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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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Na internet, apoiadores do presidente recorrem a fé para demonstrar apoio ao governo Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro assinará o documento de Consagração do
Brasil ao Imaculado Coração de Maria, nesta terça-feira (21/5). O ato
acontecerá no Palácio do Planalto, às 14h. A informação foi confirmada
pela deputada Chris Tonietto (PSL-RJ). O ato foi idealizado pelo
deputado Eros Biondini (PROS-RJ), junto da Congregação Mariana e outros
grupos católicos, e contará com a presença do bispo da Administração
Apostólica São João Maria Vianney, Dom Fernando Rifam.
Grande
notícia:HOJE será realizado um dos atos mais importantes para
colocar nosso país definitivamente sob o estandarte da Cruz: a
consagração do Brasil ao Imaculado Coração de Maria, que ocorrerá no
Palácio do Planalto, nesta terça-feira às 14h. O documento será assinado
pelo Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, contando com a
ilustre presença do bispo da Administração Apostólica Pessoal São João
Maria Vianney, Dom Fernando Arêas Rifan.
O ato foi idealizado
pelo deputado Eros Biondini, em conjunto com a Congregação Mariana e
outros grupos católicos. Estaremos lá com toda a Frente Parlamentar
Católica, da qual faço parte. Manifestamos nosso apoio mais veemente, e
rogamos a Deus para que abençoe nosso amado Brasil, Terra de Santa Cruz!
Viva Cristo Rei!
Na internet, apoiadores do presidente recorrem a fé para demonstrar
apoio ao governo. A tag #OrePeloBrasil ficou entre as mais comentadas do
Twitter na segunda-feira (20/5). Entre as orações, alguns aproveitaram
para se manifestar contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso
Nacional. Diversas postagens também reforçaram o ato que está sendo
organizado para o dia 26 de maio. Dentre as pautas defendidas estão o
pacote anti-crime de Sergio Moro, a reforma da Previdência, a CPI da
Lava Toga e a votação nominal da MP 780, que vai reestruturar os ministérios.
Pertenceu à Companhia de Jesus como sacerdote jesuíta dedicado aos jovens e ao anúncio da Palavra de Deus
Santo do século XVII, ele nasceu na Polônia e ficou conhecido como
“caçador de almas”. Santo André Bóbola pertenceu à Companhia de Jesus
como sacerdote jesuíta dedicado aos jovens e ao anúncio da Palavra de
Deus num tempo dos cismas, quando a fé católica não era obedecida. Viveu
também dentro de um contexto onde politicamente existia um choque entre
a Polônia e a Rússia.
Certa vez, com a invasão dos soldados cossacos, ou seja russos na
Polônia, os cismáticos aproveitaram a ocasião para entregar o santo.
Ele, que tinha sido instrumento para muito se voltarem ao Senhor, foi
preso injustamente e sofreu na mão dos acusadores. Foi violentado, mas
não renunciou a sua fé. Renunciou a própria vida, mas não a vida em
Deus. No ano de 1657, morreu mártir. O “caçador de almas” hoje intercede
para que nós.
Santo André Bóbola, rogai por nós.
Santo Eugênio de Mazemod
Carlos José Eugênio de Mazemod nasceu no sul da França, no dia 01 de
agosto de 1782. Seu pai era um nobre e presidia a Corte dos Condes da
Provença. Sua mãe pertencia à uma família burguesa muito rica. Sua
infância foi tranqüila até 1790, quando a família teve que fugir da
Revolução Francesa, deixando todos os bens e indo para a Itália. Embora
Eugênio antes do exílio tivesse dado mostras de sua vocação religiosa,
ela foi sufocada por esses problemas e pela lacuna existente na sua
formação intelectual, devido a falta de uma moradia fixa.
Ao retornar
para a França em 1802, com vinte anos de idade, amadureceu a idéia de
ingressar para a vida religiosa. Entrou no seminário em Paris, recebendo
a ordenação três anos depois. Retornou para sua cidade natal, dedicando
seu apostolado à pregação.
Levou a Palavra de Cristo aos camponeses
pobres, aos prisioneiros e aos doentes abandonados, à todos dando os
Sacramentos como único meio de recompor os valores cristãos. Em 1816,
fundou a congregação dos "Oblatos de Maria Imaculada". Eugênio foi
nomeado bispo, cargo que exerceu durante trinta e sete anos. O povo
pobre o amava e respeitava. Eugênio de Mazemod morreu no dia 21 de maio
de 1861.
Na Itália, Bernardino nasceu na nobre família senense dos
Albizzeschi, em 8 de setembro de 380, na pequena Massa Marítima, em
Carrara. Ficou órfão da mãe quando tinha três anos e do pai aos sete,
sendo criado na cidade de Sena por duas tias extremamente religiosas,
que o levaram a descobrir a devoção a Nossa Senhora e a Jesus Cristo.
