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domingo, 20 de maio de 2018

“Mil mortes e mil ressurreições”

Em Pentecostes, Cristo se reveste de um novo Corpo: a Igreja. E, assim como seu corpo físico morreu e ressuscitou, também seu Corpo Místico “terá, no decurso da história, mil mortes e mil ressurreições”.

Dez dias depois da Ascensão, os Apóstolos encontravam-se reunidos, esperando o Espírito que lhes ensinaria e revelaria tudo o que Nosso Senhor lhes tinha ensinado.
Durante sua vida pública, Cristo afirmara-lhes que havia de revestir-se de um novo corpo. Não físico, como o que tomou de Maria; esse corpo está agora glorificado, à mão direita do Pai. Não seria tampouco um corpo moral, como uma sociedade cuja unidade deriva da vontade dos homens; mas, antes, um novo Corpo Social, que estaria ligado a Ele pelo seu Espírito Celeste, por Ele enviado ao deixar a terra.
Cristo referiu-se algumas vezes a este novo Corpo como Reino, ainda que São Paulo o descrevesse como Corpo, o que se tornava mais facilmente compreensível para os gentios. 
“A Descida do Espírito Santo”, por Ticiano

Ele explicou aos Apóstolos a natureza deste novo Corpo, que assumiria sete características principais:
  1. Para ser membro desse novo Corpo, os homens têm de nascer para ele; mas não por meio de um nascimento humano, porque esse faz filhos de Adão. Para tornar-nos membros do seu novo Corpo, temos de renascer pelo Espírito, nas águas do batismo que nos tornam filhos adotivos de Deus.
  2. A unidade entre Ele e este novo Corpo não consiste em lhe cantarmos hinos, nem em reunir-nos em chás sociais em seu nome, nem em escutar radiodifusões, mas em participarmos da sua vida: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós… eu sou a videira, e vós os ramos” (Jo 15, 4-5).
  3. O seu novo Corpo será, como todas as coisas vivas, pequeno a princípio — até, como Ele disse, “semelhante a um grão de mostarda”; mas crescerá da simplicidade para a complexidade, até à consumação do mundo. Como Ele se exprimiu: “Primeiro a erva, depois a espiga, e por fim o grão gerado na espiga” (Mc 4, 28).
  4. Uma casa cresce de fora para dentro, na colocação de pedra sobre pedra; organizações humanas crescem adicionando homem a homem, da circunferência para o centro. O seu Corpo, disse Cristo, será formado de dentro para fora, como se forma o embrião no corpo humano. Assim como Ele recebeu a vida do Pai, assim receberiam os fiéis a vida dele. São estas as suas palavras: “Para que também eles sejam um em nós, como tu, Pai, o és em mim, e eu em Ti” (Jo 17, 21).
  5. Nosso Senhor afirmou que teria um só Corpo. Seria uma monstruosidade espiritual, se tivesse muitos corpos ou uma dúzia de cabeças. Para o conservar uno, por-lhe-ia à frente um só pastor, por Ele designado para apascentar os seus cordeiros e ovelhas. “Haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10, 16).
  6. Esse novo Corpo, segundo as palavras de Cristo, não se tornaria manifesto aos homens, até ao dia de Pentecostes, em que enviaria o seu Espírito de Verdade. “Se eu não for, ele não virá a vós” (Jo 16, 7). Tudo, pois, que começasse a formar-se até vinte e quatro horas depois de Pentecostes, ou vinte e quatro horas antes, seria uma organização; poderia, talvez, ter um espírito humano, mas não teria o Espírito Divino.
  7. A observação mais importante acerca do seu Corpo foi que seria odiado pelo mundo, como Ele. O mundo ama tudo o que é mundano, mas odeia tudo o que é divino. “Porque vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos odeia” (Jo 15, 19).
O núcleo deste novo Corpo Místico seriam os Apóstolos. Formariam a matéria-prima. Enviar-lhes-ia o seu Espírito para os vivificar, possibilitando-os tornarem-se o prolongamento da sua Pessoa. Eles o representariam, quando Ele partisse. Foi-lhes reservado o privilégio de evangelizarem o mundo. Esse novo Corpo, de que eles eram o embrião, tornar-se-ia o seu “eu póstumo” e a sua personalidade prolongada através dos séculos.

