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domingo, 9 de agosto de 2015

Evangelho do Dia

EVANGELHO COTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


19º Domingo do Tempo Comum 



Evangelho segundo S. João 6,41-51.
Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu do Céu».
E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». 
 
Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós.
Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia.
Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim.
Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram.
Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer.
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».



Comentário do dia:   Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja
Sobre os mistérios, 48-49, 58

«Eu sou o Pão da Vida»

É admirável que Deus tenha feito chover o maná sobre os nossos pais e que eles tenham sido diariamente saciados com o pão do céu. É por isso que está escrito: «O homem comeu o pão dos anjos» (Sl 77,25). Contudo, os que comeram este pão do deserto estão todos mortos. Pelo contrário, o alimento que agora recebes, este Pão vivo que desceu dos céus, é sustento para a vida eterna, e quem come deste Pão não morrerá jamais. Ele é o Corpo de Cristo. […]
Esse maná era do céu, este é do cimo dos céus; aquele era um dom do céu, este é o Senhor dos céus; aquele estava sujeito à corrupção quando era guardado nem que fosse até ao dia seguinte, a este é estranha toda a corrupção: quem dele prova com respeito não pode ser tocado pela corrupção. A água brotou dos rochedos para os hebreus, para ti brota o sangue de Cristo. A água saciou-os por momentos, o sangue lava-te para sempre. Os hebreus beberam e têm sede, mas tu, depois de teres bebido, nunca mais poderás ter sede (cf Jo 4,14). Aquilo era a pré-figuração, isto é a verdade plena. […]

O maná era a «sombra do que devia vir» (Col 2,17). Escuta o que foi manifestado a nossos pais: «De facto, todos bebiam de um rochedo espiritual que os seguia, que era Cristo» (1Cor 10,4). […] Tu conheceste o cumprimento, tu viste a luz plena, a verdade pré-figurada, o corpo do Criador. […] Sobre aquilo que comemos e aquilo que bebemos, diz o Espírito Santo: «Saboreai e vede como o Senhor é bom; feliz o homem que nele se abriga» (Sl 33,9).




Santo do dia - 9 de agosto

São Fermo e São Rústico

Fermo e Rústico foram dois mártires do norte da África. O primeiro teria morrido em Cartago, no tempo do imperador Décio, que empreendeu uma grande e dura perseguição aos cristãos entre os anos de 249 e 251. O segundo teria sido morto, junto com outros, na região da Argélia, durante o império de Valeriano.

As suas relíquias encontram-se na Igreja de São Fermo e São Rústico, em Verona, na Itália. Trata-se de um conjunto arquitetônico muito exótico, formado por duas igrejas, construídas uma sobre a outra, em momentos diferentes. Uma teria sido construída durante o século XIII, e a outra, no século XIV. A magnífica igreja superior guarda as urnas de Fermo e Rústico, que possuem uma história muito interessante, envolta de longínquas tradições cristãs do Oriente e do Ocidente.

Segundo elas, Fermo e Rústico não eram africanos, mas veronenses de origem. Teriam sido mortos decapitados por não renegarem a fé em Jesus Cristo no tempo do imperador Maximiano, entre 286 e 310. Depois disso, seus corpos teriam sido enviados a Cartago, no norte da África, para serem sepultados.

Porém suas relíquias tiveram novamente o rumo da Itália, entre 757 e 774, devido à aclamação do povo. O retorno foi patrocinado pelo bispo de Verona, Annone, que custeou o traslado das relíquias de volta à sua terra natal. Os dois mártires foram acolhidos com grande solenidade, quando os corpos foram depositados nas igrejas, que há muito tempo já haviam sido erguidas em honra de seus nomes.

Essa história está registrada em dois documentos: no "Translatio ss. Firmi et Rustici", da segunda metade do século VII, e no "Il ritmo pipiniano", escrito entre os séculos VIII e IX. Naquela época, o norte da África estava sob domínio dos vândalos de Genserico. Isso provocou uma emigração de cidadãos romanos, fugitivos, de volta à Itália.

Verona era a província que mais acolhia esses fugitivos. Ela teve como bispo o norte-africano Zeno, também um fugitivo, que hoje é festejado como Padroeiro da cidade. Ele é um bom exemplo de como o povo veronense tinha grande veneração pelos mártires africanos. Assim, é bem possível que tenham adotando, também, os santos Fermo e Rústico, muito celebrados como padroeiros de Verona. 


São Fermo e São Rústico, rogai por nós!
 

