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Este Blog se propõe a divulgar o catolicismo segundo a Igreja Católica Apostólica Romana. Os editores do Blog, não estão autorizados a falar em nome da Igreja, não são Sacerdotes e nem donos da verdade. Buscam apenas ser humildes e anônimos missionários na Internet. É também um espaço para postagem de orações, comentários, opiniões.
Defendemos a Igreja conservadora. Acreditamos em DEUS e entregamo-nos nos braços de MARIA. Que DEUS nos ilumine e proteja. AMÉM
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"Senhor, a quem
iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68
6º Domingo da Páscoa
Anúncio do Evangelho (Jo 14,23-29)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou.
Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. Mas
o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos
ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração.
Ouvistes o
que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis
alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. Disse-vos isso, agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis”.
Maria Ana nasceu no dia 31 de outubro de 1618, em Quito, capital do
Equador. Sua família era rica: o pai, Jerônimo Paredes e Flores, era um
capitão espanhol e a mãe, Mariana Jaramillo, pertencia à nobreza.
A pequena ficou órfã dos pais aos quatro anos de idade e quem assumiu
sua educação foi a mais velha de suas sete irmãs, Jerônima, casada com o
capitão Cosme de Miranda, os quais educaram a menina como própria
filha. Ela logo começou a despertar para a religião, tornando-se devota
fervorosa de Jesus e da Virgem Maria. Muito inteligente e prendada,
gostava das aulas de canto, onde aprendia as músicas religiosas, depois
entoadas durante as orações.
Orientada espiritualmente pelo jesuíta João Camacho, aos oito anos
recebeu a primeira comunhão e quis fazer voto de virgindade perpétua,
sendo de pronto atendida. E em sua casa, sem ingressar em nenhuma Ordem
religiosa, intuída pelo Espírito Santo, se consagrou somente às orações e
a penitência, até os limites alcançados apenas pelos adultos mais
santificados.
Em 1639, ingressou na Ordem Terceira Franciscana e tomou o nome de
Mariana de Jesus. Ela fora agraciada por Deus com o dom do conselho e da
profecia, sabendo como ninguém interpretar a alma humana. A sua palavra
promovia a paz entre as pessoas em discórdia e contribuía para que
muitas almas retornassem para o caminho do seguimento de Cristo.
Em conseqüência das severas penitências que se impunha, Marianita, era
assim chamada por todos, tinha um físico delicado e a saúde muito
frágil, sempre sujeita a doenças. Em uma dessas enfermidades, teve de
ser submetida a uma sangria, e a enfermeira que a atendia deixou em uma
vasilha o sangue que tinha extraído de Marianita para ir buscar as
ataduras que faltavam. Ao retornar, viu que na vasilha que continha seu
sangue brotara um lírio. A notícia se espalhou e passou a ser conhecida
como "o Lírio de Quito".
Como Marianita profetizara, em 1645 a cidade de Quito foi devastada por
um grande terremoto, que causou muitas mortes e espalhou muitas
epidemias. Os cristãos todos foram convocados pelos padres jesuítas a
rezarem pedindo a Deus e à Virgem Maria socorro para o povo equatoriano.
Nessa ocasião Marianita, durante a celebração da santa missa, anunciou
que oferecera sua vida a Deus para que os terremotos cessassem. O que de
fato ocorreu naquela mesma manhã. Logo em seguida ela morreu, no dia 26
de maio de 1645.
Desde então nunca mais ocorreram terremotos nessas proporções no
Equador. Os milagres por sua intercessão se multiplicaram de tal maneira
que ela foi beatificada pelo papa Pio IX em 1853. Santa Mariana de
Jesus Paredes, o Lírio de Quito, foi decretada "Heroína da Pátria" em
1946 pelo Congresso do Equador. Festejada no dia 26 de maio, foi
canonizada pelo papa Pio XII em 1950, tornando-se a primeira flor
franciscana desabrochada para a santidade na América Latina.
Santa Maria Ana de Jesus Paredes, rogai por nós!
São Filipe Néri
Contanto que os meninos não pratiquem o mal, eu ficaria contente até
se eles me quebrassem paus na cabeça." Há maior boa vontade em colocar
no caminho correto as crianças abandonadas do que nessa disposição? A
frase bem-humorada é de Filipe Néri, que assim respondia quando
reclamavam do barulho que seus pequenos abandonados faziam, enquanto
aprendiam com ele ensinamentos religiosos e sociais.
Nascido em Florença, Itália, em 21 de julho de 1515, Filipe Rômolo Néri
pertencia a uma família rica: o pai, Francisco, era tabelião e a mãe,
Lucrécia, morreu cedo. Junto com a irmã Elisabete, foi educado pela
madrasta. Filipe, na infância, surpreendia pela alegria, bondade,
lealdade e inteligência, virtudes que ele soube cultivar até o fim da
vida. Cresceu na sua terra natal, estudando e trabalhando com o pai, sem
demonstrar uma vocação maior, mesmo freqüentando regularmente a igreja.
Aos dezoito anos foi para São Germano, trabalhar com um tio comerciante,
mas não se adaptou. Em 1535, aceitou o convite para ser o tutor dos
filhos de uma nobre e rica família, estabelecida em Roma. Nessa cidade
foi estudar com os agostinianos, filosofia e teologia, diplomando-se em
ambas com louvor. No tempo livre praticava a caridade junto aos pobres e
necessitados, atividade que exercia com muito entusiasmo e alegria,
principalmente com os pequenos órfãos de filiação ou de moral.
Filipe começou a chamar a atenção do seu confessor, que lhe pediu ajuda
para fundar a Confraternidade da Santíssima Trindade, para assistir os
pobres e peregrinos doentes. Três anos depois, aos trinta e seis anos de
idade, ele se consagrou sacerdote, sendo designado para a igreja de São
Jerônimo da Caridade.