Durante os cinquenta dias em entre a Ressurreição e a vinda do Espírito Santo, os Apóstolos assemelhavam-se a elementos num laboratório químico. A ciência conhece cem por cento dos elementos químicos que entram na constituição de um corpo humano; mas é incapaz de produzir um único ser humano, por sua inabilidade em prover o princípio unificador, a alma. Os Apóstolos não podiam dar vida divina à Igreja, do mesmo modo que os químicos não podem produzir a vida humana. Careciam do Divino Espírito invisível de Deus, para unificar as suas naturezas humanas visíveis.

Efetivamente, dez dias depois da Ascensão, o Salvador glorificado no Céu enviou-lhes o seu Espírito, não em forma de livro, mas em línguas de fogo vivo. Como as células de um corpo formam uma nova vida humana no momento em que Deus insufla a alma no embrião, assim os Apóstolos apareceram como o Corpo visível de Cristo, no momento em que o Espírito Santo veio para os tornar um. Este Corpo Místico, a Igreja, é denominado na tradição e na Escritura o “Cristo total”, ou a “plenitude de Cristo”. 

O novo Corpo de Cristo apareceu então publicamente, à vista dos homens. Assim como o Filho de Deus se revestiu da natureza humana no ventre de Maria, sob a sombra protetora do Espírito Santo, assim, em Pentecostes, Ele tomou um Corpo Místico, no ventre da humanidade, sob a sombra protetora do Espírito Santo. E assim como antes ensinou, governou e santificou por meio da sua natureza humana, assim agora continua a ensinar, governar e santificar por meio de outras naturezas humanas unidas no seu Corpo, a Igreja.

Como, porém, este Corpo não é físico como o homem, nem moral como um clube de recreio, mas celeste e espiritual por causa do Espírito que o torna um, chama-se Corpo Místico. E assim como o corpo humano é constituído de milhões e milhões de células e, contudo, é um só porque vivificado por uma só alma, dirigido por uma cabeça visível e governado por uma mente invisível, assim este Corpo de Cristo, apesar de formado de milhões e milhões de pessoas incorporadas em Cristo pelo batismo, é uno, porque vivificado pelo Espírito Santo de Deus, dirigido por uma cabeça visível e governado por uma Mente invisível, ou Cabeça, que é Cristo Ressuscitado.

O Corpo Místico é a Pessoa de Cristo prolongada. São Paulo chegou à compreensão desta verdade. De todos os que viveram até agora, talvez ninguém odiasse tanto a Cristo como Saulo. Os primeiros membros do Corpo Místico de Cristo pediam a Deus que enviasse alguém para refutá-lo. Deus ouviu a sua oração e enviou Paulo para responder a Saulo.

Um dia, esse perseguidor, exalando ódio, pôs-se a caminho de Damasco para prender os membros do Corpo Místico de Cristo dessa cidade e conduzi-los a Jerusalém. Tinham decorrido poucos anos apenas, desde a Ascensão do Divino Salvador, então glorificado no Céu. Subitamente, Saulo viu-se cercado por uma grande luz e caiu por terra. Foi despertado por uma voz, semelhante ao bramido do mar, que dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At 9, 4).

O nada ousou perguntar o nome da Onipotência: “Quem és tu, Senhor?”. E a voz respondeu: “Eu sou Jesus a quem tu persegues” (At 9, 5).