Santa Edith Stein (Tereza Benedita da Cruz)
Edith Stein nasceu na cidade de Breslau, Alemanha, no dia 12 de outubro de 1891, em uma próspera família de judeus. Aos 2 anos, ficou órfã do pai. A mãe e os irmãos mantiveram a situação financeira estável e a educaram dentro da religião judaica.

Desde menina, Edith era brilhante nos estudos e mostrou forte determinação, caráter inabalável e muita obstinação. Na adolescência, viveu uma crise: abandonou a escola, as práticas religiosas e a crença consciente em Deus. Depois, terminou os estudos com graduação máxima, recebendo o título de doutora em fenomenologia, em 1916. A Alemanha só concedera esse título a 12 mulheres até a última metade do século XX.

Em 1921, ela leu a autobiografia de santa Teresa d'Ávila. Tocada pela luz da fé, converteu-se e foi batizada em 1922. Mas a mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao catolicismo. A exceção foi sua irmã Rosa, que se converteu e foi batizada no seio da Igreja, após a morte da mãe, em 1936.

Edith Stein começou a servir a Deus com seus talentos acadêmicos. Lecionou numa escola dominicana, foi conferencista em instituições católicas e finalizou como catedrática numa universidade alemã. Em 1933, chegavam ao poder Hitler e o partido nazista. Todos os professores não-arianos foram demitidos. Por recusar-se a sair do país, os superiores da Ordem do Carmelo a aceitaram como noviça. Em 1934, tomou o hábito das carmelitas e o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz. A sua família não compareceu à cerimônia.

Quatro anos depois, realizou sua profissão solene e perpétua, recebendo o definitivo hábito marrom das carmelitas. A perseguição nazista aos judeus alemães intensificou-se e Edith foi transferida para o Carmelo de Echt, na Holanda. Um ano depois, sua irmã Rosa foi juntar-se a ela nesse Carmelo holandês, pois desejava seguir a vida religiosa. Foi aceita no convento, mas permaneceu como irmã leiga carmelita, não podendo professar os votos religiosos. O momento era desfavorável aos judeus, mesmo para os convertidos cristãos.

A Segunda Guerra Mundial começou e a expansão nazista alastrou-se pela Europa e pelo mundo. A Holanda foi invadida e anexada ao Reich Alemão em 1941. A família de Edith Stein dispersou-se, alguns emigraram e outros desapareceram nos campos de concentração. Os superiores do Carmelo de Echt tentaram transferir Edith e Rosa para um outro, na Suíça, mas as autoridades civis de lá não facilitaram e a burocracia arrastou-se indefinidamente.

Em julho de 1942, publicamente, os bispos holandeses emitiram sua posição formal contra os nazistas e em favor dos judeus. Hitler considerou uma agressão da Igreja Católica local e revidou. Em agosto, dois oficiais nazistas levaram Edith e sua irmã do Carmelo de Echt. No mesmo dia, outros 242 judeus católicos foram deportados para os campos de concentração, como represália do regime nazista à mensagem dos bispos holandeses. As duas irmãs foram levadas em um comboio de carga, junto com outras centenas de judeus e dezenas de convertidos, ao norte da Holanda, para o campo de Westerbork. Lá, Edith Stein, ou a "freira alemã", como a identificaram os sobreviventes, diferenciou-se muito dos outros prisioneiros que se entregaram ao desespero, lamentações ou prostração total. Ela procurava consolar os mais aflitos, levantar o ânimo dos abatidos e cuidar, do melhor modo possível, das crianças. Assim ela viveu alguns dias, suportando com doçura, paciência e conformidade a vontade de Deus, seu intenso sofrimento e o dos demais.

No dia 7 de agosto de 1942, Edith Stein, Rosa e centenas de homens, mulheres e crianças foram de trem para o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Dois dias depois, em 9 de agosto, foram mortas na câmara de gás e tiveram seus corpos queimados.

A irmã carmelita Teresa Benedita da Cruz foi canonizada em Roma, em 1998, pelo papa João Paulo II, que indicou sua festa para o dia de sua morte. A solenidade contou com a presença de personalidades ilustres, civis e religiosas, da Alemanha e da Holanda, além de alguns sobreviventes dos campos de concentração que a conheceram e de vários membros da família Stein. No ano seguinte, o mesmo sumo pontífice declarou santa Edith Stein "co-Padroeira da Europa", junto com santa Brígida e santa Catarina de Sena. 


