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domingo, 18 de março de 2018

Evangelho do Dia



EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


5º Domingo da Quaresma

Evangelho segundo S. João 12,20-33.
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa,  foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». 
Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus.
Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado.
Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto.
Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará.
Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora.
Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». 
A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou».
Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa.
Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo.
E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim».

Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.

Comentário do dia:  Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 305, 4.º para a festa de S. Lourenço
«Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13)

A vossa fé reconhece quem é este grão de trigo que cai à terra e que morre antes de dar muito fruto; Ele habita na vossa alma; nenhum cristão duvida de que Cristo falava de Si mesmo. [...] Escutai-me, grãos de trigo sagrados que aqui vos encontrais, [...] ou melhor, escutai através de mim o primeiro grão de trigo, que nos diz: não ameis a vossa vida neste mundo; não a ameis se verdadeiramente a amais, pois é não a amando que a salvareis. [...] «Quem ama a sua vida, perdê-la-á».

Quem assim fala é o grão lançado à terra, Aquele que morreu para dar muito fruto. Escutai-O, porque Ele faz aquilo que diz. Ele instrui-nos e mostra-nos o caminho com o seu exemplo. Com efeito, Cristo não reivindicou a sua vida neste mundo, mas veio para perdê-la, para entregá-la por nós, e para retomá-la quando quis [...]: «Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar» (Jo 10,18).

Mas, se tinha esse poder divino, porque foi que disse: «Agora a minha alma está perturbada»? Como se explica que, detendo tal poder, este homem-Deus Se tenha perturbado, a não ser porque carrega a imagem da nossa fraqueza? Quando afirma: «Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar», Cristo mostra-Se tal como é em Si mesmo. Quando Se mostra perturbado com a aproximação da morte, mostra-Se tal como é em ti. 

Santo do dia - 18 de março

São Cirilo de Jerusalém

Desde o início dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na Igreja, mas, foi no século IV, que ocorreram as do arianismo e do nestorianismo causando profundas divisões. Cirilo viveu nesse período em Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais cristãos e bem situados financeiramente. Muito preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote.

Em 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, dezesseis dos quais passou no exílio, em três ocasiões diferentes. A primeira porque o bispo Acácio, de grande influencia na Igreja, cuja obra foi citada por São Jerônimo, acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador Constâncio que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, foi a mais longa , porque o imperador Valente, este sim herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378.

O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos Sacramentais da iniciação cristã . Assim, seus escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja..

Cirilo também soube viver a religião na prática. Numa época de grande carestia, por exemplo, não hesitou em vender valiosos vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da cidade. Ele morreu no ano 386.

Desde o início de sua vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e suave, sempre preferiu a catequese aos assuntos polêmicos, chegando quase a se comprometer com os arianos e semi-arianos. Porém, de maneira contundente aderiu à doutrina ortodoxa da Igreja no III Concílio ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual ficou clara sua sempre fiel postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa oportunidade teve em seu favor a eloqüência das vozes dos sinceros bispos e amigos, Atanásio e Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião".

Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi considerado vacilante, como dizem os registros. Em 1882, o Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas católicos.


São Cirilo de Jerusalém, rogai por nós! 

 

sábado, 17 de março de 2018

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO. CONFESSAI-VOS BEM !!!

O SACRAMENTO DA CONFISSÃO.

CONFESSAI-VOS BEM !!!

Parte I.

1. O principal motivo da perdição.

Discípulo — Padre, poderia explicar-me a razão deste título?

 

Mestre — Chamei-o assim por causa do fato seguinte:

Conta-se certa moça, tendo caído por desgraça num desses pecados que tanto envergonham na confissão, vivia triste e desconsolada. Passaram-se assim muitos meses, sem que nenhuma das companheiras da coitada descobrisse a causa de tanta aflição. Nesse ínterim, aconteceu que a sua melhor amiga, muito virtuosa e devota, morreu santamente. Uma noite, a chamam pelo nome, quando está no melhor do sono; reconhece perfeitamente a voz da amiguinha morta que vai repetindo: Confesse-se bem... se você soubesse o quanto Jesus é bom!

