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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
5º
Domingo da Quaresma
Evangelho segundo S. João 12,20-33.
Naquele tempo, alguns gregos que tinham
vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido:
«Senhor, nós queríamos ver Jesus».
Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus.
Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser
glorificado.
Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não
morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto.
Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo
conservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o
meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará.
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta
hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.
Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O
glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O».
A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros
afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou».
Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa
causa.
Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser
expulso o príncipe deste mundo.
E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim».
Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.
Comentário do dia: Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 305, 4.º para a festa de S. Lourenço
«Ninguém
tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13)
A vossa fé reconhece quem é este grão
de trigo que cai à terra e que morre antes de dar muito fruto; Ele habita na
vossa alma; nenhum cristão duvida de que Cristo falava de Si mesmo. [...]
Escutai-me, grãos de trigo sagrados que aqui vos encontrais, [...] ou melhor,
escutai através de mim o primeiro grão de trigo, que nos diz: não ameis a vossa
vida neste mundo; não a ameis se verdadeiramente a amais, pois é não a amando
que a salvareis. [...] «Quem ama a sua vida, perdê-la-á».
Quem assim fala é o grão lançado à terra, Aquele que morreu para dar muito
fruto. Escutai-O, porque Ele faz aquilo que diz. Ele instrui-nos e mostra-nos o
caminho com o seu exemplo. Com efeito, Cristo não reivindicou a sua vida neste
mundo, mas veio para perdê-la, para entregá-la por nós, e para retomá-la quando
quis [...]: «Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder
de a oferecer e poder de a retomar» (Jo 10,18).
Mas, se tinha esse poder divino, porque foi que disse: «Agora a minha alma está
perturbada»? Como se explica que, detendo tal poder, este homem-Deus Se tenha
perturbado, a não ser porque carrega a imagem da nossa fraqueza? Quando afirma:
«Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar», Cristo mostra-Se tal como é
em Si mesmo. Quando Se mostra perturbado com a aproximação da morte, mostra-Se
tal como é em ti.
São Cirilo de Jerusalém
Desde o início dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na
Igreja, mas, foi no século IV, que ocorreram as do arianismo e do
nestorianismo causando profundas divisões. Cirilo viveu nesse período em
Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais cristãos e bem
situados financeiramente. Muito preparado, desde a infância, nas
Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado
sacerdote.
Em 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante
aproximadamente trinta e cinco anos, dezesseis dos quais passou no
exílio, em três ocasiões diferentes. A primeira porque o bispo Acácio,
de grande influencia na Igreja, cuja obra foi citada por São Jerônimo,
acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador Constâncio
que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas em
sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja
assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, foi a mais longa ,
porque o imperador Valente, este sim herege, decidiu mandar de volta ao
exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar
durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano,
em 378.
O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e
especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua
cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o
responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se
convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu
dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador
Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram dedicados à
exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos
Sacramentais da iniciação cristã . Assim, seus escritos explicam
detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da
crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo,
ditos dogmas da Igreja..
Cirilo também soube viver a religião na prática. Numa época de grande
carestia, por exemplo, não hesitou em vender valiosos vasos litúrgicos e
outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da
cidade. Ele morreu no ano 386.
Desde o início de sua vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e
suave, sempre preferiu a catequese aos assuntos polêmicos, chegando
quase a se comprometer com os arianos e semi-arianos. Porém, de maneira
contundente aderiu à doutrina ortodoxa da Igreja no III Concílio
ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual ficou clara sua sempre fiel
postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa oportunidade teve em
seu favor a eloqüência das vozes dos sinceros bispos e amigos, Atanásio e
Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender a Igreja dos
hereges que negam as verdades de nossa religião".
Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento
teológico foi considerado vacilante, como dizem os registros. Em 1882, o
Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou
São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe
dos catequistas católicos.
Discípulo
— Padre, poderia explicar-me a razão deste título?
Mestre
— Chamei-o assim por causa do fato seguinte:
Conta-se
certa moça, tendo caído por desgraça num desses pecados que
tanto envergonham na confissão, vivia triste e desconsolada.