Tão grande era a sua consciência dos problemas da comunidade que formou
um grupo de religiosos e leigos para discutir os problemas, rezar,
cantar e estudar o Evangelho. A iniciativa deu tão certo que depois o
grupo, de tão numeroso, passou à Congregação de Padres do Oratório, uma
ordem secular sem vínculos de votos.
Filipe se preocupou somente com a integração das minorias e a educação
dos meninos de rua. Tudo o que fez no seu apostolado foi nessa direção,
até mesmo utilizar sua vasta e sólida cultura para promover o estudo
eclesiástico. Com seu exemplo e orientação, encaminhou e orientou vários
sacerdotes que se destacaram na história da Igreja e depois foram
inscritos no livro dos santos.
Mas somente quando completou setenta e cinco anos passou a dedicar-se
totalmente ao ministério do confessionário e à direção espiritual. Viveu
assim até morrer, no dia 26 de maio de 1595. São Filipe Néri é chamado,
até hoje, de "santo da alegria e da caridade".
Cristóbal nasceu em um pequeno rancho do município de Totaltiche,
Jalisco, arquidiocese de Guadalajara, México, em 30 de julho de 1869.
Até os dezenove anos de idade ali permaneceu, estudando e trabalhando
nos mais diversos serviços. Em 1888, matriculou-se no seminário em
Guadalajara, realizando o seu sonho de ser sacerdote ao ser designado
para a paróquia de sua cidade natal.
De temperamento sereno, tranqüilo e persistente, Cristóbal se tornou um
sacerdote de fé ardente, prudente diretor de seus irmãos sacerdotes e
pastor zeloso que se entregou à promoção humana e cristã de seus fiéis.
Missionário entre os indígenas huicholes e fervoroso propagador do
Rosário à Santíssima Virgem Maria.
Mas os acontecimentos políticos de 1917 alteraram o destino do país.
Nesse ano foi promulgada a constituição anticlerical do México, assinada
pelo então presidente Venusiano Carranza, dando início às perseguições
religiosas e outras arbitrariedades contra a população no país.
Apesar da Igreja, por seu episcopado, expressar seu desagravo às novas
leis, nada pôde fazer, ao contrário, foi vitimada pelo endurecimento nas
perseguições. Isso gerou a reação da sociedade e os leigos se
organizaram formando a Liga em Defesa da Liberdade Religiosa, entrando
em confronto, até mesmo armado, com os integrantes do governo.
Dez anos depois, em 1926, a situação só tinha piorado. O então
presidente, Plutarco Elias Calles, tornou a perseguição ainda mais
violenta, expulsando os sacerdotes estrangeiros, fechando escolas
privadas e obras assistenciais de organizações religiosas. Os
integrantes da Liga reagiram com vigor.
Como esse movimento da Liga não foi coordenado pela Igreja, muitos
sacerdotes preferiam não aderir, deixando o país ou mesmo abandonando
suas atividades por um tempo. Porém, outros decidiram ficar firmes em
seus postos, para atender os fiéis, mesmo arriscando as próprias vidas.
E assim fez Cristóbal, que tinha para as vocações sacerdotais um cuidado
extremado e um lugar especial no seu ministério. Quando os
perseguidores da Igreja fecharam o seminário de Guadalajara, ele se
ofereceu para fundar em sua paróquia um seminário com a finalidade de
proteger, orientar e formar os futuros sacerdotes.
Perseguido, em 25 de maio de 1927 foi fuzilado em Colotlán, Jalisco,
diocese de Zacatecas. Antes, ainda confortou seu companheiro de
martírio, padre Agustín Caloca, que tremia diante do carrasco,
dizendo-lhe: "Fique tranqüilo filho, é apenas um momento e depois virá o
céu". À sua hora, dirigindo-se a tropa, exclamou: "Eu morro inocente, e
peço a Deus que meu sangue sirva para a união de meus irmãos
mexicanos". O papa João Paulo II, em 2000, canonizou vários mártires
mexicanos desse período, entre eles são Cristóbal Magallanes Jara, que é
celebrado neste dia.
São Cristóbal Magallanes Jara, rogai por nós!
São Gregório VII (1020-1085)
Hildebrando, o futuro papa Gregório VII, chegou a Roma proveniente
de Saona, na Toscana, passando pelo mosteiro beneditino de Santa Maria
sobre o Aventino, do qual seu tio era superior. Dirigiu a Igreja num
período tormentoso da história desta. Na cátedra de Pedro se alternavam, numa sucessão angustiante, papas
eleitos pelos romanos e papas eleitos pelo imperador germânico Henrique
III.
Chegou até a haver um papa de 12 anos* (o qual tomou o título de
Bento IX), que, atemorizado com as revoltas fomentadas pelas famílias
nobres rivais, entregou a tiara ao arcebispo Graciano.**
Tendo tomado o hábito beneditino, que não depôs nem mesmo quando eleito
papa, Hildebrando acompanhou à Alemanha Gregório VI, que fora deposto, e
retornou em companhia do novo papa, Leão IX, *** que o nomeou abade de
São Paulo. Juntamente com são Pedro Damião, foi colaborador de nada
menos que cinco papas, até que, em 22 de abril de 1073, ele próprio,
"pelo arrebatamento popular", foi aclamado papa. Aceitou a escolha com
"muita dor, gemido e pranto", levou avante com coragem as reformas já
iniciadas, recolhendo tanto admiração dos amigos quanto ultrajes de seus
numerosos adversários.
Era, como se costumava dizer, um papa incômodo. E, acima de tudo, para o
imperador Henrique IV, que não lhe perdoou a humilhação de Canossa e as
renovadas excomunhões - o mesmo valendo para muitos cléricos que,
valendo-se da autoridade do imperador, ao qual deviam seus cargos,
levavam vida mundana.