Depois de estudar na Universidade de Sena, formando-se aos vinte e dois
anos, abandonou a vida mundana e ingressou na Ordem de São Francisco,
cujas regras abraçou de forma entusiasmada e fiel. Apoiando o movimento
chamado "observância", que se firmava entre os franciscanos, no rigor da
prática da pobreza vivida por são Francisco de Assis, acabou sendo
eleito vigário-geral de todos os conventos dos franciscanos da
observância.
Aos trinta e cinco anos de idade, começou o apostolado da pregação,
exercido até a morte. E foi o mais brilhante de sua época. Viajou por
toda a Itália ensinando o Evangelho, com seus discursos sendo
taquigrafados por um discípulo com um método inventado por ele. O seu
legado nos chegou integralmente e seu estilo rápido, bem acessível, leve
e contundente, se manteve atual até os nossos dias. Os temas freqüentes
sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça, traziam palavras
duríssimas para os que "renegam a Deus por uma cabeça de alho" e pelas
"feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres".
Naquela época, a Europa vivia grandes calamidades, como a peste e as
divisões das facções políticas e religiosas, que provocavam morte e
destruição. Por onde passava, Bernardino restituía a paz, com sua
pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo usando de recursos
dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros impróprios, em praça
pública. Além disso, como era grande devoto de Jesus, ele trazia as
iniciais JHS - Jesus Salvador dos Homens - entalhadas num quadro de
madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis após discursar.
As pregações e penitências constantes, a fraca alimentação e pouco
repouso enfraqueciam cada vez mais o seu físico já envelhecido, mas ele
nunca parava. Aos sessenta e quatro anos de idade, Bernardino morreu no
convento de Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Só assim ele parou de
pregar.
Tamanha foi a impressão causada por essa vida fiel a Deus que, apenas
seis anos depois, em 1450, foi canonizado. São Bernardino de Sena é o
patrono dos publicitários italianos e de todo o mundo.
"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
5º Domingo da Páscoa
Anúncio do Evangelho (Jo 13,31-33a.34-35)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Depois que Judas saiu do cenáculo, disse Jesus: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
Filhinhos, por pouco tempo estou ainda convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”.
Pedro nasceu em Viterbo, em 13 de novembro de 1668, na Itália. Era
filho de Ubaldo Fioretti e Márcia, que, viúva, já tinha uma filha. Porém
Ubaldo também faleceu logo depois, deixando Pedro órfão ainda muito
pequeno. Assim, Márcia, novamente viúva, casou-se com o irmão de Ubaldo,
o sapateiro Francisco, do qual as crianças eram muito afeiçoadas.
Francisco, assumindo o lugar paterno, encaminhou o menino para estudar
na escola dos padres jesuítas e o fez seu aprendiz na sapataria.
Entretanto, Pedro demonstrava uma vocação religiosa muito forte, sendo
fervoroso devoto de Jesus Cristo e de Maria. Em 1693, vestiu o hábito
dos capuchinhos, tomando o nome de frei Crispim de Viterbo, em homenagem
ao santo padroeiro dos sapateiros.
Até 1710, serviu em vários mosteiros de Tolfa, Roma e Albano, quando
foi, definitivamente, para Orvietto. Versátil, exerceu várias funções,
como cozinheiro, enfermeiro, encarregado da horta e, além disso, passou a
esmolar de porta em porta. Foram quarenta anos de vida de humildade,
penitência e alegria, contagiando a todos que tiveram a felicidade de
sua convivência e conselho.
Era um homem amante da pobreza, contemplativo, gentil e caridoso, sabia
encontrar as palavras e atitudes justas quando era preciso advertir quem
quer que fosse, agindo como um sábio e mestre. Suas atenções eram para
os pequeninos, pecadores, pobres, encarcerados, doentes, velhos e
crianças abandonadas.
Sua longa vida foi conduzida para o caminho do otimismo, alegria e amor a
Deus e a Nossa Senhora, louvados e cantados de dia e de noite, em todas
as circunstâncias, sempre. Era todo repleto do Espírito Santo. São tão
vastos seus ditos, poemas e orações que se perpetuaram entre os devotos,
como este que ensinava aos jovens: "Filhinhos, trabalhai quando ainda
são jovens, e sofrei com boa vontade, porque, quando alguém é velho, não
lhe resta senão a boa vontade". E ainda o que exortava a todos : "Amai a
Deus e não fracassareis, fazei por bem e deixai que falem".
Aos oitenta e dois anos de idade, muito doente, sofrendo de artrite nas
mãos e pés, além de um grave mal que lhe atingiu o estômago, foi enviado
para Roma, onde morreu em 19 de maio de 1750, pedindo perdão aos irmãos
caso os tivesse ofendido. Uma de suas frases resume bem o seu carisma
de vida: "Quem ama a Deus com pureza de coração, vive feliz e, depois,
contente morre!"
Os milagres por sua intercessão foram muitos e a devoção popular se
propagou por todo o mundo católico, onde as famílias franciscanas estão
instaladas. Foi beatificado em 1806, pelo papa Pio VII, que marcou sua
festa para o dia de sua morte. Depois, em 1982, são Crispim de Viterbo
foi canonizado pelo papa João Paulo II, tornando-se o primeiro santo que
esse papa alçou à veneração dos altares da Igreja.