 Santa Edith Stein, rogai por nós!

sábado, 8 de agosto de 2015

Santo do dia - 8 de agosto

São Domingos de Gusmão


Domingos nasceu em 24 de junho de 1170, na pequena vila de Caleruega, na Velha Castela, atual Espanha. Pertencia a uma ilustre e nobre família, muito católica e rica: seus pais eram Félix de Gusmão e Joana d'Aza e seus irmãos, Antonio e Manes. O primeiro tornou-se sacerdote e morreu com odor de santidade. O segundo, junto com a mãe, foi beatificado pela Igreja.

Nesse berço exemplar, o pequeno Domingos trilhou o mesmo caminho de servir a Deus. Até mesmo o seu nome foi escolhido para homenagear são Domingos de Silos, porque sua mãe, antes de Domingos nascer, fez uma novena no santuário do santo abade. E, como conta a tradição, no sétimo dia ele lhe teria aparecido para anunciar que seu futuro filho seria um santo para a Igreja Católica.

Domingos dedicou-se aos estudos, tornando-se uma pessoa muito culta. Mas nunca deixou a caridade de lado. Em Valência, cidade onde se diplomou, surpreendeu a todos ao vender os objetos de seu quarto, inclusive os pergaminhos caros usados nos estudos, para ter um pequeno "fundo" e, com ele, alimentar os pobres e doentes.

Aos 24 anos, sentindo o chamado, recebeu a ordenação sacerdotal. Foi enviado para a diocese de Osma, onde se distinguiu pela competência e inteligência. Logo foi convidado para auxiliar o rei Afonso VII nos trabalhos diplomáticos do seu governo e também para representar a Santa Sé, em algumas de suas difíceis missões.

Durante a Idade Média, período em que viveu, havia a heresia dos albigenses, ou cátaros, surgida no sul da França. O papa Inocêncio III enviou-o para lá, junto com Diego de Aceber, seu companheiro, a fim de combater os católicos reencarnacionistas. Mas, devido à morte repentina desse caro amigo, Domingos teve de enfrentar a missão francesa sozinho. E o fez com muita eficiência, usando apenas o seu exemplo de vida e a pregação da verdadeira Palavra de Deus.

Em 1207, em Santa Maria de Prouille, Domingos fundou o primeiro mosteiro da Ordem Segunda, das monjas, destinado às jovens que, devido à carestia, estavam condenadas à vida do pecado. Os biógrafos narram que foi na igreja desse convento que Nossa Senhora apareceu para Domingos e disse-lhe para difundir a devoção do rosário, como princípio da conversão dos hereges e para a salvação dos fiéis. Por isso os dominicanos são tidos como os guardiões do rosário, cujo culto difundem no mundo cristão através dos tempos.

A santidade de Domingos ganhava cada vez mais fama, atraindo as pessoas que desejavam seguir o seu modelo de apostolado. Foi assim que surgiu o pequeno grupo chamado "Irmãos Pregadores", do qual fazia parte o seu irmão de sangue, o bem-aventurado Manes.

Em 1215, a partir dessa irmandade, Domingos decidiu fundar uma Ordem, oferecendo uma nova proposta de evangelização cristã e vida apostólica. Ela foi apresentada ao papa Inocêncio III, que, no mesmo ano, durante o IV Concílio de Latrão, concedeu a primeira aprovação. No ano seguinte, seu sucessor, o papa Honório III, emitiu a aprovação definitiva, dando-lhe o nome de Ordem dos Frades Predicadores, ou Dominicanos. Eles passaram a ser conhecidos como homens sábios, pobres e austeros, tendo como características essenciais a ciência, a piedade e a pregação.

Em 1217, para atrair a juventude acadêmica para dentro do clero, o fundador determinou que as Casas da Ordem fossem criadas nas principais cidades universitárias da Europa, que na época eram Bolonha e Paris. Ele se fixou na de Bolonha, na Itália, onde se dedicou ao esplêndido desenvolvimento da sua obra, presidindo, entre 1220 e 1221, os dois primeiros capítulos gerais, destinados à redação final da "carta magna" da Ordem.

No dia 8 de agosto de 1221, com apenas 51 anos de idade, ele morreu. Foi canonizado pelo papa Gregório IX, que lhe dedicava especial estima e amizade, em 1234. São Domingos de Gusmão foi sepultado na catedral de Bolonha e é venerado, no dia de sua morte, como Padroeiro Perpétuo e Defensor dessa cidade. 


 São Domingos de Gusmão, rogai por nós!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

E os silêncios de Deus?