Como era possível Saulo perseguir a Nosso Senhor, que estava glorificado no Céu? Por que dizia a voz do Céu: “Saulo, Saulo, por que me persegues?”
Se alguém tropeçasse num móvel, não se queixaria a cabeça, uma vez que o pé faz parte do corpo?
Assim, dizia agora o Senhor, ao ferir o seu Corpo, Paulo estava ferindo a Ele. Ao ser perseguido o Corpo de Cristo, era Cristo, Cabeça invisível, que se levantava para falar e protestar. O Corpo Místico de Cristo, portanto, não está entre Cristo e o indivíduo, do mesmo modo que o seu Corpo físico não esteve entre Madalena e o perdão que lhe concedeu, ou a sua mão entre as crianças e a bênção que lhes deitou. Foi por meio do seu Corpo humano que Ele veio aos homens em sua vida individual; é por meio de seu Corpo Místico, ou de sua Igreja, que Ele vem aos homens em sua vida mística incorporada.

Cristo está vivo agora! Ele continua agora a ensinar, a governar, a santificar — como fez na Judeia e na Galileia.  

O seu Corpo Místico, a Igreja, existiu por todo o Império Romano antes que um único dos Evangelhos fosse escrito

Foi o Novo Testamento que veio da Igreja, e não a Igreja que veio do Novo Testamento. Este Corpo possuía os quatro sinais distintivos da vida:
  • tinha unidade, porque vivificado por uma só Alma, um só Espírito, dom do Pentecostes. E se a unidade em doutrina e autoridade é a força centrípeta que torna a vida da Igreja una,
  • a catolicidade é a força centrífuga que a habilita a expandir-se e a absorver a humanidade remida, sem distinção de raça ou cor.
  • A terceira nota da Igreja é a santidade, que lhe assegura duração, contanto que se conserve sã, pura e livre da peste da heresia e do cisma. Esta santidade não está em cada membro, mas, antes, na Igreja inteira. E porque a alma da Igreja é o Espírito Santo, será Ele o instrumento divino da santificação das almas. A luz do sol não se polui quando os raios atravessam uma janela suja; do mesmo modo, os sacramentos não perdem a sua eficácia santificadora, mesmo quando os instrumentos humanos desses sacramentos se encontram manchados.
  • Finalmente, temos a obra da apostolicidade. Em biologia, omne vivum ex vivo, ou “toda vida vem da vida”. Assim, também, o Corpo Místico de Cristo é apostólico, porque historicamente está enraizado em Cristo, e não em um homem separado dele pelos séculos. Foi por isso que a Igreja nascente se reuniu para eleger um sucessor de Judas, testemunha da Ressurreição e companheiro dos Apóstolos. “Há homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, começando desde o batismo de João até ao tempo em que Jesus se apartou de nós. Agora, é preciso que um deles se junte a nós para ser testemunha da sua Ressurreição” (At 1, 21-22).
Assim, Cristo, que se “esvaziou” a si mesmo na Encarnação, teve agora a sua “plenitude” no Pentecostes. A kenosis, ou humilhação, é uma das facetas da sua Pessoa; o pleroma, ou a continuação de sua vida, na sua Noiva, Esposa, em seu Corpo Místico, a Igreja, é outra. Assim como o desaparecimento da luz e do calor do sol faz a terra gritar pela sua energia radiante, assim o abatimento do amor de Cristo encontra o seu complemento no que São Paulo chama a sua “plenitude” — a Igreja.


Muita gente julga que acreditaria em Cristo, se tivesse vivido no seu tempo. Mas a verdade é que isso não lhes traria grande vantagem. Aqueles que agora não o reconhecem como divino, vivo no seu Corpo Místico, também não o reconheceriam como divino, vivo no seu Corpo físico.