São Crispim de Viterbo, rogai por nós!
Santo Ivo Hélory de Kermartin
Ivo, ou melhor, Yves Hélory de Kermartin, filho de um nobre, nasceu
em 17 de outubro de 1253, no castelo da família, na Baixa Bretanha,
França. Educado e orientado por sua mãe, muito religiosa, até a idade de
catorze anos, recebeu uma sólida formação religiosa e cultural. Nessa
ocasião, decidiu continuar os estudos em Paris, acompanhado de seu
professor, João de Kernhoz.
Os próximos doze anos foram dedicados aos estudos de teologia e
filosofia na escola de são Boaventura e de direito civil e canônico,
cursados na cidade de Orleans, junto ao famoso jurista Peter de la
Chapelle. Era muito respeitado no meio acadêmico, por sua aplicação nos
estudos e devido à sua vida de piedade muito intensa. Dessa forma,
atender o chamado do Senhor pelo sacerdócio seria apenas uma questão de
tempo para Ivo.
Atuou como destacado advogado, tanto na corte civil quanto na corte
eclesiástica. Aos vinte e sete anos, passou a trabalhar para o diaconato
da diocese de Rennes, onde foi nomeado juiz eclesiástico. Pouco tempo
depois, o bispo o convocou para trabalhar junto dele na mesma função,
mas antes o consagrou sacerdote.
Ivo, aos poucos, se despojou de tudo para se conformar de maneira
radical a Jesus Cristo, exortando os seus contemporâneos a fazerem o
mesmo, por meio de uma existência diária feita de santidade, no caminho
da verdade, da justiça, do respeito pelo direito e da solidariedade para
com os mais pobres.
Seus conhecimentos legais estavam sempre à disposição dos seus
paroquianos, defendendo a todos, ricos e pobres, com igual lisura. Foi o
primeiro a instituir, na diocese, a justiça gratuita para os que não
podiam pagá-la. A fama de juiz austero, que não se deixava corromper,
correu rapidamente e Ivo se tornou o melhor mediador da França, sempre
tentando os acordos fora das cortes para diminuir os custos legais para
ambas as partes.
Essa sua dedicação na defesa dos fracos, inocentes, viúvas e pobres lhe
conferiu o título de "advogado dos pobres". Muitos foram os casos
julgados por ele, registrados na jurisprudência, que mostraram bem seu
modo de agir. Ficou constatado que, quando lhe eram denunciados roubos
de carneiros, bois e cavalos, com a desculpa de impostos não pagos, Ivo
ia pessoalmente aos castelos recuperar os animais. Famosa também era sua
caridade.
Contam os devotos que ele tirava a roupa do corpo, mesmo no inverno, e
ia distribuindo aos pobres e mendigos, indo para sua casa muitas vezes
só com a camisa. Diz a tradição que, certa vez, deu sua cama a um
mendigo que dormia na porta de uma casa e foi dormir onde dormia o
mendigo.
Por tudo isso, sua saúde ficou comprometida. Em 1298, a doença se
agravou e ele se retirou no seu castelo, o qual transformara num asilo
para os mendigos e pobres ali tratados com conforto, respeito e fervor.
Morreu em 19 de maio de 1303, aos cinqüenta anos de idade. O papa
Clemente VI declarou-o santo 1347. Ele é o padroeiro da Bretanha, dos
advogados, dos juízes e dos escrivães.
Santo Ivo Hélory de Kermartin, rogai por nós!
São Pedro Celestino
Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais
camponeses com muitos filhos. Segundo os escritos, decidiu que seria
religioso aos seis anos de idade, quando revelou esse desejo à mãe.
Cresceu estudando com os beneditinos de Faifoli. Assim que terminou os
estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.
Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Entrou para a
Ordem beneditina e, com licença do abade, voltou para a vida de eremita.
Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do
morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e
orações contemplativas.
Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento.
Rapidamente, sob a direção de Pedro, o convento abrigava cada vez mais
seguidores. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada "dos
Celestinos", conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em
1273.
Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois
anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa
ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse
comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de
Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa,
sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua
escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com
temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o
erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.
Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas,
crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em
favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o
poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo
pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou,
humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até
sua morte.
Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e
ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e
aguardou por ela, que chegou exatamente no dia e momento previstos: 19
de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja
declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.
A Ordem dos Celestinos continuou se espalhando e crescendo, chegando a
atingir, além da Itália, a França, a Alemanha e a Holanda. Mas, depois
da Revolução Francesa, sobraram poucos conventos da Ordem na Europa.
Félix Porro nasceu na pequena província agrícola de Cantalício,
Rieti, Itália, em 1515. Filho de uma família muito modesta de
camponeses, teve de trabalhar desde a tenra idade, não podendo estudar.
Na adolescência, transferiu-se para Cittaducale, para trabalhar como
pastor e lavrador numa rica propriedade. Alimentava sua vocação à
austeridade de vida, solidariedade ao próximo, lendo a vida dos Padres, o
Evangelho e praticando a oração contemplativa, associada à penitência
constante e à caridade cristã.