Muitas pessoas ficam desconcertadas ao verem o mal campear no mundo, sem que Deus pareça tomar parte na angústia dos que são vítimas da violência e da injustiça. Às vezes parece que Deus se torna mudo diante do nosso sofrimento; mas não é assim.
 
Alguém já disse que “Deus não fala, mas que tudo fala de Deus”. Isto é, Deus fala pela Revelação e pela vida, mas esta linguagem tem de ser decifrada. Seus silêncios aparentes são sábios e nos obrigam a exercitar o ouvido da alma, e criar novas antenas e ouvidos interiores, para ouvir a sua voz. Não é que Deus não fale, somos nós que não captamos sua palavra.

Deus não é indiferente diante dos acontecimentos deste mundo. Sempre pesou sobre a mente dos homens a aparente indiferença de Deus diante do desenrolar dos acontecimentos neste mundo. O povo sente-se, por vezes, desanimado e propenso a “fazer como todo o mundo faz”, visto que ser reto e digno parece custar muito caro e não trazer proveito. Até o salmista tem a tentação de agir como os maus (…), mas depois entende a sua triste sorte:
“Por pouco meus pés tropeçavam; um nada, e meus passos deslizavam. Porque invejei os arrogantes, vendo a prosperidade dos ímpios. Para eles não existem tormentos, sua aparência é sadia e robusta; a fadiga dos mortais não os atinge, não são molestados como os outros (…).

Refleti para compreender, e que fadiga era isto aos meus olhos! Até que entrei nos santuários divinos: entendi o destino deles! De fato, tu os pões em ladeiras, tu os fazes cair em ruínas. Ei-los num instante reduzidos ao terror, deixam de existir, perecem por causa do pavor! (…), Sim, os que se afastam de Ti se perdem (…). Quanto a mim, estar junto de Deus é o meu bem!” (Sl 72, 2-5. 16-19. 27s)


A Bíblia nos mostra que é exatamente nos momentos de maior luta, conflito, desespero e perplexidade que Deus prepara as suas ações mais belas.

A Páscoa cristã e a glória da Ressurreição de Jesus foram precedidas da cruel e dolorosa Paixão do Senhor, que deixou os apóstolos atônitos e perdidos. Mas, na manhã do domingo, ficou claro que o “fracasso” do Mestre se transformara em inacreditável vitória sobre a morte. Então, tudo se fez novo (…). Ele ressuscitou como o Kýrios, o Senhor da vida e da morte; a vida venceu a morte, as trevas foram dissipadas pela luz.
É no silêncio de Deus que o cristão aprende a crescer na fé e na confiança no Senhor. Não sejamos crianças na fé.

Assista também: Como perceber que Deus fala comigo?
Nesse silêncio sagrado somos obrigados a apurar os ouvidos interiores e a criar novas antenas para tentar compreender a vontade de Deus.
É preciso, então, não se deixar afundar na hora da tormenta, mas esperar com fé na Providência divina que não falha. No meio do fogo das tribulações, é preciso continuar a caminhar, ainda que gemendo e chorando, “como se visse o invisível” (Hb 11,27).

Este “avançar na fé” pode ser comparado a um complicado jogo de “quebra-cabeça”; no seu início não temos a menor ideia do quadro a compor, parece que o “quebra-cabeça” não tem solução, a charada é desafiadora; mas, devagar, com paciência, vamos juntando as peças (…) começa a surgir alguma coisa. Ao se combinar as peças começa a surgir o quadro, e então, vai ficando cada vez mais fácil, até o fim.

A vontade de Deus para nós é assim; os fatos da vida, isolados, parecem não ter sentido, mas, quando os vamos juntando na fé e analisando-os na esperança, vemos a sua mensagem. Às vezes é preciso olhar peça por peça, sem saber qual é a próxima que virá. Mas é preciso ir em frente, caminhar com perseverança.

A grande Edith Stein disse uma bela verdade: “Não sei para onde Deus me leva, mas sei que é Ele me conduz”. Isto basta.

Não podemos esperar que a mensagem esteja decifrada para começar a caminhar; assim não começaríamos nunca a viagem. Nunca encontraremos um discurso de Deus para nós, pronto e claro, e nem um caminho nitidamente traçado; não, Deus nos conduz no escuro da fé, onde Ele vai nos falando durante o caminho, como fez com os discípulos de Emaús. E, se não caminharmos, não ouviremos a Sua voz.