A moça tomou aquela voz por uma revelação do céu, criou coragem e, decidida, confessou o pecado que era a causa de tanta vergonha e de tantas lágrimas. Naquela ocasião, tamanha foi a sua comoção, tão grande o seu alívio que depois disso, contava o fato a todo o mundo, e repetia por sua vez: "Experimentem e vejam o quanto Jesus é bom".

 

D. — Muito bem! — acredito nisso plenamente, porque, já fiz mais de cem vezes a experiência de tal verdade. 

BOA CONFISSÃO – ORIENTAÇÕES

COMO FAZER UMA BOA CONFISSÃO? - PADRE GABRIEL VILA VERDE



M. — Pois então agradeça a Deus de todo o coração e continue a fazer boas confissões. Ai daquele que envereda, pelo caminho do sacrilégio! É essa a maior desgraça que nos pode acontecer, porque dela não teremos mais a força de nos afastar, e assim prosseguiremos, talvez até à morte, precipitando-nos no abismo da perdição eterna.

 

D. — É assim tão nefanda uma confissão mal feita?

M. — É o principal motivo, a causa capital da perdição!

 

D. — Deveras?

M. — Assim é, infelizmente! São as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para o inferno.

 

D. — Mas não há exagero nisso?

M. — Exagero nenhum, e nem sou eu quem o diz: afirmam-nos os Santos que melhor conhecem as almas e viu-o Santa Teresa em uma visão.

 

Estava a Santa rezando, quando, de repente abrem-se diante dos seus olhos uma voragem profunda, cheia de fogo e de chamas; e nesse abismo precipitam-se com abundância, como neve no inverno, as pobres almas perdidas. 

... são as confissões mal feitas o motivo pelo qual tantas pessoas perdem suas almas e vão para o inferno!...

 

Assustada, a Santa levanta os olhos ao céu e:

 

 — Meu Deus, exclama, meu Deus! O que é que eu estou vendo? Quem são elas, quem são todas essas almas que se perdem? Com certeza devem ser as almas dos pobres infiéis.

 — Não, Teresa, não! Responde o Senhor. As almas que neste momento vês precipitarem-se no inferno com o meu consentimento, são, todas elas, almas de cristãos como tu.

 — Mas então devem ser almas de pessoas que não acreditavam, que não praticavam a Religião, que não freqüentavam os Sacramentos!

Não, Teresa, não! Fica sabendo que essas almas pertencem todas a cristãos batizados como tu, e, que, como tu, eram crentes e praticantes...

— Mas se assim é, naturalmente essa gente nunca se confessou, nem mesmo na hora da morte...

No entanto, são almas que se confessavam, e confessaram-se também antes de morrer...

— Por qual motivo então, ó meu Deus, são elas condenadas?

São condenadas porque se confessaram mal...

 

Vai Teresa, conta a todos esta visão e recomenda aos Bispos e Sacerdotes que nunca se cansem de pregar sobre a importância da confissão e contra as confissões mal feitas, afim de que os meus amados cristãos não transformem “o remédio em veneno; afim de que não se sirvam mal desse sacramento, que é o sacramento da misericórdia e do perdão.”

 

D. — Pobre Jesus!... São assim tão numerosas as confissões mal feitas?

M. — S. Afonso, S. Felipe Néri, S. Leonardo de Porto Maurício, afirmam unanimemente que, infelizmente, o número das confissões mal feitas é incalculável. Eles, que passaram à vida no confessionário e à cabeceira dos moribundos, sabem dizer a pura verdade. E nós que erramos, de terra em terra, pregando exercícios e missões, somos obrigados a afirmar a mesma coisa.

O célebre Padre Sarnelli, na sua obra “O mundo santificado” exclama: “Infelizmente são incalculáveis as almas que fazem confissões sacrílegas: sabem disso, em parte, os Missionários de longa experiência, e cada um de nós virá sabê-lo, com grande pasmo, no vale de Josafá. Não só nas grandes capitais, mas nas cidades menores, nas comunidades, no meio daqueles que passam por piedosos e devotos encontram-se em grande número os sacrílegos...”