Passaram-se assim muitos meses, sem que nenhuma das
companheiras da coitada descobrisse a causa de tanta
aflição. Nesse ínterim, aconteceu que a sua melhor amiga,
muito virtuosa e devota, morreu santamente. Uma noite, a
chamam pelo nome, quando está no melhor do sono; reconhece
perfeitamente a voz da amiguinha morta que vai repetindo: Confesse-se bem... se você soubesse o quanto Jesus é bom!
A moça
tomou aquela voz por uma revelação do céu, criou coragem e,
decidida, confessou o pecado que era a causa de tanta
vergonha e de tantas lágrimas. Naquela ocasião, tamanha foi
a sua comoção, tão grande o seu alívio que depois disso,
contava o fato a todo o mundo, e repetia por sua vez:
"Experimentem e vejam o quanto Jesus é bom".
D.
— Muito bem! — acredito nisso plenamente, porque, já fiz
mais de cem vezes a experiência de tal verdade.
BOA
CONFISSÃO – ORIENTAÇÕES
COMO FAZER UMA BOA
CONFISSÃO? - PADRE GABRIEL VILA VERDE
M.
— Pois então agradeça a Deus de todo o coração e continue a
fazer boas confissões. Ai daquele que envereda, pelo caminho
do sacrilégio! É essa a maior desgraça que nos pode
acontecer, porque dela não teremos mais a força de nos
afastar, e assim prosseguiremos, talvez até à morte,
precipitando-nos no abismo da perdição eterna.
D.
— É assim tão nefanda uma confissão mal feita?
M.
— É o principal motivo, a causa capital da perdição!
D.
— Deveras?
M.
— Assim é, infelizmente! São as confissões mal feitas o
motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para
o inferno.
D.
— Mas não há exagero nisso?
M.
— Exagero nenhum, e nem sou eu quem o diz: afirmam-nos os
Santos que melhor conhecem as almas e viu-o Santa Teresa em
uma visão.
Estava a
Santa rezando, quando, de repente abrem-se diante dos seus
olhos uma voragem profunda, cheia de fogo e de chamas; e
nesse abismo precipitam-se com abundância, como neve no
inverno, as pobres almas perdidas.
...
são as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas
pessoas perdem suas almas e vão para o inferno!...
Assustada, a Santa levanta os olhos ao céu e:
— Meu
Deus, exclama, meu Deus! O que é que eu estou vendo? Quem
são elas, quem são todas essas almas que se perdem? Com
certeza devem ser as almas dos pobres infiéis.
—
Não, Teresa, não! Responde o Senhor. As almas que neste
momento vês precipitarem-se no inferno com o meu
consentimento, são, todas elas, almas de cristãos como tu.
— Mas
então devem ser almas de pessoas que não acreditavam, que
não praticavam a Religião, que não freqüentavam os
Sacramentos!
—
Não, Teresa, não! Fica sabendo que essas almas pertencem
todas a cristãos batizados como tu, e, que, como tu, eram
crentes e praticantes...
— Mas
se assim é, naturalmente essa gente nunca se confessou, nem
mesmo na hora da morte...
—
No entanto, são almas que se confessavam, e confessaram-se
também antes de morrer...
— Por
qual motivo então, ó meu Deus, são elas condenadas?
—
São condenadas porque se confessaram mal...
Vai
Teresa, conta a todos esta visão e recomenda aos Bispos e
Sacerdotes que nunca se cansem de pregar sobre a importância
da confissão e contra as confissões mal feitas, afim de que
os meus amados cristãos não transformem “o remédio em
veneno; afim de que não se sirvam mal desse sacramento, que
é o sacramento da misericórdia e do perdão.”
D.
— Pobre Jesus!... São assim tão numerosas as confissões mal
feitas?
M.
— S. Afonso, S. Felipe Néri, S. Leonardo de Porto Maurício,
afirmam unanimemente que, infelizmente, o número das
confissões mal feitas é incalculável. Eles, que passaram à
vida no confessionário e à cabeceira dos moribundos, sabem
dizer a pura verdade. E nós que erramos, de terra em terra,
pregando exercícios e missões, somos obrigados a afirmar a
mesma coisa.