Por que Ele age assim? Na sua sabedoria infinita Ele tem motivos para agir assim conosco; logo, cabe a nós não nos calarmos diante Dele, mas responder na fé e na oração incessante.
“O justo vive da fé” (Rm 1,17; Gl 3,11; Hb 10,38). Mais do que a nossa vitória, Deus espera a nossa luta determinada, com fé e perseverança.

Ninguém conhece os caminhos da Providência divina, por onde Ele passa, o que quer com este golpe, o que está fazendo com esta aflição, morte, fracasso, desemprego (…).

Muitas Ordens religiosas foram provadas terrivelmente até se firmarem. Mas, porque os seus fundadores não desanimaram e não desistiram, a Igreja se tornou rica e santa por causa delas.

Deus não é um ser mudo; Ele se revelou e revelará; se Ele, por vezes, parece calar-se, Ele o faz sábia e providencialmente.

Por: Professor Felipe Aquino


 

Santo do dia - 7 de agosto

Santa Afra e suas companheiras

Afra era uma jovem pagã de costumes levianos, que vivia com sua mãe, Hilda, e três criadas: Digna, Eunômia e Eprepria. Orientada por sua mãe, Afra gostava de prestar culto e render homenagens a Vênus, uma das muitas deusas pagãs. Porém o que ela não poderia prever é que seria tocada pela fé cristã. Isso ocorreu quando descobriu que os dois desconhecidos que estavam hospedados em sua casa eram o bispo Narciso e seu diácono Félix.

Na época, ano 304, o imperador romano Diocleciano impunha uma severa perseguição aos cristãos. Esse foi o motivo que levou Narciso e Félix a fugirem da fúria sangrenta que assolava a Espanha, indo parar em Augsburgo, na Baviera, Alemanha, quando foram acolhidos na residência de Afra, que, como sua mãe, nunca os tinha visto. Mas, na hora da refeição, à mesa, os dois começaram uma oração que chamou a atenção das duas e também das criadas ali presentes. Foi então que descobriram que os hóspedes eram cristãos e um deles era bispo da Igreja Católica.

Afra, a princípio, ficou confusa com os estrangeiros cristãos. Depois, mesmo sem conhecer o bispo Narciso, caiu aos seus pés e confessou sua vida de pecados. Ele, percebendo que Afra estava realmente arrependida e que sua alma clamava pelo perdão do Senhor, resolveu absolvê-la, desde que se convertesse e fosse batizada no cristianismo. Ela não só se converteu como ainda animou sua mãe e as outras companheiras para que fizessem o mesmo. Também decidiu ajudar Narciso e Félix a continuarem sua fuga, despistando os soldados do imperador.

Entretanto Afra foi traída e denunciada às autoridades pagãs. Presa, o perdão e a liberdade foram-lhe oferecidos, mas só se voltasse a reverenciar os falsos deuses. Afra negou-se e confirmou sua fé em Jesus Cristo. Foi levada para a ilha de Lesh, onde a despiram, amarraram-na em um poste e depois a queimaram viva.

O mesmo aconteceu, algum tempo depois, com as suas companheiras e sua mãe. Elas, que já se haviam convertido, tinham ido rezar junto à sepultura de Afra quando foram flagradas pelos soldados do imperador. Hilda, a exemplo de sua filha Afra, recusou-se a abandonar a fé cristã, sendo acompanhada na decisão também pelas três criadas.

Todas morreram queimadas vivas, ali mesmo, junto ao túmulo da mártir Afra.

Esta é uma das mais antigas tradições cristãs do povo alemão, que venera santa Afra como Padroeira da cidade de Augsburgo desde a Antiguidade, e que teve seu culto autorizado pela Igreja somente em 1064. A festa de santa Afra em Augsburgo acontece no dia 7 de agosto, embora, em algumas localidades, ocorra em outras datas. 


Santa Afra e suas companheiras, rogai por nós!


São Caetano de Thiene
 
Caetano nasceu em Vicenza, na Itália, em outubro de 1480. Filho do conde Gaspar de Thiene e de Maria do Porto, desde muito jovem mostrava grande preocupação e zelo pelos pobres, abrindo asilos para os idosos e muitos hospitais para os doentes, especialmente para os incuráveis.

Estudou em Pádua, onde se diplomou nas matérias jurídicas, aos 24 anos de idade. Dedicava-se ao estado eclesiástico, mas sem ordenar-se, por considerar-se indigno. Nesse meio tempo, fundou, na propriedade da família, em Rampazzo, uma igreja dedicada a Santa Maria Madalena, que ainda hoje é a paróquia desta localidade.