 

O Padre Tranquillini, da Companhia de Jesus, tendo sido chamado à cabeceira duma senhora gravemente enferma, acode com solicitude e a confessa: mas, chegada à hora da absolvição, ele sente qualquer coisa que, como se fosse uma mão de ferro, o impede de prosseguir.

 

— Minha senhora, diz ele, talvez se tenha esquecido de alguma coisa...

— Impossível, Padre, estou me preparando há oito dias...!

 

Depois de algumas preces, tenta uma segunda vez; mas, a mesma mão o impede de novo.

 

— Desculpe, minha senhora, replica o Padre, talvez a senhora não ouse confessar algum pecado...

— O quê diz, Padre? Isso me ofende. Como pode supor que eu queira cometer um sacrilégio?

 

Torna a tentar pela terceira vez a absolvição e ainda uma vez aquela força invisível o impede de agir. Não podendo compreender qual o mistério que se escondia num fato tão extraordinário, cai de joelhos, e, chorando, suplica àquela senhora, que não se traia, que não seja a causa da própria perdição.

 

— Padre, exclama ela então, Padre, há quinze anos que eu me confesso mal! Veja, portanto, como é fácil achar-se quem se confessa mal!

 

D. — Chega, Padre, isto me faz estremecer.

M. — Antes tremer aqui do que queimar no inferno: e, falando disso, lembro-me de outro exemplo. São João Bosco, numa obra sobre a confissão diz textualmente: "Eu vos afirmo que enquanto escrevo, minha mão treme, porque eu penso no número de cristãos que vão para a perdição eterna, somente por terem escondido, ou por não terem exposto sinceramente os seus pecados na confissão"!

 

D. — O senhor disse também: por não terem exposto sinceramente os seus pecados?

M. — Certamente! Aquele que, por exemplo, confessa só os maus pensamentos, quando além disso cometeu ações ou atos impuros; aquele que confessa ter cometido tais atos sozinho, quando os cometeu com outros; aquele que esconde o número conhecido de suas faltas; aquele que, interrogado pelo confessor não diz a verdade; todos esses fazem más confissões.

 

D. — O quê é que pensam os que assim procedem?

M. — Pensam que no futuro poderão remediar, isto é, confessam-se para viver como diz São Felipe Néri, quando toda e qualquer confissão devia ser feita como se fosse a última, como se nos preparássemos para a morte.

Um dia uma mulher do povo confessou-se com um célebre Missionário: de volta do confessionário, ela passou casualmente por cima de uma laje que cobria uma sepultura. A laje, gasta pelo tempo, cedeu, e a mulher caiu lá em baixo, no meio dos ossos e dos esqueletos. Imagine o susto de todas as pessoas que acudiram; mas isso não foi nada, comparado ao terror o aos berros da coitada! Logo depois que, com muito esforço e trabalho conseguiram tirar a mulher dali, ela, que escapou ilesa, voou para o confessionário e:

— Padre, padre, até hoje eu só me tinha confessado para viver, mas agora que eu vi a morte diante do mim quero confessar-me como se eu fosse morrer – e tornou a fazer, tremendo, aquela confissão que, momentos antes, tinha feito mal.

 

D. — Ah! o pensamento da morte é terrível.

M. — É terrível sim, mas muitíssimo salutar e é pior isso que, cada vez que nos confessamos, devíamos tê-lo na mente.

 

Dentre os inúmeros fatos maravilhosos que se contam na história de D. Bosco destaca-se este: No Salesiano de Turim faziam-se os santos exercícios espirituais, e, todos os presentes, alunos e internos com a máxima seriedade, muito piedosos, rezavam com fervor e colhiam os frutos de suas preces para o bem de suas almas. Enquanto esses cumpriam o seu piedoso dever, um jovem, refratário a toda e qualquer suplica e aos mais afetuosos cuidados de D. Bosco e dos demais superiores, teimou em não se querer confessar nem mesmo naquela circunstância. Os bons Padres tinham feito todo o possível para convencê-lo, mas inutilmente. Ele repetia sempre: “Em qualquer outra ocasião, sim, mas agora não! Vou pensar nisso depois... Agora não sei tomar uma resolução”!