O célebre
Padre Sarnelli, na sua obra “O mundo santificado” exclama:
“Infelizmente são incalculáveis as almas que fazem
confissões sacrílegas: sabem disso, em parte, os
Missionários de longa experiência, e cada um de nós virá
sabê-lo, com grande pasmo, no vale de Josafá. Não só nas
grandes capitais, mas nas cidades menores, nas comunidades,
no meio daqueles que passam por piedosos e devotos
encontram-se em grande número os sacrílegos...”
O Padre
Tranquillini, da Companhia de Jesus, tendo sido chamado à
cabeceira duma senhora gravemente enferma, acode com
solicitude e a confessa: mas, chegada à hora da absolvição,
ele sente qualquer coisa que, como se fosse uma mão de
ferro, o impede de prosseguir.
— Minha
senhora, diz ele, talvez se tenha esquecido de alguma
coisa...
—
Impossível, Padre, estou me preparando há oito dias...!
Depois de
algumas preces, tenta uma segunda vez; mas, a mesma mão o
impede de novo.
—
Desculpe, minha senhora, replica o Padre, talvez a senhora
não ouse confessar algum pecado...
— O quê
diz, Padre? Isso me ofende. Como pode supor que eu queira
cometer um sacrilégio?
Torna a
tentar pela terceira vez a absolvição e ainda uma vez aquela
força invisível o impede de agir. Não podendo compreender
qual o mistério que se escondia num fato tão extraordinário,
cai de joelhos, e, chorando, suplica àquela senhora, que não
se traia, que não seja a causa da própria perdição.
— Padre,
exclama ela então, Padre, há quinze anos que eu me confesso
mal! Veja, portanto, como é fácil achar-se quem se confessa
mal!
D.
— Chega, Padre, isto me faz estremecer.
M.
— Antes tremer aqui do que queimar no inferno: e, falando
disso, lembro-me de outro exemplo. São João Bosco, numa obra
sobre a confissão diz textualmente: "Eu vos afirmo que
enquanto escrevo, minha mão treme, porque eu penso no número
de cristãos que vão para a perdição eterna, somente por
terem escondido, ou por não terem exposto sinceramente os
seus pecados na confissão"!
D.
— O senhor disse também: por não terem exposto sinceramente
os seus pecados?
M.
— Certamente! Aquele que, por exemplo, confessa só os maus
pensamentos, quando além disso cometeu ações ou atos
impuros; aquele que confessa ter cometido tais atos sozinho,
quando os cometeu com outros; aquele que esconde o número
conhecido de suas faltas; aquele que, interrogado pelo
confessor não diz a verdade; todos esses fazem más
confissões.
D.
— O quê é que pensam os que assim procedem?
M.
— Pensam que no futuro poderão remediar, isto é,
confessam-se para viver como diz São Felipe Néri, quando
toda e qualquer confissão devia ser feita como se fosse a
última, como se nos preparássemos para a morte.
Um dia
uma mulher do povo confessou-se com um célebre Missionário:
de volta do confessionário, ela passou casualmente por cima
de uma laje que cobria uma sepultura. A laje, gasta pelo
tempo, cedeu, e a mulher caiu lá em baixo, no meio dos ossos
e dos esqueletos. Imagine o susto de todas as pessoas que
acudiram; mas isso não foi nada, comparado ao terror o aos
berros da coitada! Logo depois que, com muito esforço e
trabalho conseguiram tirar a mulher dali, ela, que escapou
ilesa, voou para o confessionário e:
— Padre,
padre, até hoje eu só me tinha confessado para viver, mas
agora que eu vi a morte diante do mim quero confessar-me
como se eu fosse morrer – e tornou a fazer, tremendo, aquela
confissão que, momentos antes, tinha feito mal.
D.
— Ah! o pensamento da morte é terrível.
M.
— É terrível sim, mas muitíssimo salutar e é pior isso que,
cada vez que nos confessamos, devíamos tê-lo na mente.
Dentre os
inúmeros fatos maravilhosos que se contam na história de D.
