dez anos que dirigiu aquela
Igreja. Foi um verdadeiro operário de Cristo, tenaz, zeloso, enérgico,
vigilante contra as heresias e bondoso na tarefa de conversão dos
pagãos. Mesmo assim, Eleutério foi vítima de uma conspiração, morrendo
como mártir em 531, na sua querida Tournai.
Os restos mortais deste humilde bispo, foram guardados numa urna na
Catedral de Tournai e o local se tornou meta de peregrinação. A cidade
de Tournai esta situada hoje na Bélgica e se destaca como uma das
maiores dioceses do mundo. A igreja canonizou Santo Eleutério designando
o dia 20 de fevereiro para a sua festa, data em que a Catedral foi
dedicada à ele.
Santo Eleutério, rogai por nós!
Santo Euquério
O bispo francês Euquério foi um grande defensor da Igreja em seu
tempo. Defensor não só de seus conceitos e dogmas, mas também dos seus
bens, que tanto atraíam os poderosos.
Euquério nasceu em Órleans, na França, e recebeu disciplina e educação
cristã desde o berço. Assim que a idade o permitiu, entrou para o
mosteiro de Lumièges, às margens do rio Sena. Seus sete anos de atuação
ali foram marcados pela autopenitência que, de tão severa, chegava a
lembrar os monges eremitas do Oriente. Esse período fez dele o
candidato natural à sucessão do bispo de sua cidade natal. Humilde,
Euquério tentou recusar, mas foram tantos os pedidos de seus irmãos de
hábito e do povo em geral, que acabou aceitando.
Seu bispado foi marcado pelo respeito às tradições e à disciplina.
Euquério chegou a enfrentar o rei francês Carlos Martel, que pretendia
se apossar de bens da Igreja, dirigindo-lhe censuras graves, como faria a
qualquer outra ovelha de seu rebanho, se fosse necessário. O rei,
apesar de precisar dos bens para aumentar as finanças e continuar a
guerra contra os sarracenos muçulmanos, deixou de lado sua intenção.
Entretanto, tramou a transferência do bispo, para afastá-lo de sua
querida cidade de Órleans.
Euquério foi transferido para Colônia, na Alemanha, aonde também
conquistou o respeito e o carinho do povo e do clero. Então o vingativo
rei conseguiu que fosse mandado para mais longe, Liège. Ele viveu seis
anos no exílio e passou seus últimos dias no convento de São Trondom. O
bispo Euquério morreu no dia 20 de fevereiro de 738 e suas relíquias
permaneceram guardadas na igreja desse convento, na diocese de
Mastrichiti. O seu culto se perpetua pela devoção dos fiéis tanto na
França, quanto na Alemanha e em todo o mundo cristão. Sua festa
litúrgica se dá no dia de sua morte.
Santo Euquério, rogai por nós!
Santo Ulrico
Ulrico Nasceu em Bristol, Inglaterra. Sabemos muito pouco a respeito
de sua vida. Inicialmente Ulrico estava entregue aos vícios da nobreza
inglesa. Muitos sacerdotes não observavam as normas da Igreja. Certa
vez, Ulrico foi abordado por um mendigo. Este o advertiu a respeito de
seus atos e da decadência dos costumes daquela época. Ulrico reconheceu
envergonhado a verdade nas palavras daquele mendigo.
Resolveu juntar-se a um grupo de padres que viviam disciplinadamente,
trabalhando na agricultura e na indústria de lã. Eles trabalhavam,
estudavam e pregavam o evangelho, distanciando-se da vida mundana.
Ulrico desaparece das festas e penitencia seu corpo, vestindo uma malha
de ferro sobre a pele nua. Passa a celebrar missas, pregar
apaixonadamente, trabalhar pela Igreja e copiar livros. Enfim, ele havia
reencontrado o caminho que o levaria de volta a Deus.
O padre Ulrico ficou muito conhecido entre os pobres e humildes,
tornando-se um dos poucos que os escutavam. Tornou-se a voz dos pobres,
pregando a esperança. Alguns diziam que ele tinha o dom da profecia e o
próprio rei Henrique II fora visitá-lo a fim de ouvir seus conselhos.
O sacerdote Ulrico viveu os últimos anos de sua vida numa pequena cela
na Igreja de Haselbury. Tinha conquistado a fama de um homem santo e
gente de todo o país vinha em peregrinação para vê-lo e ouví-lo. Quando
da sua morte, aos 20 de fevereiro de 1154, uma grande comoção tomou
conta do povo humilde que o amava. Sua cela tornou-se sacristia da
Igreja de Haselbury.
Santo Ulrico, rogai por nós!
Beatos Francisco e Jacinta – Irmãos videntes de Fátima
Os jovens receberam as mensagens de Nossa Senhora de Fátima e souberam viver suas dores, oferecendo tudo a Virgem
No ano de 1908, nasceu Francisco Marto. Em 1910, Jacinta Marto.
Filhos de Olímpia de Jesus e Manuel Marto. Eles pertenciam a uma grande
família; e eram os mais novos de nove irmãos. A partir da primavera de
1916, a vida dos jovens santos portugueses sofreria uma grande
transformação: as diversas aparições do Anjo de Portugal (o Anjo da Paz)
na “Loca do Cabeço” e, depois, na “Cova da Iria”. A partir de 13 de
maio de 1917, Nossa Senhora apareceria por 6 vezes a eles.
O mistério da Santíssima Trindade, a Adoração ao Santíssimo
Sacramento, a intercessão, o coração de Jesus e de Maria, a conversão, a
penitência… Tudo isso e muito mais foi revelado a eles pelo Anjo e
também por Nossa Senhora, a Virgem do Rosário. Na segunda aparição, no
mês de junho, Lúcia (prima de Jacinta e Francisco) fez um pedido a
Virgem do Rosário: que ela levasse os três para o Céu. Nossa Senhora
respondeu-lhe: “Sim, mas Jacinta e Francisco levarei em breve”. Os
bem-aventurados vivenciaram e comunicaram a mensagem de Fátima. Esse
fato não demorou muito. Em 4 de abril de 1919, Francisco, atingido pela
grave gripe espanhola, foi uma das primeiras vítimas em Aljustrel. Suas
últimas palavras foram: “Sofro para consolar Nosso Senhor. Daqui, vou
para o céu”.
Jacinta Marto, modelo de amor que acolhe, acolheu a dor na grave
enfermidade, tendo até mesmo que fazer uma cirurgia sem anestesia. Tudo
aceitou e ofereceu, como Nossa Senhora havia lhe ensinado, por amor a
Jesus, pela conversão dos pecadores e em reparação aos ultrajes
cometidos contra o coração imaculado da Virgem Maria. Por conta da mesma
enfermidade que atingira Francisco, em 20 de fevereiro de 1920, ela
partiu para a Glória. No dia 13 de maio do ano 2000, o Papa João Paulo
II esteve em Fátima, e do ‘Altar do Mundo’ beatificou Francisco e
Jacinta, os mais jovens beatos cristãos não-mártires.
Beatos Francisco e
Jacinta, rogai por nós!