Entristecido, o papa escrevia a são Hugo, abade de Cluny, que era seu
amigo: "...quase não encontro bispos legítimos, seja quanto à eleição,
seja quanto à vida, que governem o povo cristão por amor a Cristo, e não
por ambição mundana".
Pagou com o exílio a firmeza com que dirigiu o leme da Igreja, em meio
aos vagalhões da imoralidade e da inimizade do imperador, que lhe
contrapôs um antipapa e marchou sobre Roma. Por todos abandonado, o papa
refugiou-se no castelo Santo Ângelo, de onde foi libertado pelo duque
normando Roberto de Guiscardo. Este, depois de haver saqueado Roma,
conduziu consigo o papa a Salermo.
* Não há unanimidade nas fontes. Algumas crêem ter sido eleito aos 12
anos de idade. Outros afirmam que, eleito aos 20 anos, governou durante
doze anos, o que pareceria constituir um equívoco. De qualquer modo,
segundo o Anuário Pontifício, Bento IX ocupou a Cátedra de Pedro três
vezes, alternando com três antipapas. (N.T)
** Adotou o nome de Gregório VI. (N.T)
*** Chegou à honra dos altares. Em seu pontificado se deu o Cisma do Oriente. (N.T)
São Gregório VII, rogai por nós!
Santa Madalena Sofia Barat
Madalena Sofia nasceu prematura em Ivigny, na Borgonha, França,
devido a um incêndio assustador que arrasou a casa vizinha àquela em que
moravam seus pais, na madrugada de 13 de dezembro de 1779. Se um
incêndio marcou seu nascimento, o fogo da fé, presente em sua alma,
contagiou muitas outras durante toda a sua existência, que abrangeu o
período da sangrenta e anticristã Revolução Francesa.
Com o imprevisto do nascimento prematuro, sua mãe quase perdeu a vida, e
Madalena, devido ao risco de morte que corria, foi batizada no mesmo
dia, tendo como padrinho o irmão Luís, de doze anos, profundamente
ligado aos ensinamentos cristãos. Madalena Sofia cresceu fraca
fisicamente, mas com uma força interior marcante desde a infância.
Desde pequena aprendia as orações com facilidade e era sempre a primeira
nas aulas de catecismo. Seu irmão e padrinho, estudante de teologia,
foi promovido a subdiácono e nomeado professor do ginásio de Ivigny,
levando consigo sua irmã e afilhada, para melhor prepará-la para a vida.
Percebendo que Madalena aprendia com rapidez as matérias próprias do
ginásio, Luís passou a lhe ensinar também latim, grego, italiano e
espanhol.
Porém chegou a Revolução Francesa. Igrejas e conventos eram fechados. Os
cárceres ficaram lotados de sacerdotes e religiosos, incluindo Luís.
Quando foi libertado, em 1795, ele se ordenou sacerdote e foi para
Paris, acompanhado da irmã.
Trabalhando na reconstrução da Igreja aniquilada pela revolução,
Madalena confiou sua orientação religiosa ao sábio e famoso padre Varin.
Percebendo as necessidades da época e seguindo sua forte inspiração,
Madalena fundou, com a ajuda do padre, a Congregação do Sagrado Coração
de Jesus, para o ensino gratuito de meninas pobres, em 1800. Junto com
outras companheiras religiosas, vestiu o hábito da ordem e, embora fosse
a mais jovem da nova congregação, foi nomeada superiora.
A ordem passou a ter cada vez mais seguidoras e enfrentou muitas
dificuldades até obter a aprovação canônica. Para manter as escolas
gratuitas, Madalena as criava aos pares: uma para as meninas pobres e
outra para as de classe rica, que custeava a primeira. Assim espalhou o
carisma da congregação, com suas missionárias sendo enviadas pelo mundo.
Durante sessenta e três anos ela fundou cento e vinte e duas escolas, em
dezesseis países. Até que pressentiu, três dias antes, sua própria
morte. Pediu, então, exoneração do cargo para esperá-la, despediu-se das
religiosas e nomeou sua substituta. Morreu no dia 25 de maio de 1865,
em Paris.
Imediatamente, vários milagres aconteceram e muitas conversões se
sucederam, conforme os dos registros que regeram sua canonização,
proclamada em 1925. Santa Madalena Sofia Barat é festejada no dia de seu
trânsito nos cinco continentes, onde a congregação atua em quarenta e
quatro países, no Brasil inclusive.
Santa Madalena Sofia Barat, rogai por nós!
Santa Maria Madalena de Pazzi
Batizada com o nome de Catarina, ela nasceu no dia 2 de abril de
1566, crescendo bela e inteligente em sua cidade natal, Florença, no
norte da Itália. Tinha a origem nobre da família Pazzi, com acesso tanto
à luxúria quanto às bibliotecas e benfeitorias da corte dos Médici, que
governavam o ducado de Toscana. Sua sensibilidade foi atraída pelo
aprendizado intelectual e espiritual, abrindo mão dos prazeres terrenos,
o luxo e as vaidades que a nobreza proporcionava.
Recebeu a primeira comunhão aos dez anos e, contrariando o desejo dos
pais, aos dezesseis anos entregou-se à vida religiosa, ingressando no
convento das carmelitas descalças. Ali, por causa de uma grave doença,
teve de fazer os votos antes das outras noviças, vestiu o hábito e tomou
o nome de Maria Madalena.
A partir daí, foi favorecida por dons especiais do Espírito Santo,
vivendo sucessivas experiências místicas impressionantes, onde eram
comuns os êxtases durante a penitência, oração e contemplação,
originando extraordinárias visões proféticas. Para que essas revelações
não se perdessem, seu superior ordenou que três irmãs anotassem
fielmente as palavras que dizia nessas ocasiões.