Se há escândalos nas células do seu Corpo Místico, também houve escândalos no seu Corpo físico; num e noutro caso, sobressai de tal modo o humano, que em momentos de fraqueza ou Crucifixão, é necessária uma força moral para descobrir a Divindade.
Nos tempos da Galileia, era necessária uma fé apoiada em motivos de credibilidade para acreditar no Reino que Ele vinha estabelecer, ou no seu Corpo Místico, através do qual Ele santificaria os homens por seu Espírito, depois da Crucificação. Hoje, requer-se uma fé apoiada nos mesmos motivos de credibilidade, para acreditar na Cabeça, ou Cristo invisível, o qual governa, ensina e santifica por meio da sua Cabeça visível e do seu Corpo, a Igreja. Num e noutro caso, é preciso “levantar-se”. Nosso Senhor disse a Nicodemos que, para remir os homens, tinha de ser “levantado” na Cruz; para santificar os homens no Espírito, teve de “elevar-se” ao Céu na Ascensão.
 Pecados, escândalos e a santidade da Igreja Imaculada

Cristo continua, pois, a andar pelo mundo, no seu Corpo Místico, como andava outrora no seu Corpo físico. O Evangelho foi a pré-história da Igreja, como a Igreja é a pós-história do Evangelho. Continuam a ser-lhe negadas as estalagens, como em Belém; novos Herodes, com nomes soviéticos e chineses, perseguem-no com a espada; surgem outros Satãs, tentando desviá-lo do caminho da Cruz e da mortificação, pelos atalhos da popularidade; oferecem-lhe Domingos de Ramos de grandes triunfos, mas só como prelúdios de Sextas-feiras Santas; atiram contra Ele novas acusações (e não raro pelas pessoas religiosas, como no seu tempo) — que é inimigo de César, antipatriota, pervertedor da nação; de fora é apedrejado, de dentro atacado por falsos irmãos; não faltam sequer os Judas escolhidos para Apóstolos, que o atraiçoam e o entregam ao inimigo; alguns dos discípulos que se gloriavam do seu nome já abandonaram a sua companhia, porque — como fizeram os seus antecessores — acham que a sua doutrina, particularmente no que diz respeito ao Pão da Vida, é “dura”.
Mas, por que não há morte sem Ressurreição, o seu Corpo Místico terá, no decurso da história, mil mortes e mil Ressurreições. Os sinos dobrarão continuamente pela sua execução, mas a execução será eternamente adiada. Virá, finalmente, o dia em que se levantará uma perseguição universal contra o seu Corpo Místico, e será levado à morte como foi antes, “padecendo sob Pôncio Pilatos”, padecendo sob o poder onipotente do Estado. Mas, no fim, cumprir-se-á tudo o que estava predito de Abraão e Jerusalém, na sua perfeição espiritual, quando Ele for glorificado no seu Corpo Místico, como foi glorificado no seu Corpo físico. Foi assim que João Apóstolo o descreveu:
“Vem comigo”, disse ele, “e eu te mostrarei a esposa cujo esposo é o Cordeiro”. E ele transportou-me em espírito a uma grande montanha e me mostrou a Cidade Santa de Jerusalém que descia do Céu da presença de Deus, revestida da glória de Deus.

A luz que brilhava sobre ela era semelhante a uma pedra preciosa, ao jaspe quando se parece com o cristal; e estava rodeada por muro grande e alto, com doze portas, e nas portas, doze anjos, e com uns nomes gravados que são os nomes das doze tribos de Israel, três destas portas estavam a oriente, três ao norte, três ao sul e três a ocidente. E não vi templo algum nela, porque o Senhor Todo Poderoso e o Cordeiro são o templo. E a cidade não precisa de sol, ou lua para a iluminar, porque a glória de Deus brilha sobre ela e sua lâmpada é o Cordeiro.

E as nações caminharão à sua luz, e os reis da terra lhe trarão o seu tributo de louvor e honra, e as portas não se fecharão jamais (não haverá nela noite). As nações entrarão nela com honra e louvor… Assim seja. Vem, Senhor Jesus. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com todos vós. Amém. (Ap 21, 9-14; 22-26; 22, 20-21)

Referências
  • Extraído e levemente adaptado de: Fulton Sheen, “Vida de Cristo”, São Paulo: Molokai, 2018, pp. 717-725.
Site: Padre Paulo Ricardo 

Evangelho do Dia

EVANGELHO COTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

SOLENIDADE DE PENTECOSTES
Evangelho segundo S. João 20, 19-23.