Aos trinta anos de idade entrou para os capuchinhos. E, em 1545, depois
de completar um ano de noviciado, emitiu a profissão dos votos
religiosos no pequeno convento de Monte São João. Ele pertenceu à
primeira geração dos capuchinhos. Os primeiros anos de vida religiosa
passou entre os conventos de Monte São João, Tívoli e Palanzana de
Viterbo, para depois, no final de 1547, se transferir, definitivamente,
para o convento de São Boaventura, em Roma, sede principal da Ordem,
onde viveu mais quarenta anos, sendo chamado de frei Félix de
Cantalício.
Nesse período, trajando um hábito velho e roto, trazendo sempre nas mãos
um rosário e nas costas um grande saco, que fazia pender seu corpo
cansado, ele saía, para esmolar ajuda para o convento, pelas ruas da
cidade eterna. Todas as pessoas, adultos, velhos ou crianças, pobres ou
ricos, o veneravam, tamanha era sua bondade e santidade. A todos e a
tudo agradecia sempre com a mesma frase: "Deo Gracias", ou seja, Graças a
Deus. Mendigou antes o pão e depois, até à morte, vinho e óleo para os
seus frades.
Quando já bem velhinho foi abordado por um cardeal que lhe perguntou por
que não pedia aos seus superiores um merecido descanso, frei Felix foi
categórico na resposta: "O soldado morre com as armas na mão e o burro
com o peso do fardo. Não permita Deus que eu dê repouso ao meu corpo,
que outro fim não tem senão sofrer e trabalhar".
Em vida, foram muitos os prodígios, curas e profecias atribuídos a frei
Félix, testemunhados quase só pela população: os frades não julgavam
oportuno difundi-los. Mas quando ele morreu, ficaram atônitos com a
imensa procissão de fiéis que desejavam se despedir do amado frei, ao
qual, juntamente com o papa Xisto V, proclamavam os seus milagres e a
sua santidade.
Ele vivenciou o seguimento de Jesus descrito nas constituições da Ordem,
na simplicidade do seu carisma, nunca servilmente. Conviveu com muitos
frades e religiosos ilustres, sendo amigo pessoal de Felipe Néri, Carlo
Borromeo, hoje também santos, e do papa Xisto V, ao qual predisse o seu
papado.
No dia 18 de maio de 1587, aos setenta e dois anos, depois de oito anos
de sofrimentos causados por uma doença nos intestinos, e tendo uma visão
da Santíssima Virgem, frei Félix deu seu último suspiro e partiu para
os braços do Pai Eterno. O papa Clemente XI o canonizou em 1712. O corpo
de são Félix de Cantalício repousa na igreja da Imaculada Conceição, em
Roma.
São Félix de Cantalício, rogai por nós!
São João I
João nasceu em Túsculo, uma província da Itália. Foi eleito sucessor
do papa Hormisda, em 523, e costuma ser identificado como João Diácono,
autor da epístola "Ad senartun", importante para a história da liturgia
batismal. É reconhecido também pela autoria de "A fé católica",
transmitida pelos antigos, entre as obras do filósofo e mártir são
Severino Boécio, cujo trabalho exerceu grande influencia sobre são/santo
Tomás de Aquino. Vejamos qual foi a situação herdada pelo papa João I.
O papa Hormisda e o imperador Justino tinham feito cessar o cisma entre
Roma e Constantinopla, que se iniciara em 484, com o então imperador
Zenon, por meio do que parecia impossível: um acordo entre católicos e
arianos. Com esse esquema obtivera bons resultados políticos, pois os
godos eram arianos.
Porém, no final de 524, o imperador Justino publicou um decreto
ordenando o fechamento das igrejas arianas de Constantinopla e a
exclusão dos arianos de toda a função civil e militar.
Roma era, então, governada pelo imperador Teodorico, o Grande, o rei dos
bárbaros arianos que tinham invadido a Itália. Ele obrigou o papa João I
a viajar a Constantinopla para solicitar ao imperador Justino a
revogação daquele decreto.
Apesar de o imperador Justino ter-se ajoelhado perante o primeiro sumo
pontífice a pisar em Constantinopla, ele não conseguiu demovê-lo da
perseguição aos arianos. A solicitação foi atendida apenas em parte,
pois o imperador concordou em devolver as igrejas confiscadas aos
arianos, mas manteve o impedimento de os arianos convertidos ao
catolicismo poderem retornar ao arianismo.
Com o fracasso de sua missão, o papa João I despertou a ira do imperador
Teodorico. Assim, quando colocou os pés em Roma, foi detido e
aprisionado em Ravena, onde morreu em 18 de maio de 526. Foi, então,
declarado mártir da Igreja.
São João I, rogai por nós!
São Leonardo Murialdo
Leonardo Murialdo nasceu na Itália, em 26 de outubro de 1828, e, aos
cinco anos, já era órfão de pai. A família era abastada, numerosa,
profundamente cristã e muito tradicional em Turim, sua cidade natal.