Em 1506, estava em Roma, exercendo a função de secretário particular do papa Júlio II. Na qualidade de escritor das cartas apostólicas, fez contato e conviveu com cardeais famosos, aprendendo muito com todos eles. Mas a principal virtude que Caetano cultivava era a humildade para observar muito bem antes de reprovar o mal alheio. Para melhor compreender, basta lembrar que ele viveu no período do esplendor renascentista, no qual o próprio Vaticano não primava pelo exemplo de moralidade e nem brilhava pela santidade dos costumes.

Assim sendo, como homem inteligente e preparado, não se retirou para um ermo; ao contrário, encorajou-se para uma ação reformadora, começando por si mesmo. Costumava dizer que "Cristo espera e ninguém se mexe". Participou do movimento laical Oratório do Divino Amor, que procurava estudar e praticar as Sagradas Escrituras. Só então, depois de muita reflexão, decidiu-se pela ordenação sacerdotal, em 1516.

Tinha 36 anos de idade quando celebrou sua primeira missa na basílica de Santa Maria Maior. Nesta ocasião, ele mesmo relatou depois, Nossa Senhora apareceu-lhe e colocou-lhe nos braços o Menino Jesus. Foi para Veneza em 1520, onde colaborou na fundação do hospital dos incuráveis. Três anos depois, incansável, voltou para Roma, onde, na companhia dos companheiros do Oratório — Bonifácio Colli, Paulo Consiglieri e João Pedro Carafa, bispo de Chiete —, fundou a Ordem dos Teatinos Regulares, que tinha como objetivo a renovação do clero.

Quando o papa Clemente VII aprovou a congregação, Caetano renunciou a todos os seus bens para dedicar-se única e exclusivamente à vida comum. O mesmo ocorreu com o bispo Carafa, que abdicou também da sua vida episcopal. Anos mais tarde, ele veio a tornar-se o papa Paulo IV, um dos grandes reformadores da Igreja.

A nova congregação começou somente com os quatro, depois passaram para 12, e esse número aumentou bastante em pouco tempo. São os primeiros clérigos regulares. Não são monges, pois são de vida ativa, porém vivendo em obediência: sob uma regra de vida comum, como religiosos, cujos membros renunciam a todos os seus bens terrenos, devendo viver de seu trabalho apostólico e de ofertas espontâneas dadas pelos fiéis, contando apenas com a Providência divina. Carafa foi o primeiro superior geral, embora a ideia da fundação fosse de Caetano de Thiene, que, na sua humildade, sempre se manteve de lado.

Caetano morreu de fadiga, após uma vida de muito trabalho e sofrimento, aos 66 anos de idade, em Nápoles, no dia 7 de agosto de 1547. Foi canonizado em 1671. O seu corpo é venerado no dia de sua morte, na belíssima basílica de São Paulo Maior, mas que é chamada por todos os fieis e peregrinos de basílica de São Caetano, localizada na praça principal da cidade. 


São Caetano de Thiene, rogai por nós!


São Sisto II e companheiros mártires

 Entregaram suas vidas em sinal de fidelidade a Cristo e foram recompensados com o tesouro da eternidade no Céu
Os anos que se seguiram de 250 até 260 foram uns dos mais terríveis e, ao mesmo tempo, gloriosos do Cristianismo; terríveis devido à fúria dos imperadores Décio e Valeriano, e gloriosos por conta da têmpera dos inúmeros mártires, que foram os que mais glorificaram a Deus.

O Santo Papa Sisto II, a quem celebramos neste dia, foi um destes homens que soube transformar o terrível em glória, a partir do seu testemunho de fé, amor e esperança em Cristo Jesus. Pertence à lista de cinco consecutivos Papas mártires, São Sisto II governou a Igreja durante um ano (257 – 258) e neste tempo semeou a paz e a unidade no seio da Igreja de Cristo.

Foi Sisto decapitado pela polícia durante uma cerimônia clandestina que ele celebrava num cemitério da via Ápia. Foram ao mesmo tempo executados seis dos sete diáconos que o rodeavam. Só pouparam algum tempo o diácono Lourenço, seu tesoureiro, a quem deixaram quatro dias para entregar os bens da Igreja. Assim se procedia desde que o imperador Valeriano (+260) estabelecera a pena de morte “sem julgamento, só com verificação de identidade”, contra os Bispos, padres e diáconos da religião cristã.