Bosco destaca-se este: No Salesiano de Turim faziam-se os
santos exercícios espirituais, e, todos os presentes, alunos
e internos com a máxima seriedade, muito piedosos, rezavam
com fervor e colhiam os frutos de suas preces para o bem de
suas almas. Enquanto esses cumpriam o seu piedoso dever, um
jovem, refratário a toda e qualquer suplica e aos mais
afetuosos cuidados de D. Bosco e dos demais superiores,
teimou em não se querer confessar nem mesmo naquela
circunstância. Os bons Padres tinham feito todo o possível
para convencê-lo, mas inutilmente. Ele repetia sempre: “Em
qualquer outra ocasião, sim, mas agora não! Vou pensar nisso
depois... Agora não sei tomar uma resolução”!
Com essa
desculpa, chegou ao último dia das cerimônias; D. Bosco,
então recorreu a um estratagema. Escreveu numa folha de
papel estas palavras: "... e se você morresse durante a
noite?!..." e escondeu-a entre o lençol e o travesseiro do
rapaz. Cai à noite: todos se vão deitar, e o nosso jovem,
despreocupado, também se despe, mas eis que quando vai
entrar na cama encontra a tal folha. Um oh! de espanto que
ele não pode conter lhe sai dos lábios; pega no papel
olha-o, vira-o e revira-o e, por fim, descobrindo que há
nele qualquer coisa escrita, arregala os olhos e lê: “... e
se você morresse durante a noite”... D. Bosco.
D. Bosco!
Exclama ele; mas D. Bosco é um santo... Ele conhece o
futuro... Talvez aconteça isso mesmo! E se eu morresse
durante a noite? ' Mas eu não quero morrer, não: quero
viver, quero viver e... Enquanto isso, para que os
companheiros não reparem, ele se deita, cobre-se e cheio de
coragem, tenta pegar no sono. Qual nada! Adormecer naquele
estado? Com aquelas palavras que o atormentavam como se
fossem espinhos agudos? É impossível! Ele vira e revira na
cama, fecha os olhos com força, mas... tudo inútil; ouve sem
cessar, cada vez mais vivo, cada vez mais forte, o som
daquelas palavras; ele imagina, como se visse o inferno
aberto e Jesus que o condena, e diz: "Pobre de mim! E se eu
morresse mesmo?..." Um arrepio gelado corre-lhe pela
espinha, ele sua frio...
— Ah, não
— exclama, — eu não quero ir para o inferno, eu quero me
confessar...
Invoca a
proteção de Maria Auxiliadora, do seu Anjo da Guarda e
depois, decidido, veste-se, sai devagarzinho, desce a
escada, atravessa corredores, sobe para o quarto de D. Bosco
e bate na porta.
D. Bosco,
que, como bom padre o esperava, abre a porta e:
— Quem é
você?... A estas horas?... O que é que você quer?
— Oh! D.
Bosco, eu quero confessar-me!
— À
vontade! se você soubesse com que ansiedade eu o esperei!
Introduzido na antecâmara, o rapaz cai de joelhos e, depois
de feita a confissão, com o perdão de Jesus volta feliz e
tranqüilo para a cama. E já não tem medo! O pensamento da
morte já não o assusta e ele diz: “Como estou
contente! Mesmo que eu tenha que morrer que importa se eu
recuperei a graça, se eu tornei a ser amigo de Jesus”! Adormece serenamente e sonha... vê o céu aberto, os
Anjos jubilosos que voam levíssimos, entoando os cânticos
mais lindos, os mais belos hinos! Que rapaz de sorte!
M.
— De sorte são todos aqueles que acreditam no grande bem da
confissão e se servem dela, impedindo assim a própria
perdição; enquanto que é bem diferente o caso da infeliz de
quem lhe vou falar. São Leonardo de Porto Maurício, acode à
cabeceira de uma moribunda, acompanhado por um frade leigo.
Depois de confessada a doente, o padre sai sossegado, e,
reunindo-se ao companheiro que o esperava no quarto vizinho,
apronta-se para sair, quando este, muito triste e assustado
lhe diz:
— "Padre
Leonardo, o quê significa aquilo que eu vi?"
— O que é
que você viu?
— Eu vi
uma mão horrendamente negra que vagava pela antecâmara; e,
assim que o senhor saiu ela entrou, rápida como um raio, no
quarto da doente.