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”.  
Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor.
Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhes serão retidos”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.


Comentário do dia:   São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
«A Árvore da Vida»
O fogo do Pentecostes

Sete semanas após a ressurreição, no 50.º dia, os discípulos estavam reunidos com as mulheres e Maria, a Mãe de Jesus (cf At 1,14); «de repente, ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde eles se encontravam» (At 2,1-2).

O Espírito desceu sobre este grupo de cento e vinte pessoas, e apareceu sob a forma de línguas de fogo porque vinha pôr-lhes palavras na boca, luz na inteligência e fogo no coração. Todos se encheram do Espírito Santo e começaram a falar diversas línguas, conforme o mesmo Espírito lhes inspirava. Ele ensinou-lhes toda a verdade, inflamou-os com um amor perfeito e confirmou-os na virtude. Auxiliados pela sua graça, iluminados pela sua doutrina e fortificados pelo seu poder, ainda que simples e pouco numerosos, eles «plantaram a Igreja ao preço do seu sangue» (Breviário Romano) em todo o mundo, quer através de discursos inflamados, quer através de exemplos perfeitos, e ainda por meio de prodigiosos milagres.

Esta Igreja purificada, iluminada e conduzida à perfeição pela virtude do mesmo Espírito Santo tornou-se amável ao seu Esposo, aparecendo bela e admirável nos seus ornamentos variados, mas também terrível, qual exército em ordem de batalha, para Satanás e os seus anjos. 

Santo do dia - 20 de maio



São Bernardino de Sena
 Na Itália, Bernardino nasceu na nobre família senense dos Albizzeschi, em 8 de setembro de 380, na pequena Massa Marítima, em Carrara. Ficou órfão da mãe quando tinha três anos e do pai aos sete, sendo criado na cidade de Sena por duas tias extremamente religiosas, que o levaram a descobrir a devoção a Nossa Senhora e a Jesus Cristo.

Depois de estudar na Universidade de Sena, formando-se aos vinte e dois anos, abandonou a vida mundana e ingressou na Ordem de São Francisco, cujas regras abraçou de forma entusiasmada e fiel. Apoiando o movimento chamado "observância", que se firmava entre os franciscanos, no rigor da prática da pobreza vivida por são Francisco de Assis, acabou sendo eleito vigário-geral de todos os conventos dos franciscanos da observância.

Aos trinta e cinco anos de idade, começou o apostolado da pregação, exercido até a morte. E foi o mais brilhante de sua época. Viajou por toda a Itália ensinando o Evangelho, com seus discursos sendo taquigrafados por um discípulo com um método inventado por ele. O seu legado nos chegou integralmente e seu estilo rápido, bem acessível, leve e contundente, se manteve atual até os nossos dias. Os temas freqüentes sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça, traziam palavras duríssimas para os que "renegam a Deus por uma cabeça de alho" e pelas "feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres".

Naquela época, a Europa vivia grandes calamidades, como a peste e as divisões das facções políticas e religiosas, que provocavam morte e destruição. Por onde passava, Bernardino restituía a paz, com sua pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo usando de recursos dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros impróprios, em praça pública. Além disso, como era grande devoto de Jesus, ele trazia as iniciais JHS - Jesus Salvador dos Homens - entalhadas num quadro de madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis após discursar.

As pregações e penitências constantes, a fraca alimentação e pouco repouso enfraqueciam cada vez mais o seu físico já envelhecido, mas ele nunca parava. Aos sessenta e quatro anos de idade, Bernardino morreu no convento de Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Só assim ele parou de pregar.

Tamanha foi a impressão causada por essa vida fiel a Deus que, apenas seis anos depois, em 1450, foi canonizado. São Bernardino de Sena é o patrono dos publicitários italianos e de todo o mundo. 


 São Bernardino de Sena, rogai por nós!