 

Com essa desculpa, chegou ao último dia das cerimônias; D. Bosco, então recorreu a um estratagema. Escreveu numa folha de papel estas palavras: "... e se você morresse durante a noite?!..." e escondeu-a entre o lençol e o travesseiro do rapaz. Cai à noite: todos se vão deitar, e o nosso jovem, despreocupado, também se despe, mas eis que quando vai entrar na cama encontra a tal folha. Um oh! de espanto que ele não pode conter lhe sai dos lábios; pega no papel olha-o, vira-o e revira-o e, por fim, descobrindo que há nele qualquer coisa escrita, arregala os olhos e lê: “... e se você morresse durante a noite”... D. Bosco.

 

D. Bosco! Exclama ele; mas D. Bosco é um santo... Ele conhece o futuro... Talvez aconteça isso mesmo! E se eu morresse durante a noite? ' Mas eu não quero morrer, não: quero viver, quero viver e... Enquanto isso, para que os companheiros não reparem, ele se deita, cobre-se e cheio de coragem, tenta pegar no sono. Qual nada! Adormecer naquele estado? Com aquelas palavras que o atormentavam como se fossem espinhos agudos? É impossível! Ele vira e revira na cama, fecha os olhos com força, mas... tudo inútil; ouve sem cessar, cada vez mais vivo, cada vez mais forte, o som daquelas palavras; ele imagina, como se visse o inferno aberto e Jesus que o condena, e diz: "Pobre de mim! E se eu morresse mesmo?..." Um arrepio gelado corre-lhe pela espinha, ele sua frio...

 

— Ah, não — exclama, — eu não quero ir para o inferno, eu quero me confessar...

Invoca a proteção de Maria Auxiliadora, do seu Anjo da Guarda e depois, decidido, veste-se, sai devagarzinho, desce a escada, atravessa corredores, sobe para o quarto de D. Bosco e bate na porta.

D. Bosco, que, como bom padre o esperava, abre a porta e:

— Quem é você?... A estas horas?... O que é que você quer?  

— Oh! D. Bosco, eu quero confessar-me!

— À vontade! se você soubesse com que ansiedade eu o esperei!
 

Introduzido na antecâmara, o rapaz cai de joelhos e, depois de feita a confissão, com o perdão de Jesus volta feliz e tranqüilo para a cama. E já não tem medo! O pensamento da morte já não o assusta e ele diz: “Como estou contente! Mesmo que eu tenha que morrer que importa se eu recuperei a graça, se eu tornei a ser amigo de Jesus”! Adormece serenamente e sonha... vê o céu aberto, os Anjos jubilosos que voam levíssimos, entoando os cânticos mais lindos, os mais belos hinos! Que rapaz de sorte!

 

M. — De sorte são todos aqueles que acreditam no grande bem da confissão e se servem dela, impedindo assim a própria perdição; enquanto que é bem diferente o caso da infeliz de quem lhe vou falar. São Leonardo de Porto Maurício, acode à cabeceira de uma moribunda, acompanhado por um frade leigo. Depois de confessada a doente, o padre sai sossegado, e, reunindo-se ao companheiro que o esperava no quarto vizinho, apronta-se para sair, quando este, muito triste e assustado lhe diz:

— "Padre Leonardo, o quê significa aquilo que eu vi?"

— O que é que você viu?

 

— Eu vi uma mão horrendamente negra que vagava pela antecâmara; e, assim que o senhor saiu ela entrou, rápida como um raio, no quarto da doente.

Diante de tal história São Leonardo volta para trás, torna a entrar no quarto e oh! que cena terrível. Aquela mão negra estrangulava aquela desgraçada que, com olhos fora das órbitas, e a língua caída, morria gritando: “Malditos sejam os sacrilégios... Malditos sejam os sacrilégios...”