Diante de
tal história São Leonardo volta para trás, torna a entrar no
quarto e oh! que cena terrível. Aquela mão negra
estrangulava aquela desgraçada que, com olhos fora das
órbitas, e a língua caída, morria gritando: “Malditos
sejam os sacrilégios... Malditos sejam os sacrilégios...”
D.
— Oh, Padre, então é mesmo verdade que as confissões mal
feitas são a causa principal da perdição!
M.
— Por conseguinte, guerra à mentira e sinceridade absoluta
na confissão.
Gertrudes nasceu no povoado de Brabante, na cidade de Nivelles,
Bélgica, no ano 626. Seu pai era Pepino de Landen, um homem rico e
influente, descendente de Carlos Magno. Sua mãe era Ida, nobre e muito
religiosa, que depois da morte do marido, fundou o duplo mosteiro de
Nivelles, masculino e feminino, dos quais foi a abadessa até a morte. As
filhas Gertrudes e Begga também fizeram os votos e vestiram o hábito,
passando a viver no mosteiro, ao seu lado. Após a morte da abadessa,
Gertrudes foi eleita a sucessora, tinha apenas vinte anos de idade. Mas,
como o poder não a atraia, delegou-o a um dos monges, que passou a
administrar ambos os mosteiros, enquanto ela ficou apenas com o título.
Gertrudes reservou para si a tarefa de instruir Irmãos e Irmãs,
preparando-os na fé e motivando-os para a difusão da Palavra de Cristo.
Isso significava um enorme esforço de sua parte pois viviam numa época
de ignorância, e superstições. Um eclipse, por exemplo, era considerado
um fenômeno sobrenatural e motivo de alarde para todos os camponeses,
mesmo os instruídos na fé cristã.
Ela iniciou com vigor um grande processo de reformulação de ambos os
mosteiros, chamando, da Irlanda, monges teólogos, os mais versados nas
Sagradas Escrituras, para fundamentar essa reciclagem. Empregou toda a
fortuna da família, bem como utilizou toda sua influência para esse
intento. Mandou, vários emissários a Roma para trazerem livros, não só
de cunho litúrgico, ampliando muito a biblioteca. A missão de Gertrudes
se tornara uma luta para a difusão da doutrina católica através da
instrução e pôde retirar o véu da ignorância que envolvia tanto o clero
como os habitantes em geral.
Com tanta sabedoria e predisposição para a santidade, ela adquiriu
muitos dons especiais tendo visões, revelações e graças, durante suas
orações contemplativas, seguidas de jejuns e penitências constantes.
Devota de Maria e Jesus Crucificado, seus sacrifícios eram pelas almas
do purgatório, que lhe apareciam durante as orações sob a forma de ratos
negros, mas ao final se transformavam em dourados, simbolizando sua
salvação pela Misericórdia de Deus. Essas visões ela comentava com as
monjas, estimulando as preces à essas almas abandonadas. Por isso, nas
suas representações existe sempre um rato ao seu redor. Os devotos,
ainda hoje, a evoca contra as invasões de ratos e o medo que eles
provocam.
Entretanto, o que mais a destacava era a sua profunda capacidade de
compreender os anseios das almas. Por isso, Gertrudes se revelou uma
eficaz pacificadora, ao interpelar os "senhores" locais que guerreavam
entre si. Suas palavras, dotadas de sabedoria e autoridade, traziam
constrangimento à eles, que partiam para o diálogo e conciliação.
As guerras pacificadas e o alívio ao povo sofrido fortaleceram sua fama
de santidade em vida e gerou muitas tradições e venerações populares.
Quando uma guerra era apaziguada, os oponentes brindavam juntos com o
excelente vinho daquela região. O povo chamava a bebida de "Filtro de
Santa Gertrudes", pois segundo a crença, a bebida era um "remédio"
contra a guerra e o ódio.
Ela morreu em Nivelles, no dia 17 de março de 659, aos trinta e três
anos e o seu culto foi imediato. Entretanto, o precioso relicário que
continha seus restos mortais foi destruído num bombardeio, em 1940, que
atingiu a basílica que o guardava. O que não diminuiu em nada sua
veneração no mundo católico, que continua festejando Santa Gertrudes
nesse dia.