Isso lhe garantiu uma boa formação acadêmica e religiosa. A mãe, sua
primeira educadora, o enviou para Savona, para estudar no colégio dos
padres Scolapi.
Na adolescência, atravessou uma séria crise de identidade, ficando
indeciso entre ser um oficial do rei Carlos Alberto ou engenheiro. Mas a
vida dos jovens pobres e órfãos, sem oportunidades e perspectivas, lhe
trazia grandes angústias e desejava fazer algo por eles. Por isso
Leonardo escolheu o caminho do sacerdócio e da caridade para aplacar
essa grande inquietação de sua alma. Com muito estudo, tornou-se doutor
em teologia, em 1850, e depois foi ordenado sacerdote, em 1851.
Seus primeiros anos de ministério se distinguiram pela dedicação à
catequese das crianças e à criação de vários orfanatos dedicados aos
jovens pobres da periferia, aos órfãos e abandonados. A sua mentalidade
aberta e o trabalho voltado à juventude lhe trouxeram o convite para ser
reitor do Colégio de Jovens Artesãos, o qual aceitou com amor.
Na direção do colégio, Leonardo instaurou um clima de moralidade,
harmonia, formação religiosa e disciplina familiar, apoiado por
competentes colaboradores, leigos e religiosos. Com essa política,
assegurou a muitos jovens o acesso a uma adequada formação cristã,
cultural e profissional. Ali, os jovens, assistidos de perto por
Leonardo, ingressavam com a idade de oito anos e recebiam formação até
os vinte e quatro anos, quando conseguiam um trabalho qualificado.
O êxito da sua pedagogia do amor fez com que o pequeno colégio crescesse
em tamanho e em expressão. Surgiram, de várias partes da Itália,
solicitações para a criação desses colégios de apoio à juventude. Nesse
momento, Leonardo criou a Pia Sociedade Turinense de São José, mais
conhecida como Congregação de São José, que se espalhou pela Europa,
África e Américas.
A entrega total a essa missão e as extenuantes horas de trabalho lhe
custaram graves danos à saúde. Em 30 de março de 1900, depois de várias
crises de pneumonia, Leonardo morreu. Em 1970, foi canonizado pelo papa
Paulo VI. A festa de são Leonardo Murialdo foi designada para o dia 18
de maio.
São Pascoal Baylon, conhecido por suas obras e sua paixão por Jesus Sacramentado
Pascoal Baylon nasceu na cidade de Torre Hermosa, na Espanha, em 16
de maio de 1540. Filho de uma família humilde, foi pastor de ovelhas
desde muito jovem e, aos dezoito anos, seguindo sua vocação, tentou ser
admitido no convento franciscano de Santa Maria de Loreto. Sua primeira
tentativa foi frustrada, mas, em 1564, após recusar uma grande herança
de um rico senhor que havia sido curado por ele e por causa dos seus
dons carismáticos, ele pôde ingressar na Ordem.
Pascoal, por humildade, permaneceu um simples irmão leigo, exercendo as
funções de porteiro e ajudante dos serviços gerais. Bom, caridoso e
obediente às regras da Ordem, fazia penitência constante, alimentando-se
muito pouco e mantendo-se em constante oração. Por causa de sua origem
pobre, não possuía nenhuma formação intelectual, porém era rico em dons
transmitidos pelo Espírito Santo, possuindo uma sabedoria inata.
Era tão carismático que a ele recorriam ilustres personalidades para
aconselhamento, até mesmo o seu provincial, que lhe confiou a tarefa
perigosa de levar documentos importantes para Paris. Essa viagem Pascoal
fez a pé, descalço e com o hábito de franciscano, arriscando ser morto
pelos calvinistas.
Defensor extremado de sua fé, travou grande luta contra os calvinistas
franceses, que negavam a eucaristia. Apesar da sua simplicidade, Pascoal
era muito determinado quando se tratava de dissertar sobre sua
espiritualidade e conhecimentos eucarísticos.
Foi autor de um pequeno livro de sentenças que comprovam a real presença
de Cristo na eucaristia e o poder sagrado transmitido ao sumo
pontífice. Por isso foi considerado um dos primeiros e mais importantes
teólogos da Eucaristia.
Ele morreu no dia 17 de maio de 1592, aos cinqüenta e dois anos, em
Villa Real, Valência. Em 1690, foi canonizado. O papa Leão XIII nomeou
são Pascoal Baylon patrono das obras e dos congressos eucarísticos.
Em
Pentecostes, Cristo se reveste de um novo Corpo: a Igreja. E, assim
como seu corpo físico morreu e ressuscitou, também seu Corpo Místico
“terá, no decurso da história, mil mortes e mil ressurreições”.
Dez dias depois da Ascensão, os Apóstolos encontravam-se reunidos,
esperando o Espírito que lhes ensinaria e revelaria tudo o que Nosso
Senhor lhes tinha ensinado. Durante sua vida pública, Cristo afirmara-lhes que havia de revestir-se de um novo corpo.