 

D. — Oh, Padre, então é mesmo verdade que as confissões mal feitas são a causa principal da perdição!

M. — Por conseguinte, guerra à mentira e sinceridade absoluta na confissão.





Santo do dia - 17 de março

Santa Gertrudes de Nivelles

Gertrudes nasceu no povoado de Brabante, na cidade de Nivelles, Bélgica, no ano 626. Seu pai era Pepino de Landen, um homem rico e influente, descendente de Carlos Magno. Sua mãe era Ida, nobre e muito religiosa, que depois da morte do marido, fundou o duplo mosteiro de Nivelles, masculino e feminino, dos quais foi a abadessa até a morte. As filhas Gertrudes e Begga também fizeram os votos e vestiram o hábito, passando a viver no mosteiro, ao seu lado. Após a morte da abadessa, Gertrudes foi eleita a sucessora, tinha apenas vinte anos de idade. Mas, como o poder não a atraia, delegou-o a um dos monges, que passou a administrar ambos os mosteiros, enquanto ela ficou apenas com o título.

Gertrudes reservou para si a tarefa de instruir Irmãos e Irmãs, preparando-os na fé e motivando-os para a difusão da Palavra de Cristo. Isso significava um enorme esforço de sua parte pois viviam numa época de ignorância, e superstições. Um eclipse, por exemplo, era considerado um fenômeno sobrenatural e motivo de alarde para todos os camponeses, mesmo os instruídos na fé cristã.

Ela iniciou com vigor um grande processo de reformulação de ambos os mosteiros, chamando, da Irlanda, monges teólogos, os mais versados nas Sagradas Escrituras, para fundamentar essa reciclagem. Empregou toda a fortuna da família, bem como utilizou toda sua influência para esse intento. Mandou, vários emissários a Roma para trazerem livros, não só de cunho litúrgico, ampliando muito a biblioteca. A missão de Gertrudes se tornara uma luta para a difusão da doutrina católica através da instrução e pôde retirar o véu da ignorância que envolvia tanto o clero como os habitantes em geral.

Com tanta sabedoria e predisposição para a santidade, ela adquiriu muitos dons especiais tendo visões, revelações e graças, durante suas orações contemplativas, seguidas de jejuns e penitências constantes. Devota de Maria e Jesus Crucificado, seus sacrifícios eram pelas almas do purgatório, que lhe apareciam durante as orações sob a forma de ratos negros, mas ao final se transformavam em dourados, simbolizando sua salvação pela Misericórdia de Deus. Essas visões ela comentava com as monjas, estimulando as preces à essas almas abandonadas. Por isso, nas suas representações existe sempre um rato ao seu redor. Os devotos, ainda hoje, a evoca contra as invasões de ratos e o medo que eles provocam.

Entretanto, o que mais a destacava era a sua profunda capacidade de compreender os anseios das almas. Por isso, Gertrudes se revelou uma eficaz pacificadora, ao interpelar os "senhores" locais que guerreavam entre si. Suas palavras, dotadas de sabedoria e autoridade, traziam constrangimento à eles, que partiam para o diálogo e conciliação.

As guerras pacificadas e o alívio ao povo sofrido fortaleceram sua fama de santidade em vida e gerou muitas tradições e venerações populares. Quando uma guerra era apaziguada, os oponentes brindavam juntos com o excelente vinho daquela região. O povo chamava a bebida de "Filtro de Santa Gertrudes", pois segundo a crença, a bebida era um "remédio" contra a guerra e o ódio.

Ela morreu em Nivelles, no dia 17 de março de 659, aos trinta e três anos e o seu culto foi imediato. Entretanto, o precioso relicário que continha seus restos mortais foi destruído num bombardeio, em 1940, que atingiu a basílica que o guardava. O que não diminuiu em nada sua veneração no mundo católico, que continua festejando Santa Gertrudes nesse dia. 