Um volumoso livro foi escrito com essas mensagens, que depois foi
publicado com o nome de "Contemplações", um verdadeiro tratado de
teologia mística. Também ela, de próprio punho, escreveu muitas cartas
dirigidas a papas e príncipes contendo ensinamentos e orientações para a
inteira renovação da comunidade eclesiástica.
Durante cinco anos foi provada na fé, experimentando a escuridão e a
aridez espiritual. Até que, no dia de Pentecostes, a luz do êxtase
voltou para a provação final: a da dor física. Seu corpo ficou coberto
de úlceras que provocavam dores terríveis. A tudo suportou sem uma
queixa sequer, entregando-se exclusivamente ao amor à Paixão de Jesus.
Morreu com apenas quarenta e um anos, em 25 de maio de 1607, no convento
Santa Maria dos Anjos, que hoje leva o seu nome, em Florença. Apenas
dois anos mais tarde foi canonizada pelo papa Clemente IX. O corpo
incorrupto de santa Maria Madalena de Pazzi repousa na igreja do
convento onde faleceu. Sua festa é celebrada no dia de seu trânsito.
Para Nossa Senhora não é glória maior ser Mãe de Deus? É
claro!
Para Ela não é gloria maior ser corredentora do gênero humano? É
claro!
Para Ela não é glória maior ter sido concebida sem pecado
original? É claro!
Por que, então, Nossa Senhora Auxiliadora?
Por que
tanta insistência em torno desta invocação: Nossa Senhora Auxiliadora?
Compreende-se, pois Ela, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e nossa
Mãe, está permanentemente disposta a nos ajudar em tudo aquilo que nós
precisamos. São Luís Maria Grignion de Montfort tem uma expressão que
parece exagerada, mas que está absolutamente dentro da verdade: se
houvesse no mundo uma só mãe reunindo em seu coração todas as formas e
graus de ternura que todas as mães do mundo teriam por um filho único, e
essa mãe tivesse um só filho para amar, ela o amaria menos do que Nossa
Senhora ama a todos e cada um dos homens.
De maneira que Ela de tal modo é Mãe de cada um de nós e nos quer
tanto a cada um de nós – por desvalido que seja, por desencaminhado que
seja, por espiritualmente trôpego que seja – que quando qualquer homem
se volta para Ela, o primeiro movimento d’Ela é um movimento de amor e
de auxílio. Porque Nossa Senhora nos acompanha antes mesmo de nos
voltarmos para Ela. Ela vê nossas necessidades e é por sua intercessão
que nós temos a graça de nos voltarmos para Ela. Deus nos dá a graça de
nos voltarmos para Ela, nós nos voltamos e a primeira pergunta d’Ela é:
“Meu filho, o que queres?”
Mas nós temos dificuldade em ter isto sempre em vista. Por quê? Porque
nós não vemos, e, na nossa miséria, muitas vezes somos daqueles que não
creem porque não vêem. Nós esquecemos. Não duvidamos, mas esquecemos,
nos sentimos tão deslocados que dizemos: “Mas será mesmo? Depois,
aconteceu-me isto, aconteceu-me aquilo, aconteceu-me aquilo outro, eu
pedi a Ela e não fui atendido: por que vou crer que agora serei
socorrido? Mãe de Misericórdia… para mim, às vezes sim, mas às vezes
não… Nesta próxima provação, por que confiar que serei socorrido, ó Mãe
de Misericórdia?!” É nessas horas, mais do que nunca, que devemos dizer: “Nossa Senhora
Auxiliadora dos cristãos, rogai por nós!” Nas horas em que nós não
compreendemos, não temos noção do que vai acontecer, nós devemos repetir
com insistência: “Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos! Nossa Senhora
Auxiliadora dos Cristãos! Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos!”
Porque para todo caso há uma saída. Nós às vezes não vemos a saída que
Nossa Senhora dará ao caso, mas Ela já está dando uma saída monumental.
A esse título, portanto, muito especial, nós devemos repetir sempre:
“Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos!” Nossa insuficiência proclama a
vitória d’Ela, canta a glória d’Ela. Por isso, esta prece deve estar
nos nossos lábios em todos os momentos: “Nossa Senhora Auxiliadora dos
Cristãos, rogai por nós! Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos, rogai
por nós!” Rezemos, portanto, “Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos!
Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos! Nossa Senhora Auxiliadora dos
Cristãos!” em todas as circunstâncias de nossa vida, e nossa vida
acabará tal que, na hora de morrer, quando nós estivermos no último
alento e ainda dissermos “Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos”, daí a
pouco o Céu se abrirá para nós (Monsenhor João Clá Dias, EP).
Maria Auxiliadora Maria Auxílio dos Cristãos: até parece um pleonasmo. Sim, porque aquilo que Nossa Senhora mais se dispõe a fazer é ajudar. Atrás da invocação do nome de Maria sempre vem implícita a certeza de
que a súplica será atendida. Sabemos que ela auxilia os Cristãos. E
esse auxílio Ela oferece enquanto Rainha, usando sua onipotência
suplicante e enquanto Mãe, sempre desejando amorosamente o que há de
melhor para seus filhos.
Auxiliadora dos cristãos É
um título a mais que foi acrescido àqueles que Nossa Senhora já tinha
nas orações dos fiéis. Ele honra, louva, glorifica e foi instituído
para comprovar as
inúmeras virtudes de Maria e a plenitude de graças com que foi
favorecida. Esta invocação mariana encontra suas raízes no ano de 1571,
quando
Selim I, imperador dos turcos, depois de conquistar várias ilhas do
Mediterrâneo, lançou seu olhar de cobiça sobre a Europa. Diante da
inércia das nações cristãs, o Papa São Pio V resolveu
organizar uma poderosa esquadra para salvar os cristãos da escravidão
muçulmana. E para isso invocou o auxílio da Virgem Maria. Dom João
D’Áustria foi quem comandou as tropas cristãs.