Desta forma, São Sisto II e seus companheiros mártires entregaram suas vidas em sinal de fidelidade a Cristo e foram recompensados com o tesouro da eternidade no Céu.


São Sisto II e companheiros mártires, rogai por nós!



 

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Santo do dia - 6 de julho


São Justo e São Pastor 


Corajosos discípulos de Cristo que não recuaram diante das ameaças

Com alegria, toda a Igreja festeja neste dia, a Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual se encontra testemunhada nos Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. 

Neste fato bíblico, nós nos deparamos com o segredo da santidade para todos os tempos: “Este é o meu Filho bem-amado, aquele que me aprove escolher. Ouvi-o!” (Mc 9,7)
Sem dúvida, os santos que estamos lembrando hoje, somente estão no Eterno Tabor, por terem vivido esta ordem do Pai. Conta-se que eram jovens cristãos e estavam na escola, quando souberam que o perseguidor e governador Daciano acabara de entrar na cidade. Sendo assim, os santos Justo e Pastor, fugiram, mas foram pegos e entregues por pagãos ao grande perseguidor dos cristãos.

Diante do governador que estava sobre o seu cavalo, os corajosos discípulos de Cristo não recuaram diante das ameaças, tanto assim que, frente à possibilidade do martírio, a resposta de São Justo e Pastor foi um canto de felicidade. O governador, ridicularizado pela fé que transfigurava aqueles jovens, mandou que lhes cortassem as cabeças, isto ocorreu em Alcalá de Henares, em Castela, no ano de 304.


Santos Justo e Pastor, rogai por nós!


Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo

Transfiguração do Senhor

A festa da "Transfiguração do Senhor" acontece no mundo cristão desde o século V. Ela nos convida a dirigir o olhar para o rosto do Filho de Deus, como o fizeram os apóstolos Pedro, Tiago e João, que viram a Sua transfiguração no alto do monte Tabor, localizado no coração da Galileia. O episódio bíblico é relatado distintamente pelos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas.

Assim, segundo São Mateus 9,2-10, temos: "Jesus tomou consigo a Pedro, Tiago e João, e conduziu-os a sós a um alto monte. E transfigurou-se diante deles. Suas vestes tornaram-se resplandecentes e de uma brancura tal, que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia fazer assim tão brancas. Apareceram-lhes Elias e Moisés, e falavam com Jesus. Pedro tomou a palavra: 'Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias'. Com efeito, não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados. Formou-se então uma nuvem que os encobriu com a sua sombra; e da nuvem veio uma voz: 'Este é o meu Filho muito amado; ouvi-O'. E olhando eles logo em derredor, já não viram ninguém, senão só a Jesus com eles. Ao descerem do monte, proibiu-lhes Jesus que contassem a quem quer que fosse o que tinham visto, até que o Filho do homem houvesse ressurgido dos mortos. E guardaram esta recomendação consigo, perguntando entre si o que significaria: Ser ressuscitado dentre os mortos".

A intenção de Jesus era a de fortalecer a fé destes três apóstolos, para que suportassem o terrível desfecho de Sua paixão, antecipando-lhes o esplendor e glória da vida eterna. Também foi Pedro que, depois, recordando com emoção o evento, afirmou: "Fomos testemunhas oculares da Sua majestade" (2 Pd 1, 16).

O significado dessa festa é, e sempre será, o mesmo que Jesus pretendeu, naquele tempo, ao se transfigurar para os apóstolos no monte, ou seja, preparar os cristãos para que, em qualquer circunstância, permaneçam firmes na fé no Cristo. Melhor explicação, só através das inspiradas palavras do papa João Paulo II, quando nesta solenidade em 2002, lembrou-nos que "O rosto de Cristo é um rosto de luz que rasga a obscuridade da morte: é anúncio e penhor da nossa glória, porque é o rosto do Crucificado Ressuscitado, o único Redentor da humanidade que continua a resplandecer sobre nós (cf. Sl 67, 3)".

Somente em 1457, esta celebração estendeu-se para toda a cristandade, por determinação do papa Calisto III, que quis enaltecer a vitória, do ano anterior, das tropas cristãs sobre os turcos muçulmanos que ameaçavam a liberdade na Europa.    


Filho de Deus, tente piedade de nós!


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

5 de agosto - Santo do dia


Santo Apolinário

Lutou contra as tentações, permaneceu fiel, com coragem sofreu e suportou até mesmo as torturas como confessor

Neste mesmo dia em que comemoramos a dedicação da Basílica de Santa Maria Maior em Roma, lembramos com alegria da vida de santidade do mais antigo Bispo de Ravena: Santo Apolinário. Nascido no Séc. I numa família pagã, foi convertido por Deus em Roma, através da pregação do apóstolo São Pedro.