Santa Gertrudes de Nivelles, rogai por nós! 


São Patrício

Há poucos dados sobre a origem de Patrício, mas os que temos foram tirados do seu livro autobiográfico "Confissão". Nele, Patrício diz ter nascido numa vila de seu pai, situada na Inglaterra ou Escócia, no ano 377. Era filho de Calpurnius. Apesar de ter nascido cristão, só na adolescência passou a professar a fé.

Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e vendido como escravo. Levado para a Irlanda foi obrigado a executar duros trabalhos em meio a um povo rude e pagão. Por duas vezes Patrício tentou a fuga, até que na terceira vez conseguiu se libertar. Embarcou para a Grã-Bretanha e depois para a Gália, atual França, onde frequentou vários mosteiros e se habilitou para a vida monástica e missionária.

A princípio, acompanhou São Germano do mosteiro de Auxerre, numa missão apostólica na Grã-Bretanha. Mas seu destino parecia mesmo ligado à Irlanda, mesmo porque sua alma piedosa desejava evangelizar aquela nação pagã, que o escravizara. Quando faleceu o Bispo Paládio, responsável pela missão no país, o Papa Celestino I o convocou para dar seguimento à missão. Foi consagrado bispo e viajou para a "Ilha Verde", no ano 432.

Sua obra naquelas terras ficará eternamente gravada na História da Igreja Católica e da própria Humanidade, pois mudou o destino de todo um povo. Em quase três décadas, o bispo Patrício converteu praticamente todo o país. Não contava com apoio político e muito menos usou de violência contra os pagãos. Com isso, não houve repressão também contra os cristãos. O próprio rei Leogário deu o exemplo maior, possibilitando a conversão de toda sua corte. O trabalho desse fantástico e singelo bispo foi tão eficiente que o catolicismo se enraizou na Irlanda, vendo nos anos seguintes florescer um grande número de Santos e evangelizadores missionários.

O método de Patrício para conseguir tanta conversão foi a fundação de incontáveis mosteiros. Esse método foi imitado pela Igreja também na Inglaterra e na evangelização dos alemães do norte da Europa. Promovendo por toda parte a construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício fez da Ilha um centro de irradiação de fé e cultura. Dali partiram centenas de monges missionários que peregrinaram por terras estrangeiras levando o Evangelho. Temos, como exemplo, a atuação dos célebres apóstolos Columbano, Galo, Willibrordo, Tarásio, Donato e tantos outros.

A obra do bispo Patrício interferiu tanto na cultura dos irlandeses, que as lendas heróicas desse povo falam sempre de monges simples com suas aventuras, prodígios e graças, enquanto outras nações têm como protagonistas seus reis e suas façanhas bélicas.

Patrício morreu no dia 17 de março de 461, na cidade de Down, atualmente Downpatrick. Até hoje, no dia de sua festa os irlandeses fixam à roupa um trevo, cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São Patrício que o usava para exemplificar melhor o sentido do mistério da Santíssima Trindade: "um só Deus em três pessoas".

A data de 17 de março há séculos marca a festa de São Patrício, a glória da Irlanda. Os irlandeses sempre sentiram um enorme orgulho de sua pátria, tanto, por ter ela nascido na chamada Ilha dos Santos, quanto, por ter sido convertida pelo venerado bispo. Só na Irlanda existem duzentos santuários erguidos em honra a São Patrício, seu padroeiro.

Rezo com São Patrício:

Cristo guarde-me hoje,
Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim,
Cristo em mim, Cristo embaixo de mim, Cristo acima de mim,
Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda,
Cristo ao me deitar,
Cristo ao me sentar,
Cristo ao me levantar,
Cristo no coração de todos os que pensarem em mim,
Cristo na boca de todos que falarem em mim,
Cristo em todos os olhos que me virem,
Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem.
Levanto-me, neste dia que amanhece,
Por uma grande força, pela invocação da Trindade,
Pela fé na Trindade,
Pela afirmação da Unidade,
Pelo Criador da Criação.
Amém. 


São Patrício, rogai por nós!