O Papa havia enviado para o Príncipe um estandarte bordado com a
imagem de Jesus crucificado e a recomendação de que pedissem a proteção,
o auxílio de Nossa Senhora. A preparação dos soldados para a batalha
consistiu em três dias de jejuns, orações, recitação do rosário e
procissões, suplicando a Deus a graça da vitória. O inimigo era superior
em número. Depois de receberem a Santa Comunhão, partiram todos para a
batalha. No dia 7 de outubro de 1571, invocando o nome de Maria, Auxílio dos
Cristãos, os combatentes católicos travaram dura e decisiva batalha nas
águas da região denominada Lepanto. Depois de horas de violentos
combates quando, em vários momentos, a derrota parecia iminente, veio a
vitória…
Foi uma vitória obtida numa atmosfera carregada de religiosidade. Os
gritos de “Viva Maria” eram ouvidos com tanto fervor e intensidade que
cobriam os gritos de guerra dos inimigos e abafavam o ruído das ondas do
mar. Narram as crônicas dos derrotados que uma “formosa senhora” foi
vista no céu e que seu olhar fulminante espalhava pânico entre eles e
alimentava o ânimo e disposição de luta dos cristãos.
Era Nossa Senhora auxiliando os cristãos.
A partir dai o Papa acrescentou na ladainha de Nossa Senhora a
invocação: Auxiliadora dos Cristãos. Com isso ele queria demonstrar sua
gratidão pela vitória obtida. Uma vitória alcançada graças ao auxílio e
intercessão de Nossa Senhora, num momento difícil, numa hora em que o
mundo cristão necessitava muito desse auxílio. Foi aí então que nasceu e foi oficialmente instituída pela Igreja essa linda invocação que… parece pleonástica.
A data da comemoração Quando deveria ser a comemoração da invocação de Nossa Senhora
Auxiliadora dos Cristãos? A invocação “Auxílio dos Cristãos”, surgiu no
ano de 1571, por ocasião da Batalha de Lepanto. O dia da festa de Maria
Auxiliadora só foi definida bem mais tarde, no ano de 1816, pelo Papa
Pio VII para perpetuar a lembrança de outro fato que atesta a
intercessão da Santa Mãe de Deus.
O Papa havia negado a anulação do casamento do irmão de Napoleão I,
Imperador da França. Isto serviu de pretexto para o Imperador invadir os
Estados Pontifícios e ocupar Roma. Napoleão foi excomungado pelo Papa.
Para vingar-se, ele sequestrou e levou preso para a França o Vigário de
Cristo que, no cativeiro, passou por humilhações e vexames de toda a
ordem por cinco anos.
Ainda
na prisão, movido por ardente fé, o Papa recorreu à intercessão de
Maria Santíssima, prometendo coroar solenemente a imagem de Nossa
Senhora de Savona logo que fosse liberto. Foi então que Nossa Senhora agiu: o clamor do mundo católico forçou
Napoleão a ceder. O Papa foi libertado imediatamente e ele foi logo
cumprir a promessa feita.
No dia 24 de maio de 1814, Pio VII entrou solenemente em Roma.
Recuperou seu poder, os bens eclesiásticos foram restituídos e Napoleão
foi obrigado a assinar a abdicação no mesmo palácio onde havia
aprisionado o Santo Padre. Em agradecimento à Santa Mãe de Deus, o Papa Pio VII criou a festa de
Nossa Senhora Auxiliadora, fixando-a no dia de sua entrada triunfal em
Roma.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quem vos
der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem
receber a sua recompensa. E se alguém escandalizar um desses pequeninos
que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho
amarrada ao pescoço.
Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É
melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o
inferno, para o fogo que nunca se apaga. Se teu pé te leva a pecar,
corta-o! É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois,
ser jogado no inferno. Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor
entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser
jogado no inferno, ‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se
apaga’”. Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. Coisa boa é o sal.
Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero?
Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros”.
Maria SS., Nossa Senhora Auxiliadora, acompanha sempre a Igreja de
que é Mãe e Rainha, sobretudo nos momentos mais difíceis e angustiantes.
Foi por isso que S. João Bosco a escolheu sob esse título para ser a
padroeira da Congregação Salesiana. D. Bosco tinha plena consciência de
que, já em sua época, as ideologias estavam a tomar conta das escolas,
expulsando a verdade das salas de aula. E para evitar que em meio a
tantos erros e confusões as almas jovens se envenenassem de princípios
contrários à fé católica, era necessário recorrer ao poderosíssimo
auxílio da Virgem bendita.
Só ela, como Mãe zelosa e protetora, nos pode
garantir o triunfo contra a heresia e a mentira, espalhadas no mundo
por aquele que é homicida desde o início e pai de todo engano. Porque os
piores inimigos do povo cristão, com efeito, não são aqueles que podem
ferir nossos corpos, arrojando-os às prisões ou dando-os à morte, mas os
que, na cultura e na literatura, no ensino e nas cátedras, difundem os
erros mais perversos, as ideias mais absurdas, os projetos ideológicos
mais revoltantes que a soberba humana é capaz de conceber. Hoje, em que
essa batalha contra a verdade e a pureza da fé parece ter chegado ao
ápice, confiemo-nos ao patrocínio de Nossa Senhora Auxiliadora e
peçamos-lhe nos conceda, como soldados do exército de Cristo, a graça de
defendermos sempre, com santa intransigência, a doutrina católica, os
imperativos do Evangelho e os direitos da Santa Igreja Romana, coluna e
sustentáculo da verdade.