Não físico, como o que tomou de Maria; esse corpo está agora
glorificado, à mão direita do Pai. Não seria tampouco um corpo moral,
como uma sociedade cuja unidade deriva da vontade dos homens; mas,
antes, um novo Corpo Social, que estaria ligado a Ele pelo seu Espírito
Celeste, por Ele enviado ao deixar a terra. Cristo referiu-se algumas vezes a este novo Corpo como Reino, ainda
que São Paulo o descrevesse como Corpo, o que se tornava mais facilmente
compreensível para os gentios.
“A Descida do Espírito Santo”, por Ticiano
Ele explicou aos Apóstolos a natureza
deste novo Corpo, que assumiria sete características principais:
Para ser membro desse novo Corpo, os homens têm de nascer para ele;
mas não por meio de um nascimento humano, porque esse faz filhos de
Adão. Para tornar-nos membros do seu novo Corpo, temos de renascer pelo
Espírito, nas águas do batismo que nos tornam filhos adotivos de Deus.
A
unidade entre Ele e este novo Corpo não consiste em lhe cantarmos
hinos, nem em reunir-nos em chás sociais em seu nome, nem em escutar
radiodifusões, mas em participarmos da sua vida: “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós… eu sou a videira, e vós os ramos” (Jo 15, 4-5).
O
seu novo Corpo será, como todas as coisas vivas, pequeno a princípio —
até, como Ele disse, “semelhante a um grão de mostarda”; mas crescerá da
simplicidade para a complexidade, até à consumação do mundo. Como Ele
se exprimiu: “Primeiro a erva, depois a espiga, e por fim o grão gerado
na espiga” (Mc 4, 28).
Uma casa cresce de fora para
dentro, na colocação de pedra sobre pedra; organizações humanas crescem
adicionando homem a homem, da circunferência para o centro. O seu Corpo,
disse Cristo, será formado de dentro para fora, como se forma o embrião
no corpo humano. Assim como Ele recebeu a vida do Pai, assim receberiam os fiéis a vida dele. São estas as suas palavras: “Para que também eles sejam um em nós, como tu, Pai, o és em mim, e eu em Ti” (Jo 17, 21).
Nosso Senhor afirmou que teria um só Corpo.
Seria uma monstruosidade espiritual, se tivesse muitos corpos ou uma
dúzia de cabeças. Para o conservar uno, por-lhe-ia à frente um só
pastor, por Ele designado para apascentar os seus cordeiros e ovelhas.
“Haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 10, 16).
Esse
novo Corpo, segundo as palavras de Cristo, não se tornaria manifesto
aos homens, até ao dia de Pentecostes, em que enviaria o seu Espírito de
Verdade. “Se eu não for, ele não virá a vós” (Jo 16, 7). Tudo,
pois, que começasse a formar-se até vinte e quatro horas depois de
Pentecostes, ou vinte e quatro horas antes, seria uma organização; poderia, talvez, ter um espírito humano, mas não teria o Espírito Divino.
A
observação mais importante acerca do seu Corpo foi que seria odiado
pelo mundo, como Ele. O mundo ama tudo o que é mundano, mas odeia tudo o
que é divino. “Porque vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo
vos odeia” (Jo 15, 19).
O núcleo deste novo Corpo Místico seriam os Apóstolos. Formariam a
matéria-prima. Enviar-lhes-ia o seu Espírito para os vivificar,
possibilitando-os tornarem-se o prolongamento da sua Pessoa. Eles o
representariam, quando Ele partisse. Foi-lhes reservado o privilégio de
evangelizarem o mundo. Esse novo Corpo, de que eles eram o embrião, tornar-se-ia o seu “eu póstumo” e a sua personalidade prolongada através dos séculos.
Durante os cinquenta dias em entre a Ressurreição e a vinda do
Espírito Santo, os Apóstolos assemelhavam-se a elementos num laboratório
químico. A ciência conhece cem por cento dos elementos químicos que
entram na constituição de um corpo humano; mas é incapaz de produzir um
único ser humano, por sua inabilidade em prover o princípio unificador, a
alma. Os Apóstolos não podiam dar vida divina à Igreja, do mesmo modo que os químicos não podem produzir a vida humana. Careciam do Divino Espírito invisível de Deus, para unificar as suas naturezas humanas visíveis. Efetivamente, dez dias depois da Ascensão, o Salvador glorificado no Céu enviou-lhes o seu Espírito, não em forma de livro, mas em línguas de fogo vivo.
Como as células de um corpo formam uma nova vida humana no momento em
que Deus insufla a alma no embrião, assim os Apóstolos apareceram como o
Corpo visível de Cristo, no momento em que o Espírito Santo veio para
os tornar um. Este Corpo Místico, a Igreja, é denominado na tradição e
na Escritura o “Cristo total”, ou a “plenitude de Cristo”.
O novo Corpo de Cristo apareceu então publicamente, à vista dos
homens. Assim como o Filho de Deus se revestiu da natureza humana no
ventre de Maria, sob a sombra protetora do Espírito Santo, assim, em
Pentecostes, Ele tomou um Corpo Místico, no ventre da humanidade, sob a
sombra protetora do Espírito Santo. E assim como antes ensinou, governou
e santificou por meio da sua natureza humana, assim agora continua a ensinar, governar e santificar por meio de outras naturezas humanas unidas no seu Corpo, a Igreja.