Santa Gertrudes de Nivelles, rogai por nós!
São Patrício
Há poucos dados sobre a origem de Patrício, mas os que temos foram
tirados do seu livro autobiográfico "Confissão". Nele, Patrício diz ter
nascido numa vila de seu pai, situada na Inglaterra ou Escócia, no ano
377. Era filho de Calpurnius. Apesar de ter nascido cristão, só na
adolescência passou a professar a fé.
Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e vendido como
escravo. Levado para a Irlanda foi obrigado a executar duros trabalhos
em meio a um povo rude e pagão. Por duas vezes Patrício tentou a fuga,
até que na terceira vez conseguiu se libertar. Embarcou para a
Grã-Bretanha e depois para a Gália, atual França, onde frequentou vários
mosteiros e se habilitou para a vida monástica e missionária.
A princípio, acompanhou São Germano do mosteiro de Auxerre, numa missão
apostólica na Grã-Bretanha. Mas seu destino parecia mesmo ligado à
Irlanda, mesmo porque sua alma piedosa desejava evangelizar aquela nação
pagã, que o escravizara. Quando faleceu o Bispo Paládio, responsável
pela missão no país, o Papa Celestino I o convocou para dar seguimento à
missão. Foi consagrado bispo e viajou para a "Ilha Verde", no ano 432.
Sua obra naquelas terras ficará eternamente gravada na História da
Igreja Católica e da própria Humanidade, pois mudou o destino de todo um
povo. Em quase três décadas, o bispo Patrício converteu praticamente
todo o país. Não contava com apoio político e muito menos usou de
violência contra os pagãos. Com isso, não houve repressão também contra
os cristãos. O próprio rei Leogário deu o exemplo maior, possibilitando a
conversão de toda sua corte. O trabalho desse fantástico e singelo
bispo foi tão eficiente que o catolicismo se enraizou na Irlanda, vendo
nos anos seguintes florescer um grande número de Santos e
evangelizadores missionários.
O método de Patrício para conseguir tanta conversão foi a fundação de
incontáveis mosteiros. Esse método foi imitado pela Igreja também na
Inglaterra e na evangelização dos alemães do norte da Europa. Promovendo
por toda parte a construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício
fez da Ilha um centro de irradiação de fé e cultura. Dali partiram
centenas de monges missionários que peregrinaram por terras estrangeiras
levando o Evangelho. Temos, como exemplo, a atuação dos célebres
apóstolos Columbano, Galo, Willibrordo, Tarásio, Donato e tantos outros.
A obra do bispo Patrício interferiu tanto na cultura dos irlandeses, que
as lendas heróicas desse povo falam sempre de monges simples com suas
aventuras, prodígios e graças, enquanto outras nações têm como
protagonistas seus reis e suas façanhas bélicas.
Patrício morreu no dia 17 de março de 461, na cidade de Down, atualmente
Downpatrick. Até hoje, no dia de sua festa os irlandeses fixam à roupa
um trevo, cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São
Patrício que o usava para exemplificar melhor o sentido do mistério da
Santíssima Trindade: "um só Deus em três pessoas".
A data de 17 de março há séculos marca a festa de São Patrício, a glória
da Irlanda. Os irlandeses sempre sentiram um enorme orgulho de sua
pátria, tanto, por ter ela nascido na chamada Ilha dos Santos, quanto,
por ter sido convertida pelo venerado bispo. Só na Irlanda existem
duzentos santuários erguidos em honra a São Patrício, seu padroeiro. Rezo com São Patrício:
Cristo guarde-me hoje,
Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim,
Cristo em mim, Cristo embaixo de mim, Cristo acima de mim,
Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda,
Cristo ao me deitar,
Cristo ao me sentar,
Cristo ao me levantar,
Cristo no coração de todos os que pensarem em mim,
Cristo na boca de todos que falarem em mim,
Cristo em todos os olhos que me virem,
Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem.
Levanto-me, neste dia que amanhece,
Por uma grande força, pela invocação da Trindade,
Pela fé na Trindade,
Pela afirmação da Unidade,
Pelo Criador da Criação.
Amém.