No tempo de Apolinário o paganismo e sincretismo estavam dominando todo o Império e, por isso, todo evangelizador corria grandes riscos de vida. Com a missão indicando a evangelização do Norte da Itália, foi ele edificar a Igreja de Ravena, a qual tornou-se na Itália, depois de Roma, pólo do Cristianismo.

Por causa de Jesus Cristo e do Seu Reino, lutou contra as tentações, permaneceu fiel, com coragem sofreu e suportou até mesmo as torturas como confessor e, mais tarde, o martírio. 

Conta-nos a história que diante do Édito de Milão em 313, a Igreja Católica adquiriu liberdade religiosa e com isso pôde livremente evangelizar o Império Romano, assim como venerar seus santos; é deste período que encontramos em Ravena grande devoção ao Santo Bispo do qual celebramos hoje, herói da nossa fé.


Santo Apolinário, rogai por nós!



Santo Osvaldo de Nortúmbria
Osvaldo nasceu em 604. Era filho do rei pagão Etelfrit, da Nortúmbria, futura Inglaterra, e da princesa Acha. O reino foi invadido em 616, quando seu pai morreu na batalha contra o rei Edin, que assumiu o trono e depois fundou a cidade de Edimburgo.

Acha e seus 11 filhos fugiram para a Corte do rei da Escócia, onde todos se converteram. As crianças foram entregues aos cuidados dos beneditinos do Mosteiro de Iona, fundado em 563 por são Colombano, famoso centro de formação e estudos. Lá receberam sólida formação acadêmica e religiosa, adequada aos fidalgos e no seguimento de Cristo.

Osvaldo destacava-se pelo belo porte físico, pela inteligência e pela caridade cristã. Tinha um sorriso franco, era bom e generoso, não distinguindo ricos e pobres. Era um hábil e capacitado estrategista militar, treinado pelo pequeno, mas potente exército do rei da Escócia, que muito o apreciava. Curioso mesmo era o seu animal de estimação: um falcão que lhe obedecia e pousava-lhe na mão.

Quando o rei Edin morreu, em 633, Osvaldo formou seu exército, pequeno e eficaz, e venceu a famosa batalha de Havenfield, em 634, com o usurpador tombando morto. Osvaldo assumiu o trono como legítimo rei da Nortúmbria. Contam os registros históricos que, antes desse combate, ele teve uma visão de são Columbano, que o orientou a rezar junto com seus soldados antes de partir para o combate. Ele obedeceu. Mandou erguer uma grande cruz no centro do campo onde estavam, ajoelhou-se diante dela, pedindo aos soldados, quase todos pagãos, que fizessem o mesmo. Assim postado, com fé e humildade, o futuro rei pediu a Deus proteção e liberdade para seu povo oprimido pelos inimigos.

O rei Osvaldo sempre atribuiu essa vitória à intercessão de são Columbano e à proteção de Cristo. Depois de coroado, todo o exército converteu-se. Mandou chamar os monges escoceses do Mosteiro de Iona para pregarem o Evangelho no seu reino. Ele mesmo traduzia para o povo os sermões, conseguindo muitas conversões. Construiu igrejas, mosteiros, cemitérios, hospitais, asilos e creches, distribuiu riquezas e promoveu prosperidade e caridade ao povo.

Casou-se com a princesa Cineburga, filha do rei pagão de Wessex, hoje também Inglaterra. Em seguida, convenceu o sogro a permitir uma missão evangelizadora de monges escoceses no seu reino, que acabaram convertendo também o rei. A Igreja deve à fé do rei Osvaldo o grande impulso para a evangelização do povo inglês e o estabelecimento da vida monástica na ilha britânica. O rei da Nortúmbria morreu em combate em 642, defendendo o seu povo de invasores pagãos.

Amado e venerado como santo em vida, a fama de sua santidade ganhou destaque junto aos povos de língua inglesa graças à divulgação dos monges beneditinos. Depois, o venerável Beda, monge famoso pela santidade e sabedoria na doutrina, reivindicou o título de mártir a santo Osvaldo da Nortúmbria, por ter morrido em combate contra os pagãos. Sua festa é uma tradição antiga, e a Igreja manteve a celebração no dia 5 de agosto. 


  Santo Osvaldo de Nortúmbria, rogai por nós!