Como, porém, este Corpo não é físico como o homem, nem moral como um
clube de recreio, mas celeste e espiritual por causa do Espírito que o
torna um, chama-se Corpo Místico. E assim como o corpo humano é
constituído de milhões e milhões de células e, contudo, é um só porque
vivificado por uma só alma, dirigido por uma cabeça visível e governado
por uma mente invisível, assim este Corpo de Cristo, apesar de formado
de milhões e milhões de pessoas incorporadas em Cristo pelo batismo, é
uno, porque vivificado pelo Espírito Santo de Deus, dirigido por uma cabeça visível e governado por uma Mente invisível, ou Cabeça, que é Cristo Ressuscitado.
O Corpo Místico é a Pessoa de Cristo prolongada. São Paulo chegou à
compreensão desta verdade. De todos os que viveram até agora, talvez
ninguém odiasse tanto a Cristo como Saulo. Os primeiros membros do Corpo
Místico de Cristo pediam a Deus que enviasse alguém para refutá-lo. Deus ouviu a sua oração e enviou Paulo para responder a Saulo.
Um dia, esse perseguidor, exalando ódio, pôs-se a caminho de Damasco
para prender os membros do Corpo Místico de Cristo dessa cidade e
conduzi-los a Jerusalém. Tinham decorrido poucos anos apenas, desde a
Ascensão do Divino Salvador, então glorificado no Céu. Subitamente,
Saulo viu-se cercado por uma grande luz e caiu por terra. Foi despertado
por uma voz, semelhante ao bramido do mar, que dizia: “Saulo, Saulo,
por que me persegues?” (At 9, 4).
O nada ousou perguntar o nome da Onipotência: “Quem és tu, Senhor?”. E a voz respondeu: “Eu sou Jesus a quem tu persegues” (At 9, 5).
Como era possível Saulo perseguir a Nosso Senhor, que estava glorificado no Céu? Por que dizia a voz do Céu: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Se alguém tropeçasse num móvel, não se queixaria a cabeça, uma vez que o pé faz parte do corpo?
Assim, dizia agora o Senhor, ao ferir o seu Corpo, Paulo estava ferindo
a Ele. Ao ser perseguido o Corpo de Cristo, era Cristo, Cabeça
invisível, que se levantava para falar e protestar. O Corpo Místico de
Cristo, portanto, não está entre Cristo e o indivíduo, do mesmo modo que
o seu Corpo físico não esteve entre Madalena e o perdão que lhe
concedeu, ou a sua mão entre as crianças e a bênção que lhes deitou. Foi
por meio do seu Corpo humano que Ele veio aos homens em sua vida
individual; é por meio de seu Corpo Místico, ou de sua Igreja, que Ele vem aos homens em sua vida mística incorporada.
Cristo está vivo agora! Ele continua agora a ensinar, a governar, a santificar — como fez na Judeia e na Galileia.
O seu Corpo Místico, a Igreja, existiu por todo o Império Romano antes que um único dos Evangelhos fosse escrito.
Foi o Novo Testamento que veio da Igreja, e não a Igreja que veio do
Novo Testamento. Este Corpo possuía os quatro sinais distintivos da
vida:
tinha unidade, porque vivificado por uma só Alma, um só
Espírito, dom do Pentecostes. E se a unidade em doutrina e autoridade é
a força centrípeta que torna a vida da Igreja una,
a catolicidade é a força centrífuga que a habilita a expandir-se e a absorver a humanidade remida, sem distinção de raça ou cor.
A terceira nota da Igreja é a santidade,
que lhe assegura duração, contanto que se conserve sã, pura e livre da
peste da heresia e do cisma. Esta santidade não está em cada membro,
mas, antes, na Igreja inteira. E porque a alma da Igreja é o Espírito Santo, será Ele o instrumento divino da santificação das almas.
A luz do sol não se polui quando os raios atravessam uma janela suja;
do mesmo modo, os sacramentos não perdem a sua eficácia santificadora,
mesmo quando os instrumentos humanos desses sacramentos se encontram
manchados.
Finalmente, temos a obra da apostolicidade. Em biologia, omne vivum ex vivo, ou “toda vida vem da vida”. Assim, também, o Corpo Místico de Cristo é apostólico, porque historicamente está enraizado em Cristo, e não em um homem separado dele pelos séculos.
Foi por isso que a Igreja nascente se reuniu para eleger um sucessor de
Judas, testemunha da Ressurreição e companheiro dos Apóstolos. “Há
homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus
viveu no meio de nós, começando desde o batismo de João até ao tempo em
que Jesus se apartou de nós. Agora, é preciso que um deles se junte a
nós para ser testemunha da sua Ressurreição” (At 1, 21-22).