Santa Sara Kali, é a santa protetora do povo cigano, foi canonizada
em 1712 pela igreja católica, mas até hoje ela omite seu culto.Talvez
por falta de dados históricos seguros. Há muita lenda sobre Santa Sara
kali. O termo Kali significa "a negra", porque sua pele era escura. Seu
culto está ligado ao culto das Madonas Negras e os festejos da santa
ocorrem no dia 24 de maio com procissão e banhos no mar.
A imagem de Santa Sara é vestida de azul, rosa, branco e dourado. São
colocados na imagem adorno de flores, joias e lenços coloridos para que
ela seja levada para a procissão no mar.
Os devotos buscam a obtenção das graças nos olhos da santa, pois nos
olhos de Santa Sara tudo está contido: a força de Deus, a força da mãe, a
força do amor da irmã e da mulher, a força das mãos, a energia, o
sorriso, a magia do toque e a paz. E assim, todos que buscam graças no
seu olhar, retornam sempre aos pés de Santa Sara para agradecer.
Santa Sara Kali, rogai por nós!
São Vicente de Lérins
As notícias que temos sobre o religioso Vicente são poucas. Ele
viveu no mosteiro de Lérins, onde foi ordenado sacerdote no século V. Os
dados sobre sua vida antes desse período também não são muitos. Tudo
indica que ele era um soldado do exército romano e que sua origem seria o
norte da França, hoje território da Bélgica.
Alguns registros encontrados em Lérins, escritos por ele mesmo, induzem a
crer que seu irmão seria o bispo de Troyes. E ele decidira abandonar a
vida desregrada e combativa do exército para "espantar a banalidade e a
soberba de sua vida e para dedicar-se somente a Deus na humildade
cristã". Vicente, então, optou pela vida monástica e nela despontou como
teólogo e escritor famoso, grande reformador do mosteiro de Lérins.
Ingressou nesse mosteiro, fundado por santo Honorato, na ilha francesa
localizada defronte a Cannes, já em idade avançada. Ali se ordenou
sacerdote e foi eleito abade, pela retidão de caráter e austeridade de
vida religiosa.
Transformou o local num florescente centro de cultura e de
espiritualidade, verdadeiro celeiro de bispos e santos para a Igreja. Em
434, escreveu sua obra mais famosa, o "Comnitorium", também conhecido
como "manual de advertência aos hereges". Mais tarde, são Roberto
Belarmino definiu essa obra como "um livro de ouro", porque estabelece
alguns critérios básicos para viver integralmente a mensagem evangélica.
Profundo conhecedor das Sagradas Escrituras e dotado de uma grande
cultura humanística, os seus escritos são notáveis pelo vigor e estilo
apurado, e pela clareza e precisão de pensamento. As obras possuem
grande relevância contra a doutrina herética, e outros textos
cristológicos e trinitários. Sua obra, em especial a "Advertência aos
hereges" teve uma grande difusão e repercussão, atingindo os nossos
dias.
Enaltecido pelos católicos e protestantes, porque traz toda a doutrina
dos Padres analisadas nas fontes da fé cristã e todos os critérios da
doutrina ortodoxa, Vicente era um grande polemista, respeitado até mesmo
por são Jerônimo, futuro doutor da Igreja, seu contemporâneo. Os dois
travaram grandes debates através de uma rica corresponderia, trazendo
luz sobre muitas divergências doutrinais.
Vicente de Lérins teve seu reconhecimento exaltado pelo próprio
antagonista, que fez questão de incluí-lo num capítulo da sua famosa
obra "Homens ilustres". Morreu no mosteiro no ano 450. A Igreja católica
dedica o dia 24 de maio a são Vicente de Lérins, celebrado na mesma
data também no Oriente.
João Batista de Rossi nasceu no dia 22 de fevereiro de 1698, em
Voltagio, na província de Gênova, Itália. Aos dez anos, foi trabalhar
para uma família muito rica em Gênova como pajem, para poder estudar e
manter-se. Três anos depois, transferiu-se, definitivamente, para Roma,
morando na casa de um primo que já era sacerdote e estudando no Colégio
Romano dos jesuítas. Lá se doutorou em filosofia, convivendo com os
melhores e mais preparados de sua geração de clérigos. Depois, os cursos
de teologia ele concluiu com os dominicanos de Minerva.
A todo esse esforço intelectual João Batista acrescentava uma excessiva
carga de atividade evangelizadora, mesmo antes de ser ordenado
sacerdote, junto aos jovens e às pessoas abandonadas e pobres. Com isso,
teve um esgotamento físico e psicológico tão intenso que desencadearam
os ataques epiléticos e uma grave doença nos olhos. Nunca mais se
recuperou e teve de conviver com essa situação o resto da vida. Contudo
ele nunca deixou de praticar a penitência, concentrada na pouca
alimentação, minando ainda mais seu frágil organismo.
Recebeu a unção sacerdotal em 1721. Nessa ocasião, devido à experiência
adquirida na direção dos grupos de estudantes, decidiu fundar a Pia
União de Sacerdotes Seculares, que dirigiu durante alguns anos. Por lá,
até o final de 1935, passaram ilustres personalidades do clero romano,
alguns mais tarde a Igreja canonizou e outros foram eleitos para
dirigi-la.
Entretanto João Batista queria uma obra mais completa, por isso fundou e
também dirigiu a Casa de Santa Gala, para rapazes carentes, e a Casa de
São Luiz Gonzaga, para moças carentes. Aliás, esse era seu santo
preferido e exemplo que seguia no seu apostolado.
O seu rebanho eram os mais pobres, doentes, encarcerados e pecadores.
Tinha o dom do conselho, era atencioso e paciente com todos os fiéis,
que formavam filas para se confessarem com ele. O tom de consolação,
exortação e orientação com que tratava seus penitentes atraía cristãos
de toda a cidade e de outras vizinhanças. João Batista era incansável,
dirigia tudo com doçura e firmeza, e onde houvesse necessidade de algum
socorro ali estava ele levando seu fervor e força espiritual.
Quando seu primo cônego morreu, ele foi eleito para sucedê-lo em Santa
Maria, em Cosmedin, Roma. Mas acabou sendo dispensado da obrigação do
coro para poder dedicar-se com maior autonomia aos seus compromissos
apostólicos.
Aos sessenta e seis anos de idade, a doença finalmente o venceu e ele
morreu no dia 23 de maio de 1764, tão pobre que seu enterro foi custeado
pela caridade dos devotos. João Batista de Rossi foi canonizado pelo
papa Leão XIII em 1881, que marcou sua celebração para o dia de sua
morte.
São João Batista de Rossi, rogai por nós!
São Juliano
Era casado e possuía uma hospedaria. Nela, ele partilhava a vida
eterna que trazia em seu coração. Esposo fiel que amou a família e os
necessitados.No ano de 305, o imperador Diocleciano começou uma perseguição aos
cristãos. Juliano, então, passou a acolher em sua hospedaria os cristãos
perseguidos.
Alguns homens denunciaram Juliano. Ele foi arrancado de casa e levado
ao tribunal. Por não renunciar à fé em Cristo, foi condenado e
decapitado. Hoje, ele vive com Cristo na Glória. Continuamos em tempos
de perseguição. Velada em alguns lugares e, em outros, bem visível. Que o santo de hoje possa interceder para que, o Espirito Santo, nos
ajude a sermos ousados em nosso testemunho, sem medo da morte e das
perseguições, certos de que a nossa recompensa se encontra no céu.
No século XV, os partidos guelfi e ghibellini eram os dominantes em
Gênova, alternando-se no governo da cidade por meio de lutas sangrentas.
Mas quando Catarina Fieschi nasceu, no ano de 1447, as famílias da
nobreza que pertenciam a essas facções políticas já conviviam em paz,
que era mantida pelos casamentos acordados entre si. Ela também teve de
submeter-se a essa situação, pois seus pais, Tiago e Francisca, fidalgos
dos guelfi, a deram em casamento ao jovem Juliano, da aristocrata
família Adorno, dos ghibellini.
A união foi chamada de bizarra. Juliano era muito rico, mas
irresponsável, desregrado, jogador e de caráter duvidoso, enquanto
Catarina, com apenas dezesseis anos, era religiosa, sensível e muito
caridosa, que, em vez de casar, desejava poder ter seguido a vida
religiosa como sua irmã Limbânia o fizera.
Ela viveu sob a influencia negativa do marido, dividida entre as
futilidades da corte e as obras de caridade. Um verdadeiro conflito
entre os pecados e o remorso. Aos vinte e seis anos de idade, depois de
visitar a irmã Limbânia no mosteiro, quando tudo lhe parecia perdido,
sem solução e salvação, Catarina resolveu viver no seguimento de Jesus,
para dedicar-se aos pobres e aos doentes.
Sua conversão foi tão sincera, radical e transparente que Juliano se
converteu também. Colocando todo o seu patrimônio à disposição dos
necessitados e deixando os palácios suntuosos, os dois ingressaram na
Ordem Terceira Franciscana e foram morar no hospital de Pammatone. Nessa
época, devido às freqüentes invasões de conquistadores, os soldados
haviam trazido a sífilis e a peste, que se tornaram epidemias crônicas,
atingindo toda a população, rica e pobre. Catarina e Juliano passaram a
cuidar desses doentes.
Catarina realizou o seu desejo de renovação espiritual praticando a
caridade entre os mais contaminados e desenganados. Juliano, depois de
alguns anos morreu, em 1497. Ela continuou cada vez mais despojada de
tudo, servindo a Deus na total entrega aos pobres mais doentes e
abandonados.
Ao seu redor se juntou um grupo de seguidores, entre os quais o
humanista genovês Heitor Vernazza. Ela a todos dizia: "Não se encontra
caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro para a nossa salvação do
que esta nupcial e doce veste da caridade". Enquanto isso, a fama de
sua santidade corria entre os fiéis.
Catarina, nessa íntima comunhão com Deus, foi premiada com dons
especiais da profecia, conselho e cura. Em 1507, com o físico
enfraquecido e por causa do constante contato com os mais contaminados,
adoeceu e nunca mais se recuperou. Morreu no dia 15 de setembro de 1510.
Logo o seu culto se propagou, sendo confirmado pelo papa Clemente XII em
1737, quando canonizou santa Catarina Fieschi Adorno, mais conhecida
como santa Catarina de Gênova. Ela é festejada pela diocese de Gênova no
dia 12 de setembro. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de
maio.
Santa Catarina de Gênova, rogai por nós!
Santa Júlia
Júlia nasceu no século V, em Cartago. Viveu feliz até que, um dia,
os vândalos, chefiados pelo sanguinário rei Genserico, invadiram sua
cidade e a dominaram. Os pagãos devastaram a vida da comunidade como um
furacão.
Mataram muitos católicos, profanaram os templos, trucidaram os
sacerdotes e venderam os cidadãos como escravos. A vida de Júlia passou
do paraíso ao inferno de forma rápida e terrível. De jovem cristã, nobre
e belíssima, que levava uma vida tranqüila e em paz com Deus, viu-se
condenada às mais terríveis privações. Mas, mesmo vendo trocadas a
fortuna pela miséria, a veneração pelo desprezo, a independência pela
obediência, enfim, a liberdade pela escravidão, Júlia não se abalou.