Assim, Cristo, que se “esvaziou” a si mesmo na Encarnação, teve agora a sua “plenitude” no Pentecostes. A kenosis, ou humilhação, é uma das facetas da sua Pessoa; o pleroma,
ou a continuação de sua vida, na sua Noiva, Esposa, em seu Corpo
Místico, a Igreja, é outra. Assim como o desaparecimento da luz e do
calor do sol faz a terra gritar pela sua energia radiante, assim o
abatimento do amor de Cristo encontra o seu complemento no que São Paulo
chama a sua “plenitude” — a Igreja.
Muita gente julga que acreditaria em Cristo, se tivesse vivido no seu
tempo. Mas a verdade é que isso não lhes traria grande vantagem. Aqueles
que agora não o reconhecem como divino, vivo no seu Corpo Místico,
também não o reconheceriam como divino, vivo no seu Corpo físico.
Se há escândalos nas células do seu Corpo Místico, também houve
escândalos no seu Corpo físico; num e noutro caso, sobressai de tal modo
o humano, que em momentos de fraqueza ou Crucifixão, é necessária uma
força moral para descobrir a Divindade.
Nos tempos da Galileia, era necessária uma fé apoiada em motivos de
credibilidade para acreditar no Reino que Ele vinha estabelecer, ou no
seu Corpo Místico, através do qual Ele santificaria os homens por seu
Espírito, depois da Crucificação. Hoje, requer-se uma fé apoiada nos
mesmos motivos de credibilidade, para acreditar na Cabeça, ou Cristo
invisível, o qual governa, ensina e santifica por meio da sua Cabeça
visível e do seu Corpo, a Igreja. Num e noutro caso, é preciso
“levantar-se”. Nosso Senhor disse a Nicodemos que, para remir os homens,
tinha de ser “levantado” na Cruz; para santificar os homens no
Espírito, teve de “elevar-se” ao Céu na Ascensão.
Pecados, escândalos e a santidade da Igreja Imaculada
Cristo continua, pois, a andar pelo mundo, no seu Corpo Místico, como andava outrora no seu Corpo físico.
O Evangelho foi a pré-história da Igreja, como a Igreja é a
pós-história do Evangelho. Continuam a ser-lhe negadas as estalagens,
como em Belém; novos Herodes, com nomes soviéticos e chineses, perseguem-no com a espada; surgem outros Satãs, tentando desviá-lo do caminho da Cruz e da mortificação, pelos atalhos da popularidade; oferecem-lhe Domingos de Ramos de grandes triunfos, mas só como prelúdios de Sextas-feiras Santas;
atiram contra Ele novas acusações (e não raro pelas pessoas religiosas,
como no seu tempo) — que é inimigo de César, antipatriota, pervertedor
da nação; de fora é apedrejado, de dentro atacado por falsos irmãos; não faltam sequer os Judas escolhidos para Apóstolos, que o atraiçoam e o entregam ao inimigo;
alguns dos discípulos que se gloriavam do seu nome já abandonaram a sua
companhia, porque — como fizeram os seus antecessores — acham que a sua
doutrina, particularmente no que diz respeito ao Pão da Vida, é “dura”.
Mas, por que não há morte sem Ressurreição, o seu Corpo Místico terá, no decurso da história, mil mortes e mil Ressurreições.
Os sinos dobrarão continuamente pela sua execução, mas a execução será
eternamente adiada. Virá, finalmente, o dia em que se levantará uma
perseguição universal contra o seu Corpo Místico, e será levado à morte
como foi antes, “padecendo sob Pôncio Pilatos”, padecendo sob o poder onipotente do Estado.
Mas, no fim, cumprir-se-á tudo o que estava predito de Abraão e
Jerusalém, na sua perfeição espiritual, quando Ele for glorificado no
seu Corpo Místico, como foi glorificado no seu Corpo físico. Foi assim
que João Apóstolo o descreveu:
“Vem comigo”, disse ele, “e eu te mostrarei a esposa cujo
esposo é o Cordeiro”. E ele transportou-me em espírito a uma grande
montanha e me mostrou a Cidade Santa de Jerusalém que descia do Céu da
presença de Deus, revestida da glória de Deus.
A luz que brilhava
sobre ela era semelhante a uma pedra preciosa, ao jaspe quando se
parece com o cristal; e estava rodeada por muro grande e alto, com doze
portas, e nas portas, doze anjos, e com uns nomes gravados que são os
nomes das doze tribos de Israel, três destas portas estavam a oriente,
três ao norte, três ao sul e três a ocidente. E não vi templo algum
nela, porque o Senhor Todo Poderoso e o Cordeiro são o templo. E a cidade não precisa de sol, ou lua para a iluminar, porque a glória de Deus brilha sobre ela e sua lâmpada é o Cordeiro.
E
as nações caminharão à sua luz, e os reis da terra lhe trarão o seu
tributo de louvor e honra, e as portas não se fecharão jamais (não
haverá nela noite). As nações entrarão nela com honra e louvor… Assim
seja. Vem, Senhor Jesus. A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja com
todos vós. Amém. (Ap 21, 9-14; 22-26; 22, 20-21)