A tradição conta que ela foi vendida para Eusébio, um negociante sírio.
Mas a bondade e a resignação da moça, que encontrava na fé cristã o
bálsamo para todas as dores, comoveram seu amo, que passou a respeitá-la
e exigir o mesmo de todos, nunca permitindo que fosse molestada. Chegou
a autorizar até que ela dedicasse algumas horas do dia às orações e
leituras espirituais.
Certa vez, ele viajou para a Europa e, entre os vários escravos que o
acompanharam, estava a bela e inteligente Júlia. Na ilha francesa da
Córsega realizavam-se festas pagãs quando a comitiva de Eusébio chegou.
Ele e todos os demais se dirigiram a um templo dos deuses locais para
prestar suas homenagens, mas Júlia recusou-se a entrar. Ajoelhou-se à
porta do templo e passou a rezar para que Deus mostrasse aos pagãos a
Palavra de Jesus, caminho da verdade.
A atitude chamou a atenção e chegou aos ouvidos do governador Félix,que
convidou Eusébio para um banquete e propôs comprar a escrava Júlia por
um preço absurdo, ou trocá-la pelas quatro mais belas escravas do seu
palácio. Contudo o comerciante recusou. Enraivecido pela paixão que
Júlia despertara, embebedou o comerciante, cercou-o de mulheres
exuberantes e tomou a escrava à força, enquanto Eusébio dormia.
Júlia se manteve firme e não se curvou. Recusou a liberdade oferecida
pelo governador em troca do sacrifício aos deuses e de ceder aos seus
desejos. Félix, irado, esbofeteou-a até que sangrasse abundantemente
pelo nariz, depois mandou que fosse flagelada e, por fim, crucificada
como Cristo e atirada ao mar. Quando Eusébio acordou, era tarde.
Ela aceitou o sofrimento como uma forma de demonstrar a Deus seu amor,
contribuindo para que o cristianismo crescesse e desse frutos, sem
renegar a sua fé em Cristo, morrendo como seu Mestre. O seu corpo foi
encontrado, ainda pregado na cruz, boiando no mar, pelos monges do
convento da ilha vizinha de Gorgona. Depois eles o transportaram para a
ilha, tiram-no da cruz, ungiram-no e o colocaram num sepulcro.
Júlia não ficou esquecida ali, seu culto se difundiu e chegou à Itália.
No ano 762, a rainha Ansa, esposa do rei lombardo Desidério, mandou
trasladar as relíquias de santa Júlia para Brescia, propagando ainda
mais sua veneração entre os fiéis. Um ano depois, o papa Paulo I
consagrou a ela uma igreja naquela cidade. A festa litúrgica de santa
Júlia, a mártir da Córsega, ilha da qual é a padroeira, ocorre no dia 22
de maio.
Santa Júlia, rogai por nós!
Santa Rita de Cássia
Rita nasceu no ano de 1381, na província de Umbria, Itália,
exatamente na cidade de Cássia. Rita, ainda na infância, manifestou sua
vocação religiosa. Diferenciando-se das outras crianças, ao invés de
brincar e aprontar as peraltices da idade, preferia ficar isolada em seu
quarto, rezando.
Para atender aos desejos de seus pais já idosos, Rita casou-se com um
homem de nome Paulo Ferdinando, que, a princípio, parecia ser bom e
responsável. Mas, com o passar do tempo, mostrou um caráter rude,
tornando-se violento e agressivo. A tudo ela suportava com paciência e
oração. Tinha certeza de que a penitência e a abnegação conseguiriam
convertê-lo aos preceitos de amor a Cristo. Um dia, Paulo, finalmente,
se converteu sinceramente, tornando-se bom marido e pai. Entretanto suas
atitudes passadas deixaram um rastro de inimizades, que culminaram com
seu assassinato, trazendo grande dor e sofrimento ao coração de Rita.
Dedicou-se, então, aos dois filhos ainda pequenos, que na adolescência
descobriram a verdadeira causa da morte do pai e resolveram vingá-lo,
quando adultos. Rita tentou, em vão, impedir essa vingança. Desse modo,
pediu a interferência de Deus para tirar tal idéia da cabeça dos filhos e
que, se isso não fosse possível, os levasse para junto dele. Assim foi.
Em menos de um ano, os dois filhos de Rita morreram, sem concretizar a
vingança.
Rita ficou sozinha no mundo e decidiu dar um novo rumo à sua vida.
Determinada, resolveu seguir a vocação revelada ainda na infância:
tornar-se monja agostiniana. As duas primeiras investidas para ingressar
na Ordem foram mal-sucedidas. Segundo a tradição, ela pediu de forma
tão fervorosa a intervenção da graça divina que os seus santos de
devoção, Agostinho, João Batista e Nicolau, apareceram e a conduziram
para dentro dos portões do convento das monjas agostinianas. A partir
desse milagre ela foi aceita.
Ela se entregou, completamente, a uma vida de orações e penitências, com
humildade e obediência total às regras agostinianas. Sua fé era tão
intensa que na sua testa apareceu um espinho da coroa de Cristo, estigma
que a acompanhou durante quatorze anos, mantido até o fim da vida em
silencioso sofrimento dedicado à salvação da humanidade.
Rita morreu em 1457, aos setenta e seis anos, em Cássia. Sua fama de
santidade atravessou os muros do convento e muitos milagres foram
atribuídos à sua intercessão. Sua canonização foi assinada pelo papa
Leão XIII em 1900.
A vida de santa Rita de Cássia foi uma das mais sofridas na história da
Igreja católica, por esse motivo os fiéis a consideram a "santa das
causas impossíveis". O seu culto é celebrado em todo o mundo cristão,
sendo festejada no dia 22 de maio, tanto na Igreja do Ocidente como na
do Oriente.